Conseleite – O preço final do litro do leite padrão em fevereiro ficou em R$ 0,5707, acima dos R$ 0,5657 que haviam sido projetado pelo Conseleite. Para março, o conselho estima que o valor sofra ligeira redução, fechando em R$ 0,5620. Para o presidente do conselho, Jorge Rodrigues, a tendência é de manutenção dos valores devido à produção em volume adequado à demanda do mercado. (Correio do Povo/RS)
Uruguai – As exportações uruguaias de lácteos caíram 14% em fevereiro, em valores, em relação ao mês anterior, e 4% em volume. O preço médio foi de US$ 2.205 a tonelada, 17,7% menor que o recebido em janeiro. A queda de preços foi generalizada em todos os produtos, sendo os queijos onde a baixa foi maior 15,4%. Em relação ao mesmo mês de 2008, também se registrou uma queda nas vendas de 10% em valores e 14% em volume. Quanto ao destino, foi destaque a queda de 44% das exportações para a Venezuela. Mas, de qualquer forma, as vendas para a Venezuela superaram os dois primeiros meses de 2008. Os países do Nafta foram responsáveis por 33% das vendas de fevereiro, e o Mercosul 21%. (Conexión Agropecuaria)
Argentina – As indústrias de laticínios asseguram que a eliminação das retenções às exportações de 5% para 0% só permite subir 3 centavos por litro no preço do leite. Ainda que o polêmico secretário de Comércio queira que elas paguem 85 centavos por litro, as indústrias exportadoras garantem que só podem pagar 69 centavos, mesmo com a recuperação 16,6% nos preços internacionais. As que vendem no mercado interno pagariam 75 centavos. Nas últimas semanas, funcionários da Secretaria de Agricultura voltaram a insistir em novo acordo de preços. As possibilidades desse novo acordo são pequenas, se for levado em conta os últimos balanços das principais empresas do setor. Sancor e La Serenísima tiveram maus resultados. Segundo o consultor José Quintana, ”o mercado mundial parece ter chegado ao pico de baixa e agora mostra uma leve melhora que, de todo modo, não permite que se pague aos produtores preços compatíveis com o custo de produção”. (Infortambo)
UE – A Comissão Europea (CE) propôs prorrogar as compras de intervenções até a liquidação dos estoques europeus, bem como financiar a distribuição de iogurtes nos colégios, assim como se faz com o leite. Os ministros da Agricultura da UE debateram o impacto da crise financeira no setor agrário e analisaram detalhadamente a situação dos produtores de leite, afetados pelos excedentes e pela queda do consumo. A comissária europeia da agricultura, Mariann Fischer Boel, assinalou que estão sendo utilizadas as medidas disponíveis no âmbito da União Européia (UE) para o setor lácteo. A CE recusou estabelecer preço mínimo para o leite e assinalou que a produção comunitária de leite caiu, mesmo com as cotas liberadas, provando que “o mercado e os custos estruturais” é que determinam o preço. As cotas desaparecerão em 2015, apesar do pedido de alguns países como a Alemanha. Fischer lembrou que os países têm opções para apoiar o setor leiteiro, através de ajudas estatais. (Frisona)
Negócios
Marcas próprias – Diante da atual situação econômica, os varejistas estão de olho em um filão que tem tudo para alavancar o faturamento de seus estabelecimentos e cair no gosto do freguês, atualmente mais atento e cauteloso com seus gastos. A aposta está nos produtos de marca própria, que passam a ganhar mais espaço, principalmente, nas gôndolas de supermercados. A expectativa é de um aumento de 15% no volume de vendas, ante um crescimento registrado de 7% no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirizações (Abmapro). A mudança de hábito, segundo Marco Quintarelli, não será apenas sentida na mesa dos consumidores. Tudo indica que lojas de roupas e acessórios e de materiais de construção podem também sair no lucro ao oferecerem produtos a preços acessíveis. Para o consultor, “trata-se de uma ótima relação custo-benefício, já que esses produtos costumam ser de 5% a 20% mais baratos, que os produtos de marca.” Os produtos de marca própria mais consumidos pelos brasileiros são os de alimentação básica, como arroz, feijão, café, farinha de trigo, achocolatado, biscoito e produtos de limpeza. No entanto, um dado curioso chama a atenção. De acordo com Quintarelli, dentre os 18 milhões de lares que consumiram pelo menos um produto de marca própria – cerca de 50% dos domicílios brasileiros segundo a última pesquisa Nielsen de setembro de 2008 -, a classe A/B lidera o ranking do consumo de produtos do gênero (mais de 54% ou 4,1 milhões de pessoas). A classe C teve uma participação de cerca de 47,5% (7,6 milhões de pessoas) e a classe D/E, 47,4% (6,2 milhões). Embora no Brasil a participação das marcas próprias seja estimada em pouco mais de 7% do total – sustentadas por redes como Wal-Mart, Pão de Açúcar, Carrefour e Makro – há países como Suíça, Inglaterra e Alemanha em que a sua participação supera 30% das vendas totais. (Gazeta Mercantil)
Zaffari – Visto como alvo preferencial para aquisição pelas maiores redes de supermercados no país, o grupo gaúcho Zaffari iniciou 2009 com novos investimentos em Porto Alegre e projetos de mais longo prazo para novos negócios em São Paulo. As expansões programadas devem garantir, mesmo num cenário de desaceleração econômica, uma alta neste ano de 4% a 5% nas vendas da área de varejo em relação aos R$ 1,79 bilhão apurados no exercício passado, disse o diretor de expansão Claudio Luiz Zaffari. A rede de supermercados Zaffari é a quinta maior do país, atrás do Carrefour, da americana Wal-Mart e das brasileiras: Pão de Açúcar e G.Barbosa, conforme o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2007. (Valor Econômico)
Supermercados – O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro, Aylton Fornari, afirmou que o setor ainda não foi afetado pela crise internacional. Segundo ele, o setor sempre é o último a sentir o problema, admitindo no entanto, que, se a crise tiver continuidade, o setor supermercadista também será afetado. Para se precaver contra possíveis impactos da recessão externa, os representantes do setor discutem até dia 26, na 21ª Convenção Supermercadista, o uso de três ferramentas: tecnologia, gestão do negócio e qualificação de pessoal. Em 2008, o setor supermercadista concentrava 72 mil postos de trabalho diretos. (Agência Brasil)
Carrefour – O carrefour informou que investirá US$ 136 milhões na Colômbia em 2009, metade do investido em 2008, e abrirá oito lojas em vez de dez, devido à queda na demanda local. (Valor Econômico)
Setoriais
Chuvas – A chegada de uma frente fria à Região Sudeste marcou a última semana do verão. Em todo o Estado de São Paulo houve chuva leve e contínua. A umidade do solo continua alta, com média de 95%, o que favorece as lavouras de milho safrinha, amendoim da seca, feijão e trigo semeadas entre fevereiro e março. Entretanto, a umidade elevada do solo dificulta os trabalhos de campo, causando pequenos atrasos nas operações de semeadura, adubação de cobertura, controle de ervas daninhas e tratamento fitossanitário, além de prejudicar o escoamento do leite, das frutas e verduras nas estradas rurais. (O Estado de SP)
Sisbov – O Ministério da Agricultura apresentou ontem aos secretários estaduais de Agricultura reunidos em Brasília uma proposta de revisão das regras do sistema de rastreamento bovino (Sisbov) que tornaria facultativa a certificação dos rebanhos por empresas especializadas. O texto, ainda em negociação com a União Europeia, também reduziria ao mínimo as exigências burocráticas feitas pelo Sisbov. A proposta ainda será avaliada pelos secretários antes de ser oficializada pelo governo federal. (Valor Econômico)
Economia
IPC – O Índice de Preços aos Consumidores (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) foi de 0,29% na terceira quadrissemana de março, ante 0,25% na quadrissemana anterior. O índice, que mede a inflação na cidade de São Paulo, ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pela Agência Estado, que oscilavam entre 0,20% e 0,34%, e igual à mediana dessas expectativas. Os grupos que apresentaram elevação entre a segunda e a terceira prévia do mês foram Alimentação (de 0,43% para 0,54%), Despesas Pessoais (de 0,41% para 0,55%) e Educação (de 0,11% para 0,13%). Recuaram os grupos Habitação (de 0,26% para 0,21%), Transportes (de 0,24% para 0,14%) e Saúde (de 0,16% para 0,13%). No segmento Vestuário, a deflação caiu de 0,62% para 0,11%. (Agência Estado)
Supérfluo – Com a instabilidade financeira causada pela crise, o consumidor deixa o supérfluo de lado e enxuga as compras de supermercado. Segundo levantamento da Latin Panel, itens como esponja de aço, água mineral em garrafa, azeite, molho de tomate e adoçante tiveram queda de consumo de até 9% no ano passado. Já itens como bolo pronto, polpa e purê, sobremesa em pó e chá líquido registraram recuo entre 9% e 14%. Sorvete e adoçante seguiram a mesma tendência. Segundo o levantamento, nota-se que o consumidor já está fazendo uma nova seleção em suas compras, priorizando os produtos essenciais. Outro dado interessante da pesquisa é a classe C mais enfraquecida. O crescimento deste grupo passou de 6%, em 2007, para apenas 1%, no ano passado. O crescimento da classe B caiu de 4% para 3%. (Diário da Manhã)
Globalização e Mercosul
Paraguai – Milhares de agricultores ocuparam ontem às ruas da capital paraguaia para exigir do governo do socialista Fernando Lugo a implementação das reformas que o presidente prometeu, no maior protesto do setor desde que assumiu a Presidência. Cerca de 10 mil agricultores se reuniram em frente ao Congresso para reivindicar ações para enfrentar a crise econômica, seca e baixos preços das matérias-primas no país. Entre as exigências está um subsídio alimentício por um período de seis meses para as regiões atingidas pela seca, o fornecimento de sementes para o próximo plantio e uma ação regulatória que priorize o crédito. (Gazeta Mercantil)
Mercosul – Seis ações para melhorar a integração comercial entre países do Mercosul foram aprovadas pelo Comitê de Avaliação de Licitação do Projeto de Cooperação Mercosul – União Europeia, na semana passada, em Buenos Aires (Argentina). O analista de Comércio Exterior, da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Henrique Barbosa da Silva, disse que essas ações fortalecem as instituições governamentais do bloco para atendimento aos requisitos em matéria de medidas sanitárias e fitossanitárias, incluindo segurança de alimentos e qualidade dos sistemas de produção. (Ministério da Agricultura)
Crise – O Brasil é o país do G-20 que menos gastou até hoje com pacotes de estímulo à economia em comparação ao Produto Interno Bruto (PIB). Um levantamento publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que apenas 0,2% do PIB nacional foi gasto em estimular a economia brasileira desde a eclosão da crise. (Agência Estado)
Concentração – Um por cento da população mundial detém 40% das riquezas do planeta. O dado foi publicado ontem pela Universidade das Nações Unidas, que lançou o que considera ser o maior projeto internacional para pesquisar a desigualdade no mundo e as disparidades sociais. A riqueza ainda está concentrada em alguns países. Das pessoas que fazem parte da elite mundial, 64,3% (ou a parcela de 1% dos mais ricos) estão nos Estados Unidos e Japão. O Brasil tem apenas 0,6% desses indivíduos. A pobreza também está concentrada: 25%, com patrimônio inferior a US$ 178, vive na Índia. Na China, 6% e no Brasil, 2,2%. (O Estado de SP)
EUA – Em meio ao debate sobre a recuperação econômica e dos mercados, a agenda macroeconômica dos Estados Unidos aponta outro dado positivo. Os pedidos de bens duráveis cresceram inesperadamente em fevereiro. Em contraste com a queda esperada de 1,2%, fevereiro inverteu a tendência em pelo menos mais uma variável utilizada para quantificar a evolução da economia. Os pedidos de bens duráveis tiveram um aumento de 3,4% surpreendendo os analistas, que esperavam a 7ª queda consecutiva. Esse sintoma de recuperação se soma ao outro dado macroeconômico, o aumento na venda de casas, dando sinais de estabilização ao setor imobiliário americano. (Expansión)
China – O Conselho de Estado chinês anunciou o aumento nas taxas de devolução fiscal às exportações, em setores chaves da economia, com o objetivo de apoiar as vendas da China ao exterior, que caíram 25% nos dois primeiros meses do ano. Pequim vem incrementando as taxas de devolução fiscal aos exportadores nos últimos meses, por ser o setor mais castigado com a crise mundial. As exportações foram a locomotora do crescimento econômico chinês nos últimos anos. (Ambito.com)
Preços/UE – Apesar de serem os agricultores mais eficientes do mundo, os alimentos europeus estão entre os mais caros e continuam a subir. Os economistas chamam a atenção para a crescente distância entre os preços de compra do produtor e os preços de venda ao consumidor. Sempre que o consumidor paga 100 euros, somente 20 vão para o agricultor. Essa discrepância existe na União Europeia como um todo. Na França, o agricultor receberá 18 euros de 100 e no Reino Unido apenas 7. 50 anos atrás, a metade do preço de compra era para o agricultor. (Parlamento Europeu)
México – A inflação no México ficou abaixo de 6%, no período de 12 meses até a primeira metade de março, pela primeira vez desde outubro, com queda nos preços de eletricidade e alimentação, informou o banco central do país. (Valor econômico)