Notícias 22.01.09

Leilão – A Conab realizará, no dia 28 de janeiro, leilão de Prêmio para o Escoamento de 200 milhões de litros de leite de vaca in natura.

Lançamento – O Laticínio Batalha inova, mais uma vez, e lança o leite em pó de 200g com a marca Batalha. A partir desta quinta-feira (22) o produto já estará disponível nas gôndolas dos supermercados da rede Bompreço. O leite em pó será comercializado em todo o Nordeste. O objetivo do Laticínio Batalha é expandir o comércio e chamar atenção para o novo produto originalmente alagoano. (Primeira Edição)

Argentina – A Associação de Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios – PyMES decompôs os números da produção industrial, para esclarecer a impossibilidade de aceitar os preços impostos pelo Governo para o litro de leite, se não houver respaldo para venda dos produtos, no mercado interno e/ou externo. De acordo com o trabalho, as indústrias só são viáveis quando o custo do leite representa 65% do faturamento. E, dentro desta lógica do mercado, as indústrias deveriam faturar a 1,38 pesos por litro de leite, para pagar ao produtor 0,90 pesos. (La Opinión de Rafaela/Infortambo-Argentina).

Negócios

Chocolate – No Brasil, as vendas de chocolates vêm crescendo ano a ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). O consumo interno passou de 376 mil toneladas em 2004 para 465 mil toneladas em 2007. Em 2008, as estimativas apontam para um total de 514 mil toneladas. Este ano, entretanto, a previsão é de manutenção nos volumes, uma vez que o consumo é altamente influenciado pela renda da população e também pela variação cambial. (Valor Econômico)

Barry Callebaut- A Barry Callebaut, a maior fabricante de chocolate bruto para indústria do mundo e a terceira em processamento de cacau, confirmou seus planos de abrir uma fábrica de chocolates no país ainda este ano. “Ainda estamos procurando uma maneira de estabelecer uma planta no país”, disse Patrick De Maeseneire, diretor-executivo da multinacional suíça, à agência Dow Jones. A empresa já tem, em Ilhéus (BA), uma unidade processadora de cacau e poderia, segundo fontes do mercado, aproveitar a área disponível para construção da segunda. Outras alternativas para a companhia, segundo De Maeseneire, seriam comprar uma fábrica já existente ou formar uma aliança com outra fabricante para dividir o investimento que seria de US$ 60 milhões. (Valor Econômico)

Setoriais

Pacote – O governo prepara mais um pacote de medidas para ajudar o setor rural a atravessar a persistente turbulência financeira global. Na próxima semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar alterações para aumentar as garantias de sustentação de preços na comercialização da atual safra de grãos e melhorar as condições de pagamento previstas na lei de renegociação das dívidas rurais. Pressionado pelo setor rural a elevar os preços mínimos de garantia, o governo quer permitir o lançamento de contratos de opção de venda com preços de referência até 10% superiores ao mínimo. É uma forma de ampliar a eficácia do apoio à comercialização da safra, cujo orçamento total soma R$ 5,2 bilhões, em vez de mexer nos preços mínimos. (Valor Econômico)

Soja/MT – Depois de um ano inteiro de apatia, a comercialização de soja começou a ser retomada nas regiões produtoras do País. As perdas de safra na América do Sul alavancaram as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) mesmo em dia de alta no dólar e o resultado foi uma guinada dos preços da saca na última semana e a volta do ânimo em negociar. Os preços da saca do grão em Mato Grosso (Sorriso) que vinham do patamar de R$ 37 há um mês, reagiram fortemente na última semana, e fecharam em R$ 40 para entrega até 15 de fevereiro. O valor atual está até mais alto do que os R$ 38 negociados em 15 de janeiro do ano passado. (Gazeta Mercantil)

Soja/GO – Em Goiás os preços também reagiram. Segundo a AgRural, a saca foi negociada a R$ 46 na última semana em Rio Verde, ante os R$ 41 que vigoraram na maior parte do mês de dezembro. Segundo Alécio Marostica, presidente da Comissão de Grãos e Fibra e Oleaginosas da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), “Até uns dias atrás, ninguém falava em contrato de soja. Na última semana, a comercialização deslanchou.” Marostica afirma que apesar da venda ter aumentado, os produtores procuram não ir com muita sede ao pote. “As perdas no Sul do País são maiores do que se anuncia. Por isso, os preços podem reagir mais”. (Gazeta Mercantil)

Soja/PR – Informações ainda isoladas de produtores que já começaram a colher soja no Paraná apontam para queda generalizada de produtividade em decorrência do clima seco do final de 2008. Relatório de janeiro do Deral (Departamento de Economia Rural) aponta para uma produtividade média com a soja de 2,5 mil quilos por hectare, queda de 17% em relação à previsão inicial, de três mil quilos por hectare. Como consequência da estiagem, a produção de soja inicialmente estimada em 12,2 milhões de toneladas foi reduzida para 10,1 milhões de toneladas. (Gazeta Mercantil)

VBP – O Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura em 2009 sofrerá queda de 7,4% em relação a 2008 e deverá fechar em R$ 173,2 bilhões. Para o segmento de grãos, o faturamento estimado é de R$ 96,8 bilhões, retração de 12,23% na comparação com 2008, quando o VBP fechou em R$ 110,3 bilhões. Os dados são dos Indicadores Rurais, publicação elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq-USP). O estudo atribui esta queda principalmente às previsões de redução na produção agrícola da safra 2008/2009, diante da escassez de crédito para o setor, a crise financeira internacional e os problemas climáticos ocorridos na região Sul. O levantamento também indica queda de faturamento para a pecuária em 2009. (Canal Rural/CNA)

Terras – Os preços das terras agrícolas encerraram 2008 em queda no país. Segundo a AgraFNP, no bimestre novembro-dezembro o valor médio nacional do hectare ficou em R$ 4.330, ante os R$ 4.341 do bimestre anterior. Houve uma fuga de compradores, e o movimento se reflete sobretudo nos imóveis voltados à agroenergia. Na comparação com o bimestre novembro-dezembro de 2007, o valor médio nacional das terras teve alta nominal de 8,3% em 2008. (Valor Econômico)

Prejuízos – Com as recentes chuvas, o cenário da agricultura até melhorou, mas é hora de verificar prejuízos. Na região de Cândido Mota (SP), muitos produtores vão colher de 40 a 50 sacas de soja por alqueire, contra uma média histórica de 110 a 120. No caso do milho, a produção recua ainda mais: de 250 a 300 sacas para 100. A forte quebra de safra não traz prejuízos apenas para produtores, mas reduz as atividades em toda a cadeia do agronegócio: transportes, agroquímicos e até cooperativas. (Folha de SP)

Economia

Varejo – O varejo não conseguiu dar fim aos produtos que comprou para atender às vendas de fim de ano e ficou com estoques acima do planejado. A saída tem sido reduzir as encomendas à indústria, que já sente a retração e começa a reduzir a atividade em alguns setores. Além da necessidade de desovar seus estoques, os lojistas estão cautelosos diante da incerteza sobre o comportamento da demanda nos próximos meses, principalmente com os recentes anúncios de demissões. O ritmo de redução das encomendas, porém, não atinge os setores da mesma maneira. Enquanto as vendas dos automóveis deram uma recuperada após os incentivos tributários do governo, celulares e computadores começam a vender menos e alimentos ainda não foram afetados. (Valor Econômico)

Selic – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem reduzir a taxa Selic em 1 ponto percentual, alterando o juro básico de 13,75% para 12,75% ao ano. A decisão não foi unânime – cinco membros votaram pelo corte agressivo, mas três insistiram na redução de 0,75 ponto. Assim como o comitê, o mercado estava dividido entre os dois cortes, mas as expectativas por uma reação agressiva do BC foram reforçadas com a divulgação dos últimos índices de atividade econômica, como a redução de emprego formal e produção industrial, compilados respectivamente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). (Gazeta Mercantil)

Desemprego – A taxa de desemprego média no Brasil em 2008 ficou em 7,9%, contra 9,3% em 2007, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. O índice é o menor da série histórica iniciada em 2002. Em dezembro, a taxa ficou em 6,8%, contra 7,6% em novembro. Na comparação com dezembro de 2007, houve um decréscimo de 0,6 ponto percentual. O resultado de dezembro foi o menor para um mês também na série histórica. A renda média do trabalhador no ano cresceu 3,4% entre 2007 e 2008, ficando em R$ 1.260,24. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Chile – A Ministra da Agricultura do Chile, Marigen Hornkohl, destacou que o credenciamento do Laboratório de Calidad de Leche, com sede no Instituto de Investigaciones Agropecuárias (INIA) é um importante avanço para o setor leiteiro. O Laboratório estará a serviço de todos os integrantes da cadeia láctea do país, como produtores, representantes das indústrias e profissionais, entre outros, acrescentando que a entidade está em condições de entregar um diagnóstico rapidamente, quer seja quanto à qualidade nutritiva como higiênica da produção de leite. Com mais de 10 anos de experiência e instrumentos modernos, o instituto foi habilitado sob a norma NCH-ISSO 17025:2005 nas áreas, Química e Microbiológicas para leite cru. (Fedeleche/Chile )

Argentina – O chefe de gabinete de ministros argentino, Sergio Massa, afirmou que o governo ‘não abandonará os produtores agrícolas’ prejudicados pela seca. Mas sustentou que não será declarada emergência agropecuária. A medida implicaria no adiamento do pagamento de impostos. (Correio do Povo/RS)

FMI – O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o crescimento da economia brasileira neste ano deverá ser “muito lento”. Ainda segundo ele, países emergentes como a China e a Índia também terão uma expansão abaixo da tendência histórica recente. (Folhapress)

Carrefour – O Carrefour, maior varejista da Europa, está testando um novo formato de loja para centros urbanos dentro do conceito de conveniência. O objetivo é atender à demanda daqueles franceses muito ocupados para fazer compras em supermercados convencionais. A primeira loja “Carrefour City”, que oferece refeições prontas assim como artigos de mercearia, foi aberta ontem em Paris. Outras três unidades serão abertas dentro de dois meses. A varejista vem explorando novos formatos e já abriu quatro unidades piloto de lojas de conveniência em áreas rurais, chamadas de “Carrefour Contact”. (Gazeta Mercantil)

Brasil/África – O Norte da África volta ao radar de empresas e do governo na próxima semana, quando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior chegará à Líbia, com uma comitiva de 90 empresários e dirigentes de associações empresariais que também visitará a Argélia, a Tunísia e o Marrocos. “Queremos vender e botar as empresas para fazer contatos diretos, explorar oportunidades de investimento”, diz o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Como é tradicional nas relações com países africanos, os mais interessados são as construtoras brasileiras, mas há executivos de dez setores participando da missão à África, entre eles o de alimentos e de equipamentos de defesa. (Valor Econômico)

Aquisição – O Wal-Mart pode realizar a sua maior aquisição na América do Sul hoje, quando expira o prazo da oferta pública de compra de ações que a varejista americana fez aos detentores dos papéis da rede Distribución y Servicio (D&S), a maior cadeia de supermercados do Chile. Avaliado em US$ 2,7 bilhões, o maior valor já pago pelo Wal-Mart numa aquisição de uma rede sul-americana, o negócio fortaleceria a multinacional americana em relação aos seus três maiores concorrentes na região, os grupos franceses Carrefour e Casino e a empresa chilena Cencosud. (Valor Econômico)

Estoques – O presidente do Instituto Internacional de Pesquisa em Agronegócios Kleffmann Group, Burkhard Kleffmann diz que: “O aumento da produção de grãos não foi suficiente para recompor os estoques [mundiais], que continuam baixos”, assegurando crescimento de 10% este ano e, em 2010, outros 20%, nos preços médios das commodities agrícolas. Na Europa o setor de lácteos pode ser mais afetado pela atual conjuntura, mas os outros setores do agronegócio devem continuar registrando demandas elevadas. A crise, para Kleffmann de curto prazo, deve afetar apenas parte dos negócios do instituto de pesquisa. (Gazeta Mercantil)

Otavio Farias é graduado em administração de empresas e pós graduado em economia internacional. Atua há 13 anos em mercados mundiais de leite e derivados. Atualmente é sócio da Alliance Commodities, empresa de consultoria e comercialização de leite e derivados, ingredientes e alimentos, alinhada a empresas no setor de laticínios e alimentos no Brasil e exterior, no desenvolvimento de mercados brasileiros e internacionais.

Otavio Farias concedeu essa entrevista ao MilkPoint, na qual trata a situação atual do mercado internacional de lácteos e quais as influências no mercado interno.

MKP: Há algum sinal de melhoria no mercado internacional de lácteos?

Otavio A. C. de Farias: Em geral não se sente melhora no mercado internacional. Sempre há atividade, mas nos últimos meses o mercado internacional se movimentou a preços que não interessaram ao Brasil, ainda que o cambio tenha melhorado para o exportador. A queda nas exportações reflete essa situação. É claro que o Brasil segue exportando, abrindo mercados com participação cada vez mais contínua. Mas estratégia de contínua atuação externa tem sido pouco difundida no setor, sendo a exceção e melhor exemplo a Itambé. O setor em geral analisa oportunidades comerciais em um horizonte curto, sem levar em consideração oscilações e tendências de mais de 2 meses, 1 trimestre ou mais.

Houve queda de preço nos lácteos, como em outras commodities, devido a desequilíbrio entre oferta e demanda. O petróleo, que teve brusco ajuste de preços, tem influência direta nos lácteos; enquanto estiver em queda ou oscilando abaixo de US$ 50/barril, os preços de leite e derivados tendem a ter um teto, pois exportadores de petróleo são também grandes importadores de lácteos.

Alem disso, a falta de crédito e corte nos seguros de crédito tem afetado o comércio internacional. Boa parte das negociações internacionais de lácteos se dão por meio de concessão de linhas de crédito baseadas em seguros de crédito. Seguradoras tem analisado em detalhes riscos de mercados e clientes e cortaram limites recentemente. O Brasil tem tido linhas de seguro de crédito mantidas, gracas à percepção de estabilidade do país, apesar da crise.

MKP: Como estão hoje as vendas lá fora?

Otavio A. C. de Farias: Sempre há vendas e movimento no mercado, mas os compradores preferem ter compromissos “da-mão-pra-boca”. E o fazem com razão, já que não se sabe como o mercado deverá reagir ao restabelecimento dos subsídios e programa de suporte à exportação na UE e nos EUA.

Os leilões online da Fonterra tem mostrado demanda pouco agressiva, e como resultado os preços tem caído continuamente na tentativa de se encontrar equilíbrio entre oferta e demanda. As incertezas nos mercados, aliadas a este sistema transparente de comércio eletrônico, resultam em uma atitude de “esperar para ver”.

MKP: Como você vê a oferta e os negócios hoje no mercado interno?

Otavio A. C. de Farias: Há ofertas e disponibilidade, mas o mercado interno tem dinâmica específica e não necessariamente se move no mesmo sentido ou na mesma velocidade do mercado externo. Há algum atraso entre movimentos do mercado externo e interno.

Também há ações isoladas, política de preços dispares entre empresas, mas isso também se deve ao tamanho do mercado brasileiro e às safras alternadas do Sul e do Sudeste. Há disparidade de preços entre regiões diversas, que ocorrem devido às necessidades de caixa de cada empresa, motivando decisões comerciais com base em sua estrutura financeira e obrigações.

Atualmente, estamos ameaçados por importações, pois produto de fora está competitivo para entrar no Brasil. Ou seja, o Brasil terá que manter competitividade ou terá concorrência de fora, o que não ajudará em nada o setor

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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