Notícias do dia 20.10.09

Importações – Os números preliminares da média diária de outubro de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 13,27% menores que a média de setembro de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.

 

 

Investimentos – A Conaprole, maior indústria de laticínios do Uruguai, ameaça levar os investimentos de US$ 50 milhões em uma fábrica no Rio Grande do Sul para os Estados Unidos. Em disputa política com produtores nacionais de lácteos, a quase centenária cooperativa uruguaia reclama do tratamento “discriminatório” e rejeita qualquer acordo para limitar suas vendas ao Brasil. “Estávamos pensando em abrir a fábrica no Brasil, mas hoje isso é uma interrogação. Quem sabe, fazemos nos Estados Unidos”, insinua o gerente-geral da Conaprole, Ruben Núñez. A Conaprole mantém um centro de distribuição em Ivoti (RS) e ergueria uma unidade para processar 1 milhão de litros por dia no país. (Valor Econômico)

Conseleite – A reunião do Conseleite de ontem terminou com impasse sobre a divulgação da previsão de queda de quase R$ 0,05 no preço do litro em outubro em relação aos R$ 0,5606 fechados como valor médio em setembro. A projeção de redução acentuada gerou discordância e a Farsul votou contra a divulgação do índice. “O preço mascarou a realidade e levanta suspeita de dumping se os valores se confirmarem”, salienta o presidente da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues. O cálculo leva em conta os preços nos primeiros dez dias do mês, período em que, segundo Rodrigues, redes de supermercados fizeram promoções com valores inferiores ao padrão do mercado. “Isso coloca em dúvida até a qualidade.” Frente ao impasse, os demais integrantes do Conseleite optaram pela publicação dos dados, por considerarem que o valor representa um período atípico. “Os preços já indicam melhora e devem se estabilizar. A queda não deve se confirmar”, confia o preside nte do Conseleite, Carlos Feijó. (Correio do Povo/RS)

Informal – A Vigilância Sanitária determinou o fim da comercialização do leite in natura em São Thomé das Letras, no Sul de Minas Gerais. A prática deve ser paralisada até o final de outubro, apesar de já estar proibida no Brasil há quase 40 anos. O comércio é feito no centro da cidade. Caminhonetes e carroças descarregam os galões à espera de consumidores, que levam suas próprias vasilhas. Algumas mercearias também recebem e vendem o produto. O coordenador da vigilância sanitária estadual, Luis Augusto Condi, diz que o leite in natura pode conter bactérias que não são eliminadas, mesmo se o produto for fervido. A Vigilância Sanitária do município informou que pelo menos 15 produtores fazem a venda do leite in natura. Segundo Condi, os produtores serão punidos com a apreensão do leite, e os comerciantes podem ser advertidos, multados e ter o estabelecimento interditado. (EPTV)

Leite/PB – O deputado Francisco de Assis Quintans fez um apelo ao governador do Estado e ao Ministro do MDA, no sentido de adotarem ações administrativas que restabeleçam o abastecimento do Programa Leite da Paraíba, que atualmente, está sofrendo um desabastecimento progressivo, ameaçando cerca 125 mil famílias. O parlamentar diz que os principais motivos para que ocorra o desabastecimento são: falta do realinhamento de preço nos últimos 6 anos; atraso de pagamento; preço pago por queijeiras e o mercado livre. O Governo Federal acena com a possibilidade de reajuste dos preços para dezembro. Estudo da Universidade Federal de Viçosa concluiu que o custo de produção do leite de vaca na Paraíba é de R$ 0,87 e o leite de cabra de R$ 1,70. Como o limite financeiro evoluiu de R$ 3.500,00 por semestre para R$ 4.000,00, significa dizer que a quantidade de leite entregue por produtor deverá diminuir de 29 para 24 litros/dia. (Vitrine do Cariri)

Qualidade/PB – Nos últimos meses a qualidade do leite do Programa tem se deteriorado. As usinas são obrigadas a comprar o leite pelo valor de mercado R$ 0,75 a R$ 0,80 e entregar ao governo por R$ 0,70. Então algumas desengorduram ou põe água para reduzir custos, além de outros artifícios. Fatos que fazem com que denúncias cheguem até a Assembléia Legislativa todos os dias. Garante o deputado que a luta dos pequenos produtores e das empresas beneficiadoras de leite é no sentido de realinhar os preços e extinguir o teto financeiro. (Vitrine do Cariri)

Produção/PB – O Programa Leite da Paraíba, uma parceria entre os Governos Estadual e Federal, vem consolidando na região semi-árida um significativo bolsão leiteiro. Os dados da pesquisa trimestral do leite do IBGE apontam um crescimento de 532% na produção de leite na Paraíba de dezembro de 2003 (início do Programa do Leite) a março de 2007. Isto se deve necessariamente a força indutora do Programa, que oferece um mercado sólido com preços e regras rigorosamente definidas e, portanto, um negócio seguro, credenciais indispensáveis aos investimentos necessários ao setor produtivo. O Programa apresenta um apelo econômico sem precedentes na história da pecuária leiteira da Paraíba, injetando entre 2004 e 2008, R$ 226 milhões de reais na economia do Estado, recursos destinados diretamente aos produtores de agricultura familiar. (Vitrine do Cariri)

França – Na França as importações de leite aumentaram 44% em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado. Em junho as exportações já haviam caído 18%. Em comunicado, a indústria atribui esse “resultado devastador”, ao alto preço do leite. “É urgente e indispensável que o preço do leite na França se mantenha nos níveis dos concorrentes europeus”, diz o comunicado da Federação das Indústrias Lácteas (FNIL). O preço médio de € 292 por mil litros, pagos pela indústria francesa de janeiro a junho, é um dos mais altos da Europa, e pelo menos 25% superior ao pago na Alemanha, o principal fornecedor do mercado francês. A importação de cremes aumentou 36%, e a entrada de queijos emmental subiu 52%, quantidades equivalentes à produção de duas usinas, diz a FNIL. (Agrisal)

Leite/UE – A crise do leite, que começou na Alemanha e na França, espalhou-se e multiplicou protestos em todas as grandes capitais da UE. Ontem, em Luxemburgo, cerca de 2 mil pecuaristas protestaram em frente ao prédio em que se reuniriam os ministros de Agricultura. Nem o anúncio dos novos subsídios satisfez o presidente da Federação Europeia dos Produtores de Leite (EMB), Romuald Schaber. Além da solução de curto prazo encontrada pela Comissão de Agricultura, governos de 21 países da União Europeia – o Grupo dos 21 -, liderados pela Alemanha e pel a França, defendem a redução do ritmo de liberalização do setor, previsto pela PAC para 2015. Os produtores reclamam a reelevação das cotas de produção – que desde 1984 limitam o volume de leite que cada país tem direito de produzir, mantendo um preço mínimo para o produto. (O Estado de SP)

 

Negócios

Itambé – Maior indústria láctea de capital nacional, a cooperativa mineira Itambé aproveita o momento de reação das cotações internacionais do leite em pó para ampliar sua atuação no mercado externo. Mesmo com a cotação da matéria-prima em alta, e ainda prejudicada pelo câmbio, a central de 31 cooperativas fechou mais de 200 negócios na feira Anuga, a maior do gênero no mundo dos alimentos e bebidas. Os negócios em Colônia, na Alemanha, rondaram os US$ 3,5 mil por tonelada de leite em pó. A média histórica é de US$ 2,5 mil, mas recentemente as cotações recuaram a US$ 1,8 mil com a “avalanche” de exportações de Oceania e Europa. A cooperativa, que capta 100 milhões de litros por mês, exportou US$ 230 milhões em 2008, mas o recuo das compras de Argélia e Venezuela, o principal cliente da Itambé no exterior, devem derrubar as vendas para menos de US$ 180 milhões neste ano. (Valor Econômico)

Queijo – O consumo de queijo cresce de forma constante no Brasil, principalmente os especiais, segundo Antonio Carlos Cordeiro, da carioca CCA Laticínios. A empresa está de malas prontas para trazer um queijo de cabra para o mercado paulista. O consumo de queijo no Brasil é de apenas 3 quilos por habitante por ano, bem abaixo dos 13 na Argentina e dos 6 no Paraguai. Na Europa, são 20 quilos. (Folha de SP)

Selita – A usina de leite e soro em pó da Cooperativa de Laticínios Selita, um investimento de R$ 12 milhões, deve entrar em operação nas próximas semanas, informa o vice-presidente João Marcos Machado. A unidade será a única do gênero no estado. Inicialmente a produção será vendida em embalagens de 15 e 25 quilos, tendo como principais compradoras indústrias de alimento na região Sudeste. No varejo, o leite em pó fabricado em Cachoeiro do Itapemirim (ES) deve chegar ao mercado em meados de 2010. (Gazeta Online)

Batavo – Atenta aos anseios dos consumidores, a Batavo – marca da BRF Brasil Foods – acaba de lançar o leite semidesnatado pasteurizado Batavo Top Magro. Favoritos das padarias, a categoria de leites pasteurizados é conhecida por ter clientes fiéis, que não abrem mão do sabor mais acentuado e da consistência mais cremosa. O lançamento da Bat avo chega como opção mais leve para quem prefere os pasteurizados, com apenas 2% de gordura e 96 kcal por copo (200 ml). Batavo Top Magro é ainda uma excelente fonte natural de cálcio: cada copo (200ml) corresponde a 21% das necessidades diárias deste nutriente. Presentes há mais de 40 anos no Brasil, os leites pasteurizados são muito tradicionais e são comumente encontrados nos pequenos varejos e padarias. A categoria apresenta um grande volume de vendas tanto pelo sabor diferenciado quanto pela venda conjunta com o pão francês. Batavo Top Magro já está disponível nos pontos de venda da Grande São Paulo e do litoral paulista. (Padaria Moderna)

Negócios – A Arábia Saudita importa US$ 15 bilhões por ano em alimentos e bebidas não alcoólicas – US$ 1,43 bilhão do Brasil. No início de novembro, várias empresas vão à Saudi Agro Food, em Riad, para tentar elevar essa participação, segundo a consultoria Conceito Brazil. (Folha de SP)

Setoriais

Supermercado – O código de barras dos supermercados tem seus dias contados. E o grande número de caixas também. Em seu lugar e já utilizado em caráter experimental na Alemanha, mas com acesso do grande público, está chegando o chip com radiofrequência. Quem viu em detalhes primeiro o conceito em um laboratório da cidade de Neuss e a prática em supermercado de Tönisvorst foi um grupo de empresários da missão brasileira à feira de Anuga. O consumidor continua colocando as compras no carrinho, mas não precisa retirá-los na hora de pagar. Sua identificação é feita no carrinho pela radiofreqüência. (Jornal do Comércio/RS)

 

Economia

IGP-M – O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,04% na segunda prévia do mês. A alta foi mais modesta do que aquela registrada em igual período de setembro, de 0,41%. Tanto os preços no atacado como no varejo contribuíram para essa suavização. No acumulado do ano, o indicador segue no campo negativo, com diminuição de 1,57%. Conforme o levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Preços no Atacado (IPA), componente do IGP-M, avançou 0,02% na segunda parcial de outubro, depois de elevação de 0,55% um mês antes. Após aumento de 0,29% na pesquisa de setembro, os produtos agropecuários registraram baixa de 1,05% neste levantamento. Os produtos industriais, por sua vez, avançaram 0,37%, seguindo acréscimo de 0,63%. (Valor Online)

Balança – O superávit comercial da terceira semana do mês ficou em 537 milhões de dólares, com exportações de 2,977 bilhões e importações de 2,440 bilhões. Somado aos valores da semana passada, o superávit comercial do mês chega a 1,313 bilhão, segundo o Ministério de Desenvolvimento. (Correio do Povo/RS)

Globalização e Mercosul

Câmbio – Nas últimas semanas o mundo vê com alarme a queda do dólar, que continua inexoravelmente valorizando outras moedas. Os ministros das finanças do Canadá e Nova Zelândia se inquietam com o câmbio. Vários países asiáticos estão comprando dólares para conter a alta de suas moedas, e o ministro das finanças do Japão, lembrou nos últimos encontros do G7 e G20, que os países devem evitar desvalorizações competitivas. A Europa vê com perplexidade a valorização de 18,6% do euro, de março para cá, fazendo com que o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, apele às autoridades americanas para que se empenhem no fortalecimento do dólar. Mas, enquanto isso não acont ece, a Europa assiste a degradação da competitividade na zona do euro. (Le Monde)

Chile – A indústria de queijos protesta contra a exigência da União Europeia, para que o Chile aceite a denominação de origem de produtos como camembert, brie e emmental, entre outros. Manuel Zamora, presidente da Associação de Exportadores de Produtos Lácteos (Exporlac) disse que se o Chile aceitar a proposta da UE liquidará com o valor agregado da indústria láctea, pois impediria as empresas chilenas de vender ou exportar os queijos atingidos pela medida, o que beneficiaria Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem uma indústria competitiva, a nível mundial. O Escritório de Relações Econômicas (Direcon) está estudando o assunto, e uma das propostas é compensar a perda das exportações de lácteos (cerca de 30% do total), com outros produtos como carne, o que também provocou novos protestos. De acordo com Zamora, os lácteos não podem ser moeda de troca. (Diario Financiero )

Alimento – A fome é um problema que atinge perto de 1 bilhão de pessoas no mundo. Alimentar, hoje, cerca de 6,8 bilhões de indivíduos é realmente uma dificuldade. Para 2050, estimativas apontam que haverá no planeta 9,1 bilhões de indivíduos e uma necessidade de 70% a mais de comida. E se a tarefa de produzir – e fazer chegar – alimentos para toda população já é imenso, o desafio para o futuro se torna ainda maior. De que forma o Brasil, maior produtor de alimentos do mundo deve se comportar? Investimentos na agricultura, incentivos a grandes e pequenos produtores, intensificação da aplicação de boas práticas, inovações tecnológicas para uma produção sustentável. Essas foram algumas alternativas – e necessidades – abordadas durante o I Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos Para o Futuro Sustentável, em São Paulo, organizado por e mpresas ligadas ao agronegócio, com apoio da FAO. (Folha de Londrina/PR)

 

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
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