Notícias do dia 09.12.09

TEC – A elevação de 11% para 28% da Tarifa Externa Única (TEC) sobre produtos lácteos importados para o Mercosul agradou representantes do setor. A medida, definida segunda-feira em reunião do bloco, em Montevidéu, ajudará a reduzir a especulação financeira, elevar o preço por litro pago ao produtor e equilibrar o abastecimento interno. Segundo o tesoureiro da Fetag, Amauri Miotto, o acordo dará mais equilíbrio ao mercado e aumentará a competitividade dos produtores nacionais. “Temos enfrentado uma concorrência desigual da Europa e da Nova Zelândia, que subsidiam a produção”. O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, considerou a estratégia brasileira inteligente. Para o presidente da AGL, Ernesto Krug, o enfrentamento ao produto subsidiado é um avanço. (Correio do Povo/RS)

ICMS/PR – O governo do Paraná deu iníc io a mais um capítulo de guerra fiscal com São Paulo ao aprovar ontem, na Assembleia Legislativa, uma espécie de proteção aos produtores de leite do estado. O texto aprovado pelos deputados estaduais primeiro retira o leite longa vida do conjunto de produtos pertencentes à cesta básica, que é isenta de ICMS, e depois autoriza o Executivo a beneficiar o mercado interno por meio de descontos tributários ao comércio local ou sobretaxar o produto vindo de fora – prevendo, inclusive, o uso de recolhimento antecipado de impostos com valor fixo, mecanismo conhecido como substituição tributária. O projeto aguarda sanção do governador, mas a perspectiva é de que ele seja aprovado. “Apesar de o Paraná ser responsável por 10% de toda a produção leiteira do país, 55% do leite que consumimos vem de São Paulo. Essa enxurrada do produto deles no mercado está acabando com a nossa indústria, sendo que recentemente duas empresas daqui se mudaram para lá”, argumenta o deputado Pedro Ivo Ilkiv (PT-PR), autor do projeto. (Gazeta do Povo)

Preço/PR – O técnico da Conab Eugênio Stefanelo destaca que o clima este ano favoreceu a recuperação dos pastos e consequentemente a produção do leite, que vem sofrendo queda nos preços em função do excesso de oferta. O preço por litro ao produtor caiu 15% desde setembro, e deve manter a tendência de queda até fevereiro. “Hoje temos cerca de 120 mil produtores de leite no Paraná. Isso é praticamente um terço dos produtores rurais do estado, então além da parte econômica há um componente político muito forte”, avaliou. (Gazeta do Povo)

ICMS/MS – Mato Grosso do Sul reduz cobrança do ICMS do boi gordo e leite. O governo estadual está reduzindo também o imposto da soja, trigo e frango. Os novos valores estão sendo fixados em função do acompanhamento, pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), dos preços praticados no mercado. O ICMS cobrado nas transações da soja será 5% menor, tanto nas transações internas quanto nas interestaduais. Para o trigo, a redução será de 11% também nos dois casos. Já a redução da pauta do ICMS do boi gordo será de 8% nas transações internas e nas interestaduais, 11%. O leite também contará com uma redução de 9% nos dois casos e para o frango de granja, a redução será de 3%. (DBO)

Cabras – Há registros mostrando que elas existem no Brasil desde 1560. Por serem menores e mais dóceis, foram trazidas em navios no lugar das vacas para garantir o suprimento de leite das tripulações vindas de Portugal. Pequenas, produtivas e resistentes as cabras são velhas conhecidas dos brasileiros. Apesar disso, levaram 450 anos para saltar da condição de animal de subsistência para o status de espécie comercialmente rentável. Ainda que no Nordeste do país existam raças mestiças extremamente rústicas, criadas há décadas soltas a pasto, foi somente no final dos ano s 90 que o rebanho brasileiro ganhou alguma representatividade comercial. (Globo Rural)

Mercado – Criador de cabras desde 1987, Paulo Cordeiro resolveu, em 1995, iniciar a industrialização do leite. “O crescimento tem sido tão expressivo que, em 2008, nossa captação somou 1,7 milhão de litros”, diz Cordeiro. No Brasil, a massificação do consumo do leite de cabra se deu sustentada pelo uso terapêutico, substituindo o leite bovino. “Dados da ONU – Organização das Nações Unidas mostram que entre 3% e 5% das crianças do mundo apresentam intolerância ao leite bovino”, conta Cordeiro. Há um ano, a CCA criou uma linha de queijos e está produzindo: o grancaprino; o caprino serrano; e o caprino esférico. “O mercado passa por uma transição do viés terapêutico para o gastronômico e a tendência é que as empresas invistam na produção de queijos, iogurtes e coalhadas”, diz Cordeiro. Apostando nessa tendência é que outras duas pequenas empresas estão ampliando suas instalações com vistas à produção de queijos e iogurtes: a Queijaria Escola de Nova Friburgo e a Capril Geneve, ambas do Rio de Janeiro. (Globo Rural)

Preços/MG  – O preço do leite longa vida, que em maio chegou a R$ 2,20 o litro, está em média R$ 1,30, uma queda de 40,90%. A redução aconteceu de forma gradativa e o consumidor começa a sentir no bolso, especialmente quando ocorrem promoções e o litro pode ser encontrado por até R$ 0,99. Para o produtor, a diferença no preço no mesmo período teve redução de 33,33%, passando de R$ 0,90 o litro para R$ 0,60. Entretanto, a expectativa a partir da segunda quinzena deste mês é de recuperação dos preços. Segundo Sueli Batista Correa Braz, do setor de compras de um supermercado da cidade, em dezembro do ano passado o litro de leite longa vida era vendido a R$ 1,55. A queda no preço do leite nos últimos sete meses se refletiu nos derivados. O quilo da mussarela passou de R$ 14,90 para R$ 10,99, e do queijo minas caiu de R$ 11,90 para R$ 10,90. A antecipação das chuvas, que favoreceu as pastagens e aumentou a produção e a oferta, agora pode contribuir também para a recuperação da queda de mais de 40% no preço do leite a partir da segunda quinzena. Segundo o presidente da Calu e coordenador da Câmara Setorial do Leite de Minas Gerais, Eduardo Dessimoni, o pico de produção aconteceu antes da hora e em um momento em que o capim cresce com menor valor nutritivo, o que a partir de agora deve provocar redução da produção. Somam-se a esse fator a venda de matrizes e a retirada de muitos produtores da atividade devido à crise. “Haverá escas sez do produto e a tendência é os preços subirem novamente. O cenário para 2010 é promissor”, afirmou. Já existe uma movimentação das empresas e redes de supermercado para formação de estoques. (Correio de Uberlândia)

Produção – O preço do leite ao produtor, que chegou este ano a R$ 0,90 no período de entressafra, está em torno de R$ 0,60 este mês. A queda foi consequência do aumento da produção e da oferta. Porém, a concorrência com grandes empresas e o aumento das importações de lácteos por preços baixos derrubaram as cotações em todo o mercado interno, desestimulando os produtores, que reclamam não conseguir equilibrar receita e despesas. É o caso do produtor André Luiz, que produz cerca de 700 litros por dia com o rebanho de 50 vacas. Segundo ele, o custo para a produção de leite não é menor que R$ 0,65. Com o que está sendo pago não é possível pagar a alimentação do gado, que consome cerca de 40% do valor recebido. Para dribla r a situação, o produtor teve que optar por não plantar o pasto e está cortando investimentos no alimento, adquirindo um de valor nutricional mais baixo, o que vai diminuir a produção. “Se o leite não estiver em torno de R$ 0,80 não compensa plantar”, afirmou. (Correio de Uberlândia)

Chile – A produção de leite no Chile caiu 12% este ano. Na região de Araucania a queda foi de 27% e os preços que as empresa pagam ainda não subiram o suficiente. Rodrigo Françoise, presidente da Associação dos Produtores de Leite de La Araucania (Aproleche), recomenda os produtores negociar os preços com as indústrias, antes de efetuarem a venda do leite. A Soprole não está mais sozinha na região. A fábrica da antiga Parmalat foi reativada e a Surlat anunciou melhoria de preços, dando opção aos produtores. Essa concorrência melhora as perspectivas nos próximos meses. Segundo Françoise, a estratégia de repassar imediatamente aos produtores a queda int ernacional dos preços das commodities, e a demora em elevá-los na recuperação está afetando estruturalmente o setor produtivo chileno. (Fedeleche)

Argentina – O Secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno, comunicou às indústrias lácteas que o subsídio de 0,20 pesos concedidos aos produtores de leite e que vence em dezembro, não será renovado para o ano que vem. O argumento de Moreno é de que os preços internacionais dos lácteos, especialmente os relativos ao leite em pó integral, permitem especialmente às indústrias exportadoras pagar aos produtores, 1,10 pesos por litro. (Infortambo)

 

Negócios

Sanidade – Goiás se prepara para aderir até fevereir o de 2010 ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). Com a medida, o controle das atividades de saúde, inspeção, fiscalização e vigilância de animais passa a ser desempenhado por um sistema único e padronizado pelos critérios do governo federal. O superintendente de Desenvolvimento Institucional da Secretaria de Agricultura, Luiz Becker Karst, destaca que a adesão confere mais segurança à qualidade dos alimentos para o consumidor. Segundo ele, o novo sistema também vai promover o desenvolvimento das pequenas agroindústrias que vão aprimorar seus produtos, além de possibilitar a ampliação de comercialização dos produtos de origem animal nos diversos segmentos da cadeia produtiva goiana. (Diário da Manhã)

 

Setoriais

Fertilizantes/RS – O consumo de fertilizantes no Estado deve somar 2,8 milhões de toneladas, volume considerado recorde. A projeção foi feita pelo presidente do Siargs, Torvaldo Marzolla Filho. (Correio do Povo/RS)

Soja – O terceiro levantamento da safra de grãos 2009/2010, divulgado nesta terça, dia 8, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostra que o aumento do plantio de soja no país deve ser a principal alavanca para o crescimento, estimado em 4% em relação ao ciclo anterior, atingindo 140,6 milhões de toneladas. O volume é 5,47 milhões de toneladas superior ao colhido em 2008/2009. Segundo a Conab, a opção de muitos produtores pela soja, substituindo o plantio de milho, pode ser explicada pelo menor custo de produção e maior resistência do grão à estiagem. Se a área plantada se mantiver e houver condições climáticas favoráveis nas regiões onde o plantio é maior, a colheita da oleaginosa pode ultrapassar em 12,9% à da safra passada, de 57,16 milhões de toneladas, atingindo 64,56 milhões de toneladas, um número recorde. (Agência Brasil)

Economia

IPC – A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), recuou de 0,29% em novembro para 0,20% na primeira leitura de dezembro. Divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o IPC ficou abaixo das projeções dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que esperavam uma taxa de 0,26% a 0,32%, com mediana de 0,28%. Dos sete grupos que compõem o IPC apresentaram alta Despesas Pessoais (de 0,44% a 0,47%) e Vestuário (de 0,35% para 0,66%). Desaceleraram os grupos Habitação (de 0,21% para 0,07%), Alimentação (de 0,30% para 0,17%), Transportes (de 0,35% para 0,17%) e Saúde (de 0,23% para 0,17%). O grupo Educação ficou estável em 0,09%. (Agência Estado)

PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 6,2% em 2010, ante uma expansão de 0,4% este ano. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o próximo ano deve mostrar bom nível de recuperação da economia com retomada rigorosa dos investimentos. Ele afirma estar animado com as perspectivas do País não só para 2010, mas para os próximos anos. (DCI)

IPC-S – Os preços no varejo em São Paulo mostrou inflação mais forte na primeira semana de dezembro, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) passou de 0,31% para 0,48% na capital paulista, entre a quarta quadrissemana de novembro e a primeira quadrissemana de dezembro. Ainda de acordo com a fundação, das sete capitais pesquisadas para cálculo do índice, seis apresentaram taxas de inflação mais intensas ou deflação mais fraca, no mesmo período. (Agência Estado )

Globalização e Mercosul

Meio ambiente – Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido elaboraram um documento, a ser apresentado no fim da cúpula de mudanças climáticas, em Copenhague, no qual defendem a exclusão de Brasil, Índia e China do grupo dos países em desenvolvimento nas negociações sobre meio ambiente. Isso significa que esses três países não só não teriam acesso a financiamento para o combate ao aquecimento global, como também seriam obrigados a obedecer metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2). (DCI)

Venezuela – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Senado brasileiro aprovará o ingresso da Venezuela no Mercosul, em sessão marcada para hoje. A afirmação foi feita durante discurso na reunião de cúpula do bloco econômico, que ocorre em Montevidéu. No Senado, porém, o projeto gera controvérsias e aguarda há mais de um mês para ser votado. Na semana passada, os líderes partidários assumiram compromisso de apreciar a matéria nesta quarta-feira, no entanto, segundo o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o acordo não trataria do mérito. A declaração de Lula provocou risos na mesa da cúpula por causa das várias vezes em que a votação da pauta foi adiada no Senado. (Diário da Manhã)

Apoio – A Finlândia foi o primeiro país a se comprometer com apoio financeiro ao programa de US$ 60 milhões que a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) planejou para combater a mudança climática nos países em desenvolvimento. O país europeu participará do projeto com um apoio de aproximadamente US$ 3,9 milhões durante os anos de 2010 e 2011. (EFE)

Uruguai – O PIB Agropecuário do Uruguai deverá totalizar US$ 3.110 milhões, de acord o com estimativas da Consultoria Deloitte, representando um crescimento de 1,6% em relação ao recorde de US$ 3.060 milhões alcançado em 2008. Foi uma correção importante em relação às projeções anteriores, devido ao melhor desempenho da economia, no segundo semestre, indicando que o pior já passou. O setor agropecuário teve uma boa recuperação, com expansão extraordinária tanto na pecuária de corte como na leiteira, propiciando um novo recorde do PIB Agropecuário, mesmo em um ano de crise. (Notícias Rurais)

Exportações – Segundo o boletim da Consultora Abeceb.com, nos últimos anos, o Brasil se tornou um competidor da Argentina em muitos produtos. Além do petróleo, e carne bovina, o Brasil vem se destacando na exportação de cobre, couros e produtos famacêuticos, setores antes dominados pela Argentina. Em 1998 o Brasil tinha maiores exportações que a Argentina em 94 artigos, em compensação a Arg entina registrava maiores vendas ao exterior em 81 produtos. Em 2009, a diferença de 13 se expandiu para 37 produtos, considerando as exportações realizadas nos primeiros dez meses do ano. O presidente da Fundación Export.Ar, Marcelo Elizondo, negou que exista uma concorrência direta, salvo em casos em que a demanda supera a oferta, como o complexo soja. Lembrou que nos últimos oito anos houve forte crescimento da demanda interna argentina impedindo crescimento das exportações, e que a Argentina conta com 14.000 empresas exportadoras e o Brasil com 25.000. (La Nación )

Desemprego – Os melhores resultados sobre o mercado de trabalho, em pesquisa realizada pela Manpower, abrangendo 71.000 empregadores em 35 países, foram observados no continente americano e na Ásia. A Europa permanecerá com os empregos em baixa no primeiro trimestre de 2010. Entre os países americanos em que existe grande otimism o na recuperação dos postos de trabalho, está o Brasil, com a expectativa de crescimento de 31% no primeiro trimestre do ano. Nos Estados Unidos o índice de crescimento foi zero, evitando-se a repetição dos números negativos. O Japão foi o país asiático onde a perspectiva é negativa, diferente da Índia que projeta crescimento de 36%. Taiwan e Singapura esperam aumento de 22%. Irlanda, Espanha, Romênia e Itália são os países europeus com as piores projeções, que deverão variar entre 8 e 11% negativos. O emprego também deverá continuar caindo na Bélgica e Holanda. (La Nación)

EUA: estoques de leite em pó desnatado estão reduzidos

Os estoques de leite em pó desnatado das indústrias dos Estados Unidos caíram para 40,9 mil toneladas em 31 de outubro, volume 46,7% inferior em relação ao ano anterior, e menos da metade do volume de 4 meses atrás, segundo relatório divulgado na última sexta-feira (04) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês). Este é o menor volume registrado em 2 anos e meio.

A produção de leite em pó desnatado em outubro foi de 46,1 mil toneladas, 26,6% abaixo em relação ao volume produzido no ano anterior, segundo dados do USDA.

Gráfico 1. Estoques de leite em pó desnatado nos EUA (mil toneladas).

Queijos

A produção total de queijos declinou em outubro, mas permaneceu ligeiramente acima em relação a 2008. A produção foi de 390,6 mil toneladas, 1,3% acima em relação ao ano anterior, segundo relatório do USDA.

A produção de queijos Cheddar foi de 118,4 mil toneladas (+2,2% sobre 2008), e a de mussarela ficou em 127 mil toneladas (+5,2%). Mas a produção das outras variedades de queijos foi 2,6% inferior em relação ao ano anterior, com 145,3 mil toneladas.

Em 31 de outubro, os estoques americanos de queijos eram de 262,9 mil toneladas, 17,9 mil toneladas (7,3%) acima do volume estocado no mesmo período do ano anterior, segundo dados do USDA.

Manteiga

A produção de manteiga continuou declinando, com a produção em outubro ficando em 50,8 mil toneladas, 14,3% inferior em relação ao volume produzido em 2008, de acordo com o USDA.

As informações são do CME Group (com dados do USDA),

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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