Ainda que o resultado financeiro de 2009 não tenha sido tão bom quanto nos dois últimos anos, as indústrias gaúchas de laticínios projetam cenário promissor para 2010. Tanto que, em janeiro, representantes do setor deverão definir o planejamento estratégico para o próximo ano, quando consolidarão sua linhas de ação. Está assegurada a manutenção dos investimentos nos projetos em andamento para a ampliação de plantas industriais pelo Estado.
Entre as estratégias para o próximo ano também está o acompanhamento sistemático da postura adotada por outros estados, principalmente no que diz respeito à questão tributária. “Toda medida protecionista adotada pelo governo de São Paulo, por exemplo, tem reflexo no mercado gaúcho. Em 2009, trabalhamos para minimizar os efeitos. Isso funcionou, então temos de continuar assim”, observa o presidente do Sindilat, Carlos Feijó.
Conforme o dirigente, a capacidade de beneficiamento gaúcha deverá aumentar 30% em dois anos. O aporte ratifica a convicção das empresas no crescimento do mercado. “Com as plantas de beneficiamento da Brasil Foods, em Três de Maio, da Italac, em Passo Fundo, da Nestlé, em Carazinho e Palmeira das Missões, da CCGL, em Cruz Alta, e da Cosuel, em Encantado, o potencial de processamento diário de leite chegará a 18,2 milhões de litros no final de 2011”, aposta Feijó. Atualmente, as indústrias do Estado beneficiam 8 milhões de litros ao dia, utilizando 57% da capacidade.
O recebimento estável, entretanto, não aponta valorização do litro pago ao produtor em 2010. Segundo Feijó, as indústrias pagaram neste ano valores acima do recomendado pelo Conseleite, e a tendência é de manutenção da remuneração aos integrados, com a majoração dos preços em 20% no varejo até o mês de abril.
A pesquisadora Aline Barrozo Ferro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, aponta que o aumento dos preços internacionais, em função dos baixos estoques, da redução das exportações americanas e do enxugamento na produção da Nova Zelândia e da Austrália, fortalecem a perspectiva otimista em relação ao mercado do leite. “Ao produtor, a tendência é de manutenção de preços.” No Rio Grande do Sul, conforme o Cepea, o preço médio ao produtor foi de R$ 0,56 em dezembro, queda de 1,3% em relação ao mês anterior.
As informações são do Correio do Povo