Notícias do dia 29.09.09

Leite na Escola – Amanhã (30) é o Dia Mundial do Leite na Escola, data que visa incentivar o consumo de leite naquelas instituições e chamar atenção para o papel importante que elas exercem na alimentação infantil. A data criada pela FAO (sigla de Food and Agriculture Organization), ocorre desde o ano 2000, em diversos países do mundo, e é celebrada sempre na última quarta-feira do mês de setembro. O leite é rico em proteínas, e minerais como o zinco e o cálcio. Este último é considerado o grande diferencial nutricional do leite, já que nenhum outro alimento contém quantidade tão grande de cálcio. Crianças devem receber atenção quanto à ingestão de cálcio, por seu papel no desenvolvimento dos ossos nas fases de crescimento. O pico de massa óssea geneticamente determinado é alcançado aos vinte anos de idade, e por isso uma ingestão adequada de leite na infância e adolescência é fundamental, alertam especialistas em nutrição. Estudos científicos atuais têm ainda mostrado que o cálcio presente no leite pode aumentar os processos de queima de gordura, prevenindo a obesidade e uma séria de doenças associadas, como a pressão alta, as doenças no coração, entre outras. (A Tarde Online)

Leve Leite/SP – Os alunos da rede municipal de ensino esperam por até três meses para receber as latas de leite a que têm direito. O problema começou quando a Prefeitura mudou a forma de distribuição do Leve Leite , em agosto deste ano. A entrega, que antes era feita mensalmente nas próprias escolas, passou a ser realizada pelos Correios, obedecendo um cronograma elaborado com base no endereço do aluno. A entrega do primeiro lote começou em 17 de agosto e vai até 14 de outubro. Quem sofre com a mudança são as famílias, que moram nos endereços do final do cronograma (de 5 a 14 de outubro). O objetivo da entrega em casa, de acordo com a Prefeitura, é priorizar na escola o aprendizado. (Diário de São Paulo)

Leve Leite/SP  – As entidades que integram o GT Educação do Movimento Nossa São Paulo divulgam uma carta aberta à população que critica o Programa Leve Leite. O programa distribui um quilo de leite em pó por mês a todos os alunos da rede municipal de ensino que tenham frequência mínima de 90%. Quem fornece o leite é a empresa Nestlé, contratada em caráter de emergência. De acordo com o documento, o programa gera custos anuais de mais de R$ 200 milhões (4% do orçamento da educação municipal), em prejuízo de outras áreas prioritárias. Além do volume de recursos empregado no programa, o GT questiona se de fato o leite é o item de alimentação mais adequado a ser oferecido aos alunos da rede municipal, pois os estudantes e suas famílias podem ter necessidades nutricionais diferentes. Diante disso, o grupo propõe que seja feito um estudo técnico para avaliar a continuidade do programa. (Nossa São Paulo)

Footprint – Informações sobre o impacto de carbono e as dificuldades para contabilizá-lo é o tema do artigo “Hate Calculus? Try Counting Cow Carbon” (Odeia Cálculo? Tente Contar o Carbono das Vacas), de autoria de Jeffrey Ball, publicado originalmente na edição de 18 de setembro do Wall Street Journal e reproduzido no Valor Econômico de 23 de setembro com o título “Qual a Pegada de Carbono da Vaca? Depende de Quem Calcula”. Um produto comum, leite numa embalagem caixa Tetra Pak, foi a escolha de Jeffrey Ball para ilustrar a confusão. Segundo ele, estudos realizados em diferentes países tentaram medir o impacto de carbono que o leite tem em sua trajetória entre a vaca que o produziu e o descarte de sua caixa vazia. O cálculo “é algo extremamente difícil de fazer”, disse ao jornal Greg Thoma, professor de engenharia química da Universidade de Arkansas que está na equipe de docentes da instituição contratados pelo Centro de Inovação para os Laticínios Norte-Americanos para elaborar o novo estudo. (Inovação Unicamp)

Wal-Mart – O leite é um dos primeiros produtos que o Wal-Mart tenta medir o impacto ambiental. A intenção é atribuir uma nota de sustentabilidade. Cientistas e ambientalistas trabalham com o Wal-Mart para decidir como computar a nota e como apresentá-la. O importante é que seja inteligível e preciso, disse o vice-presidente de sustentabilidade da empresa, Matt Kistler, mas as contas não coincidem. Para a Tesco, um pint inglês (equivalente a 0,568 litro) de leite integral gera 900 gramas de dióxido de carbono, é o número que consta nas embalagens da rede varejista britânica. Um estudo nos EUA chegou a uma cifra 15% menor. Há fatores subjetivos. Se vacas vivas produzem leite e carne, couro e ossos proveem de vacas mortas, “quanto das emissões de uma fazenda de gado deve ser contabilizado para o leite e quanto para um bife ou um sapato?” A Tesco tenta resolver a questão dividindo as emissões de acordo com o valor econômico. Se 90% do faturamento de uma fazenda leiteira vier do leite e 10% da venda de gado, então 90% das suas emissões seriam atribuídos ao leite. (Inovação Unicamp)

Vaca Complicada – A Carbon Trust, agência do governo britânico de promoção de tecnologias que emitem pouco carbono, contratada pela Tesco para fazer o estudo sobre o impacto de carbono do leite, recomenda dividir as emissões de acordo com o valor econômico. O setor de laticínios norte-americano usa cálculos “mais complicados”. “Essencialmente, olha-se para dentro da vaca, separando-se a porção das funções biológicas usadas para produzir leite. Essas funções incluem a alimentação, os arrotos, a flatulência e os dejetos do animal.” Mas, para Greg Thoma, o método americano é mais preciso que o utilizado na Grã-Bretanha, pois uma medição baseada no valor econômico do leite aumentaria ou diminuiria em função das oscilações de preço do produto. A metodologia norte-americana, entretanto, também está sujeita a muitas incertezas, pois requer uma série de informações, como o que a vaca ingeriu, que nem sempre os cientistas possuem. (Inovação Unicamp)

Mercosul – A indústria láctea argentina denunciou a preferência brasileira pelo Uruguai, na venda de leite que nunca se concretizou. De acordo com o diretor da Conaprole, Wilson Cabrera, enquanto esperava a decisão do Brasil, encontrou mercados alternativos na Ásia, com preços melhores, esgotando os estoques de leite em pó. Mesmo reconhecendo ser o Brasil um mercado muito importante, Cabrera disse que teria sido um erro acreditar plenamente na promessa brasileira. Apesar do acordo prever a venda 10.000 toneladas de leite em pó, apenas 3.000 obtiveram licença. A mesma reclamação vem da Argentina, onde exportadores informam que apenas 30% das licenças solicitadas em agosto para a entrada de 3.000 toneladas de leite em pó foram emitidas. Em represália, a Conaprole renunciou à Federación Panamericana de Lechería (Fepale), por esta ser presidida atualmente por um brasileiro. (Ultimas Notícias)

 

Negócios

Carrefour – Na contramão do mundo, os dois principais acionistas individuais do grupo francês Carrefour estariam pressionando a empresa a vender seus ativos e abandonar países emergentes como o Brasil e a China. A informação foi divulgada pelo jornal ”Le Monde”, em Paris, e não foi desmentida pela companhia. Na hipótese de abandonar a América Latina, um mercado no qual é líder, o Carrefour poria à venda 1.185 lojas, avaliadas entre 3 e 5 bilhões de euros. A direção da empresa no Brasil informa que os planos de investimentos aqui estão mantidos. Para 2010, a companhia vai aplicar R$ 1 bilhão, a mesma cifra deste ano, que resultou na abertura de 70 novas lojas em 2009. Líder do setor supermercadista no Brasil a empresa tem hoje 561 lojas. Em julho deste ano, o diretor-presidente da companhia no Brasil, Jean Marc Pueyo, disse ao “Estado” que a resistência à crise fez o Brasil ganhar destaque. “Queremos ser o segundo do Grupo Carrefour até 2015. Mas isso pode acontecer antes”. O Brasil ocupa hoje a terceira posição no ranking global de vendas, atrás da França e da Espanha. (O Estado de SP)

Chocolates – Gianduia, capuccino e framboesa são os três novos sabores da linha Ganache Kopenhagen, que é composta por tabletes com recheio cremoso à base de chocolate belga. A linha já conta com as versões chocolate ao leite, chocolate amargo e chocolate branco. (Brasil Alimentos)

Fusões – Depois da queda iniciada no último trimestre de 2008 e acentuada nos dois primeiros meses deste ano, em consequência da crise, o mercado de fusões e aquisições está em franca retomada. No Brasil, nos primeiros oito meses do ano, foram 378 transações, 18% menos do que no mesmo período de 2008, mas a diferença vem caindo mês a mês. Tanto que a expectativa é de que o ano se encerre no mesmo patamar de 2008, como apurou pesquisa da PricewaterhouseCoopers. O agronegócio registra importantes movimentos de reestruturação empresarial, como o JBS assumindo a Bertin e a americana Pilgrim’s, se tornando a maior empresa de carnes do mundo, além da fusão entre Perdigão e Sadia. Destacam-se também movimentos de fusões e aquisições em açúcar e álcool, que respondem por 23% das transações de alimentos e agronegócio em 2009. (Zero Hora/RS)

Setoriais

Insumos – A produção, importação e venda de insumos agrícolas deve registrar drástica queda neste ano em comparação com 2008, devido aos efeitos da crise econômica. Estimativas preliminares para os oito primeiros meses de 2009 apontam que a importação de fertilizantes deve cair 49%. As compras brasileiras de insumos somaram 12,3 milhões de t de janeiro a agosto do ano passado e, no mesmo período deste ano, deve ter alcançado apenas 6,2 milhões de t. A projeção foi apresentada por representantes do setor durante reunião da Câmara Setorial de Insumos, em Brasília. A estimativa é que as entregas de fertilizantes ao consumidor final tenham apresentado queda de 15% de janeiro a agosto deste ano (13,4 milhões de t) no comparativo com igual intervalo de 2008 (16 milhões de t). A expectativa é que a produção nacional nos oito primeiros meses deste ano seja de 4,5 milhões de t, abaixo dos 5,6 milhões de t no mesmo período de 2008. (Correio do Povo/RS)

Sisbov – O texto que substituirá a instrução normativa (IN) 17, que regulamenta o Sisbov, está em avaliação na área jurídica do Ministério da Agricultura. Assim que for liberado, seguirá para consulta pública. A expectativa é que a normativa entre em vigor no começo de 2010. Para isso, precisa ir para consulta em outubro. (Correio do Povo/RS)

Soja – Estudo divulgado ontem pela RC Consultores sinaliza que a tendência para os preços internacionais do grão é mesmo de queda neste segundo semestre, como já apontam as curvas de agosto e setembro na bolsa de Chicago. Para a RC, o preço médio em 2009 será 18% menor que no ano passado; em 2010, a consultoria prevê novo recuo, de 6%. No mercado brasileiro, a empresa vê aumento de 1% no preço médio de 2009 e queda de 3% na média do próximo ano. Baseada em estatísticas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), e desprezando eventuais problemas climáticos graves, a RC justifica a tendência de retração com as perspectivas de elevação dos estoques globais de soja. Nesta safra 2009/10 (em fase de colheita no Hemisfério Norte), a expectativa é que os estoques cheguem a 51 milhões de toneladas, ante 40 milhões em 2008/09. (Valor Econômico)

 

Economia

Projeção – Analistas aumentaram a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano, de 4,30% para 4,40%. Também foi elevada a estimativa para a taxa básica, a Selic, ao final de 2010, de 9,25% para 9,50% ao ano. Os dados constam no boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central. Conforme os especialistas, a Selic será mantida em 8,75% ao ano até setembro de 2010, tendo alta de 0,50 ponto percentual em outubro, chegando em dezembro a 9,50% ao ano. (Correio do Povo/RS)

IGP-M – O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) interrompeu em setembro uma sequência de seis meses seguidos de deflação, devido a uma aceleração em todos os três componentes, mas subiu em ritmo ligeiramente inferior ao previsto pelo mercado. A taxa acumulada do IGP-M é muito usada para cálculo de reajustes nos preços de aluguel. O indicador avançou 0,42% neste mês, após queda de 0,36% em agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira. Entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) teve elevação de 0,53% em setembro, após cair 0,61% em agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,28% neste mês, ante alta de 0,16% no anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,07% em setembro, contra variação positiva de 0,01% em agosto. No ano, o IGP-M acumula queda de 1,61% e nos últimos 12 meses, de 0,40%. (Agência Estado)

Cesta básica – A maioria dos brasileiros (81%) prefere que o presidente da República reduza os impostos dos alimentos do que aumente o benefício do Bolsa Família. A informação é de pesquisa do Instituto Análise/Insight, feita na última semana de agosto, com mil pessoas, em cerca de 70 cidades brasileiras. A pesquisa apresenta dados diferentes na divisão por renda e por região do Brasil. No Nordeste, 25% das pessoas preferem o aumento do Bolsa Família ao corte de impostos nos alimentos. No Sul, apenas 6%. Entre as pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, 32% gostariam de ter o incremento do Bolsa Família, enquanto 100% dos entrevistados com renda familiar acima de 15 salários mínimos escolheram a redução dos impostos de alimentos. (Folha de SP)

Emprego/SP – O comércio na região metropolitana de São Paulo criou no mês de agosto 9.083 vagas de emprego com carteira assinada, quinto mês seguido de resultado positivo. É o que aponta análise divulgada hoje pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o varejo admitiu ao todo 37.773 pessoas em agosto, contra 28.690 demissões. O saldo total do setor cresceu de 840.557 vagas em julho para 849.640 agosto, um incremento de 1%. Já no confronto com agosto de 2008, a alta chega a 4,4%. Os economistas da Fecomercio-SP atribuem o resultado positivo à queda do nível de inadimplência e ao crescimento do faturamento no varejo, sinais de que os desdobramentos da crise financeira mundial afetam menos a economia brasileira. (Agência Estado)

 

Globalização e Mercosul

Comércio – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) identificou, em um minucioso estudo, as oportunidades e recomendou estratégias a 120 empresários que devem participar da maior feira mundial do setor na Alemanha (Anuga), em meados de outubro. Na Alemanha, os industriais nacionais recuaram 4% no período e os vendedores dos Países Baixos cresceram 20%. Resultado: em 2008, a fatia dos concorrentes no mercado alemão fechou em 29,5%, enquanto o Brasil somou apenas 2,8%. “A Alemanha é ´hub´ de distribuição para o varejo da Europa. O Brasil precisa estar lá”, diz o coordenador de Inteligência Comercial da Apex, Marcos Lélis. Outro caso emblemático é o avanço dos exportadores da Austrália sobre o mercado japonês de lácteos. As indústrias brasileiras cresceram apenas 1,3% em vendas nos últimos cinco anos. Em 2008, somaram menos de 0,5% de participação no Japão. Os australianos, ao contrário, elevaram em 18% seus embarques, chegando a uma fatia de 32% neste mercado de US$ 1,5 bilhão no ano passado. (Valor Econômico)

Oportunidades – A Apex identificou boas oportunidades para produtos “premium” ou com selo “fair trade” na Europa e nos EUA. Na África e em parte da Ásia, os consumidores ainda estão no estágio de alimentos e bebidas básicas. Na América Latina, ainda incipiente para produtos mais sofisticados e caros, há forte necessidade de diversificação na oferta de produtos. “Na África e na Ásia, principalmente na Índia, ainda não temos quase nada de distribuição”, diz o especialista Marcos Lélis. Para ele, 2010 trará boa perspectivas para alimentos e bebidas. Os mercados de Rússia, Alemanha, Holanda, China, Arábia Saudita e Omã estão atrás de carnes, lácteos, chocolates, massas e biscoitos. Reino Unido e França estão abertos ao café “gourmet”, sucos tropicais e frutas frescas. (Valor Econômico)

Desemprego/UE – O presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, disse que “o desemprego na UE vai atingir em breve o patamar de dois dígitos e, infelizmente, deve continuar a aumentar por algum tempo, mesmo depois de o crescimento da economia ter se recuperado”. O desemprego na zona do euro atingiu 9,5% em julho, seu maior patamar desde junho de 1999. (Valor Econômico)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
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