Notícias 27.08.2010

Leite/GO – Entra em vigor hoje (27), a nova pauta de valores referenciais para cobrança de ICMS de produtos do grupo leite e derivados, comercializado em Goiás. Levantamento da Secretaria da Fazenda aponta que o leite in natura passou de 0,75 (centavos) para 0,67 (centavos) o litro, uma redução de 10.67%. O queijo minas frescal também apresentou queda de preço, passando de R$ 7,00 para R$ 6,27, uma redução de 10.43%. Já o queijo minas, magro, passou de R$ 5,00 para R$ 5,23 o quilo, um aumento de 4.60%. A maior redução foi para ricota fresca, que passou de R$ 3,00 para R$ 2,00 o quilo, uma queda de 33.33%. (Goiás Agora)

ICMS – A utilização dos benefícios do ICMS em operações interestaduais com leite condensado foi proposta pelo governador Alcides Rodrigues em mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa. Na justifica o governador lembra que, apesar de as operações com leite condensado só terem sido contempladas com o crédito outorgado de ICMS a partir de 1º de junho de 2009, quatro indústrias de laticínios passaram a se utilizar do benefício no Estado antes da data prevista, em maio de 2005. O projeto já foi lido em plenário e diz respeito ao período entre 1º de maio de 2005 a 31 de maio de 2009. (Goiás Agora)

Preço/MG – O preço do leite pago ao produtor caiu até 25% em plena entressafra. Uma explicação é o aumento da importação do leite uruguaio. E essa queda, embora um pouco menor, já pode ser vista também nas prateleiras dos supermercados. A produção de leite na fazenda do produtor rural João Batista Vieira, de Lagoa Formosa, passa de dois mil litros por dia. E ssa quantidade se mantém praticamente a mesma desde início do ano. Mas o valor que recebe por litro diminuiu: passou de R$ 0,98 para R$ 0,80. Situação que está deixando João preocupado. Na Cooperativa de Patos de Minas (Coopatos), que recebe 250 mil litros de leite por mês, o valor médio pago aos produtores caiu ainda mais: passou de R$ 0,95 em maio, para R$ 0,75 em agosto. (MGTV)

Preço – O preço médio do leite pago aos produtores do país voltou a recuar em agosto, mas a seca em algumas regiões produtoras tende a segurar o movimento de baixa. Em agosto, os produtores de leite receberam R$ 0,699 pelo litro da matéria-prima entregue em julho. O valor é 2,6% menor do que o registrado no mês anterior. A falta de chuvas desde julho já afeta pastagens em regiões de pecuária leiteira, como o leste de Minas Gerais e o noroeste paulista. Nesse quadro, a produção tende a cair se os pecuaristas não fizerem a suplementação da alimentação do ga do. (Valor Econômico)

Lactis/MS – A Lactis Agroindústria fábrica de leite em pó, que esta em fase de implantação no município de Sidrolândia começa a fazer contatos com possíveis fornecedores de matéria prima [leite] com objetivo de expor política e métodos de trabalho da empresa, que tem previsão de iniciar suas atividades no final de 2011. O Diretor Executivo da referida indústria, Carlos Henrique de Souza, recepcionou no Núcleo de Projetos da Prefeitura, os produtores de Glória de Dourados que vieram conhecer e se interar dos investimentos que estão sendo feitos em Sidrolândia na montagem da fábrica que irá produzir leite em pó e condensado. Carlos explanou aos visitantes a forma e condições de trabalho que será adotado pela Lactis Agroindústria, bem como, o controle de qualidade do leite que o produtor terá para se tornar um dos fornecedores da empresa. (Região News)

Garantias/MS – Outro ponto importante na reunião foi quanto às garantias de assistência técnica por parte da indústria para com o produtor. A Lactis irá garantir ao produtor um preço médio de 15% a mais que os laticínios pagam atualmente, fator de grande motivação para os produtores que já sofrem consideradas baixas em períodos de longa estiagem. (Região News)

Fonterra – A neozelandesa Fonterra bateu um novo recorde de exportação de lácteos no ano fiscal encerrado em julho deste ano e iniciado em agosto de 2009. A central de cooperativas enviou ao exterior 2,1 milhões de toneladas do produto pela primeira vez em seus nove anos de história. De acordo com informações da companhia, as exportações superaram em 60 mil toneladas o volume embarcado no mesmo período um ano antes. O presidente da Fonterra, Andrew Ferrier, disse que a demanda consistente no decorrer do ano, particularmente de mercados da Ásia, ajudou a empresa a superar os dois milhões de toneladas e terminar o ano fiscal com estoques ajustados. “A recuperação global foi liderada pela Ásia, com demanda particularmente boa da China”, disse ele. (Valor Econômico)

Exportações – Segundo Ferrier, os lácteos representam cerca de um quarto das exportações da Nova Zelândia e como economias como China e outras partes da Ásia seguem crescendo, as perspectivas permanecem positivas. “Ainda que continuemos a ver volatilidade de preços, o setor de lácteos mantém sua performance destacada, não apenas nos setores exportadores primários, mas também nas exportações de uma maneira geral [da Nova Zelândia]”, afirmou. A Fonterra é uma das seis maiores empresas de lácteos do mundo, com receita anual de US$ 11,2 bilhões e vendas totais de 2,31 milhões de toneladas de lácteos. É responsável por mais de um terço do comércio internacional de lácteos. Tem 11 mil cooperados e processa mais de 14 bilhões de litros de leite por ano. (V alor Econômico)

 

Negócios

Feira/Árabe – O Ministério da Agricultura, com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, está com as inscrições abertas para as empresas brasileiras interessadas em participar da feira Saudi Agro-Food, que será realizada de 4 a 7 de outubro, em Riad, capital da Arábia Saudita. No ano passado, 16 empresas participaram do evento. “Essa é uma feira para equipamentos para produção de alimentos, como embalagens, misturas e ingredientes. É uma boa oportunidade para as empresas brasileiras”, afirmou o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby. De acordo com ele, o foco da feira não é tanto alimentos processados, mas insumos agropecuários e maquinários. Mesmo assim, já estão inscritas algumas empresas brasileiras fabricantes de carne de frango e bovina e de produtos lácteos. (ANBA).

Importação – Segundo informações do Ministério da Agricultura, entre os países árabes, a Arábia Saudita é o maior mercado para o Brasil. Com uma população de mais de 25 milhões de pessoas, que cresce 3% ao ano, a demanda por alimentos também aumenta. No ano passado, a Arábia Saudita importou mais de US$ 17,4 bilhões em alimentos e produtos agrícolas, um crescimento de 16% em relação a 2008. Atualmente, as importações de alimentos e produtos agrícolas representam 15% do total importado pelo país. Segundo informações do site da feira, o setor de alimentos e produtos agrícolas é o quarto maior importador do país. As empresas interessadas em participar da Saudi Agro-Food devem entrar em contato com departamento de Comércio Exterior da Câmara Árabe. (ANBA)

Supermercados – As vendas reais nos supermercados apresentaram crescimento de 3,47% em julho na comparação co m o mesmo mês do ano passado, segundo divulgou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a junho, as vendas do setor registraram aumento de 4,2%. No acumulado do ano, o faturamento dos supermercados teve alta de 5,26% sobre igual período do ano passado. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). (Agência Estado)

Assaí – O Grupo Pão de Açúcar investiu R$ 30 milhões na implantação de três lojas da rede Assaí, em São Paulo. A primeira dessas unidades será inaugurada hoje. Juntos, os três empreendimentos devem gerar 490 empregos diretos e indiretos. Além dos lançamentos, foram reformadas quatro unidades da rede, três em São Paulo (Rio Claro, Caraguatatuba e Limeira) e uma no Rio. Hoje, a rede conta com 46 lojas, o triplo do que tinha em 2007, antes de iniciar seu processo de expansão. (Folha de SP)

Setoriais

Estiagem I – Uma rápida consulta na página do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no início da noite de quinta-feira não deixava dúvidas. De uma lista de 11 Estados do país, todos apareciam com baixa umidade relativa do ar. Gravíssima em metrópoles como São Paulo e rastilho para incêndios em diversos pontos do país, a situação já interfere na produção agropecuária nacional. No segmento de grãos, é possível dizer que a falta de chuva até agora foi inclusive benéfica em alguns casos. O trigo, plantado no inverno, teve sua colheita acelerada no Sul e passou a correr menos risco de embolorar. O milho safrinha semeado no Paraná já foi todo colhido e não sofreu, enquanto em São Paulo os trabalhos também já estão quase finalizados. Outro produto que já está com a colheita acelerada é o café, e a seca na fase final da safra colabora para a fermentação ideal do grão. (Valor Econômico)

Estiagem II – Daqui para frente, contudo, o cenário muda. Se persistente, o déficit hídrico afetará a florada das próximas safras de café e laranja, reduzirá a produção de cana – e esta já sente os efeitos adversos da estiagem -, reduzirá a oferta de lácteos e aumentará a de boi e adiará o início do plantio da próxima safra de grãos de verão, programado para meados de setembro. Diferentemente do que aconteceu no ano passado, quando as chuvas antecipadas permitiram o início do plantio de grãos na segunda quinzena de setembro no Centro-Oeste, agora não há chuvas no horizonte até a segunda quinzena de outubro. Ou seja, o clima quase ideal que garantiu a produção recorde de grãos na safra 2009/10 não se repetirá, o que poderá prejudicar muitos produtores, sobretudo os da região Sul, ainda que tenha potencial para garantir aumento de preços para quem tiver produto para vender. (Valor Econômico)

 

Economia

Indústria – A atividade da indústria de transformação paulista cresceu 2,6% em julho em relação ao mês anterior, sem o ajuste sazonal, e 0,6% com ajuste, segundo o Indicador de Nível de Atividade (INA) divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No acumulado do ano, o INA cresceu 12,7% e, nos últimos doze meses, 6,7%. A projeção do setor para o encerramento do ano é de alta 11% e, para isso, “a indústria tem que crescer, na média, 1% ao mês a partir de agosto”, segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. (Agência Brasil)

Consumo – A intenção de consumo das famílias paulistanas subiu 1,6% em agosto na comparação com julho e atingiu o segundo melhor resultado da sua série histórica, iniciada há um a no. De acordo com o levantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 15,2% em um ano. O único resultado mais elevado que o de agosto foi o de janeiro, quando marcava 138,7 pontos. Salário e crédito explicam a percepção positiva, avaliou a Federação. (Valor Econômico)

 

Globalização e Mercosul

PIB/EUA – A economia americana teve o crescimento revisado para 1,6% no segundo trimestre deste ano, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Trata-se de um ritmo ligeiramente melhor que o previsto pelo mercado. O consenso das projeções apontava para uma alta de 1,4%. Na primeira estimativa para o segundo trimestre, a expansão do Prod uto Interno Bruto (PIB) fora de 2,4%. No primeiro trimestre, a economia teve crescimento real de 3,7%. Já o deflator do PIB registrou variação positiva de 1,9% no segundo trimestre, contra 1,8% na medição anterior. (Brasil Econômico)

China – Os lucros industriais da China cresceram 61,1% nos primeiros sete meses do ano em relação ao mesmo período de 2009, para 1,88 trilhão de iuanes, informou a agência de estatísticas chinesa nesta sexta-feira (27). O aumento marcou uma forte desaceleração após a expansão anual de 71,8% no primeiro semestre. Os números se referem aos lucros de empresas em 24 províncias e regiões, cujas receitas representam 82% de todas as companhias do país. (Brasil Econômico)

Aumentam importações dos EUA e de soro de leite

Na balança comercial de lácteos em 2010, dois fatores têm chamado a atenção: aumento das importações de lácteos dos Estados Unidos, principalmente no mês de julho, e de soro do leite.

As importações de soro de leite, que de janeiro a abril estiveram abaixo das médias mensais de 2005 a 2009 (2,645 mil toneladas), ultrapassaram a barreira das 3 mil toneladas em maio e das 4 mil toneladas em junho e julho (Gráfico 1). No acumulado do ano foram importadas 19,3 mil toneladas do produto, um crescimento de 16,7% com relação ao mesmo período do anterior. De janeiro a julho houve uma alta de 187% na quantidade importada do produto, passando de 1,5 para 4,4 mil toneladas.

Gráfico 1. Evolução das importações de soro de leite

O soro do leite é subproduto da fabricação de queijos e caseína, e devido ao seu alto valor nutritivo possui utilizações diversas na indústria. O produto pode ser utilizado na fabricação de sorvetes, bebidas lácteas, alimentação animal, principalmente no caso de suínos, e humana, na forma de suplementos alimentares e concentrados protéicos.

Em relação aos países dos quais importamos o produto, vale ressaltar que Estados Unidos, Argentina e Uruguai, respondem por 96,1% do total de soro do leite importado no acumulado do ano. A Argentina foi nosso principal fornecedor, com 10,8 mil toneladas, ou 55,9% do total; seguido do Uruguai, com 5,2 mil toneladas, ou 27,1%; e Estados Unidos, com 2,6 mil toneladas, ou 13,8%.

Gráfico 2. Participação na importação de soro.

O outro fator que chama a atenção ao analisarmos a balança comercial de lácteos, e nesse caso, especificamente em julho, é a aumento da participação dos Estados Unidos no total das importações. De uma parcela modesta em janeiro (3,3%) e fevereiro (2,4%), para quase nada em março (0,9%), abril (1,3%) e maio (1,2%); a participação das importações norte-americanas começou a subir em junho (5,4%) até chegar ao um valor significativo de 21,6%, em julho.

As importação dos EUA em julho foram alavancadas por 2 principais produtos: o leite em pó desnatado e o soro do leite. No primeiro caso, a quantidade importada foi de 1,008 mil toneladas, ou 41,6% do total de leite em pó desnatado (2,423 mil toneladas), ou ainda 21,6% do total de leite em pó (leite em pó integral + desnatado + parcialmente desnatado). Foi também o primeiro e único mês de 2010 em que foi importada qualquer quantidade de leite em pó dos EUA.

Gráfico 3. Importações brasileiras de leite em pó e participação.

No caso do soro, as importações dos EUA, que representavam 13,8% no acumulado do ano, saltaram em julho para 33,1%. Foram importadas 1,470 mil toneladas de um total de 4,443 mil toneladas. Essa quantidade é também 54% maior do que as importações somadas de janeiro a junho do produto (0,95 mil toneladas).

Gráfico 4. Importações brasileiras de soro e participação.

Portanto, e voltando ao parágrafo inicial da análise, devemos nos atentar para o aumento das importações dos Estados Unidos e de soro do leite. Aguardaremos pelos dados da balança comercial de lácteos de agosto para ver se esses dois novos fatores serão tendências ou casos particulares.

Rodolfo Castro, da Equipe MilkPoint

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
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