Notícias 24.02.10

Longa vida/PR – A brusca elevação dos preços do leite longa vida, verificada nos estabelecimentos varejistas paranaenses no começo de 2010, que, sem restaurar a rentabilidade plena dos pecuaristas, debilita os orçamentos domésticos, possui raízes de natureza tributária e de mercado. A primeira é o avanço dos patamares de consumo, derivado da recuperação do emprego e da renda, ao lado da rigidez da oferta. A segunda, que conjuga elevação de custos e diminuição de produção, é o ciclo do produto. A terceira é o retorno da cobrança do ICMS, que deve provocar acréscimo entre 5,0% e 20,0% nos preços, dependendo da procedência geográfica. E por último a estrutura oligopolística dos laticín ios no Brasil, dominada por reduzido número de grandes empresas estrangeiras e nacionais. (Bem Paraná)

Edital/MG – Proprietários de laticínios interessados em atenderem ao programa Leite Fome Zero “Um Leite pela Vida”, têm até o dia 26 de fevereiro para efetuarem o credenciamento. O programa, parceria entre Governo de Minas e governo federal, distribui, diariamente, 151,5 mil litros de leite para 193 municípios dos Norte de Minas, vales do Jequitinhonha e Mucuri. Por meio do edital s erão atendidas rotas que irão garantir a distribuição nas cidades cadastradas no programa. “Um Leite pela Vida” beneficia crianças de seis meses a seis anos de idade, nutrizes de até seis meses após o parto, e idosos acima de 60 anos. O programa investe mensalmente cerca de R$ 5 milhões. O edital para credenciamento foi publicado no Órgão Oficial dos Poderes do Estado – Minas Gerais, do dia 13 de fevereiro, e também está disponível no site do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). (Agência Minas)

França – O queijo é essencial para a identidade francesa. Cada um deles devora 25 quilos de queijo por ano, ocupando o segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas dos gregos. Existem sinais inquietantes de que, a terra dos queijos gourmet não pasteurizados (apenas 15% dos queijos finos franceses são produzidos a partir de leite pasteurizado) esteja sendo colonizada, por descoloridos produtos estrange iros em plásticos. Em 2009 as vendas de queijos suaves como o camembert e o brie caíram em 2% contra um aumento de 10% na mussarela italiana e o feta grego. Parte disso se explica pelo surgimento da pizza e do sanduíche. As vendas da Domino’s Pizza, em 2008, cresceram 31% na França. Hoje os franceses gastam 31 minutos para um almoço, queda considerável à 1 hora e 38 minutos que eram gastas em 1975. (Fedeleche)

Tendências – As tradições se perdem na França, país dos 365 queijos. Não somente o consumo de vinho caiu pela metade de 1960 para cá, mas também o sacro-santo camembert. Entre os 24 quilos de queijos consumidos pelos franceses por ano, o preferido é o emmental, 210.000 toneladas, o que equivale a 3,2 quilos por pessoa. O camembert ocupa apenas a segunda posição, com 120.000 toneladas. O comportamento dos franceses mudou. O consumo do féta grego cresceu 10%, e já ocupa 3% do mercado fra ncês de queijos, contra 8% do camembert e 15% do emmental. Não é à toa que a francesa Lactalis, segunda indústria de lácteos do mundo, já produz o féta, ao lado do Roquefort. (Le Fígaro)

Queijo – Em março será celebrado o Dia Nacional do Queijo e a Association Fromage Terroirs lançou uma campanha em defesa da “arte de viver” francesa, que inclui um calendário com mulheres em roupa íntima, oferecendo queijos. O queijo francês não é somente um alimento, mas é um tema de importância nacional. Temem que a tradicional fabricação de queijos, com “leite cru, suor e carinho”, esteja sendo ofuscada pela indústria pasteurizada e insípida. (Fedeleche)

Leite/UE – Os países da União Europeia (UE) estudaram ontem, numa reunião de peritos, a possibilidade de criar um mercado de futuros para fixar os preços dos produtos lác teos, como medida contra futuras crises. O Grupo de Alto Nível voltou a discutir a ideia de estabelecer um sistema de mercado futuro do leite, semelhante ao que já existe para outros produtos como o açúcar ou o petróleo. Os mercados de futuros funcionam mediante os contratos para o fornecimento de matérias-primas ou ativos financeiros num prazo de entrega determinado. Os 27 países essa providência tornaria o setor mais transparente, reduzindo a volatilidade dos preços. Este mesmo grupo apresentará, em junho deste ano, um relatório com as conclusões dos seus trabalhos. (Hipersuper)

 

Negócios

Sorvete – Até o século 19, o sorvete era considerado alimento de gente rica. As damas da nobreza chegavam a brigar entre si, porque uma roubava da outra o mestre sorveteiro. De lá para cá, a popularização do produto foi meteórica. Atualmente, só no Brasil, são produzidos mais de 950 milhões de litros de picolés e sorvetes, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes (ABIS). O mercado nacional movimenta em torno de R$ 2 bilhões. O brasileiro consome em média 4,7 litros anuais, menos de um terço do consumo per capita de alguns países nórdicos e frios como, por exemplo, a Dinamarca e a Finlândia. (DCI)

 

Setoriais

Milho/PR – Os produtores paranaenses de milho estão no lucro. O custo médio de produção foi de R$ 8,90 por saca e o produto está sendo comercializado por R$ 13,60. Se os preços mínimos do governo fossem praticados, no entanto, estariam recebendo R$ 18 por saca. “Os produtores estão deixando de colocar no bolso R$ 720 por h ectare”, afirma o analista José Pitoli. O lado bom deste ano foi que as condições climáticas permitiram uma produtividade de 9.900 quilos por hectare, compensado um pouco a queda nos preços. (Folha de SP)

Sorgo – Em breve haverá novidades no mercado para os agricultores adeptos do sorgo, usado em Minas Gerais basicamente para silagem e produção de rações para bovinos e suínos. Novas variedades de sementes deverão estar disponíveis em meados deste ano e são fruto de pesquisa desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo de Sete Lagoas. Uma das novas cultivares da Embrapa, a BRS 810, é a primeira versão brasileira de plantas com folhas de cor amarronzada, com baixo teor de lignina_que torna a folha menos fibrosa e mais palatável para os animais. Variedades do sorgo com baixa presença da lignina já são usadas em países como Argentina e Estados Unidos. A redução das fibras nas folhas permite que o animal com maior volume de sorgo aumentando a quantidade de nutrientes ingeridos. “A consequência disso é que o animal que come mais produz mais leite ou carne”, confirma o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, José Avelino Santos Rodrigues. (Hoje em Dia/MG)

 

Economia

IPCA–15 – A inflação medida pelo IPCA-15 avançou da alta de 0,52% em janeiro para alta de 0,94% em fevereiro. Até este mês, o acumulado pelo índice em 2010 é de 1,46%. Nos últimos 12 meses, 4,63%. No grupo Educação há aumento de 4,55% em fevereiro, reflexo de reajustes na mensalidade escolar (5,38%). Na Alimentação, 0,98%. (Correio do Povo/RS)

IPC – A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ficou em 0,85% na terceira quadrissemana de fevereiro, desacelerando em relação à taxa apurada na segunda quadrissemana (1,09%). O resultado também ficou abaixo da taxa de 1,16% apurada no mesmo período de janeiro. Dos sete grupos que compõem o IPC, três apresentaram alta maior do que na quadrissemana anterior: Habitação (de 0,45% para 0,58%), Saúde (0,37% para 0,47%) e Vestuário (de 0,01% para 0,07%). Outros três tiveram desaceleração: Alimentação (de 0,91% para 0,71%), Transportes (de 3,52% para 2,30%) e Educação (de 2,57% para 1,16%). Despesas Pessoais manteve a variação da quadrissemana anterior (0,45%). (Agência Estado)

Confiança – A confiança do consumidor caiu 2,2% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês passado, o índice subiu 0,6% na comparação com dezembro. Com o resultado, o desempenho do indicador, calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos, f oi de 113,0 para 110,2 pontos. Segundo a FGV, em fevereiro houve piora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Transgênicos – O Brasil ultrapassou a Argentina e se tornou o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2009, o país cultivou 21,4 milhões de hectares de grãos geneticamente modificados, crescimento de 35,4%. É a maior expansão entre os 25 países produtores de OGMs, aponta o ranking anual do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia. O crescimento da lavoura de transgênicos foi encabeçado pelo milho. No ano passado, o Brasil plantou 5 milhões de hectares, sendo que a expansão da área cultivada foi de 3,7 milhões de hectares. Além do milho, o Brasil semeou 1 6,2 milhões de hectares de soja e 145 mil hectares de algodão alterados geneticamente. Juntas, as três lavouras representam 16% dos 134 milhões de hectares cultivados com transgênicos em todo o mundo. (Agência Estado)

Comércio – O comércio global contraiu cerca de 12% em 2009, mas já começou a se recuperar, disse o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, nesta quarta-feira. Ele informou que a OMC revisou sua previsão anterior de contração de cerca de 10% em 2009. Ele não forneceu um prognóstico para este ano. “O comércio mundial também foi uma vítima dessa crise… caindo 12%, em 2009”, afirmou ele, acrescentando que essa queda é a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Questionado sobre 2010, ele preferiu não fazer uma previsão dizendo apenas que “certamente há uma recuperação. Se essa recuperação é breve… ou se é sustentável…, é difícil dizer, mas certamente estamos recuperando”. (Agência Estado)

Oferta global de leite não acompanha aumento da demanda

Os principais países produtores de leite do mundo estão reduzindo sua produção ou mantendo-a estável com relação ao ano anterior. Esse fator, somado ao aumento da demanda nas principais regiões importadoras, como Ásia e Rússia, é que definirão como ficará o preço de exportação de leite em pó nos próximos meses.

A produção de leite na União Europeia (UE), que é a maior região produtora de leite do mundo, mostrou uma redução de 1,4% em outubro de 2009 com relação a outubro de 2008. Durante os sete primeiros meses da campanha de 2009/10, o volume acumulado de produção foi de 77,1 bilhões de litros. A previsão é que a atual campanha láctea da UE termine no mesmo nível da passada.

Nos Estados Unidos, a produção de leite caiu 0,9% em dezembro de 2009 com relação ao mesmo mês de 2008. Em 2009, os Estados Unidos produziram 83,4 bilhões de litros de leite, 0,4% a menos que em 2008. Em 2010, espera-se uma produção de 83.000 milhões de litros, 0,5% a menos que em 2009.

Na Oceania, a produção também é menor do que se esperava. Na Nova Zelândia, devido à seca em North Island, espera-se uma produção 1% menor nessa campanha (que termina em 31 de maio). Na Austrália, a produção está abaixo dos níveis do ano passado. A produção de dezembro passado mostra uma redução de 9,6% com relação a dezembro de 2008, sendo os dados acumulados do segundo semestre de 2009, 6% menor do que em 2008.

O excesso de oferta registrada em 2009 levou as autoridades dos Estados Unidos e da UE a comprar cerca de 400.000 toneladas de leite em pó desnatado e cerca de 85.000 toneladas de manteiga para equilibrar o mercado. Segundo estimativas da britânica DairyCo, essa quantidade representa 3,6 bilhões de litros equivalentes de leite, o que supõe 1,7% de ambos os mercados e 0,6% a nível mundial. Consequentemente, pequenas variações na oferta e na demanda podem ter um impacto importante sobre o preço.

A reportagem é do Agrodigital, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.

 

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