Notícias 22.04.09

Importações – Os números preliminares da média diária de abril de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 24,88% menores que a média de março de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.

 

 

Leite/RS – Na contramão da redução dos preços do arroz e do feijão, o leite sinaliza tendência de alta nos supermercados gaúchos. O aumento só não aconteceu, ainda, pelo fato de os estados do Paraná e de São Paulo tributarem a entrada do leite do Rio Grande do Sul em 12%. Isso aumentou a oferta, diz o presidente da Agas, Antonio Longo. Entretanto, o problema causado pela prolongada falta de chuvas nas bacias leiteiras no Estado criou ambiente para a alta de preços. Já há pressões nesse sentido. Segundo Longo, os preços atuais do leite nos supermercados estão, em média, 10% abaixo dos praticados pelo varejo em 2008. E os produtores estão descapitalizados. (Correio do Povo/RS)

Lácteos – O ministro da Agricultura Reinhold Stephanes disse que o governo está investigando o motivo pelo qual as importações de lácteos do país “dispararam” no primeiro trimestre deste ano. Só em março, as importações de leite em pó alcançaram 11,733 mil toneladas, ao custo de US$ 21,708 milhões. Isso significa um preço médio de US$ 1.850 por tonelada. Já o Brasil exportou leite em pó ao preço médio de US$ 2.250 por tonelada em março, quando os embarques somaram 5.415 toneladas. No trimestre, foram exportadas 18.180 toneladas, com receita de US$ 47,843 milhões. Fontes da indústria de lácteos no Brasil acreditam que esteja ocorrendo triangulação na importação de leite em pó. Os argentinos estariam comprando leite da Europa, que voltou a subsidiar o produto, e vendendo a preços abaixo do custo ao Brasil. (Valor Econômico)

Leite de Cabra/AR – Em meio a um das áreas mais pobres de Córdoba, a localidade de Serrezuela, distante 220 km da capital da província, nos últimos seis anos implantou um sistema misto de produção de carne e leite de cabra. A alguns passos das Salinas Grandes, a região é uma autêntica fronteira à desertificação, onde não se produz quase nada. Desde 2003, através de convênios com o INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária), algumas fundações e secretarias estaduais, o município desenvolveu com êxito a criação de cabras. O centro de apoio à produção de leite de cabra é a melhor carta de apresentação, mostrando que o projeto não ficou só no papel. Hoje, 60 produtores entregam diariamente uma média de mil litros diários de leite de cabra, abastecendo as pequenas indústrias locais que elaboram queijos comercializados em Buenos Aires, elaborando 90% da matéria-prima. O leite é vendido a 1,60 pesos por litro, gerando uma renda extra à famílias. (La Voz)

Consumo/Chile – O consumo per capita de leite é perto de 130 litros ao ano, muito longe dos 234 recomendados pelo Ministério da Saúde. Para o presidente da Federação de Leite Chilena (Fedeleche), Enrique Figueroa, o déficit está presente em todas as idades. Pedro Joustra, do Consórcio Leiteiro, organismo que tem entre seus objetivos agregar valor à cadeia láctea, chama a atenção para o fato dos chilenos consumirem mais refrigerantes do que leite. (Las Ultimas Noticias)

Campanha/Chile – Isto pode ser porque as campanhas não conseguem sensibilizar o consumidor para o quão sadio e rico é tomar leite. Desde 2002 existe uma campanha na televisão chilena, onde aparecem famosos dizendo: Eu Tomo Leite. Uma pesquisa do LatinPanel constatou que entre 2006 e 2008 houve um crescimento de 34% nos gastos com lácteos. E embora as classes mais altas sejam as responsáveis pelo maior faturamento dos leite fluidos frescos, nas classes D e E houve aumento de 41% nas despesas com esse item no período. Analistas não atribuem o aumento de consumo somente às campanhas. Assim o Consórcio Leiteiro prepara novas campanhas que deem à bebida um caráter mais moderno e social. E, que não basta agradecer às mães por terem tomado leite, é preciso ressaltar a importância de manter o consumo. (Las Ultimas Noticias)

Preços/UE – Em toda a Europa os preços do leite não param de cair, havendo cada vez mais um distanciamento entre o custo de produção e o preço pago. Na Dinamarca o preço já está em 0,25 de euro por litro. Na Holanda entre 0,17 e 0,22 de euro. (European Milk Board/Frisona)

Protestos/UE – No dia 29 de abril, milhares de produtores europeus farão manifestações em mais de 10 países. Os protestos incluirão desfile de tratores e vacas diante de parlamentos e ministérios da agricultura de seus países. Mesmo em países não ligados à EMB, como a República Tcheca, ou Croácia, não pertencente à UE, os produtores organizam marchas para chamar a atenção sobre a situação catastrófica do setor leiteiro. A EMB, apoiada por associações de consumidores, inúmeras organizações ligadas à política de desenvolvimento, e proteção à concorrência, reivindica uma política agrícola equilibrada, que crie mecanismos que permitam adaptar oferta e procura de lácteos. As más decisões tomadas nos últimos meses, é em grande parte responsável pela situação catastrófica atual do mercado de lácteos, e a queda dramática no preço do leite. No dia 29, os produtores de leite europeus estarão dizendo juntos NÃO, à política de dumping praticada até agora, e SIM à uma gestão política responsável que resolva a situação caótica do mercado de leite. (European Milk Board-EMB/Frisona)

Negócios

Parmalat – Não vingou a operação pela qual a Laep Investments, controladora da Parmalat, planejava reestruturar sua dívida de R$ 117 milhões em debêntures. A empresa informou em comunicado divulgado na sexta-feira que, “de comum acordo”, as partes envolvidas decidiram rever algumas cláusulas e condições da operação, que deveria ter sido oficialmente fechada na sexta-feira. Agora, a Laep já admite a possibilidade de mudanças na estrutura anteriormente definida para a operação. (Valor Econômico)

Encontro – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promove o 2º Encontro do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal -Sisbi/Suasa, durante o 4º Congresso Latino Americano e 10º Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos. O evento será no dia 23 de abril, em Florianópolis/SC, e terá como temas centrais Revisão do atual Sistema de Inspeção; Avaliação dos três anos de implantação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa): impactos, resultados e entraves; e Experiências de parceiros do Sisbi. (Ministério da Agricultura)

General Mills – Supermercados, funcionários, concorrentes e fornecedores foram pegos de surpresa na sexta-feira por um comunicado da fabricante americana de alimentos General Mills. A empresa divulgou que está encerrando a produção da fábrica de Contagem (MG), sua única no país. Com isso, duas marcas tradicionais no Brasil deixarão de ser fabricadas: a Frescarini, de massas frescas, e a Forno de Minas, de pão de queijo congelado. Os 500 funcionários serão demitidos. A companhia apontou uma “reestruturação dos seus negócios no Brasil” com a consequente concentração das atividades nos produtos globais da empresa: os sorvetes Häagen-Dazs e as barras de cereais Nature Valley, que a companhia continuará importando dos Estados Unidos para vender aqui. Também segue com a joint venture mundial com a Nestlé – a CPW, com fábricas em Caçapava (SP) e Feira de Santana (BA), onde produz cereais matinais. Segundo fornecedores e varejistas ouvidos pelo Valor, a falta de rentabilidade da operação brasileira motivou o encerramento da produção. (Valor Econômico)

Setoriais

Clima/RS – O agricultor Vilson Dalenogari, de 55 anos, enfrenta uma das piores estiagens desde a época em que ajudava o pai a lidar na lavoura, no interior de Tuparendi, no Noroeste do Estado. Em cinco anos, foram cinco pedidos de Proagro. Com quebra de 68% na produção, o que foi colhido não será suficiente para quitar as dívidas. ‘Pretendia colher 40 sacos por hectare, mas colhi 13.’ A situação se repete em outras propriedades. Segundo a Emater, nos 45 municípios de abrangência da regional de Santa Rosa, a quebra na soja é de 16% e no milho, de 47%. Sem chuva desde janeiro e com apenas garoa na noite de ontem, hortaliças, frutas e verduras estão prejudicadas e a produção leiteira caiu 25%. ‘O gado era nossa salvação, mas não tem mais pastagem.’ O agricultor perdeu 95% no milho. Na safrinha, foi obrigado a fazer replantio e teve nova quebra de 95%. ‘Não sei se vamos continuar plantando, talvez a saída seja investir só no leite.’ (Correio do Povo/RS)

Estiagem/RS – A estiagem registrada nos meses de março e abril deve encolher a safra de soja gaúcha, segundo a Emater-RS. Em parte da região norte e no noroeste do Rio Grande do Sul, que representam cerca de 60% da área plantada de 3,7 milhões de hectares no Estado, a quebra média é estimada em 20% em relação à projeção atual, que indica uma colheita total de 8,4 milhões de toneladas. Conforme o agrônomo Célio Cole, cerca de 65% das lavouras já foram colhidas e na próxima semana a Emater-RS deve apresentar uma projeção mais precisa sobre o efeito da seca. (Valor Econômico)

Troca – As grandes fabricantes de defensivos agrícolas preparam ações para ampliar a troca de insumos pela produção dos agricultores na safra 2009/10. A ferramenta, também conhecida como “barter” em algumas empresas, não é nova, mas ganha espaço em um momento de oferta mais restrita de crédito para financiar o plantio no próximo ciclo. Para as fabricantes, a troca não apenas garante vendas para agricultores que, por falta de dinheiro, reduziriam suas encomendas, mas também diversifica as fontes de receita. Aos agricultores, além de garantia de insumos para o plantio, a troca oferece a possibilidade de proteção contra a variação cambial e também contra eventuais quedas bruscas do preço do produto no momento da comercialização. (Valor Econômico)

Grãos – A Argentina caminha para registrar a pior colheita de grãos em dez anos, com uma queda de 30% da produção total na safra 2008/09, para cerca de 67 milhões de toneladas. Com isso, o país que já vinha perdendo mercado na carne, vai diminuir também sua fatia no mercado internacional de grãos. O motivo: queda dos investimentos do setor e restrições auto-impostas para exportações. (Valor Econômico)

 

Economia

IGP-M – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,33% na segunda prévia de abril. Na segunda prévia de março, o IGP-M havia caído 0,36%. Dentre os três indicadores que compõem o IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) caiu 0,64% na prévia anunciada nesta quarta-feira, após taxa negativa de 0,65% na segunda prévia de março. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,47% na segunda prévia de abril (alta de 0,31% em março). Já o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) teve queda de 0,24% na prévia divulgada hoje (deflação de 0,04% na segunda do mês passado). (Agência Estado)

 

Globalização e Mercosul

Consumidores – Com os bolsos fechados por causa da crise, os consumidores britânicos forçaram os preços para baixo. Foi por isso que, em março, o país registrou um índice negativo de inflação, de 0,4%, pela primeira vez desde 1960. Gás, alimentos e bebidas não-alcoólicas lideraram a queda. Entretanto, a variação no ano, de 2,9%, está acima da meta de 2% fixada pelo governo. (Zero Hora/RS)

Queixa/AR – Quando chegar hoje a Buenos Aires com queixas de concorrência desleal do leite e da farinha de trigo argentinos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai também ouvir reclamações. O ministro de agricultura da Argentina, Carlos Alberto Cheppi, disse ao Valor que certos problemas afetam as exportações de frutas. E que o Brasil passou a cobrar da Argentina aumento do preço mínimo dos vinhos. Sobre as demandas brasileiras, ele insistiu que não há dumping no leite e na farinha de trigo. (Valor Econômico)

Varejo/Inglaterra – As vendas no varejo no Reino Unido registraram queda de 1,2% no mês de março, segundo o Consórcio Britânico de Varejo (BRC). No que diz respeito aos alimentos, os analistas dizem que embora no mês de março não tenha registrado grandes alterações, no trimestre houve um aumento de 6,3%. Já a rede britânica Tesco, anunciou um crescimento de 15,1% nas vendas globais, nas 53 semanas terminadas em 28 de fevereiro de 2009. De acordo com o presidente da empresa, “em uma situação onde o consumidor sente forte pressão econômica, estamos atendendo às suas necessidades com produtos mais em conta e promoções eficazes. Estas ações combinadas com a nossa força – venda de alimentos essenciais para o dia a dia, ajuda-nos a superar a queda no consumo”. As vendas na Inglaterra cresceram 9,5%, enquanto no mercado internacional subiram 29,3%. Na Europa o crescimento foi de 29,1%, e na Ásia 29,4%. Em comunicado a Tesco diz que pretende se afirmar como varejista internacional, e prevê criar 11.000 postos de trabalho no Reino Unido, e 15.000 no mercado internacional. (Hipersuper)

Alimentos – As principais bolsas europeias encerram uma terça-feira volátil, praticamente estáveis, vez que os ganhos nas ações de varejistas de alimentos, como a gigante de supermercados britânica Tesco, compensaram novas perdas no setor bancário. As ações da Tesco avançaram 4,9%, depois que o maior operador de supermercados do Reino Unido divulgou aumento de 1,9% no lucro, para 2,16 bilhões de libras nas 53 semanas encerradas em 28 de fevereiro. (Agência Estado)

Investimento – A Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, anunciou que criará uma empresa de US$ 800 milhões para investir em projetos agrícolas no exterior. A Companhia Saudita para Investimento em Produção Agrícola e Animal foi aprovada na semana passada pelo gabinete, que quer ampliar o abastecimento de alimentos ao país. (Valor Econômico)

G-8 – Os representantes agrícolas que integram o G8 alertaram na segunda-feira que mais alimentos devem ser produzidos para suprir a fome mundial. Eles também discutiram a formação de estoques de cereais. As autoridades denunciaram o protecionismo no setor agrícola, enfatizaram a importância de regras baseadas em um sistema internacional para o comércio, comprometeram-se a acompanhar a volatilidade dos preços no mercado de commodities e também pediram uma avaliação coordenada dos estoques de commodities. As discussões dos ministros de Agricultura dos principais países industrializados, segundo o ministro da Agricultura da Itália, Luca Zaia, ocorrem no contexto de aumentar a segurança alimentar global. (Gazeta Mercantil)

G-8  – Durante a reunião de três dias, em um castelo no norte da Itália, os ministros discutiram sobre os méritos dos estoques reguladores de grãos como uma alternativa de emergência para o setor de alimentos, sendo um caminho para reduzir preços e conter o mercado especulativo de commodity. “Nós vamos continuar explorando várias opções em uma ação coordenada para o gerenciamento de estoques”, disseram no comunicado. A promessa global para diminuir a fome de milhões tem sido afetada pela turbulência financeira, enquanto temores sobre a segurança global dos alimentos poderia continuar por conta da volatilidade dos preços e um equilíbrio delicado entre oferta e demanda, disseram os ministros. Mais poderia ser feito para aumentar a quantidade e qualidade da produção agrícola, e permitir que cidadãos tenham acesso a alimentos seguros e nutritivos. (Gazeta Mercantil)

USDA: Preços internacionais têm estabilidade Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos na Oceania e no Oeste da Europa, entre 2 e 17 de abril mostraram estabilidade para a maioria dos produtos, comparados à quinzena anterior, exceto o leite em pó desnatado, na Oceania, cujo valor médio teve leve queda.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter, após duas quinzenas de leve recuperação, os preços agora estão estáveis. Os compradores voltaram a fazer compras pontuais, principalmente para satisfazer necessidades de curto prazo. Um recente relatório do Dairy Austrália diz que as possibilidades de uma forte e rápida recuperação dos preços internacionais dos lácteos é limitada enquanto as condições econômicas dos principais países importadores, como o Japão e a Rússia, continuarem deteriorando-se.” O relatório também estima que o comércio global de lácteos foi 30% inferior no último trimestre de 2008, em comparação com 2007. Essa queda nos preços certamente afetará, a nível mundial, a produção leiteira em 2009.

No Oeste da Europa, o leite em pó integral teve preço médio de US$ 2.325/t, com valores variando entre US$ 2.200/t e US$ 2.450/t, estável em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó desnatado (US$ 2.137,5/t) também não variou em relação à média da quinzena anterior, com valores entre US$ 2.025/t e US$ 2.250/t. Os valores para o soro de leite oscilaram entre US$ 490/t e US$ 575/t, média de US$ 532,5/t, mantendo-se estáveis.

Na Oceania, os valores do leite em pó desnatado ficaram entre US$ 1.800/t e US$ 2.100/t, média de US$ 1.950/t, uma queda de 2,5% em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.075/t, com valores entre US$ 1.900/t e US$ 2.250/t, leve alta de 1,22% em relação à ultima quinzena.

O valor médio da manteiga foi de US$ 1.800/t na Oceania, estável em relação à quinzena anterior, e US$ 2.800/t no Oeste da Europa, leve alta de 1,8%. Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar teve alta de 2,1% em relação à quinzena anterior, fechando a US$ 2.450/t, com valores entre US$ 2.200/t e US$ 2.700/t.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

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Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.

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