Pauta fiscal – A partir do próximo sábado, dia 27 de junho, a pauta fiscal do leite terá aumento de até 15,26%, segundo dados da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda). Para a produção estadual a pauta vai de R$ 1,85 a R$ 1,96, aumento de 6%. Já no caso da entrada de leite de outros Estados o valor de base para cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) salta de R$ 1,90 a R$ 2,19, ou seja, 15,26%. (Campo Grande News/MS)
Preço/MS – O preço do leite longa vida no comércio da capital subiu, em média, 42,5% desde janeiro. Na roça, porém, o valor do litro cresceu menos da metade, 18,7% no período, o que representa apenas sete centavos por litro. (Correio do Estado/MS)
Argentina – Novamente o setor leiteiro recorre a medidas extremas para chamar a atenção do governo. “Não é justo que vendamos leite a preços que nos quebram e os consumidores paguem altos preços”, disse Guillermo Fianassi da Federação Agrária (FAA), quando chegavam 1.274 vacas de leite para abate. A medida busca mostrar a má situação em que se encontra o setor. A maioria dos animais (960) é procedente da província de Buenos Aires. O diretor Nacional da Pecuária, Luciano Di Tella, disse que o governo tem trabalhado para combater a crise internacional que afeta o setor lácteo, e tomaram medidas para reduzir o impacto que sofre os produtores. “O setor está sendo afetado pela crise internacional, e em reunião discutimos a situação do setor lácteo a nível mundial e os preços internacionais. Nesse contexto a Argentina tomou uma série de medidas para atenuar os inconvenientes que sofrem os produtores”, disse Di Tella. A principal medida foi reduzir as retenções a zero, e estabelecer as compensações de dez centavos por litro de leite para produções até 6.000 litros/dia. Esta semana foram pagos mais de 42 milhões de pesos a produtores a título de compensação, e total desembolsado pelo estado para ajuda ao setor lácteo já soma 140 milhões de pesos. Quanto ao protesto dos produtores, Di Tella qualificou de “meramente político”, uma vez que são sacrificadas dez mil vacas de leite por semana. “Das aproximadamente 2.200.000 vacas de leite existentes no país, é necessário descartar por razões produtivas, pelo menos 440.000 vacas por ano”. (Infortambo)
Orgânicos/FR – Enquanto seus colegas bloqueiam fábricas, o grupo de produtores de leite orgânico, Biolait (França), recebem 0,43 euros pelo litro de leite. Esse preço permite aos produtores permanecerem e investirem em seu sistema produtivo. Esse preço equilibrado é fruto de uma parceria entre a rede de Cooperativas de Produtos Orgânicos (Biocoop) e a Biolait, seu principal fornecedor de leite nos últimos dez anos. A fixação de preços justos proporciona aos produtores uma vida decente com o fruto de seu trabalho. Nesses 20 anos de existência a Biocoop tem um único objetivo: O desenvolvimento da agricultura orgânica, dentro de um espírito de equidade e cooperação. Símbolo desse propósito é o engajamento entre os produtores, transformadores e Biocoop, que asseguram remuneração justa para todos. (Agrisalon)
Nova Zelândia – Ainda é cedo, mas, de acordo com o relatório para o setor rural do Banco Nacional da Nova Zelândia, agora de junho, os sinais apontam para uma queda na oferta e aumento da demanda. O Banco prevê o pagamento de NZ$ 5,20 kg/MS para a temporada iniciada em 1º de junho, apesar do anúncio da Fonterra de NZ$ 4,55 kg/MS. Mas o economista Kevin Wilson, do Banco Nacional, diz que a sua previsão pode parecer alta levando em conta os preços atuais dos produtos lácteos e do dólar neozelandês. Entretanto, ele lembra que existem dados positivos no mercado mundial de lácteos. “A taxa de crescimento da produção de leite na União Europeia e EUA, caiu em decorrência do preço pago ao produtor e o alto custo de produção, reduzindo a rentabilidade de alguns, e causando prejuízos para muitos”. “Os estoques dos norte-americanos e da Comissão Europeia estão baixos em relação aos níveis históricos, assim como o de grandes compradores.” “Esses indicadores permitem concluir que o desequilíbrio entre a oferta e a procura pode acabar mais cedo do que se previa.” (Rural News)
Negócios
Interleite – A cadeia produtiva do leite estará reunida em Uberlândia a partir de hoje, para debater temas atuais e necessários para o planejamento futuro da atividade. É o 9° Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite. Vários palestrantes estarão abordando temas sobre tudo que há de novo para a cadeia produtiva. (Folha de Rondônia)
Embaré – A Embaré Indústrias Alimentícias, de Minas Gerais, anunciou que está mantido protocolo de intenções firmado em março de 2006, com o objetivo de instalar unidade em Sarandi. A intenção foi confirmada durante reunião com o prefeito da cidade, Leonir Cardoso. Ele acredita que, no médio prazo, a Embaré iniciará a implantação do complexo. A empresa pretende investir a partir de 2011. O projeto prevê unidade que fará o processamento de 1 milhão de litros de leite por dia, na primeira etapa, e de 2 milhões de litros/dia na fase plena. Serão produzidos leite em pó e manteiga. A Embaré planeja aplicar R$ 237 milhões na planta, que deve gerar 240 empregos diretos e 4 mil indiretos. (Correio do Povo/RS)
Setoriais
Agrícola – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e o secretário do Departamento da Agricultura das Filipinas, Arthur Yap, assinaram memorando de entendimento na área agrícola, nesta quarta-feira (24), em Brasília/DF. O documento abrange, entre outros temas relacionados à agropecuária, saúde animal, desenvolvimento de matérias-primas para biocombustíveis, lácteos, horticultura, inocuidade dos alimentos, gerenciamento do agronegócio e controle de doenças. “Houve bom entendimento na área técnico-científica”, classificou Stephanes. Em 2008, o Brasil exportou às Filipinas US$ 228 milhões em produtos do agronegócio, com saldo positivo de US$ 221,7 milhões. Os principais embarques foram de fumo não manufaturado (US$ 154 milhões), carne bovina in natura (US$ 40,1 milhões) e carne de frango in natura (US$ 7 milhões). (Ministério da Agricultura)
Alimentação – A deputada Emília Fernandes (PT-RS) anunciou que o presidente Michel Temer vai instalar na próxima semana a comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição 47/03, do Senado. A medida inclui a alimentação entre os direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição. Estatísticas do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas (Ibase), do ano passado, mostram que 11,5 milhões de brasileiros ainda passam fome. No mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) esse número já chega a um bilhão. Durante a reunião, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) também lançou a campanha “Alimentação: direito de todos”. O principal objetivo da mobilização é cobrar dos deputados a votação rápida da PEC, aprovada no Senado em 2003. Os deputados presentes esperam que a medida seja aprovada até 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. (Agência Câmara)
Rastreabilidade – A Câmara Federal aprovou, ontem, o projeto de lei 3.514/08, que modifica as normas de rastreabilidade dos rebanhos bovino e bubalino. O projeto prevê que sistemas de controle adicionais poderão ser instituídos, mas deverão ser de adesão voluntária. A proposta segue para o Senado. (Correio do Povo/RS)
Cabra – Pesquisadores do Ceará confirmaram o sucesso de um estudo com animais transgênicos. Uma cabra modificada geneticamente produz um leite que pode ser um aliado no tratamento de doenças como o câncer e a Aids. É no jardim do Centro de Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, onde foi criada, que Camila fica boa parte do tempo. A cabra é transgênica. O nascimento dela foi noticiado no início do ano passado como um sucesso das pesquisas do gênero. Os pesquisadores congelaram amostras do leite da cabra durante três meses. No laboratório elas foram analisadas. Os testes revelaram a presença da proteína humana no leite da cabra transgênica. A proteína G-CSF age no sistema imunológico. É indicada, por exemplo, para pacientes que fazem tratamento contra o câncer e a Aids. (Globo Rural)
Economia
Comércio – O setor de comércio aumentou em 2,4 milhões o número de pessoas ocupadas entre 2003 e 2007, passando de 6 milhões de trabalhadores para 8,4 milhões no período, segundo a Pesquisa Anual de Comércio 2007, divulgada pelo IBGE. O segmento de hiper e supermercados foi o que mais gerou empregos (256,8 mil vagas) entre 2003 e 2007, seguido do comércio varejista de material de construção, com aumento de 212,6 mil postos no período. (Agência Estado)
Recuperação – O consumo interno é a chave para a recuperação da economia brasileira no segundo semestre. A avaliação é da MB Associados. De acordo com a empresa, a partir de julho o país vai sentir mais os efeitos da redução da taxa de juros, e outra ferramenta importante nas mãos do governo é a transferência de renda, seja por aumentos de salários ou programas sociais. Segundo a MB Associados, o segundo trimestre ainda apresenta sinais negativos para a economia do país. A recuperação deve ocorrer a partir da segunda metade do ano, baseada principalmente no aumento da demanda no mercado doméstico. A consultoria projeta para este ano um aumento de 1,2% no consumo das famílias, uma estimativa baseada em dois fatores: o primeiro é o maior reflexo da política monetária sobre a atividade econômica. O segundo, a maior transferência de renda pelos mecanismos do governo, como o aumento do salário mínimo e dos ganhos do funcionalismo e programas sociais. Ainda segundo a MB, o consumo tem um peso de 60% no Produto Interno Bruto. (Canal Rural)
Confiança – A confiança do consumidor brasileiro deu novos sinais de recuperação em junho. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 4,1% na comparação com abril, alcançando 106,4 pontos – o maior nível desde setembro de 2008, quando ficou em 109,2 pontos. Houve melhora tanto na avaliação sobre a situação presente quanto nas expectativas para os próximos meses. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 5,4%, de 100,7 para 106,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 4,3%, de 103,7 para 108,2 pontos, alcançando o maior nível desde setembro de 2008 (108,6). Segundo a FGV, a maior contribuição para a alta da confiança foi dada pelo indicador que mede as expectativas em relação à situação econômica local nos próximos seis meses. (G1)
Desemprego – A taxa de desemprego no país ficou em 8,8% em maio, quase estável em comparação com o mês anterior, quando ficou em 8,9%. Foi o segundo mês consecutivo de estabilidade no indicador, após três meses de elevação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio de 2008, o desemprego havia ficado em 7,9%. O número de desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas ficou em 2 milhões, também estável na comparação com abril, mas 13% maior em relação a maio do ano passado. Já a população ocupada ficou em 21 milhões, número igual ao registrado em abril. Regionalmente, houve alta de 1,5% em Belo Horizonte, na comparação mensal. (G1)
Globalização e Mercosul
Venezuela – A crise global pode ser capitalista, mas o socialismo bolivariano do presidente Hugo Chávez não está ajudando muito a atenuar seus efeitos na vida dos venezuelanos. O governo anunciou ontem um aumento dos preços dos produtos tabelados, que são os que enchem as prateleiras dos mercados estatais subsidiados, os Mercais. O leite subiu 33%; a sardinha (produto bastante consumido pelos venezuelanos), 147%; o queijo, 8%; e o açúcar deve subir 47% em outubro. Só o óleo de cozinha teve uma redução de 15% por causa da safra. Além disso, se antes havia escassez de alimentos básicos, agora falta tudo, além de empregos. O desemprego subiu mais de 10% no último ano (eram 888 mil desempregados há um ano; hoje são 999 mil), segundo dados também divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). (O Estado de SP)
Barreiras – As maiores economias do mundo prometeram que não iriam recorrer a medidas protecionistas. Mas, desde o acirramento da crise global em setembro do ano passado, quase três barreiras ou medidas que distorcem o mercado internacional foram adotadas no mundo a cada semana. Os cálculos são do Global Trade Alert, um centro de estudos financiado pelo Banco Mundial e pelo governo inglês exatamente para monitorar a proliferação de medidas protecionistas pelo mundo. Para os países em desenvolvimento, os grandes vilões não são as medidas pontuais de outros mercados emergentes, mas os subsídios bilionários de Estados Unidos e Europa a suas indústrias. (O Estado de SP)
Varejo – O governo espanhol assinou convênio com a Confederação Espanhola dos Varejistas de Carne (Cedecarne), a Federação Nacional das Associações de Pescados e Produtos Congelados (Fedepesca) e a Federação Nacional de Varejistas de Frutas e Hortaliças (Fedefrutas), responsáveis por 50% dos produtos frescos distribuídos na Espanha, para proporcionar maior transparência ao mercado. As entidades envolvidas se comprometeram a colaborarem na troca de informações, para construir relações interprofissionais, que atuem além do preço, na qualidade alimentar, dando maior transparência na estrutura da cadeia de alimentos, através de conhecimento da mesma. A Comissão formada se reunirá quantas vezes for necessário, a pedido de qualquer uma das partes, incluindo a participação de especialistas na área. Os convênios vencerão em dezembro de 2012, mas poderão ser prorrogados por mais 5 anos. (ADN.ES)
EUA – A queda do Produto Interno Bruto (PIB) americano no primeiro trimestre foi de 5,5%, depois dos dados consolidados, 0,2% menor que o projetado, de 5,7%. Esses novos números confirmam a redução da queda da atividade, depois do mergulho do PIB de 6,3% no último trimestre de 2008. Tudo indica que o recuo permanecerá nesse segundo trimestre, mas a um ritmo menor. Autoridades americanas acreditam que o crescimento ainda será retomado até o final do ano, e cresce o número de economistas que projetam crescimento já a partir do terceiro trimestre de 2009. Os números confirmam que o PIB da primeira economia mundial foi atingido pela vertiginosa queda dos investimentos no primeiro trimestre, 48,9%, em comparação com o mesmo período do ano passado, a maior queda registrada, desde 1975. (TV5 Monde)
UE: Comissária da Agricultura questiona preços do leite
A Comissária da Agricultura da União Europeia (UE), Mariann Fischer-Boel, visitou varejistas na segunda-feira para esclarecer sobre os preços que cobram dos consumidores do leite fresco, dizendo que as recentes quedas nos preços ao produtor de leite devem ser repassadas nas prateleiras dos supermercados.
Os preços médios ao consumidor da UE do leite aumentaram em cerca de 17% nos 12 meses até o verão de 2008, caindo desde então em apenas 2%, disse ela, após uma reunião com os ministros da Agricultura da UE. Durante esse período, os preços aos produtores caíram pela metade.
“Os preços ao produtor caíram para um nível abaixo dos do verão de 2007, quando os aumentos começaram. Vocês devem baixar os preços aos consumidores mais do que somente 2%. Se eles (varejistas) não encontrarem uma solução, o pior cenário será que os produtores pararão de produzir. Enfrentaremos um cenário horrível se não pudermos produzir leite para os consumidores e tivermos que importar”.
No ano passado, os reguladores da UE se comprometeram a ser linha dura com as práticas anti-competitivas no setor de alimentos no varejo para solucionar os problemas na cadeia de fornecimento. Eles alertaram para o risco de que a consolidação no varejo alimentício possa estar contra os interesses dos consumidores.
No passado, Fischer Boel reclamou que os varejistas tendiam a fazer os consumidores pagarem caro por alimentos básicos, como pão e leite, quando os preços mundiais dos grãos e dos lácteos estavam altos, mas eram lentos em repassar as baixas quando os mercados recuavam.
No começo da segunda-feira, centenas de tratores levados por produtores descontentes com os baixos preços do leite foram para as ruas de Luxemburgo, levando a um caos no trânsito, o que acabou gerando um atraso na reunião dos ministros. Essa demonstração foi feita poucos dias após outra, realizada em Bruxelas na semana passada
“É importante termos um sistema transparente que possamos ver onde está desaparecendo o valor agregado. Um código de conduta também foi mencionado. Estou somente questionando para onde o dinheiro está indo”, disse ela.
A reportagem é da Reuters