Mais Alimentos – O programa Mais alimentos, criado em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), muda a estrutura produtiva do leite em Goiás e Minas Gerais, com a linha de crédito de até R$ 100 mil, que podem ser pagos em até dez anos, com juros de apenas 2% ao ano e prazo de até três anos de carência para começar a pagar. Além de tratores e equipamentos agrícolas, o Programa financia galpões de armazenagem, silos, construções e maquinário para ordenha, resfriadores e correção de solo. O Mais Alimentos contempla os seguintes produtos e atividades: açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura. (MDA)
Mais Alimentos/GO – No município de Rialma (GO) o produtor Ademar Ferreira de Freitas, financiou através programa Mais Alimentos, dez matrizes leiteiras girolanda e aumentou sua produção, de 90 para 240 litros de leite/dia. O mesmo ocorreu com José Pedro Vicente Filho, que viu sua produção aumentar de 80 para 130 litros/dia, ao conseguir financiar seis vacas. Antes do lançamento do Mais Alimentos, a Seagro e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) realizaram um curso de seis meses, sobre gestão da propriedade rural na área de bovinocultura de leite, onde os assentados aprenderam manejo do rebanho, formação de pastagens, controle de mastite e qualidade do leite. Hoje eles aplicam o que aprenderam. (MDA)
Coopafar – Os produtores também investiram em organização e 24 famílias do assentamento formaram a Cooperativa de Agricultores Familiares do Assentamento Poções (Coopafar). Vicente Filho diz que Coopafar consegue vender o leite para uma empresa de laticínios a R$ 0,60 o litro, valor 30% maior do que o obtido pelos produtores que vendem individualmente. Por mês, os cooperados entregam até 45 mil litros de leite. A Coopafar também possibilita a compra de insumos, como adubo, soja e milho para ração, com descontos de até 12%. A Cooperativa mantém uma fábrica de ração e um viveiro de mudas de plantas típicas do Cerrado. Segundo Vicente Filho, a pequena fábrica ajuda a diminuir os custos com o rebanho, e o viveiro é uma fonte de renda alternativa para os cooperados. (MDA)
Mais Alimentos/MG – O impulso à estruturação produtiva da cadeia do leite nas unidades familiares proporcionado pelo Mais Alimentos também chegou à fazenda Sonho Meu, em Itambacuri (MG), onde Pedro Lopes da Silva utilizou os R$ 28 mil para incorporar cinco vacas de leite ao plantel hoje formado por 30 animais, e aquisição de um tanque de resfriamento com capacidade para mil litros, que deve aumentar em até 40%, a renda da propriedade. O litro de leite vendido em latão por R$ 0,50, poderá ser comercializado por até R$ 0,70. (MDA)
Produção/RS – O frio intenso registrado nas últimas semanas no Rio Grande do Sul, com temperaturas abaixo de zero em diversas regiões do Estado, já começa a provocar estragos na produção agropecuária local. Os levantamentos ainda são preliminares, mas até agora os segmentos mais atingidos são os hortigranjeiros, a pecuária de corte e de leite e a ovinocultura. Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), Darlan Palharini, o efeito negativo das geadas sobre o desenvolvimento das pastagens deve adiar de agosto para setembro o pico da produção de leite no Rio Grande do Sul. Neste mês, a alta sazonal sobre junho, quando as empresas gaúchas captaram 182 milhões de litros, não deve passar de 8%, ante a projeção anterior de 15%. A diferença corresponde a uma quebra de 13 milhões de litros no período. “O frio está mais forte este ano e frustrou as expectativas da indústria”, disse o executivo, lembrando que o impacto do clima começou a ser sentido com mais intensidade na segunda quinzena deste mês. (Valor Econômico)
Alerta/PE – No inverno do ano passado, o pecuarista Valdomiro Florêncio perdeu 35 animais. O gado morreu e ninguém soube explicar o motivo. Este ano, a estação fria voltou e trouxe mais mortes. O pecuarista perdeu mais 38 animais. Na fazenda vizinha a de “seu” Valdomiro as perdas começaram exatamente neste inverno. O pecuarista Fábio Marques, que produz dois mil litros de leite por dia, teme prejuízo. Ele tem duzentos animais e em sete dias, oito morreram, “não sabemos mais o que fazer. O problema ganha maior dimensão porque à região de Garanhuns está numa bacia leiteria que concentra grandes fábricas de laticínios (como a Bom Gosto e a Perdigão). De acordo com o professor de patologia veterinária da Universidade Rural, Fernando Leandro, os pesquisadores trabalham com duas hipóteses: a de contaminação por clostridium e a de plantas tóxicas. (Nordeste Rural)
Laticínio/AL – O município de Major Isidoro vai ganhar um novo laticínio de pequeno porte construído com recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A obra, orçada em R$ 320 mil, será iniciada em meados de agosto após liberação de licenças prévias. O projeto faz parte das ações do programa de Arranjo Produtivo Local (APL) de Laticínios do Sertão, iniciativa do Sebrae em parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento. “Houve uma articulação da bancada alagoana para viabilizar a construção do laticínio. Se tudo correr bem, a unidade de beneficiamento deve entrar em operação no primeiro semestre de 2010”, diz Marcos Fontes, coordenador do APL. Segundo ele, o pequeno laticínio terá capacidade de processar 30 mil litros de leite por dia. (O Jornal/AL)
França – O preço baixo pago aos produtores não chegaram às etiquetas dos supermercados. De acordo com estudos feitos a pedido do Ministério da Agricultura francês, pressionado pela crise do setor leiteiro, mostra que distribuidores e industriais conservaram as margens de lucro. O litro do leite que era pago a 0,40 euros em janeiro de 2008, baixaram para 0,25 euros em maio de 2009. Mas, o leite ao consumidor passou de 0,70 para 0,69 euros. Tanto produtores como consumidores estão sendo enganados, afirma o secretário geral da Federação agrícola FNSEA, principal sindicato da categoria. O estudo mostra que o litro de iogurte passou de 1,93 euros para 1,79, e que o quilo do queijo emmental baixou de 7,47 para 7,39. (Le Figaro)
Negócios
Supermercados – As vendas nos supermercados cresceram 4,83% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2008, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a maio, as vendas caíram 5,59%. No acumulado deste primeiro semestre, a alta apurada foi de 5,27%. O valor da cesta de 35 produtos mais consumidos cresceu 0,37% em junho ante maio, atingindo R$ 265,57. Os itens com maiores altas são leite longa vida (12,43%), mussarela (6,62%) e queijo prato (6%), e, com maiores quedas, batata (-8,56%), carne de dianteiro (-3,49%) e farinha de trigo (-2,89%). (Correio do Povo/RS)
Preço/PB – As famílias paraibanas que vêem no leite em pó um alimento indispensável para o seu dia a dia devem ficar atentos, pois, podem encontrar uma diferença de até 115,08% no valor de um mesmo produto. O PROCON-PB realizou uma pesquisa com foco nos leites mais procurados pelos consumidores e os para necessidades especiais. Foram visitados 12 estabelecimentos na capital, entre farmácias e supermercados. Merece destaque o produto mais comprado pelos consumidores dentre os escolhidos, que é o leite ninho integral e o leite ninho instantâneo ambos, com diferença de 66,4%. (O Norte/PB)
Programa – Criado em 2006 e em funcionamento nas regiões Sul e Sudeste do País, o programa ´Nestlé Até Você´ está em expansão e planeja captar até o fim deste ano 14 microdistribuidores no Ceará, sendo sete na Capital. Segundo o diretor de Regionalização da Nestlé, Alexandre Costa, a idéia nos próximos cinco meses é atingir a marca de 500 revendedores em Fortaleza e mais de 700 no Estado. A venda direta dos produtos Nestlé iniciou em São Paulo há três anos com 10 micro distribuidores e 800 revendedores. ´Hoje, contabilizando Sul e Sudeste, somamos 140 microdistribuidores com a participação de mais de seis mil revendedores´, afirma Alexandre Costa, segundo quem o objetivo do programa é ampliar a participação da marca nas classes C, D e E. ´A Nestlé atinge 98% dos lares brasileiros, mas o número de produtos consumidos nessas faixas é bem menor. A idéia é fomentar o consumo de produtos da nossa marca na população de baixa renda´, diz. (Diário do Nordeste/CE)
Nestlé – A fabricante de alimentos Nestlé anunciou ontem que completou seu processo de recompra de ações que totalizou 15 bilhões de francos suíços (US$ 14,06 bilhões). A recompra foi iniciada em 24 de agosto de 2007. (Valor Econômico)
Marca própria – A oferta de produtos marca própria cresce no varejo e também no atacado. O Tenda, terceiro maior atacadista do país, está lançando 250 novos produtos marca própria. Atualmente, a empresa vende 71 itens com a marca da loja. (Valor Econômico)
Cadbury – O lucro do primeiro semestre, excluindo itens extraordinários e efeitos cambiais, subiu 24%, a 262 milhões de libras. O lucro antes de impostos, caiu 16%, para 112 milhões de libras esterlinas (US$ 185,3 milhões), refletindo custos de reestruturação e a venda das unidades de bebidas da Cadbury na Austrália e Estados Unidos. A margem de lucro anual da Cadbury deverá subir entre 80 e 100 pontos-base. As vendas de chocolate (45% da receita) subiram 10%, impulsionadas pela expansão na África do Sul, Reino Unido e Índia; as de chiclete (35% da receita) mostraram-se estagnadas. A Cadbury alertou para a alta dos custos com os do cacau, que subiram 30%, em relação a igual período de 20 08. As vendas totais subiram 13,4%, para 2,77 bilhões de libras. (Valor Econômico)
Setoriais
Selo – Portaria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) publicada dia 29 no Diário Oficial da União institui o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar. Os produtos da safra atual já podem receber o selo, a partir da adesão voluntária dos agricultores familiares. O Selo da Agricultura Familiar terá validade de cinco anos e identificará verduras, legumes, polpas de frutas e laticínios, entre outros. Além de garantir mais informações ao consumidor, a expectativa do ministério é que o selo estimule a economia nacional a partir da ampliação da venda de produtos da agricultura familiar. O principal critério para a concessão do selo é que 51% da principal matéria-prima do produto tenha origem na agricultura familiar, setor que responde por 70% dos alimentos que chegam diariamente à mesa dos brasileiros. (Agência Brasil)
CMN – O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu, ontem, novo prazo para reconhecimento pelos governos estaduais de situação de emergência ou estado de calamidade pública por seca no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ou por enchente no Norte e Nordeste. O prazo de 15 de junho foi adiado para 15 de julho. Também foi adiado, de 14 de setembro para 15 de outubro, o vencimento do custeio do Pronaf cujos produtores tiveram perda pela seca. O conselho adiou para a safra 2010/11 a determinação de considerar o montante contratado e o saldo devedor na definição dos juros de novos empréstimos. Além disso, o limite de crédito de adiantamento de pré-custeio passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil. O CMN estabeleceu que as cooperativas devem transformar os créditos de pré-custeio para aquisição de insumos em operações de fornecimento dos insumos aos cooperados em 90 dias. Os saldos de operações com recursos do FAT poderão ser computados para cumprimento da exigibilidade da poupança rural. (Correio do Povo/RS)
Certificação – A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) anunciou ontem que deverá lançar em até 90 dias o Programa de Certificação de Produção Responsável na Cadeia Bovina, com objetivo de garantir a procedência da carne bovina vendida nos supermercados brasileiros. O programa será estruturado pela certificadora suíça SGS e vem na esteira das denúncias do Greenpeace e do Ministério Público Federal do Pará que relacionam o desmatamento na Amazônia à produção de carne bovina. Segundo o presidente da Abras, Sussumu Honda, Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, além dos frigoríficos Bertin, JBS e Marfrig, já são signatários do programa. “Esperamos uma adesão maior das empresas do setor”, disse Honda. (Valor Econômico)
Preços – Os preços recebidos pela agropecuária paulista caíram 3,34% na terceira quadrissemana deste mês -é a maior queda desde setembro do ano passado-, segundo o IEA. A laranja (-27%) e o tomate (-24%) tiveram as maiores quedas. (Folha de SP)
RS/Argentina – Uma comitiva do Instituto Nacional de Tecnologia Agrária da Argentina (INTA)/Misiones, formada por dez pesquisadores e extensionistas, acompanha o trabalho da Emater/RS-Ascar. A intenção é aprimorar os conhecimentos do setor leiteiro, para que possam aplicar na região das Misiones, que possui clima e solo semelhantes à região visitada. Visitarão uma plataforma de recebimento de leite e uma agroindústria de queijo, em Santa Rosa. O grupo conhecerá produtores de leite de Tuparandi que trabalham, de forma associativa, em uma agroindústria de lácteos. Irão ver em Tucunduva o pastoreio rotativo na alimentação do gado de leite. O gerente regional de Santa Rosa, Aldo Shmidt, diz que: “assim como nós vamos para a Argentina aprender sobre fruticultura e silvicultura eles, aqui, aprendem sobre leite”. Na Argentina, o INTA realiza atividades de pesquisa e extensão, desenvolvendo tecnologias e levando-as até o produtor rural. (Emater/RS)
Economia
IGP-M – O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) terminou o mês de julho com queda de 0,43%, seguindo declínio de 0,10% em junho. Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV) e foram divulgados há pouco. Os preços no atacado registraram recuo mais marcado, com baixa nos produtos agropecuários, influenciando no resultado. Analistas consultados pelo Banco Central (BC) no último Boletim Focus esperavam que o IGP-M tivesse deflação de 0,23% este mês. No acumulado do ano, o índice cedeu 1,67% e, em 12 meses, caiu 0,67%. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do indicador geral, foi de uma baixa de 0,45% em junho para um decréscimo de 0,85% um mês depois. Os produtos agropecuários deixaram para trás uma elevação de 1% e verificaram agora diminuição de 1,89%. Os produtos industriais tiveram queda de 0,49% em julho, depois de um declínio de 0,92%. (Valor Online)
Desemprego – A taxa de desemprego caiu pela primeira vez neste ano, para 14,8% em junho, ante 15,3% em maio, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Seade divulgada ontem. A redução do desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas veio após cinco meses consecutivos de estabilidade. É a menor taxa desde os 13,9% em fevereiro. O contingente de desempregados nessas seis regiões – Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal – diminuiu para 2,984 milhões de pessoas, 112 mil a menos do que em maio. Porto Alegre é a segunda região com a menor taxa de desemprego entre as seis pesquisadas, perdendo só para Belo Horizonte (11%). (Correio do Povo/RS)
Cesta Básica – Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entrega hoje ao presidente Lula um estudo feito em parceria com a Fundação Getulio Vargas que sugere a redução de 5% das alíquotas do PIS e da Cofins que incidem sobre itens da cesta básica. O objetivo da proposta da Fiesp/ FGV é reduzir a carga tributária que recai sobre a população de baixa renda. De acordo com o estudo, o peso dos impostos sobre os alimentos é muito elevado e sobrecarrega principalmente as classes de renda mais baixa. (Folha de SP)
Globalização e Mercosul
Brasil/Argentina – Apesar do apelo do presidente Lula para que o Brasil reforce as relações comerciais com países emergentes e da América Latina, o comércio bilateral com a vizinha Argentina deve encerrar o ano em queda. A afirmação é do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, durante reunião de monitoramento do comércio bilateral Brasil-Argentina, realizada em São Paulo. O secretário participou de reunião na Fiesp com o subsecretário de política e gestão comercial do Ministério de Produção da Argentina, Eduardo Bianchi. Durante o encontro, Ramalho disse que além da crise financeira internacional, a queda nas importações do trigo argentino agravou a relação bilateral entre os países, e a expectativa é de que o cenário continue assim pelo menos nos próximos seis meses. (Canal Rural)
Adidos – Os trabalhos de abertura de comércio com os países estrangeiros devem receber o apoio de adidos agrícolas até o final deste ano. A previsão foi feita pelo ministro Reinhold Stephanes, durante encontro com o embaixador do Brasil na Suíça, Roberto Azevedo. “Hoje, quando há qualquer problema no Exterior, é preciso mandar alguém daqui para resolver. E a intenção é que os adidos agrícolas estabeleçam uma ponte de informação para ações mais imediatas e eficazes”, disse Stephanes. “Os adidos darão uma cooperação muito importante no trabalho desenvolvido pelas embaixadas brasileiras”, considerou Azevedo. Durante a visita do embaixador ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foram abordados assuntos como as cotas européias à importação de produtos agrícolas brasileiros, questões sanitárias, fitossanitárias e comerciais. (Canal Rural)
RS: frio intenso e geadas prejudicam safra de leite
O frio intenso registrado nas últimas semanas no Rio Grande do Sul, com temperaturas abaixo de zero em diversas regiões do Estado, já começa a provocar estragos na produção agropecuária local. Os levantamentos ainda são preliminares, mas até agora os segmentos mais atingidos são os hortigranjeiros, a pecuária de corte e de leite e a ovinocultura.
Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), Darlan Palharini, o efeito negativo das geadas sobre o desenvolvimento das pastagens deve adiar de agosto para setembro o pico da produção de leite no Rio Grande do Sul. Neste mês, a alta sazonal sobre junho, quando as empresas gaúchas captaram 182 milhões de litros, não deve passar de 8%, ante a projeção anterior de 15%. A diferença corresponde a uma quebra de 13 milhões de litros no período.
“O frio está mais forte este ano e frustrou as expectativas da indústria”, disse o executivo, lembrando que o impacto do clima começou a ser sentido com mais intensidade na segunda quinzena deste mês. Segundo o assistente técnico regional da Emater-RS, Fábio Schlick, a situação no Estado ficou mais complicada porque o frio veio com força depois de um período de estiagem que durou até maio, o que comprometeu a formação das pastagens nativas e de cultivares de inverno (azevém e aveia).
De acordo com Schlick, ainda é difícil calcular as perdas dos pecuaristas, mas já possível perceber que o gado está perdendo peso. O Rio Grande do Sul tem um rebanho de 13,5 milhões de bovinos e os animais debilitados têm ainda mais dificuldade para se reproduzir. “Se estiverem mal alimentadas, as matrizes não vão produzir terneiros para o ano que vem”, comentou o agrônomo.
O frio também está aumentando a mortalidade de bezerros recém-nascidos, explicou Schlick. A Emater-RS não dispõe de dados oficiais sobre o índice de mortalidade desses animais, mas o problema é maior nas propriedades que não oferecem abrigo para o parto das matrizes, disse.
A matéria é de Sérgio Bueno, publicada no jornal Valor Econômico