Notícias do dia 09.07.09

Importações – Veja as importações de lácteos em junho de 2009 comparadas com junho de 2008 e maio de 2009. Em seguida, as importações acumuladas de janeiro a junho de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008.

 

Leite – O leite longa vida (UHT ou pasteurizado) foi o maior vilão na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro semestre deste ano. No período acumulado dos seis primeiros meses de 2009, o produto registra uma alta de 28,88%, contribuindo sozinho com 0,29 ponto porcentual, a maior contribuição individual, para o IPCA acumulado de 2,57% de janeiro a junho deste ano. Apenas em junho, segundo o IBGE, os produtos alimentícios registraram alta de 0,70% no IPCA, ante avanço de 0,44% em maio. No mês passado, o leite pasteurizado subiu 12,1%. (O Jornal – AL)

Tanques Comunitários – Instrução Normativa Nº 22, DE 07 DE JULHO DE 2009, publicado no Diário Oficial da União de 08/07/2009 , Seção 1 , Página 8, Estabelece as normas técnicas para utilização de tanques comunitários visando à conservação da qualidade do leite cru, proveniente de diferentes propriedades rurais. (Ministério da Agricultura)

Preço – A alta no preço do leite nos últimos meses reflete uma queda na produção no País, por causa do recuo na demanda internacional pelo produto a partir do agravamento da crise no segundo semestre do ano passado. Além disso, reflete também a entressafra que ocorre a partir de maio, segundo o presidente da Comissão Nacional de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA.(A Tarde – BA)

Expoleite/PE – A 1ª Expoleite que acontece no município de Bodocó, a 639 quilômetros do Recife, será aberta hoje, indo até domingo próximo. A programação traz cursos sobre fabricação de queijos e bebidas lácteas, oficinas, palestras sobre sanidade animal, concurso leiteiro, desfile e exposição de animais e de produtos da terra. Bodocó tem tradição na produção de laticínios. “Somos a maior bacia leiteira do Araripe e uma das maiores do Estado, com produção de 100 mil litros de leite por dia, sendo a atividade que gera mais empregos no município”, afirma o secretário de agricultura de Bodocó, Paulo Romero. Ele acrescenta que a produção de leite movimenta R$ 2,5 milhões por mês. A Expoleite de Bodocó tem o apoio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), e deve movimentar cerca de R$ 800 mil com o comércio dos animais. (Nordeste Rural)

Argentina – Miguel Paulón, do Centro da Indústria Leiteira (CIL) afirmou que as exportações de lácteos para o Brasil continuam paradas desde a suspensão automática das licenças impostas pelo governo brasileiro. Segundo o dirigente, todos os requisitos impostos foram cumpridos, prestando todas as informações solicitadas, não tendo nenhum motivo para se manter o bloqueio da saída do leite em pó. Assim espera-se que em breve haja uma definição positiva. (Infortambo)

Uruguai – Parece que o leite converteu-se em motivo de litígio entre os países do MERCOSUL. Desde o início do ano os preços do leite no Brasil começaram a subir, entre outras razões por maior consumo, tornando-se um mercado muito atrativo. Mas a Argentina aumentou muito as vendas, levando os produtores brasileiros a protestarem, e o governo suspendeu as licenças automáticas para importações de leite do MERCOSUL. A medida vem causando prejuízos aos exportadores uruguaios, principalmente à Conaprole, que tem US$ 22 milhões de vendas para o Brasil, em suspenso. O Brasil representa 20% das exportações da Conaprole. O governo brasileiro acusa o Uruguai de triangulação, mas o Uruguai rebate, dizendo que a triangulação é feita pelo Brasil, que compra leite em pó do Uruguai, Argentina e Polônia, e exporta para a Venezuela a US$ 4.000, um preço bem mais alto que o do Uruguai. (La República)

Fonterra – A Fonterra foi forçada a rever para baixo, o pagamento aos seus cooperados no período 2009/10, principalmente pela valorização do dólar neozelandês, e a queda da demanda e dos preços das commodities lácteas no mercado mundial. O valor anunciado é inferior aos NZ$ 5,20/kg/MS do último ano, e substancialmente mais baixo do que o recorde de NZ$ 7,90/kg/MS pagos em 2007/08. Novas quedas nas previsões de pagamentos refletem sobre os produtores que investiram muito nos últimos anos. A desaceleração da cadeia láctea coloca em foco o alto grau de endividamento do setor. E os agricultores deverão enfrentar problemas no fluxo da caixa, com o pagamento de NZ$ 4,55/kgMS, nessa temporada. (Rural News)

UE – As atuais medidas de ajuda ao setor lácteo encerrarão em 31 de agosto, mas, a Comissão Européia (CE) recomendou estendê-las até fevereiro de 2010, e se a situação do mercado exigir, prorrogar até fevereiro de 2011. As medidas foram adotadas tentando estabilizar os preços no mercado de leite, que caíram dramaticamente nos últimos meses. As compras de intervenção são limitadas normalmente a 30.000 toneladas de manteiga e 109.000 toneladas de leite em pó. Mas a CE já superou em muito esses valores, e até agora já foram adquiridas 81.000 toneladas de manteiga e 203.000 toneladas de leite em pó. As compras de intervenção, junto com o armazenamento privado de manteiga e subsídios às exportações de lácteos, compõem os mecanismos de apoio ao setor leiteiro da União Européia. (Frisona)

Negócios

Laticínios/MG – A retração da economia não impactou o setor de laticínios no Estado. Apesar de algumas empresas terem registrado pequenas quedas no faturamento nos primeiros meses do ano, no geral, a indústria do leite e seus derivados conseguiu obter bons resultados no primeiro semestre. Além disso, os investimentos previstos para Minas, de cerca de R$ 150 milhões, foram mantidos, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais. (Diário do Comércio – MG)

Distribuição – A redução de produtos parece ser uma das principais medidas dos distribuidores para combater a crise. Segundo estimativas de analistas internacionais, os distribuidores devem reduzir em até 15% os produtos das lojas até 2010. A estratégia adotada pela espanhola Mercadona desde o final do ano passado chegou às terras do Tio Sam. A varejista de alimentos Kruger reduziu em 30% as linhas de cereais, a Walgreen anunciou corte em todos os produtos e o Wal-Mart seguiu o mesmo caminho, segundo o CanalDis. Na Espanha, a Mercadona foi a única marca que reconheceu a retirada de 800 produtos das prateleiras. (Hipersuper)

Setoriais

Debate – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, conclamou o setor produtivo rural a participar de forma mais ativa do debate sobre as propostas de alteração do Código Florestal. O assunto está tramitando no Congresso Nacional, com prazo até 11 de dezembro. “Está na hora de o setor rural participar das decisões”, afirmou a representantes do setor canavieiro reunidos no Ministério para debater problemas relacionados ao setor. (Diário da Manhã)

Milho – A safra mato-grossense de milho não chega a ser recorde, apesar de faltado muito pouco para essa conquista. Mas, a produtividade foi a maior da história, surpreendendo até mesmo os mais otimistas: 77 sacas por hectare, 10% acima da média registrada no ano passado, 70 sacas. Este desempenho garante a Mato Grosso – se não o maior – um dos melhores índices de produtividade do Brasil na safra 08/09. (Diário de Cuiabá)

Safra – O dinheiro para o plantio da próxima safra de verão está nos bancos. No Rio Grande do Sul, os agricultores resolveram não perder tempo e já começaram a apresentar os projetos. Atendendo a um pedido dos agricultores, desde a semana passada a maioria dos bancos já opera as linhas de crédito no Rio Grande do Sul. O plano de safra prevê cinco bilhões de reais para financiamentos destinados a médios produtores, aqueles com renda anual de até R$ 500 mil. (Globo Rural)

 

Economia

IGP – M – O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) declinou 0,23% na primeira leitura de julho, invertendo a direção tomada um mês antes, de alta de 0,29%. A queda nos preços no atacado e um abrandamento no ritmo de expansão dos custos da construção influenciaram no resultado. A pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada nesta manhã, mostrou que o IGP-M cedeu 1,47% no acumulado do ano e diminuiu 0,47% em 12 meses. Os produtos agropecuários baixaram 0,82%, seguindo acréscimo de 1,01% no começo de junho, e os produtos industriais declinaram 0,36%, contra recuo de 0,14%. (Valor Econômico)

INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) cresceu 0,42% em junho, após acréscimo de 0,60% um mês antes. No sexto mês de 2008, o indicador subiu 0,91%. No levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consta que o INPC avançou 2,75% no acumulado de janeiro a junho, menos do que o registrado em intervalo correspondente do calendário passado (4,26%). (Valor Econômico)

IOF – O deputado e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci (PT-SP) recomendou, que o governo abra mão da alíquota fixa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), hoje de 0,38%, criada no início de 2008, por decreto, como paliativo ao fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A sugestão faz parte de uma série de propostas contidas no relatório apresentado por ele à comissão especial criada pela Câmara para debater e ajudar a minorar os efeitos da crise mundial no sistema financeiro e no mercado de capitais brasileiros. (Valor Econômica)

 

Globalização e Mercosul

Cuba – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, iniciou ontem uma visita a Cuba acompanhado de 14 empresários brasileiros de diversos setores com o objetivo de impulsionar o comércio bilateral e explorar investimentos. O Governo federal acredita que os produtos com maior potencial de exportação a Cuba são combustíveis, derivados lácteos, carnes, tecnologia de comunicações, veículos e adubos. (Agência EFE)

FMI – O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou para 2,5% as previsões de crescimento da economia mundial em 2010. No entanto, segundo os cálculos atualizados da entidade, neste ano a economia mundial deverá sofrer uma retração de 1,4%. A melhora nas previsões para 2010 foram atribuídas a “sinais positivos” no sistema financeiro e ao enfraquecimento da recessão. O FMI destacou que, apesar das previsões positivas, a recessão não acabou e a recuperação econômica será lenta, já que o sistema financeiro ainda não voltou ao normal e as medidas de estímulo fiscal e monetário perderão fôlego de forma gradual. Além disso, as famílias passarão um período saneando suas contas, de modo que não se sentirão incentivadas a consumir. (Agência EFE)

G8 – O G-8, grupo das sete economias mais industrializadas e a Rússia, alertou ontem que a adoção de medidas de estímulo macroeconômico ainda é necessária, apesar dos sinais de que as iniciativas tomadas por seus membros já resultaram em reativação da atividade e recuperação da estabilidade. “Apesar de haver sinais de estabilização, inclusive de recuperação do mercado de ações, de declínio nas taxas de spread e de impulso nos negócios e na confiança dos consumidores, a situação continua incerta, e riscos significativos ainda pairam sobre a estabilidade econômica e financeira”, informa o item nº 7 da declaração final do G-8. (O Estado de SP)

Acordos/UE – Um acordo entre Brasil e a União Europeia estabeleceu normas para barreiras sanitárias e não tarifárias de exportação. Para evitar conflitos comerciais, foi criado um mecanismo de consulta bilateral sobre questões sanitárias e fitossanitárias. No ano passado, as exportações brasileiras de alimentos, bebidas, rações e tabaco para a UE alcançaram US$ 13,2 bilhões, quase US$ 1 bilhão a mais que em 2007. O governo brasileiro espera, com isso, a reação das exportações de carne bovina, reduzidas depois dos problemas com a reastreabilidade. (Canal Rural)

Comércio – O Brasil é um dos países mais fechados para o comércio exterior. A conclusão é de um estudo do Fórum Econômico Mundial. Para os analistas o Brasil ainda tem uma grau elevado de proteção comercial, especialmente nos produtos agrícolas. Entre os pontos negativos do país, estão: altas taxas alfandegárias, má qualidade de estradas e ineficiência do governo. Por outro lado, receberam avaliação positiva o sistema de embarque de mercadorias e o de telecomunicações. Com essa análise, o Brasil ficou na posição de número 87 do ranking de viabilidade comercial, atrás de países como Chile (19), Costa Rica (43) e México (74). Na comparação com os demais integrantes do Bric, o Brasil perde para China (49) e Índia (76), mas fica à frente da Rússia (109). O ranking é liderado por Cingapura, considerado o país mais aberto nas transações internacionais, seguido por Hong Kong, Suíça, Dinamarca e Suécia. (Canal Rural)

Protecionismo – O Fórum Econômico Mundial alertou que os pacotes contra a crise anunciados por vários governos podem aumentar o protecionismo, e lembrou que, com a crise, setores da economia que enfrentaram problemas receberam grandes subsídios. Entre os citados, está a indústria automobilística brasileira. Para o fórum, o cenário traz riscos para o comércio internacional. (Canal Rural)

China – A China irá crescer cerca de 8%, disse o Centro de Informação do Estado, subordinado à Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal agência de planejamento econômico chinesa. “A economia chinesa atingiu o fundo do poço e começou a se recuperar, mas isso não significa que a tendência de recuperação está assegurada”, disse o órgão em reportagem publicada pelo China Securities Journal. (Reuters)

IFCN: 10% do leite é produzido a menos de US$ 0,20/Kg

Na 10ª Conferência Internacional do Mercado Lácteo, realizada pelo IFCN (International Farm Comparison Network) durante os dias 14 a 17 de junho, em Tumba, Suécia, foram discutidos os principais pontos da cadeia láctea, assim como os efeito da crise financeira no setor.

Durante o evento, foram citados alguns pontos considerados fundamentais e estratégicos para entendimento do mercado e possíveis previsões. Uma das afirmações foi de que o setor lácteo certamente foi afetado pela crise financeira global, sendo que 150 milhões de famílias que atuam na produção de leite foram afetadas no mundo todo.

De acordo com os dados apresentados, o preço do leite no mercado mundial atingiu o nível de US$ 0,20 ou 0,15 euro por quilo. A análise de custos feita pelo IFCN indica que somente 10% da produção mundial de leite pode ser produzida a um custo de US$ 0,20/Kg, mostrando que esse baixo preço do leite não é sustentável, a menos que o mercado seja distorcido por políticas intervencionistas. Com isso, a política leiteira será o principal direcionador dos níveis futuros de preços mundialmente.

Entre os países que conseguem produzir leite a menos de US$ 0,20/Kg estão a Argentina, Paraguai, Ucrânia e Polônia. O Brasil encontra-se no grupo de países com custo entre US$ 0,21 e US$ 0,30/Kg, junto com Chile, Austrália, Nova Zelândia, Rússia e Índia (dados de 2007). Os Estados Unidos possuem custo de produção entre US$ 0,31 e US$ 0,40/Kg, igualmente à China, África do Sul e Espanha. Os custos nos países da Europa e no Canadá são os mais altos, entre US$ 0,41 e US$ 1,20/Kg.

Gráfico 1. Custo de produção dos maiores produtores mundiais, em 2007 (US$/100Kg).

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O IFCN tem acompanhado 600 laticínios, em mais de 70 países. Os 21 maiores laticínios representam apenas 21% da produção mundial de leite. Em primeiro lugar está a Fonterra, que processa 2,7% do leite mundial e está situada na Nova Zelândia. Ocupando da 2ª a 5ª posição, estão: DFA (Dairy Farmers of America), Nestlé, Dean Foods, FrieslandCampina.

Tabela 1. Principais laticínios do mundo, de acordo o volume processado.

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As análises dos laticínios, feita em 69 países, mostrou que a indústria processadora de leite, no mundo todo, é muito fragmentada. Existem 6 países nos quais o maior processador tem uma participação de mercado acima de 70%. Em outros 15 países, 3 dos principais processadores têm participação de mercado superior a 70%.

As informações são da IFCN (Press Release)

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