Notícias 26.08.09

Preços/RS – A reação dos preços aos produtores de leite não poderia ter vindo em melhor hora. Às vésperas da Expointer, os valores, entre R$ 0,65 e R$ 0,90, servem de estímulo para que os criadores voltem a investir. O presidente da Associação do Gado Holandês (Gadolando), José Ernesto Ferreira, explica que a demanda crescente por leite no Rio Grande do Sul tem feito com que muitos produtores busquem profissionalização. “Investimentos em genética, manejo, alimentação balanceada e a manutenção dos animais saudáveis é a receita básica para melhorar a produção”, diz o dirigente. Apesar de os produtores estarem passando por um momento favorável, com o aumento dos preços, a remuneração ainda é inconstante. Seria preciso a implantação de políticas governamentais que regulassem a importação de leite, para evitar que os preços no mercado interno sejam achatados. O Rio Grande do Sul produz hoje, em média, 7 bilhões de litros de leite ao ano. (Jornal do Comércio/RS)

Conseleite – Segundo o vice-presidente do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite), Wilson Thiesen, “os preços não devem subir mais do que está agora.” No IPCA-15 de julho, o leite pasteurizado, que é o pesquisado pelo IBGE, chegou a ter uma alta de 38,82%. No acumulado do ano, o aumento é de 35,84%. Nos últimos 12 meses, a alta é um pouco menor: 27,88%. Os próprios valores do produto no Estado, levantados pelo Conseleite, já mostram sinais de estabilização. Desde o início do ano, o valor para a qualidade padrão, que em janeiro era de R$ 0,5009, vinha subindo até atingir, em julho, um pico de R$ 0,7093. Para agosto, o valor de referência projetado pelo órgão é de R$ 0,65. A melhora nos preços, segundo Thiesen, pode ser explicada pela regularização da produção, normal quando a primavera se aproxima. (Paraná Online)

Lactose – A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou por unanimidade, na quarta-feira (19) o Projeto de Lei 2663/03, do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que obriga os fabricantes de produtos que contenham lactose a informar essa característica, no rótulo ou embalagem de forma nítida e de fácil leitura. O objetivo é evitar o consumo por quem é alérgico ao açúcar presente no leite e derivados. A relatora, deputada Tonha Magalhães (PR-BA) apresentou parecer favorável, lembrando que a Lei 8078/90 já determina que todos os produtos que contenham lactose informe isso ao consumidor. Duas emendas foram apresentadas. A primeira estabelece o ponto exato da embalagem onde a inscrição deve aparecer. A segunda aumenta de um para dois anos o prazo para modificação das embalagens. “Dessa forma consideramos que, a alteração na rotulagem nutricional, possa ser adotada sem causar transtornos à atividade econômica”, explica. (Agência Câmara)

Rótulos – A deputada Tonha Magalhães (PR-BA) estima que 25% dos brasileiros apresentam, em maior ou menor grau, intolerância à lactose, cujos sintomas podem causar grande desconforto e prejudicar a absorção de nutrientes fundamentais. “Praticamente sem qualquer custo adicional, o consumidor passará a beneficiar-se do maior destaque que passará a ser dado, nas embalagens e rótulos dos produtos, a uma informação realmente relevante para sua saúde e segurança”, aponta. Tonha lembra que o projeto segue o mesmo modelo daquele que originou a Lei 10674/03, que obriga a inscrição: “Contém glúten”, ou “Não contém glúten”, nas embalagens de alimentos. A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Agência Câmara)

Italac – A Fundação Estadual de Preservação Ambiental (Fepam) concedeu ontem a licença de operação para a usina de beneficiamento de leite da Italac Alimentos, em Passo Fundo. A autorização foi entregue pelo secretário estadual do Meio Ambiente em exercício, Giancarlo Tusi Pinto, e pela presidente da Fepam, Ana Maria Pellini, ao diretor da empresa, Alexandre Teixeira, em Porto Alegre. Agora, a empresa pode dar início às atividades na produção de leite em pó, achocolatados e longa vida. Na primeira e segunda fase, a empresa processará 200 mil litros de leite por dia, com a geração de 120 empregos diretos e mil indiretos. Na terceira fase, quando alcançar a capacidade máxima de beneficiamento, a produção será de 1,2 milhão de litros por dia e o número de trabalhadores deverá chegar a 500 diretos e 5 mil indiretos, entre produtores, transportadores e outros terceirizados. (Correio do Povo/RS)

Autorregulamentação – Menos de uma semana após audiência pública feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir restrições às propagandas de alimentos, especialmente as voltadas ao público infantil, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) anuncia um “compromisso público” para inibir a publicidade dirigida a crianças até 12 anos, que passa a valer em 1º de janeiro de 2010. O compromisso prevê a proibição de propaganda de alimentos e bebidas em programas nos quais crianças sejam maioria da audiência. Promoções em escolas também não serão permitidas. Segundo a Abia, não haverá punição para quem não seguir o acordo. As próprias fabricantes vão decidir quais alimentos seguem “critérios nutricionais específicos”. O acordo impede também a comunicação na internet. “A indústria reconheceu que a propaganda tem influência negativa no consumo, mas o acordo é muito vago”, diz Maria José Delgado, gerente geral de monitoramento e fiscalização de propaganda da ANVISA. (Valor Econômico)

Propaganda – Entidades de defesa do consumidor consideram uma boa notícia a autorregulamentação da propaganda anunciada pela indústria alimentícia e pelas agências, mas acham insuficientes. Na opinião de representantes dessas entidades, é necessário que seja criada uma legislação para restringir a publicidade de alimentos e punir os infratores, exatamente o que prevê a regulamentação da Anvisa. A advogada e assessora de representação do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Daniela Trettel diz que a proposta tem brechas, pois “é difícil definir com exatidão a audiência de um programa.” Coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci também defende a criação de uma lei para o setor que, além de limitar a propaganda, estabeleça limites saudáveis de sódio, açúcar e gorduras nos produtos. (O Estado de SP)

 

Negócios

Queijo – A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está produzindo um diagnóstico ambiental inédito na região da Serra da Canastra para verificar se os resíduos sólidos e líquidos gerados durante a fabricação do queijo Minas Artesanal têm destinação correta. O projeto conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pretende levantar informações para a elaboração de um modelo de gestão que irá orientar os produtores, em conformidade com a legislação específica, visando minimizar os possíveis impactos ambientais. (Hoje em Dia/MG)

Expoagas – O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, abriu ontem a 28ª Convenção Gaúcha de Supermercados e Feira de Produtos, Equipamentos e Serviços – Expoagas 2009, no Teatro do Sesi da Federação das Indústrias (Fiergs). Longo alertou para a crescente concentração no setor e pediu tratamento igualitário nas negociações tanto para grandes empresas quanto para pequenas e médias. Aos governos, o dirigente voltou a reivindicar a isenção de impostos para determinados produtos. Longo pediu a ampliação da isenção de impostos para o arroz, a farinha de trigo e o óleo de soja e solicitou, ainda, que o leite em pó seja tratado como alimento da cesta básica. Mesmo diante de um cenário de instabilidade, o empresário mantém a aposta de crescimento dos negócios entre 4% e 5% neste ano. (Correio do Povo/RS)

Nestlé – A Nestlé, patrocinadora do evento, apresenta diversos lançamentos na a 28ª edição da Expoagas. São produtos nos segmentos de culinários, biscoitos, cafés, chocolates e bebidas à base de soja. Com espaço de 115m2, a Nestlé espera receber mais de 2 mil pessoas por dia no estande. Os visitantes poderão conhecer e degustar as novidades. Entre as apostas da Nestlé para este ano está a ampliação da linha de biscoitos integrais Combina Com. (Correio do Povo/RS)

Bertin – A Bertin registrou receita recorde no segundo trimestre e lucro líquido 221% superior ao dos primeiros três meses de 2009. A receita bruta de R$ 2,18 bilhões, um recorde para trimestres, é 15,6% maior que a do mesmo período de 2008 e 8,6% acima do primeiro trimestre. O lucro foi de R$ 163,3 milhões. A receita da divisão de lácteos também cresceu 19,6%, em relação ao segundo trimestre de 2008. A empresa entrou em lácteos em outubro de 2007 com a compra da Vigor. Diante do desempenho nos dois primeiros trimestres, o diretor de lácteos, Fernando Falco, considera “factível” um crescimento de 25% no faturamento este ano, como previsto no plano de crescimento da empresa, que projeta investir R$ 3 bilhões de 2009 a 2013. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Produtividade – O governo federal anunciou que vai atualizar nas próximas semanas os índices de produtividade, que servirão de parâmetro para avaliar as terras sujeitas à reforma agrária. Os atuais, segundo o ministro Guilherme Cassel, foram fixados em 1975, com a tecnologia de 1975. A pergunta que é feita: os novos critérios irão valer para todo País? Ocorre que, segundo a Conab, a produtividade média da soja nos últimos 10 anos aqui no Rio Grande do Sul foi de 1.914 quilos por hectare, por causa das sucessivas frustrações de safra; no Paraná 2.711 quilos e, na média Brasil, 2.582 quilos. Se for para todo País, poderão ser desapropriados aqui 4 milhões de hectares. (Jornal do Comércio/RS)

Soja – Os economistas do Inta -a Embrapa argentina- advertem que as expectativas de safra na Argentina em 2009/10 “se resumem perigosamente a um só cultivo: o de soja”. O trigo terá a menor área em três décadas e o milho não entusiasma. (Folha de SP)

Milho – O mercado de milho, afetado pela nova estimativa de 324 milhões de toneladas nos Estados Unidos, precisará render 9.000 quilos por hectare para obter um mínimo de rentabilidade, devido à retenção de 20%. (Folha de SP)

 

Economia

Alimentos – Pouca gente sabe, mas a indústria da alimentação é o segundo setor industrial brasileiro, perdendo, apenas, para o setor petroquímico. Em 2008, faturou R$ 270 bilhões. (Jornal do Comércio/RS)

IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo registrou alta de 0,48% na terceira quadrissemana de agosto (30 dias até o dia 23), mais uma vez pressionada pelos custos da habitação. Trata-se do maior índice desde a primeira leitura de fevereiro deste ano, quando a alta foi de 0,49%. Os dados foram divulgados ontem pela Fipe. A categoria Habitação teve alta de 1,19%, contra alta de 0,94% na leitura anterior. Foi a maior alta dessa categoria desde a segunda leitura de setembro do ano passado, quando o índice subiu 1,24%. (Valor Econômico)

 

Globalização e Mercosul

Argentina – Líderes rurais da Argentina farão locaute a partir da meia-noite de sexta-feira até 4 de setembro. No período, será interrompida a comercialização de grãos e bois vivos. Segundo o presidente do Coninagro, Carlos Gareto, a medida se deve à falta de resposta para reivindicações do setor e ao veto do governo Cristina Kirchner à Lei de Emergência Agropecuária. A norma previa redução de 50% ou isenção, em alguns casos, do pagamento de imposto de exportações por 180 dias para afetados pela seca. (Correio do Povo/RS)

Cepal – O comércio internacional de países da América Latina e do Caribe deve ter uma redução de 13% este ano, segundo estimativa das Nações Unidas apresentada ontem. A retração é atribuída ao encolhimento da demanda, à queda dos preços de commodities produzidos na região e ao aperto no mercado de crédito. Segundo o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), as exportações devem diminuir 11% e as exportações, 14% – os piores resultados em 72 anos e 27 anos respectivamente. Nos primeiros seis meses, as exportações da região de minérios e petróleo caíram 50,7%; as de manufaturados, 23,9%; e as de produtos agrícolas, 17%, diz o relatório. As exportações para a União Europeia no período tiveram uma retração de 36,3%. Mais ou menos a mesma retração registrada para o mercado americano, que foi de 35,3%. O comércio entre os países da região também encolheu: 33% em comparação com o primeiro semestre de 2008. (Valor Econômico)

Negociações – O Mercosul e a União Europeia devem retomar, em novembro, as negociações para um acordo de livre-comércio, que estavam vinculadas ao resultado da Rodada Doha. O governo brasileiro trabalha para levantar a demanda dos principais setores da economia, que vão ser levadas ao encontro em Lisboa. No primeiro semestre de 2010, a Espanha assume o comando da União Europeia. E o Brasil quer aproveitar o momento para tentar uma retomada nas negociações entre o Mercosul e o bloco europeu paralisadas desde 2004. Para isso o governo busca uma atualização da demanda dos principais setores da economia e o agronegócio também está sendo consultado. (Canal Rural)

Mercado internacional de lácteos ensaia recuperação

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 10 e 21 de agosto, apresentaram alta para a maioria dos produtos no Oeste da Europa e na Oceania, quando comparados à quinzena anterior. No Oeste da Europa, somente o leite em pó desnatado manteve o preço médio estável, enquanto que o leite em pó integral teve leve alta de 1,4%, sendo cotado a US$ 2.737,5/tonelada, em média.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter, apesar de um recuperação dos preços ser esperada, o aumento de 26% no valor médio do leilão da Fonterra deste mês deixou muitos compradores surpresos, sendo que os preços no mercado mundial ainda têm que se ajustar aos novos níveis de preços. Agosto é tradicionalmente tranquilo, mas muitos compradores estão esperando para ver a variação de preços no leilão de setembro. Na Nova Zelândia, a produção é sazonalmente baixa, não havendo volume disponível para venda no mercado spot. Fora da União Europeia, os preços estão subindo. Manteiga e queijos estão com preços estáveis, mas firmes, com maior interesse no óleo de manteiga devido à oferta futura de óleos vegetais ser incerta.

No Oeste da Europa, o leite em pó integral teve preço médio de US$ 2.737,5/t, com valores variando entre US$ 2.650/t e US$ 2.825/t, alta de 1,4% em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó desnatado (US$ 2.362,50/t) ficou estável em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 2.325/t e US$ 2.400/t. O valor médio do soro de leite mostrou alta de 5,7%, oscilando entre US$ 675/t e US$ 725/t, média de US$ 700/t.

Na Oceania, o preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.225/t, com valores entre US$ 2.150/t e US$ 2.300/t, alta de 5,95% comparado à quinzena anterior. Os valores do leite em pó desnatado ficaram entre US$ 2.050/t e US$ 2.200/t, média de US$ 2.125/t, alta de 4,9% em relação à quinzena anterior.

O valor médio da manteiga foi de US$ 2.125/t na Oceania, 7,6% superior em relação à quinzena anterior, e US$ 3.312,50/t no Oeste da Europa, alta de 3,1%. Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar apresentou alta de 1,85% em relação à quinzena anterior, fechando a US$ 2.750/t, com valores entre US$ 2.600/t e US$ 2.900/t.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

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Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.

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Equipe MilkPoint

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