Notícias dia 08.06.09

Leite/SC – O decreto 2091/09, que desde 11 de fevereiro retirou o incentivo fiscal para o leite in natura que sai de Santa Catarina, está gerando polêmica na classe produtora, pois atingiu alguns estabelecimentos que, por não terem estrutura para comercializar o leite de forma industrializada (longa vida, em pó, queijo), continuam vendendo o produto fresco e pagando ICMS sobre ele. O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Nelton Rogério de Souza, salienta que a entidade não é contra o incentivo às indústrias. No entanto, não concorda com medidas de ICMS que trazem prejuízos aos produtores. Segundo ele, no momento, o decreto não trará grandes impactos porque a produção de leite reduziu 35% no Estado e 50% na região oeste (maior região produtora), em razão da estiagem. “Mas por volta do mês de agosto, quando a produção estiver recuperada, a tendência é sobrar leite e o preço cair, o que trará grandes impactos negativos aos produtores”, destaca. (Canal Rural)

Preço – Pressionado especialmente pela entressafra, o leite disparou e já subiu 20,20% de janeiro a maio, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). É a maior alta para tal período do ano desde 1996 (21,39%). Em maio, a alta foi de 10,36%, de acordo com dados do IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor), pesquisado em sete capitais e que capta o custo de vida de famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos. Para os de renda mais baixa, o produto também subiu. No IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1), que mede a inflação das famílias de 1 a 2,5 salários mínimos, o leite aumentou 9,58%. No ano, 20,78%. O aumento do leite minimizou o efeito da queda dos preços dos outros alimentos e sustentou, ao lado do reajuste de tarifas, a inflação de maio do IPC-C1. (Folha de SP)

Entressafra – Para André Braz, economista da FGV, o leite sobe especialmente na esteira da entressafra e do frio mais intenso. É que o frio e a estiagem secam os pastos. Sem o tradicional capim disponível, os pecuaristas têm de recorrer a rações à base de grãos, mais caras. O gasto adicional é repassado para o preço do leite, cujo litro do tipo longa vida chega a custar atualmente quase R$ 3 nos supermercados da zona sul do Rio. No começo do ano, saía cerca de R$ 2. (Folha de SP)

Indústria/França – Os industriais franceses, através da Federação Nacional das Indústrias de Laticínios (FNIL), divulgaram comunicado dizendo que os preços do acordo firmado estão longe da realidade econômica. O acordo colocou fim ao conflito, que era extremamente prejudicial para o setor. Mas sob pressão do governo, o preço entre 26 e 28 centavos de euros por litro, mesmo estando abaixo do valor solicitado pelos produtores, está muito longe da realidade econômica que a indústria de laticínios francesa encontra na Europa e no mundo. O comunicado diz que a França estará pagando pelo menos 20% a mais que seus principais concorrentes. Mas, os produtores, por seu lado, que queriam 30 centavos pelo litro, e que aceitaram até 29 centavos, não estão satisfeitos, e continuam mobilizados. (Agrisalon)

Protestos/França – O acesso à prefeitura e o poder Legislativo de Loire (França) foram bloqueados por cerca de 50 produtores de leite e 7 tratores, para protestar contra o preço do leite. Eles não estão de acordo com o resultado das negociações da semana passada sobre o preço do leite, e pedem a reabertura do diálogo, para tentar novos preços. (Le Figaro)

Negócios

Nestlé – Produtores devem adiar gastos por falta de financiamento e proteção contra queda de preços, disse o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita. Preços de milho e soja também devem subir. As cotações de commodities agrícolas estão subindo 8,6% neste ano, após o enxugamento do crédito. “Se os produtores não enxergam um cenário favorável, eles não vão investir”, disse Zurita, que está há 8 anos no comando da Nestlé no Brasil. “Enquanto isso, as pessoas continuam comendo”, diz o executivo. A demanda por comida deve crescer ainda mais rapidamente quando o crescimento econômico for retomado, e os produtores demorarão mais para aumentar a produção, disse Zurita. “Existe uma demanda reprimida. Você nunca sabe quando os mercados vão reagir.” (Valor Econômico)

Etiquetas – Está em análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4835/09, do deputado Valtenir Pereira (PSB-MT), que obriga os supermercados a fixarem nas gôndolas de produtos vendidos por litro, metro ou quilo etiquetas com o valor total e o valor por unidade de medida. O objetivo é permitir que o consumidor compare preços entre produtos com base na quantidade oferecida. Caso a proposta seja aprovada e vire lei, os supermercados terão 120 dias para se adaptar à nova regra. (Agência Câmara)

Carrefour – O diretor do Carrefour, Lars Olofsson, revelou que “as redes de distribuição estão sendo obrigadas a selecionar para atender as alterações do mercado. Só as marcas mais fortes ficam nas gôndolas dos supermercados”. Olofsson, durante o Congresso Europeu ECR, realizado recentemente em Barcelona, propôs mudança de paradigmas nas relações entre distribuidores e fabricantes. Segundo ele, a velha regra de “comprar melhor para vender melhor” já não é válida. Agora é “vender mais para comprar mais”. “Temos que trabalhar ombro a ombro com as marcas para estabelecer um rol de produtos que satisfaça as necessidades dos clientes e aumente o faturamento”. (Hipersuper)

Setoriais

Safra – A safra brasileira de grãos deve somar 135 milhões de toneladas, 7,5% menor que a de 2008, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas foi de 146 milhões de toneladas. O IBGE prevê área plantada maior para duas das três principais culturas: soja (alta de 2,1%) e arroz (1,9%). A terceira principal cultura, o milho, deve ter área plantada 3,7% menor do que em 2008, reflexo dos baixos preços na época do plantio e do estoque no final de 2008. Quanto à produção, a entidade prevê alta apenas para o arroz (5,8%), e baixas na produção de soja (4,5%) e milho (13,8%). A previsão é de que a produção caia em todas as regiões, mas a maior queda deve ser na região Sul, onde a produção deve recuar 11,9%. (G1)

Grãos/AR – O terceiro exportador mundial de soja e o primeiro produtor mundial de seus derivados, que viu a produção ser afetada pela grave seca, agora vê o final de sua colheita ser prejudicada pelas chuvas. Com 98% da área plantada colhida, a Bolsa de Cereais de Buenos calcula uma produção de 32 milhões de toneladas, bem abaixo das 46,2 milhões colhidas na safra anterior. A Argentina, segunda exportadora mundial de milho, também teve uma importante queda de produção de milho decorrente da seca histórica. A seca também afetou a colheita do milho. Com 91% do milho colhido, a Bolsa de Cereais de Buenos calcula uma produção de 12,7 milhões de toneladas, bem abaixo das 21 milhões de toneladas da campanha anterior. (Ambito.com)

Economia

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,43% na primeira prévia de junho, medida até domingo, após avançar 0,39% na leitura anterior do índice, apurada até 31 de maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a fundação, dos sete grupos componentes do índice, quatro apresentaram taxas de inflação mais intensas, ou de deflação mais fraca, na passagem do dado fechado de maio do IPC-S para a primeira leitura de junho do indicador. O fim da queda nos preços dos alimentos no varejo, de -0,30% para 0,04%, impulsionou a aceleração na taxa do IPC-S no período. Segundo a FGV, os preços dessa classe de despesa foram os que mais influenciaram no avanço do índice. No grupo, foram registradas quedas mais fracas e taxas de inflação mais fortes em frutas (de -8,34% para -7,21%), laticínios (de 4,5% para 5 27%) e aves e ovos (de -1,97% para -0,18%). (Agência Estado)

IGP-DI – O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,18% em maio, após avançar 0,04% em abril, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços por Atacado – Disponibilidade Interna (IPA-DI) teve queda de 0,10% no mês passado, deflação idêntica à registrada pelo índice em abril. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI) apresentou taxa positiva de 0,39% em maio, após registrar aumento de 0,47% em abril. Já o Índice Nacional de Custos da Construção – Disponibilidade Interna (INCC-DI) teve alta de 1,39% em maio, ante taxa negativa de 0,04% em abril. (Agência Estado)

ICMS – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, ambos do PSDB, assinaram acordos de substituição tributária envolvendo 14 setores e 475 produtos. Na prática, os protocolos permitem que a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja feita na origem de produção e não mais no varejo. Os segmentos que passarão a ter tratamento tributário por meio da substituição serão o farmacêutico, limpeza, colchoaria, papelaria, cosméticos, construção, alimentícios, brinquedos, bicicletas, ferramentas, instrumentos musicais, máquinas e aparelhos mecânicos, materiais elétricos e eletroeletrônicos. (Agência Estado)

Selic – Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia a taxa que vai vigorar pelos próximos 45 dias. O BC iniciou o ciclo de queda na taxa básica de juros em janeiro, com um corte de um ponto, de 13,75% para 12,75% ao ano. Na reunião seguinte, em março, ampliou a queda para 1,5 ponto percentual, e voltou a cortar a Selic em um ponto em abril. Na última reunião do Copom, a taxa baixou para 10,25% ao ano, o menor nível desde dezembro de 1997. Nesta semana, se a expectativa da Integral Trust, de um novo corte de um ponto percentual, for confirmada, a taxa básica de juros vai ficar em 9,25% ao ano. A Selic de um dígito para este mês já é esperada também por boa parte dos analistas de mercado. Um indicador importante que vai ser divulgado nesta terça e pode influenciar a decisão sobre os juros é o PIB brasileiro do primeiro trimestre. O próprio governo já admitiu resultado negativo no período. A dúvida dos analistas está relacionada ao tamanho da queda. O que tem chamado a atenção dos economistas é a desvalorização do dólar. O governo já descartou mudanças no atual regime cambial, mas a utilização da taxa Selic para interferir no câmbio ainda divide opiniões. (Canal Rural)

 

Globalização e Mercosul

Protecionismo – O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, pediu que os países resistam às tendências protecionistas e disse que está havendo um “bom progresso” em direção ao relançamento da Rodada Doha de livre comércio. Falando em Bali, Indonésia, onde ministros de 19 países exportadores de produtos agrícolas, incluindo o Grupo de Cairns, estão reunidos num esforço para estimular o comércio global, Lamy disse que os governos buscam um acordo para fornecer a “energia política necessária” ao reinício da Rodada Doha. Além de pedir o reinício da Rodada Doha, o grupo de ministros reunidos em Bali condenou os crescentes sinais de protecionismo, incluindo a nova guerra comercial entre os EUA e a União Europeia acerca dos subsídios à exportação de laticínios. Os parceiros comerciais dos EUA também resistem ao plano “Buy American”, incluído na legislação de estímulo econômico dos EUA, e que exige que os projetos financiados com dinheiro dos pacotes de estímulo usem apenas ferro, aço e produtos manufaturados nos EUA. (Agência Estado)

Aquisição – A Nestlé SA está à procura de empresas para comprar e expandir-se na Rússia, informou Paul Bulcke, CEO da maior empresa de alimentos do mundo, segundo a Bloomberg. (Valor Econômico)

Consumo/UE – Recente estudo da empresa IGD, analista do mercado varejista, revela que três quartos dos consumidores que alteraram os hábitos de consumo devido à recessão, manterão os novos hábitos no futuro. Joanne Denny-Finch, diretora da IGD, diz que “os consumidores aprenderam que valorizando cada centavo gasto, compram mais e desperdiçam menos”. “Todos, varejistas e indústrias, procuram oferecer melhores preços. Os mais eficientes estão tendo retorno”. 44% dos consumidores são fiéis às marcas líderes, em decorrência do “sabor e qualidade”. Mas, os investimentos na qualidade e variedade das marcas dos distribuidores estão dando frutos. O estudo revela que 66% dos consumidores observaram melhoria qualitativa nas marcas próprias nos últimos dois anos, e visitam cada vez mais os supermercados de hard discount (com destaque para o Aldi, Lidl e Netto). Mas, destaca que 23% deles preferem as lojas próximas à residência ou local de trabalho. (Hipersuper)

Indústria/UE – O estudo revela também que as 120 indústrias de alimentos e bebidas consultadas estão respondendo de forma rápida às alterações dos hábitos de consumo. 47% delas dão ênfase ao preço e à publicidade e propaganda. 47% promovem a marca. 43% aumentam as promoções. E, 42% revelaram que mudaram as embalagens, para atender as novas tendências de consumo. Joanne Denny-Finch concluiu que “quase um terço (31%) dos consumidores ainda são obrigados a alterarem os respectivos hábitos de compras caso a conjuntura piore. Por isso, ainda há espaço para mais transformações e alterações no futuro”. (Hipersuper)

Produção/Espanha – A campanha 2009/2010 inicia com queda de 0,7%, na produção de leite, em relação ao início da safra passada, que começou com um aumento de 1% em relação a 2007/2008. De acordo com as projeções, esta safra deverá ser menor que a anterior, em decorrência dos baixos preços pagos aos produtores. (Frisona)

ARG: preço de exportação do leite em pó sobe em maio

Em maio passado, a Argentina exportou 15.065 toneladas de leite em pó integral a granel, contra 13.737 toneladas em abril, por um valor médio de US$ 2.228 por tonelada, um preço 4,5% superior ao registrado no mês anterior (US$ 2.132/tonelada).

O preço máximo declarado em maio passado foi de US$ 2.336 por tonelada, correspondente às vendas da Nestlé Argentina de 1.000 toneladas em sacos de 25 quilos ao Brasil. No entanto, o preço mínimo declarado no mês passado foi de US$ 1.800 por tonelada, de um lote de 5 toneladas da marca Pura enviado aos Emirados Árabes Unidos.

Os principais destinos declarados em maio de 2009 foram Venezuela, com 41% do volume total; Brasil, com 15,3%; Senegal, com 12,3%; e Argélia, com 6,3%.

Entre os meses de janeiro e agosto de 2008, os preços médios mensais de exportação de leite em pó integral a granel foram sempre superiores a US$ 4.000 por tonelada (com um pico de US$ 4.442 por tonelada FOB em abril). Porém, a partir de setembro de 2008, esses preços caíram para menos de US$ 3.500 por tonelada e, desde então, não pararam de cair até janeiro de 2009, quando chegaram a um mínimo de US$ 1.984 por tonelada. Desde então, se recuperaram lenta e progressivamente.

A reportagem é do Infocampo

Associação das Pequenas e
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