Notícias do dia 23.11.09

Nestlé – Após etapa de testes, a Nestlé começa nesta semana a produção na planta de Carazinho. As atividades serão iniciadas com a fabricação de creme de leite, que tende a atingir 4 mil toneladas por ano. Os diretores informaram que até o próximo mês deve começar a produção de leite condensado – com previsão de 13 mil toneladas por ano – e de leite UHT Ninho e Molico. Em 2010, a unidade poderá produzir outros dois novos produtos fora da linha de lácteos, o que pode incluir itens à base de soja. Até o início oficial das atividades produtivas da unidade, em dezembro, a planta continuará processando 150 mil litros diários, como acontece desde que a Nestlé assumiu a fábrica que pertencia à Parmalat. O total representa 10% da capacidade produtiva de 1,5 milhão de litros por dia. A cerimônia de inauguração está prevista para a primeira quinzena de dezembro e deve contar com a presença do presidente da Nestlé, IvaZurita. < STRONG>(Correio do Povo/RS)

Consumo – Produtores e indústrias instaladas no Rio Grande do Sul devem se preparar para o aumento do consumo mundial de lácteos em 2010, especialmente no segundo semestre. A projeção do presidente da AGL, Ernesto Krug, baseia-se em estoques mais baixos e na elevação de consumo no Ocidente. (Correio do Povo/RS)

Capacitação/PB – ”A implantação do Projeto Cariri-Seridó Produtivos e Sustentáveis (Procase) na Paraíba será a redenção das 31 mil famílias dos 55 municípios beneficiados nessas regiões”. A afirmação é do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater- PB), Hermano Araújo, empresa que tem a responsabilidade de coordenar as unidades regionais, com destaque para a instalação de uma fábrica de transformação de leite de cabra in natura em leite em pó. De acordo com Araújo, apesar da Paraíba liderar o ranking nacional na produção de leite de cabra, ainda não dispunha de uma unidade de beneficiamento do produto. Na terça-feira, 17, foi aprovado pela Assembléia Legislativa o pedido do empréstimo de US$ 25 milhões ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que além da aplicação em fábricas, de leite em pó, beneficiamento de castanha de caju e escola de peles de cabras e ovinos, irá capacitar mineradores, artesãos e rendeiras. (Emater-PB)

Preços/RS – Mais uma semana consecutiva de queda no preço médio do leite nas principais regiões de produção do Rio Grande do Sul, conforme levantamento realizado pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural). O valor, que no período anterior estava fixado em R$ 0,57, caiu para R$ 0,56, mantendo-se, contudo, os preços máximos e mínimos, em R$ 0,72 e R$ 0,48 o litro, respectivamente. A produção cresce e força ainda mais a queda nos preços, compensada em parte com a substituição do uso de rações e c oncentrados, por pastos de melhor qualidade e volume. No entanto, a mesma umidade que está provocando um melhor desempenho das pastagens em algumas zonas, está causando problemas em outras e atraso no plantio. Além do grande volume, as chuvas também vieram acompanhadas de fortes ventos e granizo, provocando danos às instalações, interrupção do fornecimento de energia e, inclusive, perda de animais. (Notícias Agrícolas)

2010 – Em poucos meses tudo pode mudar. Viver no mundo globalizado implica estar atento ao que acontece em outras partes do planeta. A pergunta que se faz é qual é o preço do leite. A previsão é difícil, mas as notícias dos últimos dias podem ajudar. A América do Sul em seu conjunto apresentou queda na produção de leite por causa da seca. Com base nos últimos leilões da Fonterra e de olho na desvalorização do dólar, a Nova Zelândia se prepara para um preço estabilizado em US$ 3.000 a tonelada, no próximo ano. A Euro pa atenta a esse contexto, três semanas atrás retirou o subsídio ao leite em pó desnatado e logo em seguida zerou as restituições às exportações de leite em pó integral, leite condensado, produtos frescos e queijos, além de reduzir em mais de 60% os subsídios à manteiga e buteroil. Estes sinais apóiam os US$ 3.000 para o leite em pó integral, em 2010. Na Argentina o preço ao produtor acompanha esta tendência. Em setembro os produtores receberam entre 0,80 e 0,90 pesos por litro. Em julho e agosto receberam 075 e 0,82 pesos, respectivamente. (La Voz)

Super Leite – Depois de 6 anos de trabalho conjunto entre os Institutos de Pesquisas Agropecuário e Industrial argentinos INTA e INTI, foi apresentado na semana passada o chamado “Super Leite”, obtido através da inclusão de soja ou resíduos de soja após a retirada do óleo, na alimentação do rebanho bovino ou caprino. O produto seria um leite funci onal natural produzido através da alteração do teor dos Ácidos Graxos (AG) presentes no leite, e aumento do Ácido Linoleico Conjugado (CLA). Além dos benefícios clássicos com o fornecimento de proteínas, açúcares, gorduras e sais minerais, o leite passa a fornecer também moléculas que protegem o organismo contra tumores e diabetes, além de reduzir o teor de colesterol. Os benefícios são extensivos aos derivados do leite, que apresentarão as mesmas propriedades da matéria prima. (La Opinión de Rafaela)

Argentina – O preço médio da exportação de leite em pó declarado pelas indústrias argentinas, na primeira quinzena de novembro foi de US$ 2.898 a tonelada, contra US$ 2.729 e US$ 2.479 em outubro e setembro, respectivamente. O preço máximo, na primeira quinzena, de US$ 3.335/ton, foi uma exportação de 50 toneladas da Williner para a Venezuela. Também as exportações com destino à Namíbia foram co tadas a US$ 3.300/ton. Um pouco menos, US$ 3.250 foram os valores obtidos pelos embarques destinados à Nigéria, Congo, Senegal, Costa do Marfim e Zaire. Das 136 operações registradas nos primeiros quinze dias de novembro, 44 foram declaradas com um preço FOB igual ou superior US$ 3.20 toneladas e 38 declararam valores com preço igual ou inferior a US$ 2.700/toneladas. (Infocampo)

 

Negócios

Nestlé – O Rio de Janeiro é o próximo mercado em que a Nestlé atuará no segmento de leites líquidos (Ninho — fortificado com Ferro e Vitaminas A, C e D — e Molico A&D — desnatado enriquecido com Vitaminas A e D). A empresa que estreou nesta categoria no estado de São Paulo, em março deste ano, obteve boa aceitação, superando as expectativas de ve ndas em 30%. Diante deste resultado, a empresa investiu rapidamente em duas novas unidades (Carazinho/RS e Araraquara/SP) para a produção do produto, com o objetivo de acelerar o processo de distribuição para outras praças. O Estado fluminense foi escolhido para o início da expansão por se tratar de um mercado importante para esta categoria e para a empresa no Brasil. O consumo de leite líquido longa vida no País é de aproximadamente 5 bilhões de litros/ano, segundo dados da LatinPanel. A Nestlé pretende conquistar 5% deste mercado, o que corresponde a 250 milhões de litros de leite. (TottalMarketing)

Cadbury – A Nestlé está considerando entrar na disputa pela britânica Cadbury, que é alvo do interesse da americana Hershey e da italiana Ferrero. Também de olho na Cadbury, a Kraft, gigante de alimentos dos Estados Unidos, estudaria elevar sua oferta no caso de algum concorrente apresentar uma proposta. (Valor Online)

Supermercados – A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acredita que as boas perspectivas da economia mundial deverão garantir a manutenção dos atuais índices de crescimento nas vendas do setor em 2010. Apesar disso, a entidade admite que poderá enfrentar uma maior concorrência no próximo ano, quando os bens de maior valor agregado – como eletrodomésticos, eletrônicos e vestuário – devem ganhar a preferência do consumidor. (Correio do Povo/RS)

Importados – A retração de consumo no mercado mundial e o dólar barato vão fazer com que o Natal do brasileiro tenha mais alimentos importados. Os supermercados ampliaram, neste fim de ano, em até 50% as quantidades de alimentos comprados no exterior na comparação com igual período de 2008. (O Estado de SP)

 

Setoriais

Clima/RS – Os efeitos da chuva sobre a produção gaúcha dominaram o programa “Correio Rural”. Além do transporte do leite, a produção está sendo prejudicada pelo clima. De acordo com o presidente da AGL, Ernesto Krug, sem energia elétrica alguns produtores não conseguiram refrigerar o produto. Segundo Krug, o Estado deve fechar 2009 com crescimento de 1% na produção. A chuva desfavorável ao leite e que já compromete a produção de arroz, ao contrário, é benéfica à pecuária. Segundo o professor da Ufrgs José Piva Lobato, os pastos verdes e a boa rebrota estão colaborando para o ganho de peso dos animais. O presidente do Iejur, Ricardo Alfonsin, lembra que o Manual de Crédito Rural prevê que problemas climáticos servem para a prorrogação automática de financiamentos, mas os bancos raramente adotam esse procedimento. (Correio do Povo/RS)

Alimentos – Cooperativas agropecu árias gaúchas realizarão na terça-feira seminário estadual para tratar das diretrizes para a aquisição de produtos para a merenda escolar pelo governo federal. O encontro terá a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Segundo a lei, pelo menos 30% dos recursos do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) deverão ser utilizados na compra de alimentos de pequenos produtores. (Correio do Povo/RS)

Economia

IPC-S – Com o peso do grupo Alimentação, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou para 0,22% na terceira medição de novembro. Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV). Refletindo um encarecimento das frutas, os preços dos alimentos foram de 0,01% de alta na segunda apuração do mês para 0,13% na leitura seguinte. Também subiram mais os grupos Vestuário (0,45% para 0,82%) e Edu cação, leitura e recreação (0,17% para 0,33%). Em sentido contrário, apresentaram avanço mais modesto entre uma pesquisa e outra os ramos Transportes (0,56% para 0,33%), Habitação (0,29% para 0,26%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,10%). Despesas Diversas cederam 0,20%, seguindo um declínio de 0,16%. As principais influências positivas no IPC-S ficaram com a batata-inglesa, tomate, cebola, álcool combustível e condomínio residencial. Na outra ponta, os impactos negativos mais significativos partiram do leite tipo longa vida, da manga, do pimentão, da pescada branca e da carne moída. (Valor Online)

 

Globalização e Mercosul

Protestos – Milhares de fazendeiros espanhóis se aglomeraram nas ruas do centro de Madri neste sábado, exigindo uma atitude do governo para segurar a queda dos preços que, segundo eles, faz com que muitos saiam do negócio. Os preços reduzidos geraram protestos entre os fazendeiros por toda a Europa neste ano, e uma manifestação no mês passado fez com que o trânsito parasse por duas horas em Paris. O protesto em Madri foi antecedido por uma greve na sexta-feira, em que, segundo os sindicatos, centenas de milhares de trabalhadores pelo país largaram suas ferramentas para bloquear estradas, enfileirar tratores nas ruas ou vender produtos a preços de custo. Higinio Mougan percorreu 600 quilômetros desde sua fazenda de laticínios na região noroeste da Galícia, porque ele disse que não consegue vender leite a 0,27 euro (0,401 dólar) o litro. Ele disse que o produto lhe custa 0,34 euro para produzi-lo. (Reuters)

PIB/OCDE – O Produto Interno Bruto (PIB) dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avançou 0,8% no terceiro trimestre, na compa ração com os três meses anteriores. Segundo as informações divulgadas hoje pela organização, o resultado mostra um avanço quando se observam os dados do segundo trimestre, quando o PIB ficou estável. Dente os melhores resultados do grupo, o destaque é a economia do Japão, com expansão de 1,2%, e os EUA, com crescimento de 0,9%. Dentre os piores resultados, figura a economia do Reino Unido, que apresentou retração de 0,4%. O PIB da França avançou 0,3% e a zona do euro marcou ampliação de 0,4% no PIB. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a economia dos países da OCDE recuou 3,3%, seguindo decréscimo de 4,6% apresentado no trimestre anterior. O grupo de 30 nações que formam a OCDE representa mais da metade de toda a riqueza produzida no mundo. (Valor Online)

PIB/México – A economia mexicana voltou a recuar no terceiro trimestre, ainda que de forma menos intensa que nos meses anteriores. Com todos os principais setores apresentando forte queda, o PIB caiu 6,2% de julho a setembro ante o mesmo período do ano passado -a contração no trimestre anterior foi de 10,1%. Na comparação com o período de abril a junho, porém, o PIB mexicano se expandiu em 2,9%, a primeira alta desde o terceiro trimestre do ano passado. (Folha de SP)

Brasil/UE – Nos próximos dois anos, fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) serão treinados no diagnóstico de doenças, pragas, inocuidade de alimentos, zoonoses e contaminantes, nos mesmos moldes que os técnicos europeus da Diretoria-Geral de Saúde e Proteção do Consumidor (DG-Sanco,sigla em inglês). A capacitação é parte das ações do Projeto de Cooperação União Europeia – Mercosul, para a harmonização de normas e procedimentos veterinários e fitossanitários, inocuidade de alimentos e produção agropecuária diferenciada no bloco sul-americano. As medidas também serão válidas p ara Argentina, Uruguai e Paraguai. Segundo o coordenador de Assuntos Internos do Mercosul, do Departamento de Assuntos Comerciais (DAC/Mapa), Luis Henrique Barbosa, o projeto, financiado pelos dois blocos econômicos, tem o propósito de criar ferramentas para favorecer a integração sanitária regional e facilitar o comércio de alimentos. (Ministério da Agricultura)

 

IBGE: produção de leite em 2008 aumentou 5,5%

Na última quinta-feira (19), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – divulgou os dados da Pesquisa Pecuária Municipal de 2008 (PPM 2008). A produção consolidada de leite em 2008 foi de 27,579 bilhões de litros, apontando um aumento de 5,5% sobre o volume registrado em 2007. O aumento, de 1,445 bilhão de litros, foi o maior do últimos anos. Quase todo esse aumento (1,35 bilhão de litros) ocorreu na produção inspecionada, que representou 69,8% do total.

A Região Sul do país teve aumento de produção de 10,1%, alavancado pelos incrementos em Santa Catarina (14,0%) e no Rio Grande do Sul (12,6%). O Centro-Oeste teve aumento de 6,5%, tendo o principal incremento ocorrido em Goiás (8,9%). A principal variação positiva geral aconteceu no Amazonas (101,9%), enquanto que a principal queda ocorreu no Distrito Federal (-18,6%). Os principais municípios produtores de leite são Castro (PR), Patos de Minas (MG) e Piracanjuba (GO). Patos de Minas e Piracanjuba ocupavam em 2007, respectivamente, a 7ª e a 6ª posições, e em 2008 despontaram como destaques. Outros importantes municípios produtores em anos anteriores, como Pompéu (MG) e Marechal Cândido Rondon (PR), perderam posições.

O número de vacas ordenhadas teve aumento de 2,3% comparativamente a 2007, segundo a PPM 2008. Os principais municípios em ordenha de vaca são Jaru (RO), Morrinhos (GO) e Ouro Preto do Oeste (RO). A maior parcela de vacas é ordenhada em Minas Gerais (5,143 milhões de cabeças). Em termos de vacas ordenhadas, o Brasil ocupa a segunda posição, atrás apenas da Índia.

 Dados do IBGE.

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n
Parque de Exposições, Quadra 19
93270-530 – Esteio/RS
secretaria@apilrs.com.br