Notícias 28.09.09

Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: o leite produzido no Oeste Goiano, ganhou reajuste em seu preço na última reunião entre produtores e laticinistas; a Secretaria de Estado de Fazenda eleva a pauta fiscal do leite em 4% em Mato Grosso do Sul; as importações de leite e derivados em setembro de 2009; a crise do leite na União Europeia (UE) está simbolizando um racha na Europa agrícola; a Camex vai monitorar as importações de leite para verificar se há necessidade de aumentar a alíquota do Imposto de Importação (II) do produto; nos últimos 10 anos a produção de leite em pó na Argentina aumentou menos de 6 %; os 15 anos da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida; a Comissão de Assuntos Sociais do Senado deve votar projeto que determina a distribuição gratuita de leite em pó, para os filhos de mães portadoras de HIV e a Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo lançou, no último dia 17 de setembro, a pedra fundamental para a construção de sua nova unidade industrial. (www.terraviva.com.br)

Qualidade – No dia 29 de setembro, a partir das 13 horas, na sede da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), a divisão de microbiologia da 3M do Brasil e o Silemg (Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais) esperam receber 80 convidados, entre gerentes industriais e de controle de qualidade, coordenadores de laboratórios, microbiologistas e analistas de alimentos do segmento de laticínios. A palestra da Doutora em Ciência Animal, subcoordenadora geral do Laboratório de análise da Qualidade do Leite da UFMG, um dos laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e que compõe a Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), Mônica Maria Oliveira Pinheiro Cerqueira, “O Impacto da Qualidade da Matéria-Prima na Indústria do Leite”, será o tema central do encontro. (Silemg)

Preço/RS – Com o fim do inverno e melhoria das condições de alimentação do rebanho bovino, está em queda o preço do leite, um dos principais itens da cesta básica do consumidor. O litro Longa Vida, que chegou a custar R$ 2,49, no pico do frio, pode ser encontrado, em oferta, entre R$ 1,49 e R$ 1,59, disse o presidente da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. Colaborou ainda para a redução dos preços a entrada do leite importado do Uruguai pelo governo federal. (Correio do Povo/RS)

Preço/SP – O preço do leite para o consumidor começou a cair após aumentos superiores a 30% no varejo em 2009. Em Ribeirão Preto, os supermercados registraram quedas de 20%, mas algumas marcas chegaram a reduzir o preço em até 35%. No Estado de São Paulo, em junho, o litro do leite tipo longa vida era vendido a R$ 2,50 e em setembro é encontrado a R$ 1,92. Em uma comparação feita entre os meses de setembro e agosto a queda registrada é de 18%. Mas mesmo com as baixas, o preço do produto em setembro de 2009 continua 20% mais caro em relação a 2008. Para os consumidores, a queda nos preços é bem-vinda. O início da safra deve aumentar a oferta do produto no mercado interno e manter o preço para o varejo. (EPTV)

Leite/RS – A governadora Yeda Crusius autorizou as concessões do Fundo Operação Empresa (Fundopem-RS) e do Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial (Integrar/RS) a 10 empresas gaúchas que juntas investirão R$ 40,2 milhões. Os recursos serão destinados a financiar, ampliar, modernizar ou reativar plantas industriais e agroindustriais e de centros de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, em dezenas de municípios gaúchos. As empresas do setor lácteo beneficiadas foram: a Indústria de Laticínios Pavlat, de Paverana; e a Perdigão de Crissiumal. A primeira investirá R$ 4,5 milhões para a implantação de unidade industrial destinada à produção de queijo “prato” e de bebidas lácteas UHT, contemplando o aproveitamento do soro do leite. Serão criados 75 postos de trabalho. A Perdigão investirá R$ 67,4 milhões na implantação de unidade industrial para a produção de leite em pó, com capacidade para a recepção e processamento de 600 mil litros de leite ”in natura” ao dia. Deverá produzir 2 mil toneladas de leite em pó por mês. Serão gerados 130 postos de trabalho. (Clésio.net)

Chile – Os produtores chilenos aguardaram em vão a decisão da Comissão de Concorrência, que analisaria o pedido de salvaguardas às importações de lácteos subsidiadas da Argentina e Uruguai. A reunião se manteve fechada, e houve determinação de não se divulgar qualquer informação, até a publicação no Diário Oficial. O presidente da Federação dos Produtores de Leite (Fedeleche), Dieter Konow, declarou que os produtores estão muito inquietos e preocupados, uma vez que os preços continuam caindo, e a liquidação de máquinas e vacas aumentando. (El Austral de Osorno)

Nestlé/Chile – Diante da mudança do cenário do mercado internacional de lácteos, com altas sucessivas na cotação do leite em pó, a Nestlé conseguiu fechar contratos de exportações de leite, com perdas menores do que as projetadas para os excedentes da primavera. Assim a empresa decidiu não reduzir o preço aos produtores, como divulgou dias atrás. Além disso, suspendeu o desconto dos adiantamentos efetuados, prorrogando a cobrança para janeiro de 2010. A Nestlé acredita que as dificuldades atuais do setor serão superadas no curto e médio prazo, à medida que se confirmem os sinais de recuperação da demanda e redução dos estoques internacionais. (El Austral de Osorno)

 

Negócios

Tangará – A menos de dez quilômetros do Porto de Vitória, está localizada umas das maiores fornecedoras brasileiras de insumos para indústrias de alimentos. Trata-se da desconhecida Tangará Foods, que cresce a um ritmo impressionante. Em 2008, as receitas atingiram R$ 500 milhões, valor que deve chegar R$ 750 milhões em 2009. Os executivos da empresa estimam que, em 2010, suas vendas totalizem R$ 1 bilhão. Esse desempenho é resultado de uma virada estratégica, rumo à diversificação de clientes. Há 3 anos, a Tangará concentrava suas vendas para a Kraft Foods, Garoto, Kibon, Sadia e Perdigão. A partir de 2006, começou a procurar pequenos varejistas. Desde então, sua lista de clientes passou de algumas centenas para dez mil. O processo desencadeou uma mudança na estrutura operacional. Em 2009, deve dobrar o tamanho do call center e o número de consultores de venda. (Istoé Dinheiro)

Nutricional – A Tangará produz leite em pó, concentrados e soros, além de cinco blends de café. A diversificação resultou na criação da marca Nutricional, para distribuir geleias, chocolates em pó e recheios de bolos para pequenos varejistas, como padarias e armazéns. Com os produtos industrializados, a margem cresce. No ano passado, 12% do faturamento bruto da Tangará se transformou em lucro antes de impostos e depreciações. A Tangará também está negociando com duas empresas brasileiras a compra de uma marca de alimentos de atuação nacional, sem revelar a operação. Essa discrição, aliás, acompanha a família desde a criação da empresa, em 1993. A Tangará surgiu depois que a Nacional Comércio, que pertenceu ao pai de José Aloizio de Souza Júnior, vice-presidente de operações e um dos fundadores do grupo, parou de operar. Num dado momento, a família achou melhor investir no setor lácteo, que nos anos 90 iniciava um ciclo de expansão. (Istoé Dinheiro)

Setoriais

Fertilizantes – Depois de um ano-safra atípico onde os preços dos fertilizantes bateram recordes históricos, o plantio de verão para os agricultores gaúchos se mostra mais favorável. Isso porque os preços dos adubos caíram de uma média de R$ 1,6 mil a tonelada para próximo de R$ 1,1 mil, fator que levou muitos a antecipar a compra do insumo. “Temos até o final de outubro como período forte para a aquisição”, declarou o presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues. O dirigente criticou a postura de muitas empresas de fertilizantes que, na opinião dele, impuseram preços abusivos aos produtores no ano passado. Para ele, essa redução nos valores é mais uma prova do “comportamento ditatorial dessas empresas, em 2008.” (Jornal do Comércio/RS)

Tecnologia – Os técnicos e agricultores familiares do Rio de Janeiro já começaram a ser capacitados em tecnologias apropriadas à agricultura familiar, integrando as ações do Programa Mais Alimentos. Serão cursos de agricultura orgânica, de atividades agropecuárias, de leite, de processamento de frutas e hortaliças, entre outros. As atividades no Rio de Janeiro fazem parte da parceria entre Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No Estado, os recursos somam mais de R$ 706 mil para a realização de capacitações, implantação de Unidades Demonstrativas (Uds), entre outros. Assim como o Rio de Janeiro, os outros Estados e o Distrito Federal já receberam parte dos recursos para início das ações previstas pelo termo de cooperação. Em todo o país, estão previstas 1.662 atividades até julho de 2010. (Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA)

 

Economia

Consumo – Os brasileiros devem retomar em 2010 – um ano de eleições presidenciais – um nível de consumo igual ou até superior ao de antes da crise. Passada a turbulência, as estimativas dos economistas indicam gastos recordes para as famílias brasileiras no ano que vem. Pelas contas da consultoria MB Associados, a população terá R$ 90,3 bilhões a mais em 2010 em comparação a este ano. O montante é bem maior que o crescimento do consumo em 2009, que foi de R$ 52,6 bilhões. E supera, até mesmo, em R$ 5 bilhões, o aumento de R$ 85,3 bilhões em 2008. A lista de fatores que vão favorecer o consumo no próximo ano é longa: retomada do emprego, crescimento da renda, juros baixos, a volta do crédito e a gastança do governo federal. (O Estado de SP)

Desemprego – O Banco Central (BC) prevê que a taxa de desemprego encerre o ano em 6,7%. Se este percentual se confirmar, será a menor taxa desde o início da série histórica, em 2002. Em dezembro do ano passado, a taxa ficou em 6,8%. De acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, isso deve ocorrer pela recuperação da indústria e a contratação de temporários em dezembro pelo comércio e serviços. “A indústria voltou a contratar e o setor de serviços não chegou a ter demissões massivas”, disse Mesquita. Para todo o ano de 2009, o BC prevê uma taxa de desemprego média de 8,1%. Em 2008, a média foi de 7,9% e, em 2007, de 9,3%. (Correio do Povo/RS)

Globalização e Mercosul

Marcas – A crise financeira mudou os hábitos de consumo dos americanos e fez emergir um consumidor menos impulsivo e mais racional. Esse novo comportamento vem favorecendo marcas que oferecem preços baixos e também colocou um desafio para os pesquisadores de mercado no país. “A crise fez com que os métodos tradicionais usados para analisar as escolhas dos consumidores não surtissem mais efeito. O consumidor se tornou mais racional, mas ele ainda sofre pressão de atributos emocionais na hora de decidir sua compra”, afirma Eric Almquist, sócio da consultoria Bain & Company. “A freada no consumo dos americanos deve durar mais tempo do que muitos estão prevendo”, diz Almquist, que calcula que vai demorar no mínimo cinco anos para que os consumidores voltem às compras como antes da crise. No Brasil, onde os efeitos da crise financeira internacional não chegaram a prejudicar todos os segmentos de consumo, as marcas estão buscando ser mais diretas em sua comunicação. (O Estado de SP)

França – Pesquisa realizada entre a população francesa constatou que 92% deles estão de acordo com a greve do leite mantida por 14 dias na Europa. A empresa de pesquisa revelou que a categoria foi a que obteve o maior apoio da população nos últimos anos. A greve durou duas semanas e foi suspensa até o dia 5 de outubro, quando haverá reunião dos ministros de Agricultura dos países membros da União Europeia (UE). Caso as decisões não sejam consideradas satisfatórias pelos produtores, os organizadores prometem retomar o movimento. (Agrisalon)

Alemanha – A chanceler alemã, Ângela Merkel, criticou as propostas da Comissão Europeia (CE) para solucionar a crise do leite, dizendo que é incompreensível, que todos os setores tenham tido programas para sair da crise econômica, mas que justo para o setor agropecuário a CE não esteja disposta a rever suas posições. Merkel convocou uma reunião, nesta semana, com as Associações e representantes dos agricultores e pecuaristas, para encontrar pontos em comum e prepararem a pauta de reivindicações em Bruxelas. (Frisona)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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