Leite/RS – A decisão dos produtores de leite de levarem à Sefaz denúncia sobre o pagamento abaixo do preço do Conseleite revoltou lideranças do setor laticinista. O presidente do Sindilat, Carlos Feijó, rechaçou o rótulo de culpado e a ligação feita pelos produtores do fato com o decreto que concede crédito presumido de ICMS às indústrias. “Até abrimos mão do decreto se for para ficarmos nesta condição de réus”, afirmou Feijó. Ele lembra que o texto ainda nem havia entrado em vigor. “Acho ruim se alguma indústria abrir mão do benefício devido ao preço de referência. Seria lamentável”, opinou o presidente da Fetag, Elton Weber. Para ele, o decreto é importante para o desenvolvimento do setor. (Correio do Povo/RS)
Preços – Os preços pagos ao produtor de leite caem pelo segundo mê s consecutivo, cerca de 5% nas principais bacias produtoras, motivadas pelo aumento da oferta de produtos lácteos no mercado e importações em alta junto da demanda que não acompanha o incremento. A tendência ainda é de queda para os próximos meses. Os preços pelo litro ficam então a R$ 0,76 em São Paulo, recuo de 8% comparado ao ano passado. Minas Gerais registra de 3 a 4% a menos, pagando R$ 0,73 ao produtor. No sul, os preços variam entre R$ 0,68 até R$ 0,73. E apenas Goiás mantém os preços próximos ao ano passado, cerca de R$ 0,64. (Notícias Agrícolas)
Leite – A nutricionista canadense, Helen Bishop MacDonald, defendeu o consumo de três porções diárias de leite. Presente ao “Fórum das Américas: Leite e Derivados”, realizado junto com o Congresso Nacional de Laticínios, entre os dias 12 e 15 deste mês, Helen afirmou que o leite é um dos alimentos mais completos e o único que, se consumido rotineiramente, oferece cálcio na quantid ade ideal, e reduz riscos de obesidade, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, dentre outros benefícios. Para a pesquisadora da Embrapa, Rosangela Zoccal, os brasileiros consomem menos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 240 litros/ano/por pessoa. Porém, a disponibilidade no país é de 120 litros/ano/por pessoa. “No Brasil, o consumo de lácteos está relacionado com a renda. Enquanto uns consomem mais que 120 litros, muitos ingerem muito menos do que isso.” (Tribuna de Minas)
Uruguai – Apesar da crise nos pastos, a entrega de leite nas plantas da Conaprole continua superior a igual período do ano passado, em 6,37%, alcançando 1,9 milhões de litros. As chuvas vieram em boa hora, mas é muito difícil reverter a situação, devendo esperar uns 60 dias para ver os efeitos na produção de leite. (Infonegocios)
Megatambo/Uruguai – C om um investimento de 164 milhões de dólares, 50 deles emprestados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a firma de capital argentino Nuevo Manantial, projeta um empreendimento revolucionário do centro do Uruguai, para produção de grãos, biodiesel e leite em pó. Serão 8.800 vacas para uma produção estimada de 109 milhões de litros anuais, alimentadas com grãos produzidos em 17.000 hectares. O leite será destinado a abastecer uma fábrica de leite em pó, também construída no local. Em todas as suas fases, o projeto será desenvolvido observando os cuidados com o meio ambiente. O esterco será utilizado na fabricação de fertilizantes e gás metano. (El Acontecer)
França – Os produtores de leite ameaçam iniciar novos protestos contra as indústrias, na França. Depois de uma reunião para estabelecer os preços que deverão vigorar de 1º de julho a 30 de setembro, os produtores, poderá ser i niciada uma nova guerra do leite. Um ano trabalhando com rentabilidade mínima, os produtores pedem 10% de aumento, com base na recuperação dos preços das commodities. Inicialmente os industriais não são contra, mas querem que os preços franceses sejam alinhados com os preços da Alemanha. A Alemanha, que tem um dos preços mais baixos da Europa, está provocando um sério problema de competitividade às indústrias francesas. (Agrisalon)
Negócios
Ovelhas – No Vale das Princesas em Petrópolis, uma criação de ovelhas de sangue nobre, vindas da França, da raça Lacaune, se destaca. Enquanto uma ovelha comum produz 700 ml por dia, elas produzem 8 litros. O leite é mais doce e tem o dobro de gordura das demais. Para evitar contato com o solo e u ma possível contaminação, ficam em construção suspensa. A alimentação é com feno enriquecido e ração. Isso faz com que o criador Luiz Francisco Menezes seja o único fabricante no Brasil do queijo amanteigado. (Globo.com)
Programa/RS – Três de Maio está implantando o Programa da Produtividade e Qualidade do Setor Lácteo 2010/2020. Atualmente, dez pequenas propriedades-modelo estão integradas ao projeto, recebendo assistência da Secretaria Municipal da Agricultura, Emater e Cooperideal, além do apoio da Funcap. Além de investir diretamente na produtividade, o programa deve receber verba para melhorias no acesso às propriedades, facilitando escoamento da produção. (Correio do Povo/RS)
Setoriais
Soja – O Rio Grande do Sul deverá exportar 6 milhões de toneladas de soja neste ano, 20% a ma is do que na safra passada. A percentagem é superior ao crescimento nacional estimado de 5,2%. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou sua projeção para os embarques do ano comercial, de fevereiro de 2010 a janeiro de 2011, para 29,5 milhões de toneladas. A Aprosoja, ainda mais otimista, aposta na exportação de 31 milhões de toneladas. A China é o maior importador da soja brasileira, recebendo 65% do total, o restante segue, principalmente, para os países integrantes da União Europeia. (Correio do Povo/RS)
Argentina – O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina lançou o edital para a FSBio 2010 Agrobiotecnologia. Serão 26 milhões de pesos, a fundo perdido, que irão financiar até 70% de projetos que aumentem a competitividade da cadeia láctea. Os trabalhos podem ser de espécies forrageiras, transgênicas ou não, adaptáveis às zonas semiáridas ou subtropicais, desenvolvimento de vacinas, ou kits de diagnósticos aperfeiçoados contra doenças endêmicas, além de produtos com maior valor agregado. Os beneficiários serão consórcios público-privados, integrados com no mínimo 3 empresas argentinas, uma instituição pública e pesquisadores ligados a uma instituição pública. Essa exigência associativa visa fomentar a articulação entre o setor produtivo e o setor do conhecimento. (La Voz)
Economia
Inflação – O coordenador do Índice Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, avalia que a o panorama atual persistente de taxas negativas do indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) permite que ele trabalhe com uma previsão de manutenção desta tendência para o fechamento de julho. Picchetti destacou que, salvo algum fator surpresa, o IPC-S deverá confir mar seu segundo mês consecutivo de deflação, em 2010. O indicador havia apresentado um recuo de 0,21% em junho. “Com a alimentação ajudando e com esta tendência atual do índice, dá até para arriscar e dizer que teremos o segundo mês seguido de inflação.” (Correio do Povo/RS)
Globalização e Mercosul
PIB Global – A despeito do crescimento mais forte da economia brasileira nos anos recentes, o país perdeu participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Em 2002, a fatia era de 2,92%. No fim deste ano, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), deve ser de 2,90%. Em 2000, a China tinha 7%, a Índia, 4% e o Brasil, 2,95% do PIB global. Os chineses devem encerrar 2010, segundo o FMI, com 13% e os indianos, com 5%. Para este an o, a expectativa do FMI é de que o Brasil cresça 7,1%, ante 4,6% do planeta. (Agência Estado)
Crescimento – O comércio mundial aumentará 10%, em 2010, depois da redução de 12% no ano passado, anunciou em Xangai, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, ao apresentar o relatório anual da instituição. “Nossa previsão para este ano é de +10% em volume, depois dos -12% de 2009”, declarou ele. A OMC elevou sua previsão em relação à cifra adiantada em março (+9,5%). Segundo a organização, em 2009 ocorreu uma queda sem precedentes do volume de negócios desde a Segunda Guerra Mundial, por culpa da crise econômica, que afetou fortemente a demanda. “O crescimento do comércio registra um rápido retorno, principalmente graças ao contínuo dinamismo da China e de outros países”, explicou Lamy, em um segundo discurso. (Correio do Povo/RS)
Retaliações – Entre janeiro e mai o deste ano a China importou 19,6 milhões de toneladas de soja. Os principais vendedores foram: Estados Unidos (69%) e Brasil, com (29%) e a Argentina (2%). A China vem se recusando a comprar da Argentina, não apenas o óleo de soja, mas também o grão. No médio prazo o país asiático deverá comprar somente soja (preferencialmente dos Estados Unidos e Brasil), para processá-lo internamente. Cada vez menos será dependente das importações de óleo de soja, o que vai prejudicar mais ainda a Argentina, cujas exportações de óleo de soja para a China já representaram 50% das exportações totais. (La Voz)
Vaca Loca – A Comissão Europeia aprovou uma proposta para diminuir as restrições impostas entre 2000 e 2001, em decorrência dos problemas ocasionados pela Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como o mal da “Vaca Loca”. O Comissário Europeu de Sanidade, John Dalli, declarou que “finalmente estamos a ponto de erradicar a enfermidade na União Europeia”. No caso das proteínas animais, a CE propõe admitir, a partir de 2011, certa “tolerância”, para que possam ser utilizadas pequenas quantidades das farinhas, como alimento para animais não ruminantes. (La Voz)
Chile: Governo projeta alta nos preços do leite
O ano de 2009 foi complicado para o setor leiteiro do Chile devido ao impacto da crise econômica mundial no preço internacional dos lácteos, que se traduziu em uma queda média de 49 pesos (US$ 0,0903) no preço do litro pago ao produtor com relação a 2008. No entanto, um estudo do Serviço de Estudos e Políticas Agrarias do Chile (Odepa, sigla em espanhol) denominado “Situação do setor leiteiro e perspectivas”, de junho, mostra um panorama mais animador para esse ano.
Nos três primeiros meses de 2010, o preço ao produtor apresentou média de 163,4 pesos (US$ 0,3010) por litro, valor que, segundo as projeções anuais da Odepa, seria entre 15% e 18% maior do que em 2009, podendo chegar a 180 pesos (US$ 0,3318) por litro e, inclusive, ultrapassar os 185 pesos (US$ 0,3410) por litro.
Victor Esnaola, gerente da área de leite da Odepa e autor do estudo, disse que, segundo a FAO, a situação do setor leiteiro mundial se caracteriza esse ano por uma leve alta na produção asiática e nos Estados Unidos e por uma manutenção na Europa e na Oceania. Além disso, espera-se que a Argentina e o Uruguai, grandes exportadores de lácteos ao Chile, tenham uma safra fraca, devido a dificuldades financeiras e à seca de 2009.
Entre as características do mercado ele destaca: aumento da demanda pela recuperação econômica; alta dos preços, motivada por uma maior população urbana na África e Oriente Médio; a liberação do comércio mundial de lácteos; o aumento dos preços do petróleo e um forte aumento do consumo na China, Índia e União Europeia (UE).
Em 22/07/10 – 1 Peso Chileno = US$ 0,00184
520,568 Peso Chileno = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
As informações são do La Tercera, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.