Notícias 22.07.09

 

Demanda – Os números das exportações de lácteos no primeiro semestre deste ano trazem duas certezas: o Brasil ainda não é competitivo o suficiente para se firmar como exportador do produto no mercado internacional e é arriscado depender da demanda da Venezuela. Nos primeiros seis meses deste ano, as exportações de lácteos brasileiras somaram US$ 97,4 milhões, 59,1% a menos do que as US$ 238,2 milhões do mesmo período de 2008. Desse total, US$ 31,255 milhões foram para a Venezuela, recuo de 69,2% na mesma comparação. Para se ter uma idéia do baque, de janeiro a junho de 2008 o país governado por Hugo Chávez tinha comprado US$ 101,501 milhões em lácteos do Brasil, isto é, mais do que tudo o que o país embarcou no semestre que passou.(Valor Econômico)

Audiência – A Comissão de Agricultura realizará audiência pública no dia 11 de agosto para discutir os recentes reajustes no preço do leite ao consumidor. Foram convidados para o debate os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes; da Indústria e Comércio, Miguel Jorge; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, além dos presidentes da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Katia Abreu; e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alberto Ercílio Broch.  (Agência Câmara)

Preço – O preço do leite UHT no varejo caiu de 5% a 8% somente nesta semana, de acordo com o presidente da Agas, Antônio Longo. A redução ao consumidor deve repercutir para o produtor já no próximo mês. Para o presidente do Conseleite, Carlos Feijó, a matéria-prima fornecida em julho deve ter ligeiro aumento, de R$ 0,0052 por litro padrão, interpretado como estabilidade. Porém, ele prevê queda acentuada já em agosto. O consolidado de junho ficou em R$ 0,7368 e a projeção de julho, em R$ 0,7420.  Para Feijó, a diminuição no valor deve-se à especulação e ao maior volume à venda. ‘Mas o aumento na oferta não tem a mesma proporção da queda do preço.’ Para o primeiro tesoureiro da Fetag, Nestor Bonfanti, o indicativo de desvalorização até outubro é reflexo do menor consumo. A direção da entidade analisará o tema para tomar providências. O setor sugere cautela ao governo sobre pedido de liberação da importação do produto em pó. ‘Não é o momento’, disse Feijó. (Correio do Povo/RS)

Leite/BA – A união de pequenos produtores do distrito de Quicé, região de Senhor do Bonfim (375 km de Salvador), criadores de gado leiteiro, fez nascer, há quatro anos a Associação dos Produtores de Leite de Quicé (Apleq). Hoje são os maiores produtores de leite da região com clientes de grande porte como a Indústria de Laticínios Palmeira dos Índios (Ilpisa) de Alagoas que leva o nome fantasia Valedourado. Dois anos depois de criada a Apleq, foi instalada a Usina de Resfriamento, que possui três tanques de armazenamento de leite, cada um com capacidade de 4,5 mil litros. A produção que era de três mil litros/dia no início da associação, hoje atinge 15 mil litros e passou a ser exemplo na região de Senhor do Bonfim. O leite chega pela manhã e à tarde trazidos de bicicleta, moto, carroça ou carro. Cada associado traz o que produz e, na entrega, antes de ser levado aos tanques de resfriamento, o leite passa por exames que determinam a aceitação ou não do produto. (Seagri/BA)

Apleq – Com um faturamento mensal de R$ 160 mil, a Apleq gera emprego e renda para a comunidade e os associados recebem o pagamento, semanalmente. Com capacitação, profissionalização e organização, a atividade leiteira de Quicé foi transformada, mexendo com a economia local. O mercado de rações, por exemplo, movimenta mensalmente 20 toneladas de ração, que quase dobra no período de seca na região, entre os meses de agosto e dezembro. Esse volume dá aos produtores vantagens como o trabalho gratuito de um veterinário, que passa uma semana a cada mês em Quicé, dando assistência técnica. Convênio firmado com a clínica veterinária de Campo Formoso auxilia os produtores na inseminação artificial. Dos 142 produtores de leite de Quicé, apenas seis possuem ordenha mecânica e três tanque de resfriamento. (Seagri/BA)

Embrapa – Inserida em uma região que vem se destacando nos últimos anos pelos investimentos no setor lácteo, Ijuí sedia na próxima sexta-feira uma audiência da Embrapa Pecuária Sul – unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além do chefe geral da Unidade, Roberto Collares, estarão presentes quatro pesquisadores. Eles vão falar sobre a estrutura e projetos da Embrapa Pecuária Sul, assim como a atuação cada vez mais efetiva do centro de pesquisa no Noroeste do Rio Grande do Sul. (Zero Hora)

Argentina – A situação dos produtores não melhora, e começam uma nova onda de protestos. Depois de mandar vacas leiteiras para os frigoríficos, e distribuir leite gratuitamente na frente de supermercados, os produtores começarão a bloquear a entrada das indústrias. A partir de 10:30 horas de hoje, as plantas da La Serenísima vão estar sendo interditada pelos produtores, conforme ficou decidido em reunião na cidade de Córdoba. (La Opinion)

Colômbia – A Secretaria de Agricultura, Ganaderia, Desarrollo Rural, Pesca y Alimentación (Sagarpa) do México, autorizou 14 plantas lácteas colombianas a exportar seus produtos por um ano. As exportações de lácteos para o México se encontravam suspensas desde maio de 2008, quando vários focos de febre aftosa foram detectados. Mas a documentação de controle da doença pelas autoridades colombianas foi aceita, e o país foi considerado livre de febre aftosa com vacinação. A Colômbia produz 35 bilhões de litros de leite. Dentre os lácteos aprovados para exportação estão leite em pó, iogutes, queijos, e outros derivados. As plantas aprovadas foram das empresas: Cooperativa Colanta, Alpina, Colacteos, Santanilla, Ciledco, Coolechera, DPA, Nestlé, Alquería e Algarra. Enquanto isso, produtores distribuíram 60.000 litros em bairros pobres de Medellín, diante da produção excedente que vem ocorrendo devido o prolongado período de chuvas. (El Espectador)

Protesto/AR – Você sabia que…….há um ano atrás o produtor recebia 15% mais (0,86 pesos por litros de leite) e que esse valor representava 34% do preço que o consumidor pagava na gôndola do supermercado. Em um ano o preço ao consumidor aumentou e ao produtor caiu. Hoje o produtor recebe 0,75 pesos por litro, enquanto o preço do leite aumentou 19% e o queijo aumentou 25% na gôndola. A participação do produtor no preço final caiu para 24%, 10% de perdas em um ano. Você sabe quanto esforço e investimento se necessita para manter um estabelecimento leiteiro em funcionamento? Esse é um trecho do manifesto que os produtores argentinos estão distribuindo à população junto com o leite. Para vê-lo completo(ON24)

UE – O relatório da Comissão Européia (CE) sobre o fraco desempenho do mercado mundial de leite em 2009 não é uma boa notícia. A baixa demanda constatada em junho pode significar um novo ciclo de queda na demanda mundial. A CE, diz que a possibilidade de financiar novas medidas para o setor leiteiro no orçamento de 2010 são limitades, assim como as margens de manobra em 2011. A boa notícia é que a CE vai continuar investigando práticas desleais de concorrência nas cadeias de distribuição, e que não exitará em agir se concluir que as indústrias estejam abusando do poder econômico para fixar os preços em detrimento dos consumidores. A CE propôs a criação de um sistema europeu de centro de controle e de informação de preços, e recomendou aos produtores de leite a se unirem para aumentar o poder de negociação diante da grande distribuição, pedindo aos Estados membros que facilitem tais agrupamentos. (Europe1.fr)

Negócios

BRF – A BRF Brasil Foods, novo nome oficial da Perdigão, conseguiu captar R$ 5,290 bilhões em sua oferta primária de ações. Segundo informações enviadas pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram registrada 132,250 milhões de ações, com preço de R$ 40,00 cada, um desconto de 1,45% em relação ao preço do fechamento de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), de R$ 40,59. (O Estado de SP)

Al Nassma – A Al Nassma, primeira fabricante do mundo a comercializar chocolate feito com leite de camelo, está negociando a expansão das vendas de seu produto para a Arábia, Europa, Japão e Estados Unidos, segundo a Reuters. A empresa, com sede em Dubai, também pretende vender o chocolate na loja de departamentos britânica Harrod’s. Para dar conta da produção, a Al Nassma conta com uma fazenda onde cria três mil camelos. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Leilões – Os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) para apoiar a comercialização de milho e algodão no Centro-Oeste, realizados ontem pela Conab, movimentou R$ 203,17 milhões. Os recursos vão apoiar o escoamento de 451,02 mil toneladas de milho e 266,37 mil toneladas de algodão, segundo o Ministério da Agricultura. (Valor Econômico)

Produtividade – O Brasil é o país que possui a maior produtividade mundial na agropecuária. Comparado com os Estados Unidos, a China e outros países, pode ampliar a colheita sem ter que expandir a área plantada, aumentar o uso de insumos ou elevar o emprego de mão de obra. Entre 1975 e 2008, os agricultores e pecuaristas brasileiros superaram os concorrentes estrangeiros a partir de investimentos em pesquisa e tecnologia. Os dados fazem parte de estudo da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, obtido com exclusividade pelo Correio, e que reforçam a posição do país como grande fronteira agrícola e potência global na produção de alimentos. (Correio Braziliense)

 

Economia

Crédito – A Caixa Econômica Federal reduzirá, pela sétima vez neste ano, as taxas de juros de 13 linhas de crédito comercial. O corte beneficiará pessoas físicas e empresas de todos os portes e passa a valer a partir da próxima segunda-feira, exceto as operações rotativas que têm vigência a partir do dia 1º de agosto. (Campo Grande News)

Globalização e Mercosul

África do Sul – Nesta semana, 21 empresas e três associações brasileiras participam das feiras de alimentos e bebidas Africa’s Big Seven e Saitex, na capital sul-africana Johanesburgo. No estande de 200 metros quadrados, organizado pelo Ministério da Agricultura em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), haverá exposição de produtos brasileiros dos setores de carnes bovina, de aves e suína; arroz, lácteos, doces, etanol e cachaça. Haverá, ainda, encontros com importadores locais e com visitantes de outros países africanos na feira, além de reuniões técnicas em redes varejistas, para conhecimento do mercado de consumo local. (Agência Estado)

Protecionismo – Os ministros de Comércio da Apec (Fórum para a Cooperação Econômica Ásia Pacífico), reunidos em Cingapura, e a OMC (Organização Mundial do Comércio) lançaram advertências contra o protecionismo. “A economia mundial parece ter atingido o fundo do poço, mas as perspectivas continuam sendo incertas. Ainda há muitos riscos”, disseram os ministros da Apec em um comunicado, após dois dias de reuniões. “Perseveraremos nos esforços para apoiar o crescimento, facilitar o comércio, os fluxos de investimentos e dar um novo impulso para fechar a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial”, acrescentou o texto final da reunião. Os ministros da Apec se comprometeram em concluir a Rodada de Doha em 2010. O diretor geral da OMC, Pascal Lamy pediu aos governos que mostrem “resolução política” contra o protecionsimo. “Desde o início da crise assistimos a um aumento das medidas restritivas do comércio, portanto não há margem para condescendência”, disse em entrevista à imprensa. (Último Segundo)

OMC – A Organização Mundial do Comércio (OMC) registrou um “leve aumento” das medidas de restrição ao comércio entre os países. Trata-se das chamadas “medidas de contingência” (como garantias, medidas “antidumping” e direitos compensatórios) que os países da OMC podem adotar frente a situações econômicas adversas e que estão contempladas nos acordos internacionais vigentes. “Não acho que estejamos em uma situação na qual necessitemos fazer soar os alarmes, mas temos que ficar atentos”, disse o diretor-geral adjunto da organização, Alejandro Jara, na apresentação do “Relatório sobre o Comércio Mundial 2009”. No entanto, Jara lembrou que essas medidas têm um custo que pode reduzir o bem-estar econômico de um país, por isso, sugeriu aos Governos evitar adotá-las, pois “os países devem respeitar não só suas obrigações como membros da OMC, mas que se contenham no exercício de seus direitos”. (EFE)

EUA – O presidente do Banco Central americano Bem Bernanke diz ter percebido sinais de estabilização da economia americana, mas a política monetária não será amenizada. Pois, o nível de desemprego deverá permanecer alto até 2011, apesar do retorno gradual do crescimento, que deverá se iniciar nesse segundo semestre. O consumo relativamente estável desse ano, e a redução da queda na atividade imobiliária pode ser temporária e representa ainda um importante risco para as perspectivas futuras da economia. (Le Fígaro)

Comércio/EUA – O Brasil deve terminar 2009 com déficit nas relações comerciais com os Estados Unidos, após nove anos seguidos de superávit. A mudança reflete a dependência das commodities nas exportações brasileiras e da crise na economia americana, a pior em mais de 70 anos. No primeiro semestre, os EUA venderam US$ 2,5 bilhões a mais do que compraram do Brasil, que passou a ser a sexta maior fonte de superávit na balança comercial americana. Com essa queda, os EUA perderam para a China o status de maior comprador do Brasil. A participação da China saltou de 8,3% em 2008 para 15% nos seis primeiros meses deste ano. Para Fabio Silveira, da RC Consultores, a explicação é que a crise nos EUA é muito mais intensa que a no Brasil, o que fez com que as indústrias cortassem seus gastos mais profundamente. (Folha de SP)

Associação das Pequenas e
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