Notícias 30.03.09

LEC – As operações de contratação da LEC para o leite ainda não ocorrem no RS. Conforme o gerente de agronegócio do Banco do Brasil, José Kochhann Sobrinho, a liberação depende de instruções do Banco Central para a normatização nas agências, o que deve ser feito na próxima semana. (Correio do Povo/RS)

Bom Gosto – Em busca de uma fatia maior do mercado lácteo nacional, a gaúcha Bom Gosto deve inaugurar no final deste semestre a ampliação de sua unidade de Tapejara, no norte do Estado, cidade onde foi criada em 1993. O investimento de R$ 35 milhões colocará em funcionamento a unidade de produção de leite em pó, que terá capacidade para beneficiar 600 mil litros de leite por dia e gerará 200 empregos diretos. O investimento na construção de uma torre de secagem em Tapejara aumentará o poder de fogo da empresa no mercado. Meses depois de ter assumido o controle das operações da Parmalat em Garanhuns, em Pernambuco, Wilson Zanatta, presidente da empresa, segue com passos firmes seu objetivo de fazer da Bom Gosto uma das principais do setor no país. (Zero Hora/RS)

Parmalat – A holding Laep Investments, que controla a Parmalat Brasil, informou ter liquidado a dívida da companhia em debêntures, que era, segundo ela, a maior parcela de seu endividamento. A empresa, que está em processo de recuperação judicial, informou em comunicado à imprensa que “concluiu com sucesso as negociações que permitirão o resgate voluntário e o cancelamento da totalidade das debêntures de emissão privada da Parmalat, emitidas em 26 de abril de 2007, no valor original de 180 milhões de reais”. A Laep informou ainda que “mantém assegurada a capacidade produtiva” e também “assume o compromisso de preservar os empregos, bem como manter a atividade e sua relação de parceria com os produtores de leite no país”, de acordo com o comunicado. Mundialmente, a Parmalat SpA previu no início deste mês uma queda em seu lucro para este ano. Os ganhos da companhia em todo 2008 foram de 673,1 milhões de euros, ante o lucro de 673,4 milhões de euros no exercício anterior. A empresa citou variações cambiais e demanda fraca em mercados emergentes como as causas do resultado. (Último Segundo)

Nilza – A Indústria de Alimentos Nilza, entrou com pedido de recuperação judicial na sexta-feira, na 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto, onde está sua sede. Em comunicado, a empresa diz que “sofrendo os efeitos da grave crise financeira mundial, (…) a Nilza, após várias tentativas de renegociação com instituições financeiras credoras, teve como única saída impetrar o pedido de recuperação judicial, apoiada na Lei nº 11.101/2005”. A medida, diz a empresa, é um “esforço para minimizar os impactos sociais que a crise financeira representa, uma vez que hoje dependem da Nilza mil empregados diretos”. Desde o agravamento da crise, no último trimestre, a Nilza vinha em dificuldades. Além das demissões em Ribeirão, onde tem capacidade de processamento de 850 mil litros de leite por dia, a empresa também teria encerrado as atividades em Itamonte (MG). No começo do ano, já havia fechado a fábrica de Campo Belo (MG) e demitido 140 pessoas. (Valor Econômico)

Negócios

Queijo – Todos têm o direito de sentir o sabor gostoso de um queijo Minas. Mas e quem tem intolerância à lactose (açúcar presente no leite e seus derivados)? Se depender do empresário Leandro Carnielli essas pessoas também vão poder desfrutar desse prazer. Isso porque, em sua fazenda, no Espírito Santo, foi desenvolvido o queijo tipo minas padrão sem lactose. A insistência de clientes para a criação desse novo produto abriu as portas de um mercado promissor para o empresário. Na propriedade rural, além de ser explorado o turismo, devido às belezas naturais do local, também são feitos produtos caseiros, como queijos maturados, defumados, cafés, embutidos e derivados de porco, fubá de moinho, polenta, biscoitos e doces, além dos produtos sem lactose: queijo, leite e iogurte. A produção quase foi abandonada por falta de padrão e grandes perdas. O Estado também não facilita a vida do pequeno produtor. Tive muitas dificuldades para regulamentar o produto – lembra Leandro. Após alcançar o padrão de qualidade, com comprovação de índices insignificantes de lactose, o queijo ganhou mercado. Há quatro anos, a nova versão do queijo minas atende ao público classe A, já que se trata de um alimento caro. Os médicos passaram a indicar o consumo do produto e os supermercados o comercializam cada vez mais. Em 2008, a fazenda chegou a vender 500 quilos de queijo por mês, mais que o queijo tradicional. Leandro garante que o queijo Minas padrão sem lactose tem o mesmo sabor que o tradicional. (Sebrae)

Viamão/RS – De 1º a 2º de maio de 2009 será aberta a 3ª Festa Arroz com Leite, no Parque de Eventos do Sindicato Rural – Viamão/RS. A Festa Arroz com Leite busca a integração entre o agronegócio, comércio, indústria, serviços e turismo e é realizada pelo Sindicato Rural de Viamão e Alvorada e pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Viamão, com apoio do Irga e Prefeitura Municipal. Tem por objetivo, destacar as duas principais atividades agropecuárias de Viamão. As oficinas culinárias com receitas à base de arroz e leite são as principais atrações. Também haverá exposição de produtos, artesanato e outros. O município, que planta 22 mil hectares do cereal e tem produção estimada de 136 mil toneladas, chega a produzir, diariamente, 35 mil litros de leite. (Jornal do Povo/RS)

Sadia – A Sadia registrou prejuízo líquido de R$ 2,042 bilhões no quarto trimestre de 2008, revertendo o lucro líquido de R$ 295 milhões em 2007. No ano, a empresa somou prejuízo de R$ 2,5 bilhões, o primeiro anual de sua história. A geração de caixa em 2008 medida pelo Ebtida foi de R$ 1,2 bilhão, queda de 0,7% em relação ao ano anterior. A receita líquida fechou 2008 com alta de 23,2%, para R$ 10,7 bilhões. No último trimestre de 2008, a receita líquida da empresa cresceu 15,9%, com R$ 3,1 bilhões. Foram comercializadas 600,8 mil toneladas no período, volume 0,8% superior ao último trimestre de 2007. (Correio do Povo/RS)

McDonald’s – Arcos Dorados, “franquiado mestre” do McDonald´s na América Latina desde abril do ano passado, teve um faturamento de mais de US$ 3,5 bilhões em 2008, 26% maior que em 2007. “O resultado superou nossas expectativas. A média de clientes chegou a 3,5 milhões por dia”, afirmou Woods Staton, presidente e diretor-executivo da empresa, que administra mais de 1,75 mil restaurantes do McDonald´s em 19 países e tem sua sede regional na capital argentina. Empregando 100 mil funcionários na região, a firma destacou a inauguração do primeiro restaurante ecológico do McDonald´s na América Latina, em São Paulo, “com a filosofia de construções ambientalmente responsáveis”. Ao longo de 2008 a companhia inaugurou 75 restaurantes, 45 McCafés, 125 quiosques e reformou 140 pontos. (JornalVS/RS)

 

Setoriais

IqPR – A valorização da cana voltou a sustentar o IqPR, índice de preços recebidos pelos produtores agropecuários de São Paulo, na terceira quadrissemana de março. Pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado -, o indicador registrou uma leve queda de 0,16%. Com a cana, carro-chefe do campo paulista e por isso o produto com maior peso na formação do índice, o grupo formado por 12 produtos de origem vegetal subiu 0,33% no intervalo. Também subiram tomate para mesa (56,71%), laranja para mesa (4,88%) e trigo (4,39%). Houve baixas para feijão (32,46%), banana nanica (12,99%), milho (10,2%), laranja para indústria (7,95%), amendoim (7,92%), soja (7,04%), café (2,33%) e arroz (1,21%). No grupo de produtos de origem animal, que recuou 1,37% na média ponderada, mais uma vez apenas os ovos tiveram aumento (12,51%). Recuaram os preços recebidos pelos produtores de carne de frango (3,67%), carne bovina (3,55%), leite B (2,33%), leite C (1,95%) e carne suína (0,94%). (Valor Econômico)

Soja – Cercado por uma expectativa poucas vezes vista no mercado, o primeiro levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com as intenções de plantio dos produtores americanos de grãos na safra 2009/10, que será divulgado amanhã, alimenta uma gama tão díspar de apostas que revela o quanto a crise financeira que eclodiu no país desnorteou os mercados, inclusive agrícolas. Para a maior parte dos analistas e empresas especializadas, os produtores americanos ocuparão mais terras com soja do que no ciclo passado (2008/09), ao mesmo tempo em que as tendências para milho e trigo apontam para redução. (Valor Econômico)

Economia

IGP-M – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,74% em março, após avançar 0,26% em fevereiro, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda de acordo com a FGV, entre os três indicadores que compõem o IGP-M de março, o Índice de Preços por Atacado – Mercado (IPA-M) caiu 1,24% este mês. Já o Índice Nacional de Custos da Construção – Mercado (INCC-M) também registrou deflação, de 0,17% em março, após registrar subir 0,35% em fevereiro, e apresentou a menor taxa desde abril de 1998, quando o índice caiu 0,46%. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) apresentou alta de 0,43% em março, leve avanço em comparação com o aumento de 0,40% em fevereiro, e registrou a maior taxa desde janeiro deste ano. Até março, o IGP-M acumula queda de 0,92% no ano e alta de 6,27% nos últimos 12 meses. (Agência Estado)

Crise  – Janeiro de 2009 marca uma reversão abrupta nos avanços sociais que caracterizaram boa parte do governo Lula. Em apenas um mês, a classe C nas seis maiores regiões metropolitanas perdeu 11% de todo o seu aumento no governo Lula. Um total de 563 mil pessoas caiu em janeiro da classe C para as classes D e E nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. O recuo na participação da classe C no total da população dessas regiões metropolitanas foi de 1,2 ponto porcentual, saindo de 53,8% em dezembro de 2008 para 52,6%. De janeiro de 2003, início do governo Lula, até dezembro de 2008, a parcela da classe C cresceu 10,8 pontos porcentuais, saindo de 43% para 53,8% na população total das regiões metropolitanas. A classe C brasileira corresponde à chamada “nova classe média” que avançou no Brasil e nos principais países emergentes, como China e Índia, durante os anos de boom econômico global que chegaram a um fim abrupto em setembro de 2008. Somando-se as classes A e B à C, foram 765 mil pessoas que saíram das classes média e alta em janeiro de 2009 para as classes pobres, a D e a E, nas seis regiões metropolitanas. Somente a classe E teve um crescimento de 572 mil pessoas em janeiro naquelas regiões, o que a fez aumentar 1,2 ponto porcentual – isto representa, em apenas um mês, uma reversão de 9% da sua redução durante o governo Lula, que foi de 12,6 pontos porcentuais, saindo de 30,28% de janeiro de 2003 para 17,68% em dezembro do ano passado. As classes AB, por sua vez, que cresceram de 11,2% do total da população das regiões metropolitanas para 15,3% entre janeiro de 2003 e dezembro de 2008, recuaram para 14,9% em dezembro. E a classe D, que caiu de 15,53% para 13,18% no governo Lula até dezembro de 2008, cresceu para 13,6% em janeiro. (Agência Estado)

Marcas  – Por cautela, já que os efeitos ainda não aparecem na renda, os brasileiros estão migrando das marcas mais caras para as mais baratas. No geral, os produtos de custo baixo e intermediário já predominam na cesta de compras, como aponta estudo da empresa de pesquisas LatinPanel ao comparar o consumo residencial em 2008 com o de 2007. “As famílias estão readequando o orçamento, já que não deixam de comprar embora estejam seletivas com o que compram”, diz Fátima Merlin, diretora de varejo da LatinPanel. “O avanço dos artigos de preços baixos e intermediários, em detrimento das marcas premium, é uma medida de cautela e poderá se expandir ao longo deste ano, se o atual cenário econômico vier a piorar com a aceleração do desemprego.Algumas das grandes companhias de setores de alimentos, bebidas e produtos de limpeza e beleza, consultados pelo Estado, preferiram não falar sobre suas estratégias, caso se acelere ainda mais a substituição de produtos de maior valor pelos de menores preços na ponta do varejo. Fato que, reconhecem, compromete a rentabilidade dos negócios. Mas todas admitem que reduzir preços é uma das intenções, assim como intensificar as ações promocionais nos supermercados. (O Estado de SP)

Gôndolas – O consumidor está correndo atrás de preço com medo da crise e os canais de varejo não deixam por menos: ocupam o espaço das marcas premium, pertencentes a grandes companhias, por outras de marcas de menor preço. No exterior, em especial na Espanha, a quinta maior rede de supermercados do país, o Mercadona – com mais de 1,2 mil lojas -, radicalizou sua ação e retirou das gôndolas cerca de 900 produtos de marca entre os mais de 9 mil itens que comercializa. Todos eram de marcas consagradas, como Nestlé e Sara Lee. “O Mercadona trocou por produtos de marcas próprias com preço, em média, 23% mais baixo que o dos grandes fabricantes”, diz Rui Amaral, consultor de marketing e diretor da Produto do Ano Brasil. A gravidade desse cenário, na opinião do consultor, deve ser medida pelo risco de comprometimento da qualidade dos produtos no futuro. No Brasil, o consultor lembra que o crescimento das marcas próprias foi de 40% em 2008 e já responde por uma fatia de quase 12% do total das vende dos grandes varejistas. “O segmento deve avançar este ano e atingir 18%”, diz. (O Estado de SP)

 

Globalização e Mercosul

Vendas – A fabricante de laticínios Dairy Crest disse na sexta-feira que o uso de John Lydon, o líder do grupo punk Sex Pistols, em anúncios da manteiga Country Life ajudou a aumentar as vendas do produto em mais de 25%. As vendas da Country Life e da Clover cresceram entre 25% e 30% no ano até o fim de março, superando o desempenho médio dos mercados de manteigas e margarinas. A fabricante do queijo Cathedral City e da margarina Clover também anunciou a venda de uma participação de 49% na Yoplait Daity Crest (YDC), a fabricante de iogurtes e sobremesas resfriadas, para sua parceira na joint venture, por 63,5 milhões de libras (US$ 90,8 milhões, pelo câmbio de sexta-feira). A venda de pouco menos da metade da YDC, que foi concluída na quinta-feira, vai resultar em um lucro excepcional de 50 milhões de libras (US$ 71,5 milhões). A YDC foi fundada em 1991, quando a Dairy Crest formou uma joint venture com a Yoplait, a controladora francesa da marca internacional Yoplait, e distribui os produtos da Yoplait na Inglaterra, Escócia e País de Gales.  ”A decisão da Dairy Crest de vender sua participação na YDC… é consistente com a estratégia do grupo de se concentrar e investir nas marcas principais sobre as quais ela tem controle absoluto”, disse a companhia. A receita da empresa com o segmento de alimentos no Reino Unido continua forte e deverá ser 10% maior numa base comparável neste ano fiscal. Já receita da divisão de laticínios vai crescer 4% no ano, contra um cenário difícil para o setor no Reino Unido e um mercado mundial desafiador para commodities de laticínios. O serviço de entrega a domicílio da Dairy Crest teve um desempenho dentro das expectativas. A empresa pretende lançar o serviço nacional Milk & More no terceiro trimestre, que permitirá aos clientes encomendarem de leite a hortaliças via internet. (Valor Econômico)

Europa  – Galvanizada pela União Europeia, a Europa vai se manifestar a uma só voz frente aos Estados Unidos? Os europeus gostariam disso. Alguns até acham que o G-20 e a crise financeira devem marcar uma reviravolta decisiva na gestão do mundo ocidental. É a opinião do jornal alemão Suddeutsche Zeitung: “Durante anos os europeus tomaram como exemplo o modelo americano. Esse modelo não existe mais… E os europeus, de repente, se veem obrigados a fazer o que jamais ousaram antes: progredir sozinhos”, diz o jornal. Além disso, os 27 países europeus não só formam o maior espaço econômico do mundo, mas também estão solidamente conectados uns aos outros, como alpinistas ligados por uma corda, no seio da União Europeia. O problema é que essa análise é equivocada. Na verdade, a UE foi sacudida pela crise financeira, a tal ponto que, há seis meses, fissuras, quase abismos, vêm se aprofundando na Europa. Claro que todos os membros da UE sofrem, mas os países ricos da região mais ocidental (França, Alemanha, Itália, etc.) não estão naufragando. Contudo, atravessando a antiga “cortina de ferro”, auscultando os países do leste da Europa, os ex-satélites da União Soviética, vemos que os escombros se acumulam. Três desses países estão em plena derrocada. Esta semana, na República Tcheca, caiu o governo liberal de Mirek Topolanek. Na Hungria, o primeiro-ministro socialista Ferenc Gyurcsany foi destituído alguns dias mais cedo porque o “forint”, a divisa húngara, está em queda livre. Ao norte, é a Letônia, cujo governo foi vencido após reduzir em 15% o salário dos funcionários e aumentar os impostos. Nos demais países do Leste Europeu, o desastre está cada vez mais próximo: na Lituânia, a polícia usa gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Na Eslováquia, o desemprego explode. Na Bulgária, os camponeses vão às ruas para aumentar o preço do leite. A Romênia tem um governo sólido, mas precisou de um empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI para evitar a bancarrota. Há seis meses, ouvimos que a União Europeia permitiu que os 27 membros resistissem aos vendavais dos EUA, e que o modelo da UE permitirá ao Velho Continente reduzir a influência americana. Em parte é verdade. Mas a afirmação seria mais verdadeira se a crise não tivesse rachado o bloco, afastando as duas Europas, a velha e rica de um lado, a jovem e pobre do outro. Mas podemos nos tranquilizar. A UE não perde a coragem. Seus burocratas estão a todo vapor. O Camembert francês vai ser classificado entre os produtos com excesso de gordura, prejudicial à saúde. O bretzel, pãozinho austríaco belo como um arabesco, foi considerado muito salgado. Querem condená-lo à morte. E, mais grave ainda, no futuro, os funcionários da UE encarregados do setor agrícola serão obrigados a passar por um estágio numa fazenda. Uma boa ideia: ensinar aos “colarinhos brancos” de Bruxelas, pela experiência, que há quatro estações, que os ventos são caprichosos, que os campos têm cheiro de grama, estrume ou lilás. (Último Segundo)

Argentina – A paralisação na comercialização de grãos e animais de corte terminou, na Argentina. Entretanto, os produtores afirmam que continuarão a protestar contra o governo até que haja uma mudança da política para o setor e que o Congresso debata o projeto de lei sobre a redução das alíquotas do imposto que incide sobre as exportações de commodities. Queremos eliminação do imposto para os menores produtores, diminuição para os médios e que paguem os que manejam o negócio da soja’, disse o presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, em manifestação na província de Santa Fé. Segundo o vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas, Néstor Roulet, ‘nos últimos três anos, os impostos do setor renderam ao governo 70 bilhões de pesos (R$ 43 bilhões)’. (Correio do Povo/RS)

A Indústria de Alimentos Nilza, que vinha atrasando pagamento a fornecedores de leite desde o fim de 2008, entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (27), na 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto-SP, onde está sua sede.

Em comunicado, a empresa diz que “sofrendo os efeitos da grave crise financeira mundial, (…) a Nilza, após várias tentativas de renegociação com instituições financeiras credoras, teve como única saída impetrar o pedido de recuperação judicial, apoiada na Lei nº 11.101/2005”. A medida, diz a empresa, é um “esforço para minimizar os impactos sociais que a crise financeira representa, uma vez que hoje dependem da Nilza mil empregados diretos”.

No mercado, a informação era de que a Nilza demitiria 300 pessoas na unidade de Ribeirão. O sindicato dos trabalhadores da indústria de alimentos local, porém, não tinha confirmação do número até o fechamento desta edição. A planta tem 700 funcionários.

Segundo fontes do setor, a Nilza teria tentado obter, sem sucesso, recursos do BNDES, cujo braço de participações já tem 35% do capital da empresa. Também foi malsucedida em tentativas de renegociação de dívidas com outros bancos. No mercado, a informação é de que a empresa teria débitos de R$ 270 milhões. Procurada, a Nilza não se pronunciou.

Desde o agravamento da crise, no último trimestre, a Nilza vinha em dificuldades. Além das demissões em Ribeirão, onde tem capacidade de processamento de 850 mil litros de leite por dia, a empresa também teria encerrado as atividades em Itamonte (MG). No começo do ano, já havia fechado a fábrica de Campo Belo (MG) e demitido 140 pessoas.

Em entrevista em fevereiro passado ao Valor, o diretor de marketing da Nilza, José Maurício Furtado, disse que a situação de atraso no pagamento de fornecedores estava sendo normalizada e que a empresa esperava quitar todos os débitos na metade de março.

Apesar da Nilza atribuir as dificuldades à seca de crédito, fontes do setor de leite afirmam que a compra da Montelac (que era dona das unidades em Minas) por R$ 130 milhões, após uma disputa com a Parmalat no começo de 2008, precipitou os problemas, pois a empresa teve que se alavancar. Além disso, houve uma crise de preços no setor.

Não é a primeira vez que a Nilza quebra. Quando era cooperativa, até o fim de 2005, viveu uma grave crise financeira e passou por uma reestruturação, que culminou com a venda da fábrica de Ribeirão e da marca Nilza para o empresário Adhemar de Barros Neto, ex-acionista da Lacta. A Indústria de Alimentos Nilza foi criada por ele em 2006.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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