Depois de expandir seus negócios para o setor de couros e de ovinos, o gigante brasileiro de carnes JBS-Friboi planeja entrar no mercado de leite – o único setor do segmento pecuário do qual ainda não participava. O principal alvo do presidente da empresa, Joesley Batista, é a mineira Itambé, que negocia uma fusão com suas congêneres e conterrâneas Cemil e Minas Leite. Analistas de mercado estimam que Batista terá de desembolsar cerca de 800 milhões de reais para adquirir a Itambé. A diretoria da Cemil consultada pelo Selectus afirmou desconhecer a informação. (Revista Veja)
Leilão do Nenê – Com o objetivo de se tornar um empreendimento de referência no setor agropecuário de Minas, a Agropecuária 2N vem se especializando na seleção genética, e autossuficiência da fazenda.
Preço/RS – O preço do leite subiu desde janeiro, e a tendência é que aumente ainda mais até junho. Apesar disso, os produtores rurais não receberam o reajuste. Enquanto o produtor ganhou em média R$ 0,59 pelo litro de leite no mês passado, no supermercado o preço do tipo longa vida varia de R$ 1,55 até R$ 1,98. Para quem já sentiu no bolso o aumento do preço, a notícia não é nada boa. Até o fim deste mês, as indústrias estimam um reajuste de 20% no atacado. Um dos culpados é o calor registrado em janeiro no Rio Grande do Sul. A segunda maior bacia leiteira do Brasil amargou redução de 20% na oferta. Além disso, os produtores em todo o país enfrentam o desestímulo da atividade. (Canal Rural)
Preço – — Podemos dizer que o momento mais desfavorável ao produtor já passou, e isso começa a aparecer nos preços. Os preços daqui pra frente já tendem a mostrar uma reação. Existe um aumento de demanda previsto em função do retorno das férias escolares, e isso certamente terá reflexo de preço ao produtor — avalia o coordenador para Pecuária do Ministério da Agricultura, João Salomão. Em abril, começa a entressafra. Por isso, a previsão é de que os preços continuem elevados. Élcio Ministério, ao contrário de muitos, se programou para aumentar a oferta de leite justamente nesse período. — Teve ano em que o leite chegou a R$ 0,80 ou R$ 0,85 na seca. Essa diferença justifica a estratégia — disse o produtor. Quanto mais oferta melhor para quem, por hábito ou questão de saúde, não abre mão do leite. (Canal Rural)
Iogurte – Estudos recentes demonstraram que o consumo de iogurte ajuda a prevenir problemas bucais, conforme art igo no Journal of Periodontology, conceituada publicação especializada em pesquisas da área odontológica. De acordo com o artigo, o efeito benéfico é decorrente do conteúdo de cálcio, e a existência de microorganismos como o Lactobacillus. (Fedeleche)
Oceania – A produção de leite na Oceania continua em declínio, mas os analistas estão mais otimistas e as estimativas já apresentam quedas menos acentuadas do que a previsão anterior. Provavelmente a Nova Zelândia tenha uma queda de 1% na produção em relação ao último período, e a Austrália caia em torno de 4%, índice menor que a projeção anterior que estaria em torno de -6%. Mesmo com baixos estoques, os preços continuam sendo ajustados para manterem a competitividade. Os negócios devem continuar fracos até a próxima semana, pois os comerciantes esperam os resultados do próximo leilão da Fonterra, no dia 2 de março.(Usda)
Leite/UE – As condições meteorológicas continuam prejudicando a produção europeia de leite, mas o setor não está preocupado, e acredita que quando houver melhora do clima, o aumento da produção virá. Os negócios estão fracos e os analistas não acreditam que, no curto prazo, haja compras de intervenção, mesmo que os preços de intervenção não tenham sido alterados. (Usda)
Negócios
Nordeste – Executivos de companhias como Danone, Kraft e Natura criam “minicorporações” dedicadas exclusivamente a fazer negócios na região que mais cresce no país. (Revista Exame)
Laep – A Laep Investiments, controladora da Parmalat no Brasil, informou ter quitado dividas com as cooperativas de leite do estado do rio. O valor total não foi informado, mas uma fonte estima que pode ter chegado a 1 milhão. Entre as cooperativas que receberam com atraso está a de Itaperuna-Capil-. O presidente da Capil Moacir Serodio Vieira confirmou o pagamento de uma dívida de 300 mil, referente ao leite fornecido em dezembro de 2009. Ele explica que na próxima semana vence o pagamento do leite entregue em janeiro, de 500 mil. – A empresa promete pagar em dia o leite de janeiro, mas vamos aguardar, este tem sido um problema frequente desde agosto do ano passado. Nas ultimas semanas a Laep tem anunciado medidas para antecipar o fim da recuperação judicial da Parmalat, como uma capitalização de 120 milhões e a conversão de dívidas em participação na empresa. Segundo a colunista Flávia Oliveira a empresa devia 10 milhões a produtores do Rio e Goiás em janeiro deste ano. (O Globo)
Parmalat – As ações da Laep Investments, controladora da marca Parmalat, subiram 2,70% e estiveram entre as mais negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A valorização é atribuída a um comunicado segundo o qual a Laep já está em negociaç ões para “a liquidação antecipada da recuperação judicial de Parmalat” junto aos credores remanescentes. No mesmo comunicado, a empresa advertiu que as negociações ainda “não se concluíram e que dependem, entre outros fatores, da adesão aos termos e às condições propostos para a liquidação antecipada”. (Folha de SP)
Carrefour – O Carrefour divulgou queda de 70% no lucro de 2009 por causa de baixas contábeis na Itália e cortes de preços ao consumidor. A empresa anunciou que está revendo suas operações na Bélgica e definiu Brasil e China como prioritários na expansão em 2010. O lucro líquido da rede foi de 385 milhões no ano passado. (O Estado de SP)
Inovação – As indústrias de chocolates inovam e apostam em produtos de Páscoa diferenciados neste ano. As novidades vão de ovos com brinquedos a ovos recheados. (Folha de SP)
Nestlé – A Nestlé, maio r empresa do setor de alimentos do mundo, prevê crescimento mais alto nas vendas de 2010, após superar as previsões de 2009 com performance sólida na América do Norte e mercados emergentes e preços menores de leite e outras commodities. A companhia ultrapassou as estimativas de 3,9% para o ano passado e atingiu índice de 4,1%. (O Estado de SP)
JBS-Friboi – Como Joesley Batista, presidente do JBS-Friboi, está aplicando princípios de seu particular modelo de gestão Frog – ou “From Goiás” – para integrar as operações do Bertin, sua maior aquisição já realizada no país. Decidiu reduzir o portfólio da Vigor. Menos de um mês após a aquisição, ele suspendeu o lançamento de novos produtos, como pão de queijo e hambúrguer, previstos para acontecer ainda em 2009. A medida provocou um desmanche na área de marketing – o diretor e três de quatro gerentes foram demitidos entre o final de dezembro e o inicio de janeiro. “Essa história de que um mix variado de produtos resulta em mais venda é conversa fiada”, afirma Joesley. “Cada novo produto, um novo problema”. Apesar da postura cautelosa, o empresário diz que os lançamentos serão revisados após a conclusão da integração entre as duas empresas. (Revista Exame)
Soprole – Nos últimos três anos a Soprole, empresa controlada pela neozelandesa Fonterra, apostou na inovação como estratégia para aumentar os negócios, e vem lançando entre 20 e 25 inovações importantes, por ano, sendo quase dois lançamentos por mês. Os resultados são bons, e em 2009 as inovações foram responsáveis por 23% das vendas, com novos produtos ou agregação de valor, garantindo a liderança e a participação de 31% no mercado do Chile. Sem revelar o valor, Sebastián Tagle, diretor da empresa, garantiu que o s investimentos aumentaram significativamente nos últimos tempos, principalmente no desenvolvimento de produtos funcionais e nutritivos. (Fedeleche)
Setoriais
Soja/PR – Produtores paranaenses de soja já iniciaram a colheita da safra de verão que promete ser uma das maiores, contribuindo para que o Paraná retome a liderança na produção de grãos, perdida no ano passado para Mato Grosso. A previsão é de que sejam colhidos 29,32 milhões de toneladas, superando em 0,6% a safra de Mato Grosso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume produzido no Estado representa 20,5% da projeção de produção nacional de grãos – 143 milhões de toneladas. Apesar da boa produtividade, nem tudo é motivo de comemoração. Os preços, cot ados pelo mercado internacional, estão em queda e são alvo de preocupação. (O Estado de SP)
Economia
IGP-M – A inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) mais que dobrou na segunda prévia deste mês, sob pressão dos custos no atacado. A subida foi de 1,1%, ante 0,51% em igual período de janeiro, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços por Atacado (IPA) teve alta de 1,34%, ante 0,44% na segunda prévia de janeiro. O IPA agrícola subiu 0,38% (ante 0,16%); o IPA industrial, 1,64% (ante 0,53%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 0,80% (ante 0,74%); e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 0,39% (ante 0,40%). (O Estado de SP)
Classe – O seleto grupo dos ricos brasileiros ga nhou 303 mil novas famílias nos últimos sete anos. O crescimento da classe C tornou-se a vedete do comércio e da propaganda, mas a classe A mantém-se acima da marca de 1 milhão de famílias desde 2006 e continua crescendo. Integram o topo da pirâmide pessoas com rendimento domiciliar mensal acima de 20 salários mínimos (R$ 10,2 mil). Dados compilados pela MB Associados, com base nas estatísticas do IBGE, a pedido do Estado, mostram que o rendimento médio da classe A é hoje 48% maior que em 2002. Mas, apesar desse crescimento, a participação da classe A em relação ao total da população não mudou – ainda representa apenas 1,9% das famílias brasileiras. Como base de comparação, do fim de 2002 até 2009, 1,146 milhão de famílias passaram à classe B (renda de 10 a 20 salários mínimos) e 7,772 milhões à classe C (renda de 3 a 10 salários mínimos). O crescimento da renda não foi muito diferente entre as categorias: dobrou na classe A, cresceu 116% na classe B e 142% para a C. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Transgênicos – Em 2009, os produtores da União Europeia (UE) reduziram em 11% a área plantada com transgênicos, segundo relatório do Greenpeace divulgado pela Bloomberg. A área de milho com semente da Monsanto, a única usada pelos produtores europeus, recuou de 106,7 mil hectares em 2008 para 94,7 mil em 2009. De acordo com a Bloomberg, o Greenpeace atribui a queda aos altos preços das sementes, à falta de mercado e às exigências de segregação na UE. (Valor Econômico)
Chile – Levando em conta que 45% das exportações chilenas para os Estados Unidos são do setor agrícola, e considerando o potencial que oferece esse mercado, a Câmara Chilena e Norte Americana de Comércio (AmCham) iniciará em março um programa completo, de 11 meses, para estudar rotulagen s, tendências de mercado e de comercialização, bem como uma visita ao maior sócio comercial do Chile. Isto é muito importante devido às mudanças nos hábitos de consumo dos americanos, bem como a estrutura da população. Em 2020 o país terá 30 milhões a mais de habitantes. O programa será montado de acordo com o perfil das empresas inscritas. (Estratégia Online )
Orgânicos – A cidade de Nuremberg na Alemanha sediou a maior feira de produtos orgânicos do mundo, a Biofach 2010. O Brasil foi representado pelo Projeto Organics Brasil, que reúne 74 empresas exportadoras, além de apresentar dois estandes: um dos produtores de orgânicos com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem a participação de quinze cooperativas de produtos amazônicos e, pela primeira vez, a Itaipu Binacional, com o projeto de sustentabilidade Água Boa, do qual participam cerca de mil produtores familiares de orgânicos. O p aís conta também com o Vivaness, espaço exclusivo para empresas de cosméticos. O Brasil fechou 2009 com US$ 44 milhões em exportação nas principais feiras internacionais. “Neste ano, a previsão é crescer 15% com abertura de novos mercados e fortalecimento com os clientes dos mercados americanos e europeu”, afirma Mig Liu, coordenador executivo do Organics Brasil. (Brasil Econômico)
Com a antecipação das safras no Centro-Oeste e Sudeste, em função das chuvas constantes no 3º trimestre de 2009, os picos de produção ocorreram antes do previsto, em novembro e início de dezembro – quase 30 dias antes em relação a anos anteriores. Agora, já é possível ver a curva de produção decrescendo, iniciando a disputa por leite em algumas regiões.
Em dezembro, a produção já mostrou desaceleração, segundo dados do Cepea-Esalq/USP, o que permitiu que os preços ficassem estáveis em janeiro. O intenso calor, acompanhado de chuvas intensas, também vem prejudicando a produção no Sul do país neste início de ano, considerando a predominância da raça holandesa na produção de leite da região.
O mercado spot (negociações entre indústrias) vem sendo reajustado desde janeiro, sendo que atualmente os volumes são reduzidos, com preços mais altos. Em Minas Gerais, o leite spot está sendo negociado a R$ 0,70-0,75/litro, e em São Paulo chegou a R$ 0,78/litro na 1ª quinzena de fevereiro.
Com produção reduzida e demanda intensificada com a volta às aulas, os preços começaram a ser reajustados no mercado atacadista. O leite longa vida, segundo agentes do setor consultados pelo MilkPoint, já mostra reação de até 20% nos preços, o que deve se intensificar agora, após o carnaval. O produto está sendo negociado no atacado, em média, a R$ 1,40-1,50/litro no Sul, Minas Gerais e Goiás. Em São Paulo os preços já mostram maior reação, entre R$ 1,50 a R$ 1,60/litro. Segundo os agentes consultados, as indústrias deverão fazer novos reajustes nas duas últimas semanas de fevereiro (em SP, já há negociações entre R$ 1,60-1,70/litro).
No setor atacadista, os queijos tiveram reajustes mais leves, com preços entre R$ 7,50-8,20/kg em Minas Gerais e São Paulo. O leite em pó mantém preços estáveis, em média a R$ 8,20-8,50/kg (embalagem fracionada).
Os preços ao produtor iniciaram agora os reajustes. Para o pagamento de fevereiro, as indústrias devem reajustar de 3 a 5 centavos o valor da matéria-prima, chegando a R$ 0,62-0,65/litro no Centro-Oeste, R$ 0,65-0,70 no Sudeste e R$ 0,60-0,65 no Sul. Para o pagamento de março, a maioria dos agentes consultados acredita em nova alta de preços, em torno de 5 centavos por litro.
No varejo ainda não houve um reajuste significativo de preços, o que deve acontecer mais evidentemente até o final de fevereiro (após carnaval e início das aulas).
Enquanto o mercado interno começa a se aquecer, o mercado internacional mostra o inverso. Os preços na União Europeia e na Oceania caíram em janeiro e fevereiro, devido à instabilidade do mercado, à queda nas exportações de commodities lácteas na UE e nos EUA, e também a uma demanda mais fraca na Europa, segundo fontes internacionais. Na 1ª quinzena de fevereiro, o leite em pó desnatado na Oceania apresentou uma forte queda (10%) no preço médio em relação a janeiro, sendo cotado a US$ 2.750/ton. Já o leite em pó integral ficou em US$ 3.400/t no mesmo período na Europa, queda de 4% em relação ao valor médio de janeiro.
Segundo informações do Dairy Industry Newsletter (DIN), os preços do leite em pó desnatado na União Europeia poderão atingir os níveis de intervenção em alguns meses, conforme a proximidade da primavera. Segundo o boletim, o sentimento do mercado é negativo, não só para o leite em pó desnatado como também para outros produtos. A baixa demanda de exportação está exercendo uma pressão baixista nos preços da EU.
A valorização do dólar neste início de ano ainda não animou os exportadores brasileiros a fecharem novos negócios, em função dessa queda nas cotações internacionais e também pelo fato dos preços no mercado interno estarem mais atrativos. A balança comercial de lácteos iniciou 2010 deficitária. Em janeiro, o saldo ficou negativo em US$ 7,83 milhões. Em fevereiro, assim como para março, não há negócios significativos, segundo informaram agentes do setor que atuam nessa área.
O gráfico abaixo mostra qual seria o preço máximo pago ao produtor, em reais, para viabilizar as exportações, considerando os preços do leite em pó integral na Oceania (incluindo as taxas). Observa-se que, praticamente durante todo o ano de 2009, os preços recebidos pelos produtores ficaram acima do preço máximo calculado considerando o mercado internacional, evidenciando dois pontos: 1) mercado internacional com preços muito baixos (chegando a US$ 1.900/ton), e 2) mercado interno segurando as cotações, em função principalmente das restrições às importações, de forma que a dinâmica do mercado interno impulsionou os preços.
A partir de novembro/09, com a elevação dos valores no mercado internacional, o preço recebido ficou abaixo do preço máximo calculado. Houve então uma expectativa de retomada das exportações, o que não foi concretizado, já que pouco tempo depois o mercado internacional mostrou novamente queda das cotações.
Com preços internos sendo reajustados, gera-se um estímulo para aumento da produção de leite, que também deve ser impulsionada pela estabilidade ou até redução do custo dos insumos – segundo estudo do Rabobank, os preços da soja devem ficar pressionados este ano, devido à safra mundial recorde; para o milho, as previsões são de estabilidade de preços no 1º trimestre, com possível alta posterior, caso se confirme a previsão de redução da produção.
Considerando que começamos o ano com cerca de 6% mais leite em relação a 2009 (segundo o Índice de Captação de Leite do Cepea), a produção de abril em diante (quando provavelmente a produção responderá ao aumento de preços, e também com o início da safra do Sul) será determinante para as cotações. Caso as exportações não sejam retomadas, poderá haver um aumento da disponibilidade interna de leite, pressionando os preços. Nesse cenário, o controle das importações terá forte peso.