Leite/GO – Criadores de Goiás estão preocupados com a queda no preço do leite. O valor está 30% menor em relação ao mesmo período do ano passado. O criador Rubens Fernandes de Paula tem 145 vacas em lactação. A produção é de 2,3 mil litros de leite por dia. O leite é vendido para uma cooperativa do município. Em 2008, nessa mesma época, ele recebia R$ 0,80 pelo litro. Esse ano, a situação é outra. O pecuarista está recebendo R$ 0,61. Para pagar as contas ele teve que vender 40 vacas. Em outra propriedade, no município de Piracanjuba, a menos de cem quilômetros de Goiânia, a situação é mais complicada. Produzir um litro de leite no lugar custa R$ 0,55. Na hora de vender o produtor recebe R$ 0,55. (Globo Rural)
Estiagem – O atraso na chegada das chuvas dificulta a vida de criadores do sertão de Sergipe. A produção de leite caiu. A paisagem seca é consequência de uma estiagem que já dura seis meses. Sem pasto, os produtores têm que comprar ração. Mesmo com o gado se alimentando a base de ração, a oferta de leite foi reduzida. Em Nossa Senhora da Glória, maior produtor do Estado, a produção caiu 20%. Com isso, os pequenos laticínios da região já trabalham com perdas. Sem a oferta da matéria-prima fica difícil atender as encomendas. (Globo Rural)
Coopagro – Associados da Cooperativa Agropecuária Regional de Montes Claros (Coopagro) vão discutir, hoje, a proposta de terceirização ou revitalização da usina de leite, que recebe 30 mil litros de leite por dia e beneficia 16 mil. Desse total, 8 mil litros são vendidos no comércio, 8 mil vão para a produção de queijos, doce e outros derivados, e 14 mil são repassados à Itambé. O presidente da Coopagro, Lúcio Tolentino Amaral, afirma que há possibilidade de beneficiar 100 mil litros/dia, desde que os equipamentos sejam modernizados. Irão participar da reunião cem cooperados que estão adimplentes. Fundada há 54 anos, a cooperativa acumula prejuízos de cerca de R$ 25 milhões, que foram rateados entre os 3.290 cooperados, cabendo a cada um R$ 7.600. (Hoje em Dia/MG)
Danone – O investimento de R$ 60 milhões, para gerar 300 empregos diretos, na fábrica de Maracanaú (CE), fechada há 10 anos, pode não vir. “O projeto está concluído”, garante Moacyr Fernandes, gerente de Engenharia da Danone no Brasil, mas a decisão sobre os incentivos fiscais do estado se arrasta desde agosto do ano passado. Enquanto não se chega a uma resolução, a Danone vem sendo assediada pela Agência de Desenvolvimento de Pernambuco. “Pernambuco é muito rápido e ágil”, avisa Fernandes. A multinacional de origem francesa, líder mundial em produtos lácteos frescos, está pronta para reativar sua planta no Distrito Industrial I em Maracanaú, onde quer produzir a linha de produtos Activia e Corpus para atender todos os nove estados do Nordeste. Para viabilizar o projeto, também está firmando uma parceria com a Parmalat. (O Povo/CE)
Preço – A Danone quer produzir a sua linha Activia no Ceará para reduzir os preços para o consumidor final na Região. “O produto chega mais caro no Nordeste, em relação ao Sudeste, devido ao frete e aos impostos”, diz Moacyr Fernandes. Acrescenta que a parceria entre as duas gigantes do setor de alimentos contribuirá para que a Danone possa produzir o Activia no Ceará, enquanto a Parmalat irá fabricar leite UHT. Para isso, será trazida ao Estado a Integralat, empresa do mesmo grupo da Parmalat especializada em ampliar e capacitar a cadeia do leite. (O Povo/CE)
Preço/EUA – O Boletim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), informa que houve uma queda considerável no poder de compra do leite em relação aos cereais. Utilizando o indicador denominado MFPR (por sua sigla em inglês), que se obtem dividindo o preço do litro de leite pelo preço do quilo de ração de vacas com 16% de proteína, o Usda encontrou 1,69 em janeiro de 2009, o valor mais baixo dos últimos anos. Em janeiro de 2005 o valor era de 3,5. Para que uma exploração seja rentável, o indicador deve ser acima de 3. Ou seja, l litro de leite compra 3 quilos de ração. (Infortambo)
Negócios
Chocolates – A Cadbury anunciou aumento de 6% nas vendas em 2008, mas reduziu as expectativas para este ano. Divulgou um panorama “confiante, mas realista” sobre seu desempenho. “Dizemos que somos resistentes a recessões e não à prova de recessões”, disse o CEO da fabricante de doces, Todd Stitzer. Stitzer disse que a Cadbury está se beneficiando da preferência dos consumidores por marcas confiáveis. “Em tempos de dificuldades, as pessoas gravitam em torno a marcas que conhecem e gostam e a prazeres com os quais podem arcar”, afirmou, destacando que os chocolates de marca própria representam apenas 6% do mercado. (Valor Econômico)
Light – O iogurte light é um commodity para as classes A e B. ” É preciso ter um algo a mais para atrair o consumidor”, diz Damiano Sanna, responsável pelos lácteos da Perdigão. Foi nesse universo, onde dominava a mesmice, que os funcionais foram lançados no país. A aceitação foi tanta que a concorrente Danone tem mais de 40% de seu resultado no país com Activia. “O interessante é que enquanto todo mundo passou a olhar para os funcionais, os lights ficaram de lado.” Foi por isso que a submarca Pense Light da Batavo (do portfólio da Perdigão) foi criada há pouco mais de um ano e a partir de segunda-feira passa a ter uma extensa linha, indo de pratos prontos a fatiados. Este mês já serão 35 produtos nas prateleiras, sendo que os lançamentos são quase sempre à base de peru como a lasanha, por exemplo. “A Perdigão é uma empresa de alimentos e temos a única marca que pode ir de iogurte a pizza.” O momento de “vácuo” da concorrência, avalia ele, foi importante na decisão. “A Danone lançou o Activia light, mas o Corpus ficou meio esquecido. Sanna diz que a estratégia da Batavo é apostar em produtos de valor agregado, mas nunca com “lançamentos de nicho.” E se baseiam na força que Pense Light conquistou no mercado. Pelos dados Nielsen, de fevereiro de 2008 a janeiro de 2009, o crescimento da participação da Batavo no segmento de iogurtes light foi de 60%, saltando de uma fatia de 7,8% para 12,4% após a criação da submarca Pense Light. Em todo o país, as vendas da Batavo no segmento cresceram 50%. “Nossa pretensão agora é estrear em novas categorias de alimentos e ir ocupando espaço.” Um dos lançamentos que mais chamam a atenção é o leite em pó light, onde a marca Molico da Nestlé era dominante. Pense Light terá 20% a mais de verba de marketing do que em 2008, quando contou com Ana Hickmann como garota-propaganda. (Valor Econômico)
Mercoláctea 2009 – Entre 7 e 10 de maio, a Sociedade Rural de San Francisco [Argentina] voltará a sediar a Mercoláctea, que contará com inovações tecnológicas na produção de leite, produtos e serviços para produtores e industriais. Uma vez mais será feito o concurso de queijos e doce de leite, amostras de silos e fenos, olimpíadas lácteas, o salão do sabor e seminários de capacitação. Também será realizado o Segundo Concurso de Queijos do Exterior, e o Quinto Concurso do Doce de Leite. As empresas interessadas em participar podem inscrever-se até o dia 13 de março. mmgallinger@mercolactea.com.ar (La Voz)
MDD – O último relatório do Instituto de Pesquisa IRI, “A Snapshot of Trends Shaping CPG and Retail Industries”, revela que tanto nos Estados Unidos da América como na maioria dos países europeus, cresce o interesse do consumidor pelas marcas próprias da distribuição (MDD), representando, atualmente, 17% nos EUA, 32% na Espanha e 13% na Itália, deixando distribuidores e fabricantes atentos. O objetivo é implementar estratégias que ajudem o consumidor de hoje e assegurem a fidelidade desse mesmo consumidor amanhã. Estimativas dos analistas da IRI indicam que a atual conjuntura deverá durar entre 12 e 18 meses, e “as MDD estão dispostas a satisfazer o consumidor, substituindo as marcas de fabricante”. Pesquisa feita no final de 2008 na Inglaterra aponta que para 53% dos consumidores as marcas da indústria estão perdendo a importância e 73% admitiram estar satisfeitos com as MDD. (Hipersuper)
Marcas – O preço parece constituir atualmente o fator principal na procura de MDD, reflexo da crise nas atitudes e comportamentos do consumidor. Existem categorias de produtos onde a quota das MDD ultrapassa os 50%, e outras onde as MDD podem crescer. Como a indústria poderá responder a esta “ameaça”? As conclusões da IRI indicam que os fabricantes terão de reavaliar as estratégias de preço, adequando-se às necessidades e exigências dos consumidores. Construir políticas de degustação e/ou experimentação de produtos onde se registra crescimento das MDD. Ao mesmo tempo investir na identificação das marcas, apresentar preços diferenciados e focar na inovação. Pois do outro lado a distribuição irá apoiar seus produtos MDD com publicidade e merchandising, de modo a aumentar o interesse dos consumidores, além de maximizar a relevância das MDD na loja. (Hipersuper)
Wal-Mart – Em uma campanha de redução de custos, a Asda da Wal-Mart na Inglaterra, anunciou o corte de 30% dos produtos de marca de fabricante de suas prateleiras. Com o slogan “menos é mais” a empresa vem selecionando os produtos. Darren Blackhurst, gerente da Asda, diz que: “As marcas que realmente são grandes ficam e terão mais espaço, porque iremos tirar algumas que não rendem. Isso torna a operação das lojas mais fácil e poupa-nos dinheiro”. (Hipersuper)
Setoriais
Nutrição – O setor de nutrição animal deve registrar crescimento de 5% em 2009 em relação ao ano passado, mesmo diante da já notada retração nas vendas internas e externas de carnes. A projeção é do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), leva em consideração os frigoríficos já fechados este ano e o recuo dos embarques nos primeiros meses do ano. De acordo com o levantamento do Sindirações, o setor de nutrição para bovinocultura deve registrar o crescimento mais expressivo ao longo do ano, 8,8%. (Gazeta Mercantil)
Economia
Desemprego – A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aumentou de 12,7% em dezembro para 13,1% em janeiro. O desemprego estava em 14,2% em janeiro de 2008. O contingente de desempregados nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Distrito Federal (DF) foi estimado em 2,62 milhões de pessoas, 75 mil a mais do que em dezembro. Embora o aumento do desemprego seja um comportamento normal para meses de janeiro, a magnitude do crescimento surpreendeu as entidades. Ainda assim, a taxa de 13,1% é a menor para meses de janeiro desde o início da série histórica, iniciada em 1998. (Agência Estado)
Confiança – A confiança do consumidor brasileiro, que havia registrado recuperação em janeiro, voltou a ser abalada este mês, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgados nesta sexta-feira (27). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou 1,4% menor na passagem do primeiro para o segundo mês do ano, atingindo o menor nível da série, iniciada em setembro de 2005, considerando-se dados com ajuste sazonal. Houve piora tanto das avaliações sobre a situação presente quanto das expectativas em relação aos meses seguintes. (G1)
Financiamentos – Os fundos constitucionais são os principais instrumentos de financiamento para o setor produtivo das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. As taxas de juros praticadas são as mais baixas do país e representam a principal fonte de recursos para micro e pequenos empreendedores e para agricultores familiares. No último balanço dos fundos houve um crescimento significativo. O maior (85%) foi do FNO que passou de R$ 1,1 bilhão para R$ 2 bilhões. Em seguida, vem o FNE cujas contratações cresceram 80,6%, passando de R$ 4,2 bilhões para R$ 7,6 bilhões. O FCO também teve resultados significativos – crescimento de 75,8% – com valores contratados que passaram de R$ 2,0 bilhões em 2007 para R$ 3,5 bilhões em 2008. Os financiamentos foram direcionados ao setor produtivo de todas as áreas da economia e aos clientes de todos os portes, com ênfase nas micro e pequenas empresas e nos mini e pequenos produtores rurais, inclusive agricultores familiares. (Nordeste Rural)
IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve variação de 0,32% na terceira quadrissemana de fevereiro, na cidade de São Paulo. Na quadrissemana anterior, o índice foi de 0,45%. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e coincidiu com o piso das previsões dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que variavam de 0,32% a 0,43%. Dos sete grupos que compõem o IPC, o único que apresentou alta entre a segunda e a terceira prévia foi Transportes, de -0,03% para 0,14%. Os grupos que desaceleraram foram Habitação (de 0,41% para 0,39%), Alimentação (de 0,59% para 0,39%), Despesas Pessoais (de 0,37% para 0,30%), Saúde (de 0,58% para 0,25%) e Educação (de 3,22% para 1,31%). A taxa negativa no segmento Vestuário avançou de 0,29% para 0,40%. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Seca – Com a seca consumindo a economia argentina e as recentes barreiras comerciais impostas para dificultar a entrada de produtos brasileiros no país vizinho, as exportações gaúchas sofreram um baque. Principal parceiro comercial do Estado em janeiro do ano passado, a Argentina caiu para a segunda posição neste ano. As exportações gaúchas para os hermanos caíram 58% em janeiro – quase US$ 90 milhões a menos do que no mesmo período do ano anterior. Para efeitos de comparação, os Estados Unidos, epicentro da crise mundial, reduziu suas compras do Estado em US$ 29,09 milhões – queda de 22% no comparativo com janeiro de 2008. Ou seja, o impacto argentino foi três vezes maior no Rio Grande do Sul do que o dos EUA. A queda do volume de vendas para a Argentina, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado, foi a maior do ranking no mês. Dependentes da renda que vem do campo muito mais do que o Brasil, os argentinos sentiram o poder de compra encolher na área rural e também na urbana. – O gado engordou pouco, a colheita de soja foi menor e o leite que abastece a indústria de laticínios rendeu menos. Tudo isso tirou renda. Nem com câmbio favorável ao Brasil se conseguiu vender mais para lá, porque o governo implantou barreiras comerciais para proteger a indústria local – explica Marcelo Portugal, professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (Zero Hora/RS)
Argentina – As exportações da Argentina caíram 36% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações recuaram 38% durante o mesmo período, anunciou ontem o estatal Instituto Nacional das Estatísticas e Censos (Indec). Apesar da queda, a Argentina manteve em janeiro um superávit de US$ 971 milhões na balança comercial, 27% a menos que em janeiro do ano passado. Segundo o Indec, a Argentina exportou em janeiro o equivalente a US$ 3,73 bilhões, importando o equivalente a US$ 2,759 bilhões. Em 2008, a balança comercial argentina registrou um superávit recorde de US$ 13,176 bilhões. (Gazeta Mercantil)
EUA – A proposta de orçamento dos Estados Unidos para 2010, apresentada nesta quinta-feira (26) pelo presidente Barack Obama, fixa um teto de US$ 250 mil para o apoio financeiro concedido aos produtores rurais norte-americanos. Também prevê a suspensão gradual, pelos próximos três anos, dos subsídios a fazendeiros com faturamento anual superior a US$ 500 mil dólares. De acordo com o documento, as medidas são uma tentativa de direcionar os recursos públicos aos agricultores que realmente precisam da ajuda governamental. “O presidente quer manter uma forte rede de proteção para os agricultores familiares e para os agricultores que estão começando e, ao mesmo tempo, encorajar a responsabilidade fiscal”, diz o texto da proposta que prevê US$ 20 bilhões para financiamentos e subsídios ao desenvolvimento de atividades rurais incluindo o estímulo a pequenos negócios, energias renováveis e telecomunicações. (SAFRAS)