Notícias 27.03.09

Leite – Houve uma queda na recepção de leite pelas indústrias no quarto trimestre de 2008. Conforme dados preliminares publicados pelo IBGE, a quantidade de leite recebida pelos laticínios sob fiscalização no quarto trimestre de 2008 foi -1,02% menor que no mesmo período de 2007 e 15,41% maior que o mesmo período de 2006. No total, em 2008, a produção foi 7,54% maior que a produção de 2007. 

Leite/TO – Produtores de leite, representantes da Federação da Agricultura do Estado do Tocantins (Faet) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) reuniram-se esta semana em Araguaína com o objetivo de igualar o preço do leite pago ao produtor no Estado. Além do preço do leite, outro tema abordado foi a criação da Cooperativa Leiteira do Norte do Tocantins. “A entidade deve manter a sustentabilidade do leite em nosso Estado. Três dessas cooperativas já funcionam adequadamente”, diz o presidente do Sistema Faet/Senar, Júnior Marzola. Hoje, o leite é vendido em Araguaína por preços entre R$ 0,25 a R$ 0,28. Em Paraíso do Tocantins, varia de R$ 0,24 a R$ 0,57. Em 2008, o preço do litro vendido pelo produtor às indústrias era de R$ 0,65 a R$ 0,70, quando a média nacional ficava em R$ 0,71. (O Popular)

Surlat  – A empresa láctea que conta como sócios 226 produtores de leite do sul do Chile espera faturar US$ 112,2 milhões este ano. A Surlat exportou 28,5% do leite recebido no ano passado, e pretende exportar 34% de seus produtos lácteos em 2009. O diretor, Gerardo Irarrázabal, explicou que “estão voltados à exportação, para não pressionar o mercado interno”. As exportações vão para Venezuela, México, Peru, Cuba e Brasil. Concluiu, recentemente, negócios para a venda de leite fluido para Cingapura. A empresa, que recebe anualmente 180 milhões de litros de leite, inaugurará no meio do ano uma fábrica em Loncoche.Mesmo diante do complexo cenário, Gerardo Irarrázabal mostra-se otimista para uma possível recuperação do preço do leite. A oferta mundial não tem muito como crescer. Argentina e Australia estão com problemas. A Nova Zelândia não tem mais terra, e a demanda na Ásia é crescente, disse o executivo. Para Irarrázabal, “os preços subirão ainda em 2009, e no mais tardar em começos de 2010″, e afirmou que nos próximos meses esperam que “se houver variações, será para cima, como comunicou a Nestlé”, que já assinalou a tendência da alta, mesmo que não tenha data definida. (Fedeleche)

Fonterra – Os baixos preços internacionais dos lácteos reduziram as receitas da Fonterra. Mas, Henry van der Heyden diz estar satisfeito com o resultado. A receita dos últimos seis meses, encerrado em 31 de janeiro, foi de $ 8 bilhões, caiu 7,6% em relação ao ano passado. “É um bom resultado, é um sólido resultado levando em consideração o ambiente e as condições que estamos enfrentando”, disse Van der Heyden. O preço médio do leite em pó no leilão online da Fonterra este mês subiu 16,6%, depois de ter caído 58%, desde julho. “A Fonterra cortou de $ 7 para $ 5,10 kg/(MS) a previsão de pagamento desta temporada, apoiada em mudanças fundamentais no mercado, deixando isso muito claro para os produtores com os quais temos um elevado grau de confiança. E agora estamos nos esforçando para manter o valor”, disse Van der Heyden.Os produtores neozelandeses estão gratos à Fonterra por não quebrar a previsão de pagamento de $ 5,10 kg/Milksolid (MS), para a atual temporada. A queda no preço das commodities, o grande estoque de leite em pó, combinado com perdas cambiais de $ 1,3 bilhões, e elevado nível de endividamento, afetou o resultado financeiro da cooperativa. Apesar disso, em especial a redução pela metade dos preços do leite em pó, matando o denominado “White Gold Rush”, os números dos 6 meses encerrados em 31 de janeiro foram: * $ 8 bilhões em receitas, incluindo $ 5 bilhões oriundos de matérias-primas e ingredientes; * Receita 7,6% menor em relação ao ano passado, ajustada para novo período de referência. * A estimativa de pagamento aos agricultores permanece em $ 5,10 por kg/MS. (NZHerald)

Negócios

Nestlé – A Nestlé, líder mundial do setor alimentício, tem ampliado seu foco no mercado de produtos voltados para as classes C, D e E brasileiras. Dos cerca de R$ 13 bilhões faturados pela empresa em 2008, mais de R$ 1 bilhão veio dos negócios voltados aos consumidores de baixa renda. Na comparação com 2007, isto significou um aumento de 15% neste segmento. “Nossa meta era crescer o dobro do Produto Interno Bruto do país (PIB), mas observamos que, com este público, conseguimos mais que duplicar esta meta”, afirma Ivan Zurita, presidente da companhia. Uma estratégia da suíça para abocanhar os mercados C, D e E é a venda de produtos na porta do cliente. “Nossas pesquisas mostraram que os consumidores gastam muito com o transporte até os supermercados centrais. Agora, estas pessoas têm a facilidade de receber tudo em casa, comprando de alguém que ela conhece.”, conta Zurita.  Luis Cantarelli, vice-presidente da Nestlé para as Américas, acrescenta que o grupo está pensando, inclusive, em expandir essas ideias para os mercados do leste europeu. Outro meio que a empresa encontrou para conquistar os grupos de baixa renda é a criação de produtos de menor custo e o lançamento dos tradicionais com embalagens que os tornam mais baratos. “A marca Ideal, que engloba alimentos lácteos e cereais, por exemplo, foi desenvolvida especialmente para o segmento mais carente da população e é oferecida em embalagens sachês, o que reduz o preço final”, explica Alexandre Costa, diretor de regionalização da Nestlé Brasil. Ele destaca que já existe uma divisão na empresa específica para o desenvolvimento deste tipo de projeto. A companhia suíça, que no ano passado registrou um crescimento de 69% nos lucros nas operações mundiais, já tinha anunciado estratégias que vão nesta direção. (Valor Econômico)

Supermercados – As vendas reais nos supermercados cresceram 4,16% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a janeiro, as vendas em fevereiro apresentaram queda de 5,37%. No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas tiveram aumento de 5,37%. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em nota, a Abras destaca que o setor apresenta um resultado “expressivo”, mesmo com os efeitos da crise financeira internacional. Na avaliação da entidade, “isso corrobora a tese de que o varejo de alimentos é o último a sentir os efeitos da crise”. (Agência Estado)

Ranking  – O Carrefour manteve no ano passado a liderança no ranking de vendas dos supermercados do Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a varejista francesa encerrou 2008 com R$ 22,4 bilhões de faturamento bruto, alta de 16,7% sobre 2007. No segundo posto ficou o Grupo Pão de Açúcar com faturamento de R$ 20,8 bilhões e aumento de 11,2%, seguido do Wal-Mart, com receita de R$ 16,9 bilhões e crescimento de 13%. As posições do Pão de Açúcar e Wal-Mart se mantiveram inalteradas em relação a 2007. De acordo com a Abras, as três maiores redes concentraram 73,4% do faturamento entre os vinte maiores supermercados do País em 2008, ante 74,6% do ano imediatamente anterior. Segundo a entidade, os maiores crescimentos porcentuais foram da rede Condor Super Center (PR), com alta de 29,4%; Sonda (SP), de 24,6%; Super Muffato (PR), de 24,5%; e GBarbosa (SE), de 24% – que apresentou o quarto maior faturamento do setor em 2008. “Parte do crescimento se deve à alta dos preços dos alimentos do ano passado, que elevaram a receita dos supermercados”, disse Sussumu Honda, presidente da Abras. Em relação a 2007, houve alteração no ranking a partir da quinta posição, que passou a ser ocupada pela rede Bretas (MG) – antes na sétima colocação -, no lugar do Zaffari e Bourbon, que caíram para o quinto e sexto posto. A rede Prezunic (RJ) encerrou 2008 na sétima colocação, seguida da Epa/Mart Plus/ViaBrasil (MG), em oitavo; Super Muffato, em nono; e Angeloni (SC), em décimo. (Agência Estado)

Yakult – A Yakult, fabricante japonesa de leite fermentado, fechou sua divisão de cosméticos no Brasil, depois de quase dez anos de operação malsucedida no país. “A decisão foi tomada por questões estratégicas, uma vez que a Yakult do Brasil pretende concentrar todos os esforços comerciais na área de alimentos, principal negócio da companhia em todo o mundo”, afirma Masahiko Sadakata, diretor-presidente da companhia, em comunicado enviado ao Valor. A Yakult obteve receita de vendas de R$ 272,7 milhões no ano passado, 15% acima do ano anterior, e um lucro líquido de R$ 28,1 milhões, 17% acima. (Valor Econômico)

Setoriais

Máquinas  – O setor de máquinas agrícolas projeta, para este ano, os mesmos níveis de negócios de 2008. A perspectiva foi feita pelo vice-presidente da Abimaq, Marcus Coester, em evento na Fiergs. Segundo ele, as ações do governo para alavancar a produção são bem-vindas e o setor começa a perceber retomada nos pedidos. Em fevereiro, tiveram alta de 1,1%. ‘É um bom indicativo, mas, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 6,5%.’ O faturamento do setor caiu pela metade (50,1%). (Correio do Povo/RS)

Máquinas – O aumento das vendas nas primeiras feiras agropecuárias deixa o setor otimista. Os resultados de duas feiras agropecuárias importantes realizadas recentemente, a Expodireto no Rio Grande do Sul e a Coopavel no Paraná, aumentaram as vendas de 20 a 30% em relação às edições anteriores. Os produtores estão comprando estimulados por programas sociais, como o Pró-trator do governo de São Paulo e o Mais Alimentos, do governo federal. Já a indústria de bens de capital não acompanha o otimismo do setor de máquinas e implementos agrícolas. O faturamento de R$ 8 bilhões no acumulado do ano é 26% menor do que o registrado em 2008. Nos últimos quatro meses, o setor demitiu mais de 12 mil pessoas. De acordo com o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, se a crise não chegar ao fim, o quadro ainda pode piorar, chegando a 50 mil demissões. (Canal Rural)

Exigibilidade – O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou voto que determina a redução da chamada exigibilidade bancária para empréstimo ao setor rural em 1 ponto porcentual ao ano a partir de julho de 2010. Essa regra vai ser aplicada até que a exigibilidade dos depósitos à vista e a prazo volte ao nível antes de setembro de 2008. O secretário adjunto de Política Agrícola e Microfinanças, Gilson Bittencourt, do Ministério da Fazenda, disse que o CMN aprovou a manutenção da exigibilidade no nível atual para a safra de grãos 2009/10, que começará a ser plantada em setembro. “Decidimos aprovar uma proposta de redução gradual nas exigibilidades para não haver uma queda drástica no volume de recursos do crédito agrícola. Com a decisão de hoje, haverá uma queda de 1 ponto porcentual a cada ano, até chegarmos ao nível anterior à crise”, argumentou Bittencourt. (Agência Estado)

Soja – A produção média de soja recuou para 44,8 sacas por hectare nesta safra, contra 48,8 na anterior, segundo dados apurados pelo “Rally da Safra”. Mesmo assim, a produção deve ficar em 57 milhões de toneladas, acima do que se previa após a seca. (Folha de SP)

 

Economia

Desemprego – O IBGE apurou em fevereiro deste ano uma taxa de desemprego de 8,5% nas seis principais regiões metropolitanas do país, uma pequena oscilação em relação aos 8,2% de janeiro. São 51 mil pessoas a menos no mercado de trabalho, num total de 1,9 milhão de desempregados. Também foi a menor taxa registrada em um mês de fevereiro desde 2003. No mesmo período de 2008, a taxa era de 8,7%. O número de empregos com carteira assinada no setor privado também diminuiu em 1,1% (109 mil pessoas). Mas na comparação anual, cresceu 3,4%, traduzindo-se em 307 mil novas vagas de trabalho. O número de pessoas ocupadas caiu 1% na comparação entre os dois primeiros meses do ano, o equivalente a 211 mil pessoas sem renda. O setor industrial foi o responsável pelo fechamento de mais da metade destes postos de trabalho. Mesmo assim, quando comparado a fevereiro de 2008, o saldo é positivo, em 1,4% (283 mil pessoas). (Correio do Povo/RS)

Indústria – A produção industrial paulista teve alta de 1,1% em fevereiro ante janeiro, segundo o INA (Índice do Nível de Atividade), já considerado o ajuste sazonal. Nos dados sem ajuste, alta de 0,8%. Na comparação com fevereiro do ano passado, o indicador paulista, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), apresentou perda de 15,4%. Nos últimos 12 meses, a produção industrial não registra variação. O nível de utilização da capacidade instalada ficou em 75,9% em fevereiro. O PIB da indústria para o ano, segundo previsão da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deve ter queda, e o PIB do país deve ter crescimento zero. Segundo o levantamento, o setor industrial será o mais prejudicado, com retração de 2,8% no seu PIB. (Folha de SP)

Juros – O governo decidiu manter em 6,25% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para os meses de abril, maio e junho. Depois de participar da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse é um patamar razoável para estimular os investimentos no país. “É a menor taxa desde que a TJLP foi criada. (Valor Econômico)

 

Globalização e Mercosul

Clones/UE – O Parlamento Europeu (PE) rejeitou por maioria ampla a produção e comercialização de alimentos procedentes de animais clonados, apesar do despacho favorável da Autoridade em Segurança de Alimentos (EFSA) da União Europeia (UE). “É muito importante que os alimentos obtidos a partir de animais clonados sejam excluídos” do texto que o PE está preparando sobre novas categorias de alimentos autorizados na UE, disse a eurodeputada holandesa Kartika Tamara Liotard. A maioria dos cidadãos europeus rejeita a clonagem de animais para alimentação segundo pesquisas. A Comissão Europeia propôs facilitar procedimentos para permitir “novos alimentos” obtidos mediante tecnologias inovadores. Em janeiro de 2008 a EFSA declarou que carne e leite de clones bovinos e suínos são tão seguras como as de gado convencional, e similar em composição e valor nutricional. (Infortambo)

OMC – O mundo caminha perigosamente em direção ao protecionismo, alertou ontem o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy. Se for mantida, essa tendência “sufocará” o comércio global e tornar mais difícil a saída da crise. Em um relatório enviado aos membros da OMC, Lamy diz que, desde a última avaliação, há três meses, o livre comércio sofreu um “deslize significativo”. Tanto países industrializados como em desenvolvimento, disse ele, ergueram barreiras às importações para resguardar a economia doméstica. Segundo Lamy, ainda não há sinais de uma onda de protecionismo de “alta intensidade”, como a que provocou as guerras comerciais da época da Grande Depressão, na década de 1930. Mas alertou que “o perigo hoje é uma escalada de restrições que poderia lentamente sufocar o comércio internacional” e atrasar a retomada. (Folha de SP)

Aquisição de leite cresce em 2008, segundo IBGE

Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a aquisição de leite cresceu 7,5% ao atingir 19,238 bilhões de litros. Ao se observar o comportamento da aquisição de leite nos últimos cinco anos verifica-se crescimento ao longo do tempo em torno de uma média de 7,2% ao ano. Em 2008, a aquisição foi maior em todo o 1º semestre do ano.

O Sudeste é a principal região em aquisição de leite, com 42,4% da captação feita pelas indústrias de laticínios. Em seguida aparece o Sul, com 30,3%. Minas Gerais lidera a aquisição com 27,5% do total.

No 4º trimestre de 2008 foram adquiridos cerca de 4,9 bilhões de litros de leite, redução de 1,0% em relação ao mesmo período de 2007 e aumento de 5,2% na comparação com o 3º trimestre de 2008. Quanto ao leite industrializado pelos estabelecimentos registrou-se estabilidade (-0,1%) em comparação ao volume industrializado no 4º trimestre de 2007 e aumento de 4,9% com relação ao 3º trimestre de 2008.

Foram 2.057 informantes, distribuídos por todas os estados à exceção do Amapá, que não apresenta produção feita segundo aos critérios da pesquisa. Minas Gerais teve o maior número e lidera a aquisição nacional de leite, com 26,2%.

As informações são do IBGE

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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