Notícias do dia 06.01.2010

Lácteos – A retração das exportações ajudou a derrubar o saldo comercial dos lácteos, mas a maior pressão veio do outro lado da balança. “O real forte provocou uma superimportação de produtos lácteos a preços muito baixos”, explica a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Aline Barrozo Ferro. Até novembro de 2009, 69,8 mil toneladas entraram no país, 81% mais que nos 11 primeiros meses do ano anterior, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com a queda do dólar e a redução dos preços internacionais, países onde os custos de produção são mais competitivos abocanharam fatia maior do comércio mundial, que encolhia por causa da crise. (Gazeta do Povo/PR)

Ranking – Quarto maior produtor mundial (atrás da Índia, China e Rússia), o Brasil produzi u 27,579 bilhões de litros de leite em 2008, 5,5% mais que em 2007. O Paraná, com 2,83 bilhões (+4,7%), é o quarto produtor, atrás de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Quatro entre os vinte municípios que mais produzem leite no país estão no Paraná. Juntos, Castro, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Carambeí, produziram no ano passado 399,4 milhões de litros, o equivalente a 14% da produção paranaense e 1% da brasileira. Os números são da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). O Paraná se destaca não pelo tamanho do rebanho (1,3 milhão de cabeças, 6% do total nacional), mas pela produtividade, 77% superior ä média brasileira. (Gazeta do Povo/PR)

Preços/PR – A queda no preço do litro de leite está desanimando produtores de leite da região de Campo Mourão. Armin Tierling, que produz uma média de 120 litros de leite por dia, gostaria de interromper a produção, mas “hoje não ten ho para quem vender as 16 vacas”, reclama. Já o produtor José Fernando Alves Henriques acredita que o câmbio descontrolado e a produção estável dos Estados Unidos e Europa são ingredientes que contribuem para as indústrias processadoras baixar, sem critérios, os preços do litro de leite no verão. Segundo ele, enquanto na Europa a margem das empresas processadoras é de 70%, no Brasil oscila entre 120% e 150%. “É fora dos padrões internacionais. Aqui, as indústrias pagam ao produtor R$ 0,61 o litro, e o mercado vende o mesmo produto a R$ 1,40 ou R$ 1,50 o litro. Em Portugal, o governo além de subsidiar toda a produção leiteira também auxilia na exportação”, diz. Henriques, que produz em média 1.150 litros de leite por dia, conta que tem tido um lucro de apenas R$ 0,05 por litro. (Gazeta do Povo/PR)

Produção/BA – Elevar os níveis de produção e produtividade do rebanho leiteiro da Bahia, com ênfase na agricultura familiar é a meta da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por intermédio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (Ebda), que vem construindo, com os agricultores familiares baianos, inseridos na cadeia produtiva do leite, estratégias para validação de tecnologias de baixo custo e eficiência comprovada. O secretário estadual da Agricultura, Roberto Muniz, analisa que a produção do leite precisa ser competitiva, com resultados satisfatórios para os produtores, colocando no mercado produtos de qualidade e com sanidade. Segundo ele, esses são alguns dos objetivos da Câmara Setorial do Leite, criada recentemente. Apesar de ter o terceiro rebanho leiteiro do país, a Bahia ocupa a sétima posição na produção de leite e o 23º em produção de leite por vaca ordenhada, com 546 kg de leite/vaca/ano. (Notícias da Bahia)

Fonterra – O preço médio do leite em pó integral obtido para todos os contratos e períodos, no leilão eletrô nico da Fonterra realizado ontem foi de US$ 3.309 a tonelada. É US$ 251 menos que o valor obtido em dezembro, e as cotações variaram entre US$ 3.230 e US$ 3.555. O gerente da GlobalDairyTrade, Paul Grave, disse que isso representa uma acomodação nos preços, depois de cinco rodadas com aumentos que totalizaram 95%. “É um sinal de que os mercados estão mais equilibrados. O resultado está dentro da oscilação esperada para o momento atual”, declarou Paul Grave. Já o butter oil atingiu US$ 4.539 a tonelada, subindo US$ 190 em relação ao leilão de dezembro, um aumento de 4%. (Fonterra – Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

 

 

 

Negócios

Danone – A Danone está com vários produtos novos para o verão. Na linha Activia, há três novidades: o Suco, o Frozen e o sabor Uva Verde. A empresa inovou no Danoninho Ice, incluindo o sabor Creme com o tradicional Morango. Entre os outros produtos estão a água mineral natural Bonafont, o Corpus Sabor Salada de Frutas e o DanUp Açaí com Guaraná. (Brasil Alimentos)

Produção/SC – O Banco do Brasil (BB) anunciou a liberação de R$ 350 mil para os produtores de leite interessados em comprar novilhas durante a Feira da Melancia 2010, de 8 a 10 de janeiro, em São Miguel do Oeste (SC). O pagamento pode ser efetuado em até oito anos, com juros de 6,75% ao ano. O banco manterá um funcionário para receber propostas e tirar dúvidas dos inter essados. Os negócios podem ser concretizados de produtor para produtor. Segundo dados da Epagri, o crescimento da bacia leiteira da região é de 14% ao ano. O coordenador da feira avalia que a produção de leite é atualmente uma das principais atividades dos agricultores. “A feira é uma oportunidade de adquirir animais de qualidade, com um preço bom e juros baixos, incrementando a produção de leite e melhorando a renda do produtor”. (Rádio 103 FM/SC)

Supercooperativa – As centrais de cooperativas Itambé (MG), Centroleite (GO), Confepar (PR) e as também mineiras Cemil e Minas Leite negociam a união de suas operações, podendo criar a maior cooperativa de leite da América Latina. Juntas terão uma captação de pouco mais de 7 milhões de litros de leite/dia, bem acima dos 5,2 milhões de litros captados pela DPA (Dairy Partners Americas), joint venture entre Nestlé e a Fonterra, e dos 4,5 milhões de litros captados pela Perdigão. Receberá l eite de aproximadamente 40 mil produtores. As negociações começaram em agosto. Uma empresa faz a avaliação dos ativos das cinco cooperativas para definir a participação no resultado da união. A Itambé é a maior delas, com cinco unidades. A Confepar tem duas fábricas e a Cemil, uma unidade. Minas Leite e Centroleite não têm indústrias e apenas captam e revendem. Os modelos que as cooperativas brasileiras perseguem são o da Fonterra, da DFA e da escandinava Arla Foods. (Valor Econômico)

Cooperativismo – A Fonterra é uma das seis maiores empresas de lácteos do mundo em receita – estimada em US$ 8 bilhões anuais – e é responsável por mais de um terço do comércio internacional de lácteos. Tem 11 mil cooperados e processa mais de 14 bilhões de litros de leite/ano. Foi criada em 2001, resultado da fusão entre a New Zealand Dairy Board, New Zealand Dairy Group e Kiwi Co-operative Dairies. Já a DFA nasceu em 1998, após a fusão de quatro co operativas americanas: a Associated Milk Producers, Inc., a Mid-America Dairymen, Inc., a Milk Marketing, Inc. e a Western Dairymen Cooperative. Tem 18 mil cooperados e processa 30 bilhões de litros de leite/ano. Em 2008, suas vendas líquidas somaram US$ 11,7 bilhões. Outro exemplo é a Arla, resultado da fusão de centenárias cooperativas dinamarquesas e suecas. Com atuação internacional, a Arla tinha, em 2007, 8.522 cooperados, captação de 8,5 bilhões de quilos de leite e receita de US$ 9,2 bilhões. (Valor Econômico)

Concentração – Desde 2007, a Perdigão – agora Brasil Foods depois da união com a Sadia – vem investindo em aquisições. Comprou a Eleva (de lácteos e carnes) em 2007 e a mineira Cotochés no ano passado. Também a gaúcha Bom Gosto, com o apoio do BNDES, fez sete aquisições desde 2007, com investimentos de R$ 232 milhões. A captação de leite atual da Bom Gosto é de 4 milhões de litros/dia e o faturamento este ano deve fica r em R$ 1,6 bilhão, informou a empresa em recente entrevista ao Valor. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Preços – O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista subiu 1,21% na terceira quadrissemana de dezembro, segundo o IEA – Instituto de Economia Agrícola – da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O índice de preços dos produtos de origem vegetal aumentou 1,61%, enquanto para os produtos de origem animal houve variação positiva de 0,22%. As altas mais relevantes ocorreram nos preços da laranja para indústria (21,33%), carne de frango (10,53%), laranja para mesa (10,14%), ovos (7,44%), café (6,35%) e algodão (4,60%). As quedas mais expressivas foram verificadas nos preços da batata (40,21%), da banana nanica (35,39%), do tom ate para mesa (24,93%), do feijão (15,37%), do amendoim (10,01%), do leite tipo B (7,67%) e do trigo (6,44%). (Globo Rural)

Plano Safra – O ministro da Agricultura e Pecuária, Reinhold Stephanes, quer antecipar o Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, para maio – os dois últimos planos foram lançados no final de junho e no início de julho de 2008 e 2009. Ele promete ainda melhores condições de juros e seguro aos produtores. O plano vai tentar também evitar o drama dos produtores rurais que só conseguem financiamentos com atraso e, com isso, têm um custo maior de produção. A burocracia é apontada como problema para a execução de programas como o de recuperação de pastagens. “Devemos criar políticas de incentivo para alguns programas em função dos compromissos assumidos para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa”, acrescentou o ministro. (Gazeta do Povo/PR)

Soja/PR – Os Produtores p aranaenses estão otimistas em relação à safra de soja. O Paraná espera colher 32 milhões de toneladas nesta temporada, volume 6 milhões acima do resultado de 2008. (Folha de Londrina)

Máquinas – As indústrias de máquinas agrícolas não viveram os melhores dias de sua história em 2009. Os dois principais mercados da América do Sul -Brasil e Argentina- patinaram e registraram vendas inferiores às previstas. Os dados referentes ao Brasil até que registraram altas quando se trata de tratores. O desastre maior foi na Argentina. As vendas recuaram 56,9% inferiores. Quando se trata de colheitadeiras, tanto os produtores brasileiros como os argentinos pisaram no freio. Crédito curto e câmbio desfavorável fizeram com que as vendas recuassem 14,4% no Brasil. Seca e intervenções do governo deixaram os produtores argentinos ainda mais sem renda do que os brasileiros. O resultado foi a queda de 76,6% nas vendas de colheitadeiras. (Folha de SP)

Commodities – A escalada dos preços das commodities, atenuada pela crise em 2009, voltará em 2010, analisa o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto. “Passada essa instabilidade, causas fundamentais que faziam a diferença em 2008 voltarão a influenciar os preços agrícolas.”. Ele refere-se às mudanças climáticas e aos programas de fomento ao uso de produtos agrícolas para biocombustíveis, além do aumento do consumo nos países emergentes e principalmente na Ásia, por conta do crescimento de renda e migração da população rural. “A China está sendo o grande motor do crescimento da demanda e dos preços agrícolas no mundo e esse processo continuará”, sustenta. (Gazeta do Povo/PR)

Economia

Indústria – A produção industrial no Brasil caiu 0,2% em novembro ante outubro de 2009, na série com ajuste sazonal, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com novembro de 2008, a produção da indústria avançou 5,1%. Com o resultado, a produção da indústria interrompe uma sequência de quedas consecutivas ante igual mês de ano anterior, iniciada em novembro de 2008, quando se agravaram os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2009, a produção industrial registra queda de 9,3% e, nos 12 meses até novembro do ano passado, a queda acumulada é de 9,7%. (Agência Estado)

IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo oscilou pouco entre a terceira pesquisa de dezembro e o levantamento final do período. O indicador medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) foi de 0,17% para 0,18% e contrastou com a inflação de 0,29% apurada em novembro. Alimentação registrou queda mais acentuada, indo de uma baixa de 0,17% para um recuo de 0,24% entre o penúltimo e último estudo do mês passado. As demais classes de despesa ficaram no terreno positivo no fechamento de dezembro. (Valor Online)

Merenda/BA – A partir deste mês, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) fará cumprir a lei que determina que 30% da merenda escolar das escolas públicas estaduais sejam de alimentos provenientes da agricultura familiar. O objetivo é incentivar a produção dos agricultores familiares e contemplar os estudantes com um cardápio diversificado e mais saudável. A previsão da SEC é que sejam gerados para os agricultores familiares cerca de R$ 16 milhões durante o ano e que 1,2 milhão de alunos das escolas regulares, quilombolas, indígenas e de tempo integral seja beneficiado. Alface, batata, beterraba, couve, farinha de milho, leite, mandioca, repolho e frutas são alguns dos no vos ingredientes, em substituição ao cardápio atual, que conta com 30% de alimentos derivados do leite e 70% de carnes, ovos, arroz, feijão. (A Tarde On Line)

IPC-C1 – A inflação para as famílias que ganham até dois salários mínimos e meio subiu 0,16% em dezembro na comparação com o mês anterior. Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumulou no ano elevação de 3,69%. De acordo com o documento da FGV, o resultado de dezembro reflete a queda nos preços dos alimentos, que passaram de alta de 0,40% para deflação de 0,16%. As principais contribuições partiram de hortaliças e legumes (de 6,81% para -2,28%) e de frutas (de 2,57% para 1,29%). Por outro lado, registraram acréscimos nas taxas de variação os seguintes grupos: vestuário (de 0,98% para 2,17%); saúde e cuidados pessoais (de -0,44% para 0,18%); despesas diversas (de -0,04% para 0,36%); habitação (de 0 ,18% para 0,25%); e educação, leitura e recreação (de 0,05% para 0,08%). Já os transportes mantiveram a mesma taxa no período, de 0,01%. (Correio Braziliense)

 

Globalização e Mercosul

Soja – As perspectivas do mercado para a demanda chinesa por soja em 2010 são positivas, mas a concorrência com a safra norte-americana e o crescimento da ferrugem asiática ameaça o Brasil, que corre contra o tempo para não perder a janela de oportunidade. O apetite chinês irá continuar em 2010. A expectativa é que o país asiático – o maior importador mundial do grão – adquira 12 milhões de toneladas de soja apenas nos três primeiros meses do ano, superando em 1,85 milhão de toneladas o volume adquirido no primeiro trimestre de 2009. (DCI)

Protestos /AR – Os produtores rurais da Argentina analisam a retomada dos protestos contra a falta de resposta do governo de Cristina Kirchner às reivindicações do setor. A Comissão de Enlace, formada pelos presidentes das quatro mais importantes entidades agropecuárias do país, vai discutir o pedido da Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (Carbap) e da Federação Agrária de Entre Rios. As duas entidades querem endurecer a posição dos produtores diante da ausência de medidas concretas para resolver os problemas do setor. Alguns líderes já falam em começar 2010 com um locaute. (Agência Estado)

Fusões/Aquisições – O número e o valor das transações realizadas mundialmente em 2009 caíram 27% em relação a 2008, segundo análise da consultoria americana Mergermarket. Apesar de “não ter sido um bom ano” para fusões e aquisições, “o movimento no fim do ano, contudo, mostrou sinais de que a recessão está chegando ao fim e que os negócios começam a se recuperar”, afirma a empresa. O quarto trimestre de 2009 foi o melhor em termos de valores desde o terceiro trimestre de 2008. Com 2,523 mil negócios anunciados, no valor de US$ 626,8 bilhões, o quarto trimestre apresentou um aumento de 35% em relação a igual período de 2008. O quarto trimestre foi o maior da história em valores para os negócios na Ásia, que totalizaram US$ 177,1 bilhões, 26% acima do recorde de US$ 141 bilhões alcançado no quarto trimestre de 2006. (DCI)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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