Plano Agrícola – Medidas de Apoio à Pecuária de Leite no Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010: Os limites de custeio e Empréstimo do Governo Federal (EGF) foram ampliados de R$ 200 mil para R$ 250 mil por beneficiário. A taxa de juros é de 6,75% ao ano. O Programa de Investimento Moderagro teve aumento de recursos de R$ 600 milhões para R$ 850 milhões, sendo mantido o limite (R$ 250 mil por tomador), o prazo para pagamento (até 8 anos) e a taxa de juros de 6,75% ao ano. O Programa Proger-rural teve seu limite de renda bruta anual para enquadramento aumentado de R$ 250 mil para R$ 500 mil por ano. Na pecuária leiteira, pelo rebate de 40%, este limite passa a ser de R$ 833 mil por ano. O limite de custeio foi ampliado de R$ 150 mil para R$ 200 mil e o limite para investimento saiu de R$ 150 mil para R$ 250 mil por tomador no ano agrícola. Também não existe mais a limitação de área de terra para efeito de enquadramento no programa. A taxa de juros é de 6,25% ao ano; Os preços mínimos para o leite foram reajustados em 15% ficando em R$ 0,54/litro (Regiões Sul, Sudeste e Nordeste); R$ 0,52 litro (MS, GO e DF) e R$ 0,47/litro (Região Norte e MT). (Ministério da Agricultura)
Preços/Oceania – Os preços dos produtos lácteos na Oceania estão estagnados, e as entregas que estão sendo feitas referem-se a vendas anteriores. Praticamente não existem novos negócios, mesmo porque nesta época a produção é muito baixa. Os preços do leite em pó integral aguardam os resultados do próximo Leilão da Fonterra, pois, no último, não foi sinalizada qualquer perspectiva a longo prazo. Os negócios estão sendo fechados na medida certa das necessidades. Os subsídios americanos e europeus continuam deixando a Oceania em posição desconfortável diante do comércio mundial de lácteos. E, apesar de ligeiro reajuste da faixa superior dos preços do leite em pó desnatado e da manteiga, especialistas atribuem isso a outros preços internacionais, uma vez, que a Oceania está fora do mercado mundial nesse momento. (Usda)
Produção/Oceania – No inverno a produção de leite na Oceania é tradicionalmente baixa, e as fábricas na Nova Zelândia ficam fechadas para manutenção. Embora o início da próxima safra ainda esteja um pouco distante, industriais e produtores estão otimistas. Estimativas apontam para um crescimento de 7,5% na produção desta nova temporada, diante da produção passada que foi muito baixa em decorrência da seca que atingiu o setor. Na Austrália o inverno é tradicionalmente seco, mas este ano os níveis de umidade e de água estão aquém das necessidades. Especialistas esperam que haja produção suficiente para produção de queijo. Os produtores aguardam o anúncio do preço do leite para a próxima temporada, e que seja superior ao preço de fevereiro, mas certamente será inferior ao início da temporada passada. Algumas indústrias pretendem atrasar um pouco o anúncio, aguardando o andamento do mercado internacional, para não terem que reajustar preços no meio da temporada, como ocorreu em 2008/2009. (Usda)
Negócios
Forno de Minas – Os amantes do pão-de-queijo já podem encontrar novamente o tradicional Forno de Minas. A fábrica em Contagem (MG) foi reinaugurada ontem. A produção estava paralisada há cerca de 50 dias, quando a General Mills, então proprietária da empresa, anunciou seu fechamento. No início de maio, o grupo criador da marca, o Laticínios Condessa, a recomprou. O objetivo, nesse primeiro momento, é resgatar a qualidade do produto e sua composição anterior. “Vamos voltar com a receita original, que eu aprendi com minha mãe em João Pinheiro (interior de Minas)”, conta a matriarca da família, Maria Dalva Couto Mendonça. A fábrica leva o mesmo nome, em homenagem a ela. Seu filho, Helder Mendonça, que fundou a empresa em 1990, informa que o grupo está cheio de projetos. Entre os planos de Mendonça está a expansão da fábrica, que voltará a produzir outros itens, como pão de batata e tortinha de frango. Isso, segundo ele, geraria um acréscimo entre 20% e 30% na mão de obra da empresa. Atualmente, são 350 funcionários, recontratados após a saída da Mills. Já o laticínio vai ampliar sua produção de leite de 100 mil litros/dia para 150 mil, a fim de atender a Forno de Minas. A indústria contará com benefícios fiscais e financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). “O Governo se comprometeu a nos apoiar”, garante Mendonça. A fábrica produzirá agora mil toneladas de pão-de-queijo por mês. Equivale a cerca de 40 milhões de unidades. O faturamento estimado para 2009 é de R$ 110 milhões. O vice-governador Antonio Anastásia, presente à inauguração, destaca que, mais que a recuperação de uma grande empresa e de centenas de empregos, a reabertura do Forno de Minas tem valor simbólico. “É uma empresa tradicional, que produz algo que é símbolo de Minas. É um momento de muita felicidade”, argumenta. (Hoje em Dia/MG)
Chocolate – A fabricante suíça de chocolates para a indústria Barry Callebaut está a procura de empresas para comprar. O anúncio foi feito ontem, pelo diretor financeiro da empresa, Victor Balli, em Zurique, na Suíça, durante apresentação do último relatório de resultados da companhia. Boa parte dessas aquisições, segundo o executivo, acontecerá na América do Sul. “Com elas, teremos uma presença realmente global”, afimou Balli. No último trimestre terminado em maio, as vendas da empresa cresceram em volume 8,8% e 7,1% em faturamento. No Brasil, a Barry Callebaut planeja a construção de uma fábrica com capacidade para produzir 20 mil toneladas anuais de chocolate bruto para indústria. Segundo a empresa, essa unidade deve entrar em operação entre o final do ano e o início de 2010. (Valor Econômico)
Wal-Mart – Mantendo-se os atuais níveis de expansão, o volume de negócios da Wal-Mart em 2012 será equivalente ao da 18ª economia do Mundo, a frente de países como Bélgica e Polônia, assegura Fábio Martins da Ipsos, empresa de estudos de mercado. Esclarecendo as diferenças entre o shopper (quem compra) e o consumidor (quem consome) o analista diz que o grupo de distribuição norte-americano investe no ‘shopper’, observando como ele se comporta diante da prateleira, mantendo 26 marcas, ou seja, 26 formas de se apresentar. (Hipersuper)
Shopper – A inglesa Tesco mantém um ritmo de crescimento de 20%, explorando o momento de conveniência. “O shopper quer se sentir inteligente no momento da compra”. As cadeias de discount exploram precisamente este conceito – custo benefício, onde o foco é o preço. “Gastar dinheiro dói e procuramos cada vez mais formas de poupar numas coisas para gastar em outras”. A título de exemplo, o analista da Ipsos mostra uma fotografia de um parque de estacionamento de uma loja Aldi, onde predominam carros top de linha. “São estes os seus shoppers”, ilustra. E dá outro exemplo: numa pesquisa no Reino Unido, 90% dos entrevistados dizem “importar-se com o ambiente”, mas apenas 10% afirmam “comprar produtos mais caros” por isso. A distribuição inglesa desenvolveu um conceito chamado de JAG. “Ou seja, um fabricante e um distribuidor aliam-se para oferecer uma opção de valor, única, ao shopper, que gere margem a ambos, e combata as cadeias discount”. “O marketing dentro da loja está ganhando uma importância brutal”. (Hipersuper)
Brasil – No Brasil, um consumidor demora em média cinco minutos para escolher um shampo quando está em frente da prateleira. “Cinco minutos podem ser cinco anúncios de TV. É preciso entender porque é que o shopper leva este tempo todo para tomar a decisão”. Os estudos de shopper têm de responder a esta e outras questões, revela Fábio Martins: como trazer mais pessoas ao ponto de venda, aumentando-se os shoppers, como aumentar a frequência e quantidade de compras e, por fim, como criar margem para todos. (Hipersuper)
Setoriais
Adubo – O segundo semestre, que concentra em torno de dois terços da demanda anual de fertilizantes, devido ao plantio das chamadas culturas de verão, poderá registrar a ocorrência de problemas de abastecimento e alta de preços do insumo. A informação é do presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Antonio Marzolla Filho. Após um período de diminuição de demanda ao longo dos últimos nove meses, os indicadores atuais são de recuperação, com um incremento de 10% nas entregas nos cinco primeiros meses de 2009 na comparação com igual período de 2006. A perspectiva é de que as entregas de fertilizantes em 2009 atinjam o patamar de 22,250 milhões de toneladas contra as 20,945 milhões de toneladas obtidas em 2006, que foi o terceiro maior da história do setor no Brasil. (Jornal do Comércio/RS)
Seca/RS – Uma alteração no Programa de Abastecimento de Milho a Pequenos Agricultores Atingidos pela Seca prevê aumento do benefício de 50 para cem sacas (60 quilos) pelo preço mínimo para os prejudicados no Rio Grande do Sul. Fizemos uma análise nos 132 municípios que serão atendidos e avaliamos que o frio intenso também dificultaria a situação, atrasando as pastagens, afirmou o diretor de política agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto. A venda está à espera de uma portaria do governo federal, já assinada pelos Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário, e que se assinada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o grão poderá ser comercializado aos agricultores pelo preço mínimo de R$ 16,60 a saca. Além das 12 mil toneladas do grão em estoque, um leilão realizado esta semana adquiriu o primeiro de dois lotes de 90 mil toneladas de milho, que serão distribuídos em armazéns credenciados. (Zero Hora/RS)
ICMS – Foi publicado no Diário Oficial do Estado o projeto de lei que altera o cálculo de repasse de ICMS aos municípios atingidos pela estiagem. A Lei 13.188/2009 prevê que o retorno de ICMS referente à produção primária seja calculado com base em três anos e não em apenas um ano de arrecadação. Com isso, um ano com queda na produção por causa da seca, por exemplo, seria diluído entre períodos de safra normal. A mudança passa a valer a partir do próximo ano. (Zero Hora/RS)
Merenda – A merenda escolar será a principal estrela do Plano Safra da Agricultura Familiar 2009/2010. Previsto para o dia 21 de julho, o pacote contará com R$ 15 bilhões para custeio e investimento, o que não é mais novidade. A verba já foi anunciada junto com as medidas da agricultura empresarial, assim como seguro de investimento e a manutenção do dinheiro do Mais Alimentos para compra de tratores populares. Em todo o Brasil, são R$ 2,2 bilhões em recursos federais liberados para a merenda, dinheiro hoje utilizado pelos municípios até mesmo para a aquisição de leite em pó da Argentina. O Ministério do Desenvolvimento Agrário estima em R$ 620 milhões a verba que deverá irrigar o setor. (Zero Hora/RS)
Máquinas – O setor de máquinas e equipamentos teve queda de 39,5% nos lucros em 2009. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A receita do setor entre janeiro e maio de 2009 foi de R$ 2,65 bilhões, queda de 39,5%. Nos primeiros cinco meses de 2009, foram exportados cerca de US$ 200 milhões em máquinas e equipamentos, uma baixa de 49% contra os US$ 40 milhões do ano passado. As importações não caíram na mesma proporção, a queda foi de 9,1%. O número de empregados no setor caiu 4,9% com relação a maio de 2008. (Canal Rural)
Crédito – Os esforços do governo federal para evitar a escassez de crédito rural durante a fase mais aguda da crise financeira global não foram suficientes para evitar a sobra de recursos na atual safra, que termina oficialmente na próxima semana. Os bancos operadores do crédito rural informaram ao governo haver uma subaplicação de R$ 13,12 bilhões dos R$ 78 bilhões reservados ao financiamento do setor rural até maio passado – o equivalente a 17% do orçamento. Mesmo ainda faltando um mês de desembolsos, os bancos estimam uma “sobra” de até R$ 8 bilhões na atual safra – ou 10% do total destinado ao setor pelo governo. (Valor Econômico)
Risco – O Banco Central deve editar uma norma para autorizar os bancos a reverem a classificação de risco dos produtores rurais para a tomada de empréstimos. A medida pode beneficiar mais de 90 mil agricultores que renegociaram as dívidas agrícolas. Todos os produtores rurais que renegociaram as dívidas foram automaticamente classificados como sendo de alto risco, situação que torna praticamente impossível a tomada de novos empréstimos. Por isso, mais de 20% dos recursos previstos para esta safra sequer foram emprestados. O Banco do Brasil encaminhou para o Banco Central um estudo mostrando a necessidade de reclassificação dos riscos dos produtores rurais para a tomada de empréstimos. Caso a sugestão seja acolhida, 94 mil produtores rurais, que hoje estão com os riscos aumentados e não conseguem acessar a novos financiamentos, terão a situação alterada, o que vai fazer com que eles tenham acesso aos empréstimos para o plantio da próxima safra de verão. (Canal Rural)
Economia
Projeção – O Produto Interno Bruto (PIB) negativo, de – 0,4% para 2009, projetado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), se deve principalmente a uma queda na produção e nos investimentos da indústria. A projeção anterior, feita em março, era de que o PIB seria zero. O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, justificou que, mesmo com um crescimento do consumo das famílias projetado no ano em 0,7% e uma aceleração da economia nos próximos meses, isso não será suficiente para puxar a indústria para cima. (Agência Brasil)
Globalização e Mercosul
PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) da China irá crescer mais de 8% no terceiro trimestre deste ano sobre igual período do ano passado, e mais de 9% no quarto trimestre, previu um economista do governo nesta sexta-feira. No primeiro trimestre, o crescimento foi de 6,1% ante o ano anterior. Os dados do segundo trimestre sairão em 16 de julho. “Para a China, não é difícil alcançar um crescimento cíclico”, disse Chen Dongqi, vice-diretor do instituto macroeconômico da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento. Um estatístico do governo disse nesta semana que a expansão do segundo trimestre deve ser de cerca de 8 por cento sobre o ano passado. (Reuters)
Chile – O Brasil é a potência regional, mas será o Chile o primeiro país da América do Sul a aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube das nações ricas. O governo chileno espera aderir até março do ano que vem, antes de terminar o mandato da presidente Michelle Bachelet. Uma delegação de deputados e senadores está em visita à OCDE, para entender melhor os padrões exigidos para a economia chilena passar a respeitar e aprovar as mudanças em leis o mais rápido possível. (Valor Econômico)
Doha – Os países em desenvolvimento mostraram ontem um claro racha sobre as condições para retomar a Rodada Doha e concluir rapidamente o acordo global de liberalização agrícola, industrial e de serviços, numa série de articulações em Paris. Brasil, Índia e África do Sul, com influência decisiva na negociação, divulgaram comunicado advertindo os EUA de que no meio do pior ambiente econômico desde a depressão dos anos 30, seria “pouco razoável e irrealístico” esperar mais “concessões unilaterais” dos países em desenvolvimento. Já um grupo de 11 países, que inclui México, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Costa Rica, propôs um acordo rapidamente em Doha sem as mesmas precauções. O grupo, que já tem tarifas bastante baixas, pede para os parceiros mostrarem “vontade política”, argumentando que a conclusão da rodada ajudaria a retomada econômica. (Valor Econômico)
Uruguai: pesquisa ratifica crise no setor leiteiro
Dificuldades econômicas, grandes incertezas com relação ao futuro, fechamento de fazendas ou redução da produção sinalizam perdas. Essa foi a conclusão de uma nova pesquisa feita no Uruguai pela Teresa Herrera & Associados.
O estudo de acompanhamento efetuado pela consultoria mostrou uma situação de graves dificuldades econômicas e grandes incertezas do setor com relação ao futuro. Os resultados da pesquisa anterior, apresentada no 92º Congresso da Federação Rural, tinham sido questionados pelo ministro da Pecuária, Ernesto Agazzi.
O novo levantamento mostrou que a queda de preço do leite, a seca e o custo dos insumos são as principais causas dessas situações, que “têm um grande impacto nas famílias produtoras de leite” e acabam expulsando as novas gerações.
Segundo o estudo, praticamente todos os participantes da pesquisa “tiveram que se livrar de gado na produção para sobreviver” e, como consequência da falta de liquidez, “baixaram seus investimentos em pastagens”. O relatório agrega que, “na maioria dos casos, se implantaram pastagens de inverno, mas não pastos e, nos casos em que isso foi feito, foram pastos de baixo custo e sem fertilizante ou com um mínimo”.
O pessimismo quanto ao futuro do setor é outra das conclusões do trabalho. Na pesquisa qualitativa, onde se entrevistaram 50 produtores de mais de 300 hectares, “a metade pensa seguir como está, que é trabalhando com perdas enquanto puder, esperando uma melhora”. A outra metade está em processo de transformação, “seja dedicando parte do estabelecimento à pecuária, à agricultura ou arrendando o campo”.
Outro fato curioso que mostrou a pesquisa é que “a maioria não se sente respaldada pela planta para a qual envia leite, fundamentalmente a Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole)”. Além disso, a resposta do Governo frente à seca, quando é conhecida pelos produtores, “não é considerada satisfatória”.
Nesse caso, a maioria dos produtores entrevistados disse não estar de acordo com as medidas. “O paradoxo é que, pelas características culturais, ainda os que têm alternativas – os produtores maiores – querem seguir trabalhando como produtores de leite”.
A reportagem é do El País Digital