Notícias 31.03.09

Qualidade  – Produtores e consumidores vão ganhar um aliado para monitorar a qualidade do leite, dentro de no máximo três anos. Pesquisadores da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), em parceria com a empresa Biotécnica Indústria e Comércio, vão desenvolver um kit para monitoramento da qualidade do leite, mais simples e rápido do que os procedimentos tradicionais. Além de atender indústrias, transportadoras e estabelecimentos comerciais, a novidade permitirá também que o próprio consumidor verifique se o leite realmente tem qualidade sanitária e nutricional recomendada, ou a se prevenir contra alterações, já que será de fácil manuseio. A iniciativa foi aprovada pelo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe). O programa vai liberar recursos de cerca de R$ 490 mil para que a Biotécnica possa desenvolver o kit. Para que possa ser validado como um instrumento eficiente de análise, o Cetec fará a validação do kit por comparação com os procedimentos usados convencionalmente em laboratórios de análise de alimentos. A duração do projeto será de dois anos para desenvolvimento e validação do kit, que deverá estar pronto para ser comercializado no ano seguinte ao final do projeto, após registro no Ministério da Agricultura e no Ministério da Saúde (Anvisa), e com o registro de patente em andamento. De acordo com a pesquisadora do Setor de Biotecnologia e Tecnologia Química, Christiane Contigli, um dos focos de interesse do Cetec na área de qualidade de produtos alimentícios é relacionado à qualidade do leite e dos laticínios e, ao apresentar a demanda à Biotécnica, os pesquisadores da empresa tiveram a idéia de fazer um kit de análise que atenderia esse interesse. Christiane explica que a água oxigenada, por exemplo, é usada para matar ou impedir o crescimento de microrganismos, sendo tóxica quando em grande concentração. Apesar de se degradar depois de algum tempo, acaba diluindo os nutrientes presentes no leite. Já a soda cáustica é uma das bases que podem ser usadas para controlar a acidez do leite e evitar que ele talhe. Essa acidez resulta do crescimento microbiano. “Essas duas alterações são usadas para mascarar possíveis contaminações microbiológicas, decorrentes da manipulação do leite em condições de higiene inadequadas.” Ela lembra que, atualmente, não existe nenhuma forma de o próprio consumidor verificar se o leite realmente tem a qualidade sanitária e nutricional recomendada ou se prevenir contra alterações. (Estado de Minas)

Leite Instável – Nos dias 23 e 24 de abril, acontecerá a I Conferência Internacional sobre Leite Instável, realizada pela Embrapa Clima Temperado e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com apoio do CNPq. O evento deve reunir aproximadamente 200 pessoas, na Sede da Embrapa Clima Temperado, entre representantes de institutos de pesquisa e de ensino que desenvolvem projetos sobre o leite instável em diversos países da América Latina. O objetivo do evento é abordar e propor soluções para um entrave ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no país, o LINA (Leite Instável Não Ácido) que é o leite que apresenta precipitação ao teste do álcool, sem acidez elevada. Esse problema resulta em descarte de matéria prima, perdas no rendimento industrial e na qualidade dos derivados lácteos e competitividade desses produtos no mercado mundial.O Lina pode ser utilizado para a fabricação de produtos derivados do leite, tais como: queijo, iogurte, requeijão, dentre outros. A pesquisadora da Unidade e coordenadora do evento, Maria Edi Rocha Ribeiro apresentará aos participantes a palestra “Avanços nas pesquisas do Leite Instável Não Ácido no Brasil”, que abordará o histórico das pesquisas com o Lina na Embrapa. Ela, que vem desenvolvendo o trabalho de pesquisa nessa área desde 2002, diz que ainda existe muita confusão no “teste do álcool”, já que ele acusa uma acidez que, na verdade, pode ser apenas uma instabilidade na proteína do leite. (Embrapa)

Laep – A Laep, controladora da Parmalat, informou hoje, por meio de fato relevante, que vai adiar a publicação do seu balanço referente a 2008 por conta da reestruturação da dívida anunciada na semana passada. Segundo a empresa, a transação, que envolve o cancelamento de debêntures e a venda de ativos, gera impacto nas demonstrações financeiras do ano passado. A Laep acrescenta que a Ernst & Young, que audita seus balanços, pediu um prazo adicional para avaliar os impactos da reestruturação da dívida. Os papéis, atualmente em poder do FIDC Não-Padronizado Alemanha Multicarteira, administrado pelo Morgan Stanley, serão adquiridos por dois grupos, que se tornarão os novos credores da Parmalat. (Valor Online)

 Desde o ano passado, quando da crise do setor lácteo, sucedida pela crise financeira mundial, a Laep e sua controlada tentam reverter as perdas imprimidas pelo mercado. A restruturação dos negócios um ano antes triplicados incluía o fechamento de fábricas, venda de ativos ociosos, ou não, e a redução de custos e despesas. Do segundo semestre de 2008 em diante já se foram a marca e a fábrica de Poços de Caldas, a unidade de Pernambuco, entre outros ativos – de caminhões a fazendas, de resfriadoras a vacas. A Parmalat sobrevive com um número cinco fábricas: Carazinho (RS), Santa Helena (GO), Governador Valadares (MG), Guaratinguetá (SP), Votuporanga (SP), uma fábrica de bebidas também em São Paulo e a unidade de Ouro Preto do Oeste (RO) – esta arrendada para Italac. (Gazeta Mercantil)

Parmalat – É com os ativos restantes que a Parmalat pretende se sustentar no segmentado mercado de leite premium, que, além da bebida, negocia um valor agregado mantendo distância de uma concorrência considerada “predatória” pela empresa. “Enquanto houver empresa vendendo leite a baixo do custo de produção, não dá para permanecer nesse segmento”. A negociação de 10 milhões de litros de leite comum demanda um capital de giro de R$ 14 milhões em capital de giro. Com um pé já fora do mercado de grandes volumes e o outro sedimentado no firme setor de leites finos, a Parmalat espera operar com margens positivas a partir de agora. (Gazeta Mercantil)

Laticínios/PE – A instalação de uma fábrica de laticínios em São Bento do Una, Agreste, é um dos projetos do governador Cid Sampaio, uma vez que o município é o maior centro pecuário do Estado. Este investimento, possivelmente será de leite em pó. Com essa finalidade o governador esteve visitando as fazendas da região com assessores. (Jornal do Commercio/PE)

Nilza – A indústria de alimentos Nilza S.A., sediada em Ribeirão Preto (SP) e responsável pela produção de 15% do leite consumido no Estado, demitiu 550 funcionários de seus 1.000 empregados diretos. A empresa, que entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira, alega ter dívida de R$ 200 milhões. Em nota, a Nilza afirma que continuará funcionando normalmente e que, diante da dificuldade financeira, decidiu desativar um turno. A empresa, ainda segundo a nota, pretende recontratar 30% dos demitidos em cerca de 180 dias. Com o corte do turno, a produção de leite que mantinha a média de 800 mil litros diários desde outubro do ano passado deverá cair para 500 mil litros. No auge, a Nilza chegou a atingir a produção diária de 1,2 milhão de litros. O laticínio também se destacava entre as dez maiores captadoras de leite no Estado, no início de 2008, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite. (Folha de SP)

Brasil/Argentina – Os maiores gastos do Brasil com os argentinos no setor da pecuária foram com leite. Dados oficiais do governo da Argentina indicam que as exportações acumuladas no primeiro bimestre somaram 11 mil toneladas, no valor de US$ 24 milhões. O volume supera em 172% o de igual período de 2008; os gastos, em 29%. As importações brasileiras de queijos cresceram ainda mais que as de leite, atingindo 420 toneladas entre janeiro e fevereiro deste ano. O volume supera em 388% o de igual período de 2008. Os gastos somaram US$ 1,3 milhão, com alta de 186% no período. (Folha de SP)

Negócios

Perdigão – No ano em que completa 75 anos, a Perdigão avalia que é o momento de atualizar sua postura de comunicação. Além de ter investido R$ 25 milhões em campanhas institucionais e novas embalagens entre o ano passado e março de 2009, a companhia terá também uma série de outros projetos e campanhas daqui por diante – o valor a ser aplicado neste ano não é revelado. A estratégia desenvolvida conta com novas embalagens de produtos, logomarca, slogan e campanha publicitária. O reforço no marketing surge não só no contexto do aniversário de 75 anos da organização, mas também como instrumento para reforçar sua nova condição no tabuleiro dos negócios do setor. A Perdigão fechou 2008 com faturamento de R$ 13 bilhões. (Gazeta Mercantil)

Fusão – O presidente do conselho de administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que as negociações a respeito de uma possível associação com a Perdigão estão sendo levadas adiante pelos bancos contratados por ambas as empresas. Após participar de reunião com analistas na sede da companhia, Furlan afirmou que o principal entrave às transações não é o preço das ações, “pois ninguém está vendendo nada”. – É uma relação de troca. O que está sendo discutido é como se vai compor a participação das duas empresas numa futura negociação – afirmou. (Zero Hora/RS)

Danone – Para o Governo do vizinho Estado do Rio Grande do Norte, a multinacional francesa Danone — uma das maiores do mundo na fabricação de produtos lácteos — vai instalar-se em Natal, onde investirá R$ 60 milhões e criará mil empregos diretos. Mas, para a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), a Danone ´já é nossa´, como disse um dos seus diretores. O presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte, Nelson Tavares, afirmou aos jornais potiguares que a Danone terá todo o leque de incentivos fiscais de que dispõe o seu Governo para atrair empresas industriais para o Estado. Os produtores de leite do Rio Grande do Norte estão contra a concessão de incentivos à Danone. (Diário do Nordeste)

Páscoa – Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada ontem mostra que os preços dos ovos de Páscoa do tipo mais consumido estão aproximadamente 12% acima do apurado para a mesma época do ano passado. Este aumento médio também se posicionou acima da inflação média do período (ou seja, entre a Páscoa passada e a Páscoa deste ano) medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da fundação, que foi de 6,24% no período. (Agência Estado)

Setoriais

Mercados – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) segue em missão à Indonésia, em maio, para viabilizar as exportações de carnes bovina e aves, além de acordos em lácteos. Serão discutidos ainda temas sanitários e fitossanitários. O país estuda a importação de carne bovina proveniente de áreas livres de febre aftosa. O farelo de soja foi o principal produto brasileiro exportado para a Indonésia em 2008, com movimentação de mais de 426 mil toneladas. (Gazeta Mercantil)

Prorrogação – O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) autorizou o Banco do Brasil a prorrogar por mais dois anos as dívidas de produtores rurais na linha FAT Giro Rural. Os débitos, que tinham prazo de pagamento de 60 meses, passam agora a ter 84 meses. O presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato, informou que uma parcela começaria a vencer a partir de hoje. O BB, que é o principal operador da linha, já está autorizado a alongar os prazos. Ele não soube informar o valor total dessa dívida, mas afirmou que os produtores estão com dificuldades para pagamento por causa da crise financeira. Segundo o Ministério da Agricultura, no entanto, existem R$ 4 bilhões contratados nessa linha do FAT Giro Rural e cerca de R$ 3 bilhões de saldo devedor. (Correio do Povo/RS)

Agroindústria – O recuo nas exportações e o crescimento da inadimplência na agroindústria estão levando o governo a tomar medidas alternativas para incentivar a atividade agropecuária. Hoje, o Ministério da Agricultura realiza em São Paulo o Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), no qual, produtores rurais, cooperativas e distribuidores terão acesso a informações sobre linhas de financiamento, apoio ao exportador no exterior, formas de agregar valor e outros instrumentos de apoio à exportação de produtos do agronegócio. Também serão apresentados aos produtores casos de sucesso de exportadores. O evento ocorre em um momento no qual a inadimplência soma-se ao endividamento e ao desequilíbrio entre preços e custo de produção. Sem conseguir resolver o impasse em torno do aumento dos pedidos de recuperação judicial, o governo tenta reverter o efeito dominó do prejuízo da agroindústria, que já chega ao campo. (DCI)

Fertilizantes – As importações de fertilizantes devem aumentar em maio e junho deste ano. A expectativa é dos representantes da Câmara Temática de Insumos Agrícolas reunidos em Brasília, nesta segunda-feira (30). A queda nas importações foi de 87,6 %, de janeiro a fevereiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. A redução foi maior que a ocorrida na produção nacional, que diminuiu 32,7%, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). A entrega ao produtor final caiu 26,3%, na comparação entre janeiro e fevereiro de 2008 e de 2009. “O que se espera é aumentar o volume de comercialização, já que os preços dos fertilizantes estão baixos”, disse o presidente da câmara, Cristiano Walter Simon. (Ministério da Agricultura)

 

Economia

Confiança – A confiança da indústria brasileira melhorou em março, mas segue em patamar baixo, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira, 31. O índice de confiança aumentou 2,2% neste mês sobre fevereiro, para 77,9 pontos, com ajuste sazonal. “O nível deste indicador ainda se encontra baixo em termos históricos, sinalizando um ritmo fraco de atividade industrial”, informou a FGV em nota. A mínima histórica foi atingida em dezembro, a 74,7 pontos. Na comparação com março de 2008, o ICI registrou queda de 32,4%, recuo menos intenso do que a taxa negativa de 33,5% apurada no mês anterior, na mesma base de comparação, nos dados atualizados sem ajuste sazonal. A FGV ressaltou, no entanto, que ainda assim o dado pode ser visto como positivo. (Agência Estdo)

 

Globalização e Mercosul

Iogurte – Um iogurte funcional ajuda a combater a bactéria Helicobacter pylori, responsável pela úlcera no estômago, informa estudo realizado com pacientes portadores da doença e divulgado no encontro da Sociedade Americana de Química, realizado em Salt Lake City, EUA. O H. pylori é responsável pela maioria dos casos de úlcera estomacais e de muitos casos de gastrite crônica. A bactéria também pode causar câncer de estômago. Antibióticos e antiácidos são usados para eliminar o microorganismo, embora os cientistas pesquisem formas mais econômicas e convenientes de se livrar do H.pylori. Pela razão do H. pylori depender de uma proteína chamada urease para infectar o tecido estomacal, os cientistas criaram um anticorpo para a urease chamado Igy-urease e demonstraram que a ingestão de iogurte contendo o anticorpo suprime a atividade do H. pylori no estômago.”Dados apontam que a supressão da infecção por H. pylori em humanos pode ser atingida por meio da ingestão de iogurte fortificado com o anticorpo da urease”, disse Hajime Hatta, do departamento de alimentos e nutrição da Universidade Feminina de Kyoto, aos químicos reunidos no encontro. No estudo, ele e seu colegas de pesquisa usaram 42 pessoas testadas positivamente para o H. pylori. Elas consumiram duas porções diárias de iogurte normal e do contendo o anticorpo da urease por quatro semanas. Os pesquisadore descobriram que os níveis de um subproduto da urea – exalado pela respiração – chamado urea decresceu significantemente entre as pessoas que consumiram iogurte com o anticorpo quando comparada com as que comeram iogurte normal. Este é um sinal da redução da atividade do H. pilori na garganta, disse Hatta. O teste da urea presente na respiração é aprovado pela FDA (Departamento de Drogas e Alimentos do governo dos EUA) para a detecção do H. pylori. O iogurte anti-H. pylori não apresentou efeitos colaterais nos pacientes estudados, mas não é indicado para todos, Hatta alerta, a exemplo de pessoas alérgicas a leite e ovos. (A Tarde/BA)

Liberação – A Comissão Europeia anunciou ontem a liberação de 314 milhões de euros (US$ 414,31 milhões) para auxiliar produtores de países pobres. O pagamento foi a primeira parcela de um pacote de 1 bilhão de euros (US$ 1,31 bilhão) que surgiu em resposta à disparada dos preços dos alimentos no ano passado. O pacote tem como objetivo ajudar produtores a comprarem fertilizantes e sementes entre 2009 e 2011 e deve beneficiar 23 países. (Zero Hora/RS)

BIRD – O Banco Mundial (Bird) revisou para baixo as perspectivas de crescimento da economia brasileira e prevê que o país cresça apenas 0,5% neste ano, mas que conseguirá se recuperar em 2010, crescendo 2,3%. Os dados constam da revisão do relatório Global Economic Outlook(Perspectivas Econômicas Globais, em tradução livre), divulgado pelo Bird nesta terça-feira. A última edição do documento, datada de dezembro, estimava que o crescimento econômico brasileiro para 2009 seria de 2,8%. Os dados relativos à economia global são ainda mais sombrios. O Bird afirma que o PIB global deverá se contrair em 1,7% neste ano, mas prevê uma recuperação para o ano que vem, quando a projeção é de um crescimento de 2,3%. A queda de 2009, de acordo com o documento, representa “o primeiro registro de declínio mundial de produção”. (G1)

Safra/AR – A Argentina deve colher 39 milhões de toneladas de soja neste ano, de acordo com projeção apresentada ontem pelo governo do país. Em 2008, a produção argentina do grão totalizou 46,2 milhões de toneladas. O declínio ocorrerá em virtude da estiagem que abateu o país nesta safra 2008/09, a mais severa enfrentada pela Argentina em pelo menos 50 anos, de acordo com comunicado distribuído por correio eletrônico pelo Ministério da Agricultura local. A queda na produção, se efetivada, ocorrerá mesmo com o aumento de 3% da área ocupada pelo grão na atual temporada – com o acréscimo, as terras dedicadas à soja atingiram o recorde de 17,1 milhões de hectares. A queda da produção, se confirmados os números, será de 15,5%. A Argentina é o terceiro maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil. Em 2008, o país foi ainda o segundo maior exportador de milho, superado pelos EUA, segundo o Departamento de Agricultura americano (USDA). (Valor Econômico)

Rabobank: com a crise, consumo de lácteos diminuiu

Os preços dos lácteos foram cortados em mais da metade durante os últimos meses, alcançando o nível mais baixo dos últimos cinco anos, mas qualquer recuperação significante não deverá ocorrer até que as economias globais se recuperem. Segundo o analista do setor de lácteos do Rabobank, Mark Voorbergen, apesar de parecer que os preços chegaram a seu ponto mais baixo, ainda não é o caso de dizer que há uma tendência de alta. “A situação dos preços só mudará quando a demanda aumentar e isso está fortemente relacionado com a tendência econômica global”.

O índice de preços dos lácteos publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu para 114,3 no mês passado, menos da metade do pico do final de 2007, de 268,6 e o menor nível desde fevereiro de 2004. “O mercado de lácteos passou por um aumento de preços sem precedentes (no final de 2007), mas esses têm caído desde o último verão”, disse o economista sênior de commodities da FAO, Merritt Cluff. “Eu não acho que cairão mais que isso, mas existe espaço para mais redução”, disse ele, adicionando que os preços permanecem bem acima dos de 2002, quando o índice caiu para 71,7.

A demanda tem enfraquecido por causa da crise econômica, com os principais importadores, como a Rússia, reduzindo as compras. A Rússia surgiu como um importante importador de produtos como queijos na década de noventa, quando o número de animais do país caiu após o fim da União Soviética. Voorbergen disse que foram construídos estoques de queijos na Europa com a demanda de exportação sendo reduzida pela crise econômica. Ele disse que o consumo também foi prejudicado pelos altos preços varejistas. “Os preços dos lácteos no varejo estão ainda relativamente altos, apesar do nível de preços atacadistas estarem caindo rapidamente”, disse ele, acrescentando que os processadores estão tentando recapturar margens que foram pressionadas durante o boom dos preços em 2007.

Analistas disseram que os produtores de leite, particularmente nos EUA, responderam à queda nos preços abatendo mais vacas. “A oferta está gradualmente contraindo de acordo com a demanda”.

A Comissão Europeia disse que, em curto prazo, o setor de lácteos deve continuar sendo dominado pelas consequências da crise econômica. “O pronunciado declínio nos preços dos produtos lácteos durante os últimos meses deverá induzir a uma queda substancial nos preços do leite ao produtor em 2009”, disse o relatório. “Isso deve levar a uma leve contração na produção de leite na UE em curto prazo”. A Comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, disse na semana passada que todos os passos disponíveis serão tomados para “manter o barco flutuando no setor de lácteos. Sou sempre cautelosa para prever alguma coisa, mas eu acho que existe uma luz no fim do túnel”, disse ela.

A reportagem é da Reuters.

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