Notícias 24.04.09

Leite/PR – Na Região Noroeste, onde está o maior rebanho bovino do estado, com 2,3 milhões de cabeças em Umuarama e Paranavaí, a falta de chuva e o clima frio da madrugada prejudicam o desenvolvimento das pastagens e o rendimento da pecuária, leiteira e de corte. Segundo o técnico do Deral em Paranavaí, Enio Luiz Debarba, a pouca oferta de alimento para o gado antes do frio intenso acena com um problema ainda mais grave no inverno, caso ele seja rigoroso. O reflexo já aparece na produtividade. Em Umuarama, o laticínio da Associação dos Produtores e Entregadores de Leite (Apelu) recebia média de 5.500 litros de leite ao dia no começo do ano. Com a seca, está recebendo em torno de 4.300 litros, uma queda de aproximadamente 25%. O produtor Marcelo Zubioli mantém a rotação de pastagem na propriedade de 38 hectares perto de Umuarama, mesmo assim, a produção caiu de 180 para 140 litros de leite ao dia. (Gazeta do Povo/PR)

Preços/Chile – Às dívidas com os bancos que alguns produtores têm, se soma o baixo valor que vendem o litro de leite às grandes indústrias. Isto está se refletindo no encerramento da produção de leite, como aconteceu na semana passada em Los Angeles e na próxima semana acontecerá em Los Muermos, onde os donos deverão rematar suas vacas e arrendar as terras. Em abril de 2008 o litro de leite era vendido pelo preço médio de $ 214 pesos, e hoje está variando em torno de $ 150. A recuperação dos preços anunciada pela Nestlé a partir de 1º de maio próximo, pode ser o freio no colapso do setor. (Estrategia)

Negócios

Chile/China – De acordo com o gerente da Watt’s, Rodolfo Véliz, a empresa abriu um escritório comercial na China em maio do ano passado, e agora está sendo reforçado com o início das exportações de sucos, e em breve com a exportação de queijos. Disse que a entrada no mercado foi mais lento do que o esperado, em decorrência da crise mundial, e problemas com a qualidade de lácteos no mercado interno chinês. Mas, apesar disso, participarão mais ativamente nos mercados do queijo e do leite em pó, fundamentalmente nas exportações, porque o Chile se transformou em um país superavitário. No ano passado a Watt’s iniciou a construção em Osorno de uma torre de secagem e uma planta para queijos, que entrarão em operação em agosto e setembro deste ano, respectivamente. Isso permitirá crescimento no mercado interno, e potencializar as exportações através de processos mais eficientes. (Estrategia)

Encontro/MG – Repassar informações estratégicas e promover debates sobre regras e práticas do mercado internacional. Essa tem sido a receita de sucesso do Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), para estimular os produtores brasileiros a exportarem seus produtos. A 22ª edição do evento acontece nos dias 27 e 28 de abril, na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais. As cadeias produtivas do leite, café e suínos serão abordadas com maior ênfase durante as palestras ministradas por técnicos e profissionais da área. Isso porque, os produtos são considerados potenciais econômicos da região. “Será a primeira vez que iremos levar o evento ao público acadêmico. Estaremos investindo na formação de futuros agentes que atuarão no comércio exterior”, ressalta o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio. De acordo com Sampaio, os estudantes terão contato com várias questões que permeiam a agenda internacional de produtos agrícolas e a política de apoio às exportações. (Ministério da Agricultura)

Wal-Mart – O maior varejista mundial, a norte-americana Wal-Mart, apresentou os resultados referentes às suas vendas durante o mês de março, 1,4%, ficando abaixo do esperado. Os analistas tinham previsões de um crescimento de 3,2% em relação ao mês de fevereiro. Apesar de o movimento nas lojas ter crescido em março, a Wal-Mart informou que “o valor médio gasto por cada cliente recuou, por causa do deslocamento da Páscoa e, em grau menor, pela inflação mais baixa no segmento de alimentos”. Apesar de considerarem relevante o impacto do deslocamento do feriado de Páscoa, os analistas acreditam que este fator não pode sozinho, explicar a queda no crescimento das vendas. O Wal-Mart ainda aumentou as previsões para os lucros referentes ao primeiro trimestre deste ano. (Hipersuper)

 

Setoriais

Genoma – Após seis anos de estudo, mais de 300 cientistas de 25 países identificaram que o conjunto de dados genéticos, o chamado genoma do boi é composto por pelo menos 22 mil genes com altos níveis de conservação na estrutura, quando comparado ao DNA humano. Também foram feitas descobertas sobre como atuam genes relacionados à lactação, metabolismo e digestão dos animais. Para o pesquisador da Embrapa Alexandre Caetano, um dos responsáveis pela pesquisa, a descoberta, chamada de seleção genômica, vai tornar mais rápidas e eficientes as técnicas de melhoramento genético já existentes na pecuária. Além de contribuir para o melhoramento da qualidade da carne e leite bovinos, essa nova tecnologia pretende auxiliar no controle da rastreabilidade de produtos de origem animal. (Canal Rural)

Fosfertil – A Fosfertil, fabricante de fertilizantes, apresentou uma prévia de seu desempenho no primeiro trimestre de 2009. Os dados preliminares apontam lucro de R$ 37,5 milhões, uma queda de 70% sobre os R$ 128,4 milhões obtidos em igual período do exercício anterior. O que prejudicou o resultado da companhia foi a forte alta no custo do produto vendido e do serviço prestado, que aumentou 65% no comparativo anual, para R$ 608,6 milhões, enquanto as receitas cresceram 10,5%, para R$ 670 milhões. O resultado do trimestre não foi ainda menor em função de um resultado financeiro positivo de R$ 30,5 milhões, montante 80% superior ao obtido em igual intervalo do ano passado. (Valor Online)

Bunge – O grupo norte-americano Bunge, que atua no setor de agronegócios, informou que teve prejuízo de US$ 176 milhões, ou US$ 1,76 por ação, no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de US$ 322 milhões, ou US$ 2,10 por ação, apurado nos primeiros três meses de 2008. Analistas previam ganhos de US$ 0,49 por ação. O faturamento líquido total da empresa atingiu US$ 9,198 bilhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 26% na comparação com o mesmo período de 2008. Os números do trimestre foram pressionados pelos altos custos dos estoques e pela política agressiva de preços dos concorrentes, que pesaram nas margens dos fertilizantes, além do enfraquecimento da demanda. (Agência Safras)

Soja/AR – A indústria processadora de soja na Argentina, considerada a mais competitiva do mundo, terá um ano difícil. A pequena oferta de soja é motivo de preocupação. A Bolsa de Comércio de Rosário já prevê nova queda na colheita, para 34 milhões de toneladas, enquanto a capacidade instalada é de 52 milhões de toneladas, significando uma capacidade ociosa de 35%. Até meses atrás parte da capacidade era coberta com a importação de soja de outros países. Mas, à baixa produtividade argentina soma-se agora, a suspensão temporária de importação imposta pelo governo. Se bem que alguns empresários assegurem que diante da queda da oferta, há queda nas exportações do grão, uma vez que há menor margem de lucro, isso vai depender do grau de compromisso que os exportadores fizeram. Num contexto de restrição de oferta, a China segue sendo um comprador importante. (La Voz)

 

Economia

IPC – A terceira quadrissemana de abril do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou inflação de 0,38% na cidade de São Paulo, menor que a quadrissemana anterior (0,42%). A prévia do IPC ficou abaixo das previsões do mercado, que iam de 0,42% e 0,52%, com mediana de 0,45%, segundo a Agência Estado. Os grupos que apresentaram elevação entre a segunda e a terceira prévia do mês foram Despesas Pessoais (de 1,36% para 1,70%) e Saúde (de 0,61% para 1,50%). Tiveram recuo os segmentos Alimentação (de 0,68% para 0,18%), Transportes (de 0,04% para 0%), Vestuário (de 0,71% para 0,46%) e Educação (de 0,06% para 0,03%). No grupo Habitação, as taxas foram idênticas (0,02%). (Agência Estado)

Produção – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calcula uma queda de 4,4% na produção industrial no primeiro trimestre de 2009 em decorrência direta de uma redução de 26% nas exportações do setor industrial, resultado da crise financeira internacional. Portanto, alerta o Ipea, para manter a produção industrial nos níveis de 2008, o governo deve continuar adotando medidas de estímulo à economia interna de forma que a demanda doméstica cresça na ordem de pelo menos 4,4% para compensar o efeito negativo do recuo das exportações industriais, caso a queda das vendas externas continue nesse ritmo. (Jornal do Comércio/RS)

Confiança – A confiança do consumidor brasileiro melhorou em abril, na segunda alta mensal consecutiva. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve alta de 2,5% na comparação com março, recuperando parte das perdas ocorridas nos últimos meses. Com a alta, o ICC atingiu os 98,5 pontos, no maior patamar desde 102,4 pontos registrados em outubro de 2008. Na comparação com abril do ano passado, no entanto, o indicador segue 13,2% menor. A melhora em abril foi resultado de previsões mais favoráveis para os próximos meses: o Índice de Expectativas (IE) elevou-se em 5,0%, de 95,4 para 100,2 pontos, o maior nível desde setembro de 2008. A proporção de consumidores que planejam gastar mais com duráveis nos próximos seis meses elevou-se de 9,6% para 12,6%, enquanto a parcela dos que pretendem gastar menos reduziu-se de 38,2% para 36,9%. (G1)

IPCA-15 – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) foi de 0,36% em abril, ante a taxa de 0,11% em março, informou nesta sexta-feira o IBGE. Com este resultado, até este mês, o IPCA acumula alta de 1,51% em 2009 e de 5,40% no período dos últimos 12 meses. (Agência Estado)

Desemprego – A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 9% em março, mas a pesquisa indica estabilidade no mercado de trabalho. No mesmo mês de 2008, o desemprego ficou em 8,6%. Em fevereiro deste ano, o índice foi de 8,5%. A taxa é a maior desde agosto de 2007, mas está próxima do índice de março do ano passado (8,6%), que foi o menor para o mês na série histórica do IBGE. Nos sete anos anteriores, o desemprego em março alcançou dois dígitos. O IBGE verificou uma alta de 7,3% no contingente de pessoas à procura de emprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2008, a população desocupada subiu 6,3%. A população ocupada se manteve estável na comparação mensal e na anual. (Agência Estado)

Exportações – As exportações da indústria de transformação caíram 26% no primeiro trimestre do ano. Os dados estão no novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em média, 16% do que a indústria brasileira produz é voltado ao mercado externo. Por isso, qualquer retração nos embarques significa um volume maior sobrando no mercado interno. Entre os setores mais atingidos, estão veículos, com uma redução de 51%; madeira, de 48%; petróleo e combustíveis, 41%; e couro e calçados, 40%. Os pesquisadores do Ipea alertam que, se este cenário se mantiver até o final do ano, a produção industrial pode sofrer uma desaceleração de 4,4%. O diretor do instituto acrescentou que, mesmo com essas estimativas, projeta um crescimento positivo para a economia brasileira em 2009. (Canal Rural)

Globalização e Mercosul

Seca  – A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alerta que a produção de grãos no Brasil despencará em 10,4% em 2009 diante da falta de chuvas. A produção passará de 79,5 milhões de toneladas em 2008 para 71,3 milhões de toneladas neste ano, sem incluir dados referentes à colheita da soja. O maior tombo será registrado na produção de milho. Segundo a projeção publicada nesta quinta-feira pela entidade, a produção brasileira de trigo passará de 6 milhões de toneladas em 2008 para 5,1 milhões de toneladas neste ano. Já o arroz tem uma pequena alta, de 12,1 milhões de toneladas para 12,5 milhões. A queda na produção de grãos afetará toda a América Latina. Para a entidade, haverá uma queda substancial na produção de milho, que ficará 15,7% abaixo dos níveis recordes de 2008, quando a produção chegou a 40 milhões de toneladas.Na Argentina, a situação do milho é ainda mais grave que no Brasil, que terá uma queda substancial das exportações. O país terá uma queda de 40% na safra e 28% abaixo da media dos últimos cinco anos. Altos custos de produção, elevadas temperaturas e seca foram os principais motivos para desincentivar a produção. As chuvas vieram em fevereiro e em março. Mas, nesse momento, os fazendeiros já haviam optado por transformar suas terras em pasto. “Essa situação difícil deve reduzir o superávit exportador da Argentina no setor de milho em 2009 e 2010 para apenas 7,5 milhões de toneladas, 60% da média vendida nos últimos cinco anos”, afirmou a FAO. O sinal positivo vem do arroz. A América do Sul deve ter uma produção recorde em 2009, de 24,4 milhões de toneladas, 2% acima da safra de 2008. O Brasil será responsável por metade da produção. O comércio mundial de cereais ainda cairá em 2009 4% abaixo de 2008. (Jornal do Comércio/RS)

Ranking – A economia do Japão é ainda a mais inovadora do mundo, mas a da China é a que mais subiu em dois anos, enquanto a do Brasil caiu um posto, de acordo com relatório publicado ontem pelo Economist Intelligence Unit (EIU), que avalia as 82 economias com mais avanços tecnológicos de 2004 a 2008. Segundo o estudo, elaborado pela divisão de inteligência da revista The Economist, o Brasil caiu da 48ª para a 49ª posição, em relação há dois anos, quando foi analisado o período 2002-2006. Já a China, pulou da 59ª para 54ª colocação do índice. (Diário Catarinense)

Mercoláctea 2009 – Na apresentação oficial da Mercoláctea 2009, que será realizada entre os dias 7 e 10 de maio, o governador de Córdoba disse que esta feira é importante porque a província concentra uma das maiores bacias leiteiras, e que a cadeia láctea é vital na economia regional, tanto na produção, como na geração de empregos. 30% da produção e 40% das indústrias estão localizadas na província de Córdoba. Acrescentou que surgem novas oportunidades para o setor produtivo diante da conjuntura internacional que dá sinais de recuperação da demanda e dos preços. Durante a exposição, será destaque o 1º Simpósio de Empresários de Leite e o Seminário Internacional do Setor Lácteo, Ovino, Caprino e Bubalino, com o objetivo de promover leites finos. (La Voz)

GS1 – Será realizada em Santiago do Chile, entre os dias 11 e 14 de maio, a Assembleia Geral do Global Strategy 1 (GS1), o único fornecedor mundial do Código de Barras, e estrategista mundial no comércio de produtos de consumo de massa. A Assembleia, que também é conhecida como a Cúpula do Varejo, contará com a presença de presidentes e gerentes de empresas como: Wal-Mart, Mc Donalds e Carrefour. Na oportunidade serão abordados os grandes temas que inquietam os principais fabricantes de produtos de consumo de massa do mundo, como a “transitabilidade”, entre outros. (La Voz)

Agricultura – Entre os dias 28 e 29 de abril será realizado na França o 13º Congresso da Confederação Camponesa, onde a Confederação terá oportunidade de se posicionar diante dos atuais problemas agrícolas, procurando soluções de longo prazo, para a crise que atinge todo o planeta. A agricultura retoma seu lugar entre as principais preocupações políticas. Questões como alimentação, fome, e crise no preço dos produtos agrícolas impõe outra concepção para a agricultura. A liberação dos mercados mundiais é uma das principais causas desses desajustes. A liquidação progressiva dos mecanismos de controle da produção ou dos preços dos gêneros de primeira necessidade gera forte flutuação no mercado que desestabilizam tanto produtores como consumidores. A Confederação sempre defendeu um modelo de desenvolvimento regional, sustentável e humano, sem a selvagem competição internacional, que abandona pelo caminho os mais humildes e fracos. (Agrisalon)

Preços mundiais de lácteos ficam estáveis em março

De acordo com o último relatório do National Australia Bank (NAB), a recente estabilização dos mercados globais de produtos lácteos parece ter se solidificado no mês passado, com maior interesse de compradores internacionais buscando garantir produtos nos atuais preços.

Os preços do leite em pó, em dólares dos Estados Unidos, em março, se mantiveram estáveis com uma leve tendência de alta comparado com o mês anterior, com as intervenções dos governos dos EUA e da União Europeia (UE) tendo pouco impacto, até agora pelo menos, nos preços. Além disso, embora os preços da manteiga e dos queijos terem continuado caindo, o ritmo dos declínios dos preços desses produtos desacelerou bastante.

Embora a recessão global deva continuar sendo um impedimento significante para a recuperação em curto prazo, o NAB espera que os preços melhorem firmemente a partir do meio de 2009.

Gráfico 1. Preços mundiais dos lácteos

Fonte: NZX Agrifax.

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