Notícias 29.06.09

 

Relat – O município de Estação (RS) terá uma indústria de leite em pó. O projeto da Renner Laticínios (Relat) terá investimento de R$ 30 milhões. As obras começaram nesta semana e a previsão é que a unidade entre em funcionamento em agosto de 2010. Inicialmente, a planta terá capacidade para transformar 1,2 milhão de litros de soro em leite em pó por dia. A Relat deverá gerar 70 empregos diretos e cem indiretos no município e acionará 40 caminhões diariamente para transportar o soro até a indústria. De acordo com a prefeita de Estação, Cirilde Braciak, a matéria- prima será recolhida em quatro grandes indústrias do setor de laticínios e queijarias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina próximas ao município. Em muitos casos, o soro líquido acaba sendo desprezado. Com a captação e a industrialização do soro, a previsão é de que as queijarias da região ampliem sua produção. (Correio do Povo/RS)

Queijos – Na concorrência sem trégua com os famosos queijos finos franceses e italianos, os laticínios mineiros se armaram de tecnologia e matéria-prima de qualidade. Enquanto o mundo discute se a crise financeira tocou o fundo do poço ou ainda chegará ao seu ponto mais crítico, as indústrias de queijos especiais passam longe da turbulência, envolvidas em planos de expansão da produção e de processos sensíveis como o armazenamento e a captação de leite. Os números são a prova de todo esse esforço que vai das linhas de produção ao pasto. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), as vendas dos queijos finos de Minas praticamente dobraram nos últimos cinco anos e não dão sinais de arrefecimento. (Estado de Minas)

Registro – Atarefado com o projeto para abrir mais duas unidades do Cruzília Laticínios, Luiz Sérgio Medeiros de Almeida comemora o que considera uma vitória. A empresa nascida no município do Sul de Minas obteve do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento um dos primeiros registros com nome brasileiro de um queijo especial feito no país, o Azul de Minas, que tem características do gorgonzola, queijo original italiano. Com investimentos iniciais de R$ 200 mil, o laticínio pretende reabrir até o fim do ano uma antiga fábrica, desativada há 10 anos, na vizinha Minduri. Em Cruzília, onde a produção chegou à carga máxima, com o processamento de 30 mil litros de leite por dia, ante os 400 litros diários recebidos em 97, outra fábrica foi adquirida em leilão judicial e deverá voltar a funcionar. Os queijos da marca abastecem duas lojas e um depósito próprios em São Paulo, além da clientela na capital mineira. (Estado de Minas)

Produção  – No escritório do Laticínio São Vicente em Belo Horizonte, Paulo Bartholdy Gribel tem observado índices de crescimento sistematicamente próximos de 20% ao ano. Pela primeira vez na história da empresa familiar do Sul de Minas, a produção terá larga folga em comparação ao tradicional volume de vendas e pedidos não deixarão de ser atendidos. Há apenas dois meses, o São Vicente vende queijos fabricados em sua segunda unidade, instalada na cidade de Ritápolis, Região Central de Minas. Foram investidos R$ 500 mil na reforma das instalações e em novos equipamentos, que proporcionaram o dobro da capacidade atual de 23 mil litros de leite processados por dia em queijos com 20 diferentes apresentações. O lançamento mais recente segue a estratégia de segmentação dos produtos. Trata-se de um queijo brie de duplo creme, só vendido depois de completar 40 dias de maturação em câmaras de armazenamento.A produção da marca Trem Minas, nome fantasia da Porto Del Rey Laticínios, de São João del-Rei, triplicou nos últimos cincos anos, saindo de modestos 10 mil litros de leite processados por dia. Cainara Torga Araújo, diretora industrial da empresa, conta que os investimentos em ampliação não param. Em um mês, a fábrica terá nova linha de produção do queijo tipo gorgonzola e o setor de maturação está crescendo para atender os tipos gruyère, gouda e parmesão, aqueles que contêm as chamadas olhaduras (aqueles buracos suculentos) e precisam descansar mais tempo na fábrica. “No fim do ano queremos chegar aos 35 mil litros de leite processados por dia e vamos contratar mais gente.” Hoje, a empresa trabalha com 51 funcionários. (Estado de Minas)

Chile – Com investimentos de 12 milhões de dólares, o grupo chileno Surlat inaugurou uma nova planta da cidade de Loncoche, com capacidade para processar 50 milhões de litros de leite, equivalente a 5.000 toneladas de queijo anual. A nova planta produzirá principalmente queijo gouda, destinando 65% deles para exportação a clientes da Venezuela, México e Brasil. Existem negociações com possibilidades de que a planta de Loncoche venha se integrar à rede de distribuição Wal-Mart, como fornecedora de produtos de marca própria. (Estratégia.Online)

Leite/Mundo – O documento divulgado pela 10ª Conferência Mundial do Leite 2009 da International Farm Comparison Network, realizada na Suécia de 14 a 17 de junho, concluiu que: 1 – A crise do leite é mundial, e que 150 milhões de produtores familiares estão sendo afetados. 2 – O nível do preço mundial do leite está em US$ 20 ou 15 euros por 100 quilos. 3 – A análise dos custos em 2008 indica que apenas 10% do leite no mundo foram produzidos a US$ 0,20 o litro. 4 – Este baixo nível de preços do leite não é sustentável e a política do mercado de lácteos está distorcida. 5 – A sustentação de preços só se dá através dos subsídios que acabam definindo a política mundial de preços. (International Farm Comparison Network)

Produção – O ranking dos países produtores de leite foi estabelecido com os dados consolidados de 2007, coletados em 70 países, divulgando-se os 21 maiores. Os dois primeiros, Índia e Estados Unidos, produzem juntos, mais leite que todos os outros 8 classificados entre os 10 primeiros. (International Farm Comparison Network)

Indústria – O documento final da 10ª conferência Mundial do Leite 2009, também divulgou as 21 maiores indústrias de laticínios de todo o mundo, com dados consolidados de 2007. Segundo o estudo a indústria processadora de leite é muito fragmentada, e as 21 maiores empresas processam 21% do mercado mundial de leite. Mesmo assim em 6 seis países apenas 1 indústria detém 70% do mercado; e em 15 países apenas 3 respondem por 70. (International Farm Comparison Network)

Alemanha – Segundo estatísticas oficiais, no primeiro trimestre de 2009 as exportações de alimentos agroindustriais da Alemanha caíram 1,4% em relação ao ano anterior. O setor lácteo é um dos mais afetados. A manteiga teve uma queda de 19% em volume, e 39% em termos de valor. As exportações de queijo diminuíram 12,5%, e os outros lácteos 23,8% em termos de valor. Foram criadas duas organizações com o objetivo de apoiar e fomentar as exportações de produtos agroindustriais de alto valor agregado. A “German Food”, que agrupará os setores de carne, leite, doces e cervejas, e a “Food – Made in Germany”, criada por iniciativa conjunta da Federação Alemã da Agroindústria (BVE) e várias associações de marketing de alguns estados federados, onde estarão reunidas mais de cem pequenas e médias empresas do setor agroindustrial alemão. (Frisona)

Argentina – Segundo estudo realizado por Nestor Roulet, vice-presidente da Confederação Rural Argentina (CRA) a participação do produtor numa cesta de produtos lácteos (leite fluido, leite em pó, queijos e iogurtes), caiu de 32% dois anos atrás, para 21%, atualmente. E, analisando a composição do preço do leite que o consumidor paga perto de 3 pesos pelo litro, Roulet diz que o produtor fica com 24% do preço final, a indústria com 28%, percentual idêntico ao da distribuição e comercialização, e o Estado se apropria de 20% mediante diversos impostos. Para ele, as intervenções oficiais contribuíram para a concentração do capital dentro da cadeia láctea, e o governo faz o contrário do que fala. Enquanto um produtor primário recebe o mesmo que dois anos atrás, o consumidor paga 38% a mais no produto final. Se for eliminada a intervenção oficial e respeitarem as margens históricas do setor, o preço ao produtor deveria ser 1,18 pesos por litro. (Âmbito.com)

Negócios

Agrifam – Questões ambientais são temas do momento e não deixarão de estar em discussão na próxima Agrifam, feira voltada para a agricultura familiar e para o trabalho rural. Programada para o final de julho, em Agudos (SP), a feira terá, ainda, painéis de discussões sobre a produção de orgânicos e de leite, dois itens que se enquadram na produção da agricultura familiar, diz Braz Albertini, da Fetaesp. (Folha de SP)

Tecnologia – O uso de tecnologias, que vão desde o simples controle da higiene na ordenha manual a recursos avançados de genética do rebanho podem ajudar grandes e pequenos produtores de gado leiteiro na Amazônia a terem maior lucratividade sem a necessidade de abertura de novas áreas de floresta. É o que mostram os pesquisadores da Embrapa Rondônia que participam da segunda rodada do Mutirão Arco Verde – Terra Legal, que acontece no município de Nova Mamoré, na fronteira com a Bolívia. Os pesquisadores abordam também a extrema importância da qualidade do leite, explicando os principais procedimentos definidos na Instrução Normativa n° 51 (IN 51), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). (Folha de Rondônia)

Distribuição – O último ranking mundial do varejo elaborado pelo Planet Retail, referente ao ano de 2008, mostra a consolidação das lojas discount, aumentando a distância entre o primeiro colocado, Wal-Mart, e as outras redes. O ranking mostra ainda a melhora de posição e várias outras redes discount, com destaque para a alemã Lidl, que saltou do 9º par o 5º lugar. O faturamento do varejo subiu 10,5% em relação a 2007. Os maiores grupos estão abrindo lojas pelo mundo, especialmente Índia e Rússia, de modo a compensar as quebras nos mercados tradicionais. O Wal-Mart terminou o ano com 7.657 lojas e lidera a lista ao obter um faturamento de 434 bilhões de dólares, seguido pelo Carrefour que faturou 161 bilhões com suas 13.791 lojas. Em terceiro lugar figura o grupo Metro, com aproximadamente 116 bilhões de dólares de faturamento. O Planet Retail não prevê grandes alterações nesse quadro até o ano de 2013. (Hipersuper)

Setoriais

Fertilizantes – Em baixo patamar desde o início do ano, as importações brasileiras de fertilizantes deverão começar a aumentar mais significativamente nos próximos meses, já em decorrência de uma prevista recuperação da demanda para o plantio da próxima safra de grãos (2009/10), a partir do fim do terceiro trimestre deste ano. Fontes do segmento informam que entre 900 mil e 1 milhão de toneladas devem aportar no país nos próximos 30 dias. Em maio, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), foram 940 mil toneladas. Esse volume foi 40,2% menor que o de maio de 2008, e nos primeiros cinco meses de 2009 a queda em relação ao mesmo período do ano passado ainda é de 65,1%. A produção nacional também continua patinando, por causa dos elevados estoques formados a partir de setembro do ano passado, quando o mercado virou e a demanda começou a encolher. Em maio, foram 726,8 mil toneladas, 16% menos que no mesmo mês de 2008. De janeiro a maio, o volume acumulado chegou a 2,959 milhões de toneladas, recuo de 24,8%. (Valor Econômico)

Economia

IGP-M – O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou variação negativa pelo quarto mês consecutivo em junho, em ritmo ligeiramente superior ao esperado pelo mercado. Os custos no atacado aceleraram a queda devido aos produtos industriais e os preços no varejo subiram em ritmo menor por conta do fim do impacto de alguns reajustes, enquanto o setor de construção pressionou fortemente a inflação em razão de dissídios salariais. O indicador caiu 0,10% em junho, seguindo a queda de 0,07% em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) recuou 0,45% em junho, ante declínio de 0,30% em maio. O IPA agrícola passou de alta de 0,24% no mês passado para 1% neste. O IPA industrial, por outro lado, acelerou a queda para 0,92% em junho contra recuo de 0,48%. (Reuters)

Crise – A crise econômica global atingiu em cheio o bolso dos brasileiros mais ricos. De janeiro a abril deste ano, a renda média (individual) das pessoas das classes A e B nas seis principais regiões metropolitanas caiu 8,7% em termos reais (descontada a inflação). Na visão do economista Marcelo Neri, que chefia o Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo estudo, a queda deve ter sido influenciada pela crise global, iniciada em setembro do ano passado. A boa notícia, é que a classe C, muito atingida em janeiro, se recuperou. Um estudo anterior de Neri mostrava que, apenas em janeiro, a classe C tinha perdido para as classes D e E 11% de todo o seu crescimento em tamanho no governo Lula. Mas recuperou e a renda média das pessoas de classe C cresceu 3,9% de janeiro a abril deste ano, comparada com os mesmos meses de 2008. Em 2008, já havia aumentado 6,12%. Coerentemente com esse resultado, a classe C já representava, na última semana de abril, 53,6% da população das seis regiões metropolitanas, após ter caído de 53,81% para 52,64% apenas em janeiro. As classes A e B correspondiam a 13,3% da população metropolitana na última semana de abril. (O Estado de SP)

 

Globalização e Mercosul

Espaço – O Brasil está perdendo espaço para a China em mercados importantes para seus produtos manufaturados, como Estados Unidos, Argentina e México, aponta estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A situação é mais grave na Argentina, onde o Brasil ainda é o principal fornecedor de produtos industriais, mas a distância para a China diminui velozmente. Em 2003, o Brasil vendia 8,6 vezes mais produtos para a Argentina que a China. Nos últimos 12 meses até março deste ano, a diferença foi de 2,5 vezes. Nos EUA e no México, as empresas brasileiras incrementaram sua pequena participação recentemente, mas não atingiram sequer 2% das importações totais. Os chineses venderam 11,9 vezes mais que o Brasil no mercado norte-americano e 6,8 vezes mais no mexicano nos 12 meses fechados em março. (O Estado de SP)

PIB – O mundo já gastou 5% do seu PIB para enfrentar a pior crise nos últimos 60 anos. Mas as autoridades alertam: os pacotes de recuperação não estão dando os resultados esperados, não se sabe quando a recuperação ocorrerá e governos estão sendo lentos na reforma do sistema bancário. Nove meses depois da eclosão da crise, os mesmos reguladores que deveriam ter fiscalizado o mercado continuam perplexos e reconhecem que não entendem como é que o sistema financeiro que “parecia perfeito” entrou em colapso. Esses são alguns dos resultados do relatório anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que amanhã conclui sua assembleia anual com todos os BCs do mundo, apelando para que o trabalho de corrigir as falhas no sistema seja acelerado. (Agência Estado)

Chile – Poucos duvidam que a crise econômica afetou o bolso das pessoas, e pesquisa da Caem Research, mostra o que mudou no comportamento do consumidor chileno. 60% dos entrevistados dizem que já foram afetados com a crise, e esse número sobe para 87% se forem incluídos aqueles que esperam ainda serem afetados. Lazer e cuidados pessoais foram os primeiros itens a serem eliminados. Depois corte nos alimentos essenciais. Os setores mais afetados foram os de refrigerantes (-32%) e bebidas alcoólicas (-29%). Mudar a marca foi outra forma de poupar, principalmente produtos de limpeza (24%) e leite (24%). Outros optaram por outros lugares de compra, como as feiras livres (34%), e outros supermercados (24%). Buscar promoções também é outra opção, principalmente de iogurtes e sobremesas (43%). (El Mercurio

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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