Notícias 22.10.09

ICMS – A guerra fiscal praticada por estados do Sul e Sudeste na área de lácteos motivou a Secretaria de Estado da Fazenda a promover mudanças para a indústria catarinense do setor voltar a ser competitiva. Segundo o secretário da Fazenda em exercício, Pedro Mendes, as novas medidas, que incluem itens industrializados e também alteração para leite in natura vendido a outros estados, estão no Decreto 2.676, que acaba de ser publicado. Os derivados de leite terão um crédito presumido de até 7% do ICMS que deve ser solicitado à Fazenda. O crédito será para doce de leite, leite condensado, creme de leite, queijos, requeijão, ricota, iogurtes, manteiga, bebidas lácteas e achocolatados líq uidos. Outra medida prevê uma mudança gradativa do incentivo de 4% à venda de leite in natura a outros estados, para que esse produto volte a ser industrializado todo em SC em um prazo de dois anos. Hoje, por falta de capacidade de produção, é concedido esse incentivo. (Diário Catarinense)

Leite/BA – A cidade de Jaborandi, no Território Bacia do Rio Corrente, na Bahia, irá inaugurar no próximo dia 24 uma fábrica de processamento e envasamento de leite com tecnologia fornecida pela Nova Zelândia. O país é responsável por cerca de 30% do mercado mundial leiteiro. O assunto foi debatido numa reunião entre o embaixador da Nova Zelândia no Brasil, Mark Trainor, e o chefe-de-gabinete da Secretaria do Planejamento, Edson Valadares. Trainor expôs o conhecimento que a Nova Zelândia tem na produção leiteira e de ovino-caprinos. “Somos responsáveis por 51% do mercado mundial de ovelhas e cordeiros, sendo que 95% da produção é voltada para a exportação”, disse. Ele adiantou que o ministro da Agricultura da Nova Zelândia, David Carter, fará uma visita à Bahia, no dia 24 de outubro, para a inauguração da Fazenda Leite Verde, que é neozelandesa. (Globo Rural)

Parceria – Possibilidades de parceria entre a Bahia e a Nova Zelândia também foram debatidas no encontro. Segundo Valadares, a fábrica chega num momento importante, em que o governo da Bahia tem apoiado a expansão da produção leiteira, já que boa parte do leite consumido internamente vem de fora do estado. “A produção leiteira deles é basicamente de empresas familiares. Podemos trocar experiências nessa área, levando em consideração que 60% da produção de alimentos no Brasil vem da agricultura familiar, que precisa ser fortalecida”, avaliou Valadares. (Globo Rural)

Ranking – Veja o posicionamento das empresas de laticínios no ranking divulgado pela Revista Amanhã das 500 ma iores empresas da Região Sul.

 

 

PAA Leite – Aumento da renda e melhoria na produção são os principais resultados da Pesquisa de Avaliação do PAA Leite, uma das modalidades do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos. O estudo foi encomendado pelo MDS – Ministério do Desenvolvimento Social – e realizado pela Datamétrica Consultoria. O levantamento deste ano contou com 2 mil produtores de leite de nove estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais, regiões atendidas pelo programa. Foram avaliadas as condições socioeconômicas dos beneficiários, o uso de tecnologias e cuidados sanitários na hora da ordenha, dentre outros aspectos. Criado há cinco anos, o PAA Leite atende 700 mil famílias e quase 30 mil pequenos agricultores familiares. De acordo com o MDS, em comparação com a última pesquisa, realizada em 2005, o novo levantamento mostrou que o PAA Leite tem mudado a realidade das famílias daquelas regiões, melhorando as condições de segurança alimentar e nutricional, empreg o, renda e, consequentemente, ampliando as possibilidades de investimentos na produção leiteira e no consumo de bens duráveis. (Globo Rural)

 

Negócios

Lançamentos – As empresas exportadoras brasileiras começam a consolidar a venda de produtos de alto valor agregado por meio de processos tecnológicos inovadores. Assim, têm ganho novos mercados, elevado as margens de lucro e reduzido a dependência de embarques de commodities. Na feira alemã Anuga, maior do gênero no mundo dos alimentos e bebidas, as empresas nacionais lançaram novos produtos para garantir o avanço em mercados de nichos específicos. Inovadora por necessidade de ganhar novos mercados, a paulista Laticínios Tirolez também começou a oferecer um tipo de queijo embalado à vácuo em pequenas latas. O principal atrati vo do produto é a dispensa de refrigeração. “Estamos tentando entrar em produtos ´premium´, diferenciados, em nichos específicos”, diz o diretor de Exportação da Tirolez, Paulo Hegg. A empresa, que exportará US$ 5 milhões neste ano, também oferece a ricota cremosa ao mercado gourmet e o requeijão para o segmento “food service” e como ingrediente para indústrias alimentícias dos EUA, África e Oriente Médio. “Com inovação, abrimos mercados onde não há muita concorrência”. (Valor Econômico)

Feira – Entre os dias 1 e 4 de novembro, 16 empresas brasileiras do setor de alimentos vão participar da feira Saudi Agro-Food, em Riad, na Arábia Saudita. O evento deve reunir 650 expositores de mais de 38 países. Entre os setores das empresas brasileiras que vão estar na feira estão de lácteos, carnes, ração animal, café e confeitos. De acordo com informações da organização da mostra, a Arábia Saudita importou em 2008 o equivalente a US$ 15 bilhõ es em alimentos, um aumento de 25% sobre 2007. Só o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,43 bilhão em produtos do agronegócio ao país árabe no ano passado, um crescimento de mais de 45% sobre 2007. (ANBA)

Setoriais

Exportações/SC – As exportações de produtos agropecuários de Santa Catarina estarão em pauta na cidade de Xanxerê/SC, nesta quinta-feira (22), durante o 29º Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx). O evento é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) há três anos e reúne informações para produtores rurais, cooperativas, associações, agroindústrias e distribuidores interessados em conhecer os caminhos para exportar a produção. O AgroEx é uma oportunidade para que os participantes discutam estratégias de aumento da inserção do agronegócio brasileiro no mercado internacional, a lém de democratizar o acesso às informações sobre programas de governo envolvidos com a atividade exportadora. Em 2009, as vendas de produtos agropecuários de Santa Catarina somaram, até o mês de setembro, US$ 3,2 bilhões. As carnes de aves in natura (US$ 922,5 milhões) e de suínos in natura (US$ 216 milhões) são os destaques nas exportações do estado. (Ministério da Agricultura)

Economia

Desemprego – A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País caiu para 7,7% em setembro, ante 8,1% em agosto. O resultado veio abaixo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que iam de 7,8% a 8,2%, com mediana de 8%. O rendimento médio real dos trabalhadores subiu 0,6% em setembro ante agosto e avançou 1,9% ante setembro do ano passad o. O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, vai conceder entrevista coletiva hoje para comentar os resultados. (Agência Estado)

Selic – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu ontem manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, sem viés. De acordo com comunicado do Copom, a decisão unânime levou em conta, ”por um lado, a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro, e, por outro, a margem de ociosidade dos fatores produtivos”. O comitê avaliou que o patamar da taxa básica de juros em 8,75 ao ano é consistente diante do cenário inflacionário ”benigno”, e contribui para assegurar a manutenção da inflação na trajetória de metas e para a recuperação não inflacionária da atividade econômica. (Correio do Povo/RS)

 

Globalização e Mercosul

Seminário – Para atrair capital saudita no agronegócio brasileiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai promover um seminário sobre as oportunidades de investimento no setor, em Riad, capital da Arábia Saudita, no dia 02 de novembro. O evento, que é organizado pelo departamento de Promoção Internacional do Agronegócio, ocorre em paralelo à missão brasileira de alimentos ao país árabe. “Já faz um tempo que a Arábia Saudita tem anunciado investimentos (no agronegócio) em outros países, mas nunca se falou em Brasil”, afirmou o diretor do departamento, Eduardo Sampaio. De acordo com Sampaio, a diversidade brasileira das cadeias agroalimentares proporciona ao investidor estrangeiro a oportunidade de investimento por meio de parcerias com empresas de grande capacidade de produção, aquisição, transfor mação e comercialização de alimentos. “O agronegócio brasileiro permite atrair investimento saudita em todos os setores, como grãos, açúcar, lácteo, carne bovina e de frango, frutas e mel”, disse o diretor. (ANBA)

Varejo – As vendas no varejo do Reino Unido ficaram estáveis em setembro ante o mês anterior pelo segundo mês consecutivo, e subiram 2,4% em comparação com setembro do ano passado, após alta de 2,2% em agosto, em base anual, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas. Economistas esperavam aumento de 0,5% em comparação mensal e alta de 2,7% na base anual. As vendas em lojas de itens para residência caíram 0,9% no mês, a melhor leitura desde dezembro de 2008. Nos últimos três meses, o volume de vendas nesse segmento subiu 3,3% em relação ao trimestre anterior – o ganho mais forte desde junho de 2006. As vendas em lojas que não comercializam alimentos ficaram estáveis no mês e subiram 1,1% no ano. O volume de ven das em lojas de alimentos caíram 0,1% em base mensal, mas subiram 2,8% no ano. (Agência Estado)

Licença – O Brasil pôs fim à licença automática de importação para produtos argentinos. A lista inclui farinha de trigo, vinhos, alho, azeite, azeitonas e outras mercadorias. Após a decisão, vai esquentar a reunião bilateral marcada para novembro. O Brasil reage às decisões da Argentina, que também suspendeu licenças automáticas de produtos brasileiros. (Zero Hora)

Preços internacionais seguem em alta

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 05 e 16 de outubro, apresentaram alta para todos os produtos no Oeste da Europa e na Oceania (exceto o leite em pó integral, que permaneceu estável) quando comparados à quinzena anterior. No Oeste da Europa, o leite em pó integral mostrou alta de 8,2%, sendo cotado a US$ 3.462,5/ton. Na Oceania, o leite em pó desnatado teve alta de 4,95% e preço médio de US$ 2.650/tonelada.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter (DIN), os preços mundiais dos lácteos continuaram em alta na última quinzena, devido à oferta de leite na Nova Zelândia e Austrália permanecer abaixo do esperado (apesar da produção na NZ estar dando sinais de reação), e também a uma menor oferta de leite na União Europeia, o que tem levado ao aumento dos preços. No entanto, a alta dos preços no último leilão da Fonterra foi mais amena (6%), refletindo claramente o aumento na relação dólar neozelandês/dólar americano em setembro.

Segundo o boletim, as ofertas de leite em pó integral na América do Sul e na União Europeia estão próximas aos preços da Fonterra. O aumento nos preços do leite em pó integral têm direcionado o restante do mercado.

Na União Europeia, segundo informações do DIN, há o temor de que os preços possam cair acentuadamente, quando a produção de leite começar a subir após novembro – ou caso as indústrias de alimentos respondam ao preços elevados, reduzindo a demanda novamente.

No Oeste da Europa, o preço médio do leite em pó desnatado (US$ 2.787,5/t) teve alta de 4,7% em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 2.675/t e US$ 2.900/t. O valor médio do soro de leite mostrou alta de 2,53%, oscilando entre US$ 925/t e US$ 1.100/t, média de US$ 1012,5/t.

Na Oceania, o preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.850/t, com valores entre US$ 2.600/t e US$ 3.100/t, estável em relação à quinzena anterior. Os valores do leite em pó desnatado mostraram uma maior recuperação, ficando entre US$ 2.400/t e US$ 2.900/t, média de US$ 2.650/t, alta de 4,95% em relação à quinzena anterior.

O valor médio da manteiga foi de US$ 2.800/t na Oceania, 5,66% superior em relação à quinzena anterior, e US$ 4.237,5/t no Oeste da Europa, alta de 11,5%. Os preços da manteiga na União Europeia estão superiores aos praticados nos Estados Unidos, e bem acima aos da Nova Zelândia, Austrália e Ásia, segundo informações do DIN – a disponibilidade de manteiga na UE permanece reduzida.

Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar apresentou alta de 2,36% em relação à quinzena anterior, fechando a US$ 3.250/t, com valores entre US$ 3.000/t e US$ 3.500/t.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

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Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.

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