Notícias 21.10.2010

Contaminação – Há alimentos encontrados em gôndolas de supermercados que, mesmo estando dentro do prazo de validade e aparentemente permanecerem em bom estado de conservação, podem estar contaminados. Quando isso acontece, a tendência é atribuir a “culpa” do ocorrido aos ingredientes. Mas, dado que a trajetória que um alimento faz é das mais longas, é possível que diferentes fatores interfiram para a contaminação. Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, têm se debruçado sobre o tema. Um estudo na cadeia de produção do queijo minas frescal, procura detectar quando e como as bactérias Listeria monocytogenes conseguem “furar o bloqueio” e se inst alar no interior do alimento. (USP)

Listeria – “Há muitos trabalhos que analisam a Listeria e suas conseqüências à saúde humana. Mas poucos com o objetivo de identificar o momento da contaminação”, diz o professor Carlos Oliveira, orientador da pesquisa da FZEA. Os pesquisadores analisam a rotina de produção de três laticínios de médio porte do interior de São Paulo. São observados os métodos da retirada do leite nas fazendas, a maneira como o leite é armazenado, os ingrediente utilizados na produção do queijo e também aspectos aparentemente externos, como as mãos e vestimentas utilizadas pelos funcionários e a higiene do local onde os trabalhos são realizados. (USP)

Pesquisa – O trabalho ainda está em curso, mas Oliveira já aponta algumas conclusões. Uma delas é que muitas das bactérias encontradas no queijo e no ambiente dos laticínios (incluindo caixas plásticas para transporte dos q ueijos, pisos e ralos de câmaras frias) pertencem a um sorotipo muito comum em pacientes humanos, o que representa uma grande preocupação à saúde pública. Ou seja: de nada adianta, nesse caso, ter ingredientes de qualidade se o ambiente de produção não está devidamente higienizado. Outra conclusão foi a verificação de linhagens idênticas de Listeria monocytogenes em diferentes laticínios, evidenciando alta capacidade de adaptação da bactéria, favorecendo sua persistência.(USP) 

Superleite – A ideia surgiu há oito anos, quando o agrônomo Gerardo Gagliostro, chefe de Nutrição, Metabolismo e Qualidade de Produto do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (Inta), foi à França para estudar o tema. “Voltei e decidi seguir com a pesquisa. Aqui, consegui comprovar o s efeitos do leite”, contou Gagliostro. A partir da descoberta, Matias Balán, ex-aluno de Gagliostro, desenvolveu a linha de produtos Mamá Mecha em sua empresa, Lácteos Prodeo. Agora, ele apresenta queijos e iogurtes derivados do “superleite”, em Chivilcoy, a 160km de Buenos Aires. (Diário de Pernambuco)

Leite/RJ – No Rio de Janeiro a produção de leite saltou de 470 milhões de litros/ano, em 2007, para os atuais 600 milhões, e a meta é chegar a 1 bilhão de litros/ano até o fim dessa nova gestão. Em dois anos, o governo estadual investiu R$ 153 milhões, gerou 3 mil novos empregos e, até 2014, a expectativa é abrir mais 20 mil postos de trabalho. Além do Laticínios Bom Gosto, inaugurada este ano em Barra Mansa, o Laticínios Marília inaugura até o final do ano seu parque industr ial em Itaperuna. A Parmalat, também no município do Noroeste fluminense, voltou a produzir o leite UHT (caixinha). O Laticínios Grupiara, em Valença, está se expandindo e a CCA Alimentos está reativando um parque industrial desativado há três anos, em Macuco. (Diário do Vale)

Incentivos/RJ – Os laticínios contam com incentivos do Programa Rio Leite e o Rio Genética. O mercado lácteo no Rio movimenta cerca de U$ 2,4 bilhões por ano e ocupa aproximadamente 100 mil pessoas. O setor lácteo tem bons motivos para festejar as mudanças, principalmente na legislação tributária, que além de contribuir com a melhoria da qualidade genética dos rebanhos, de aumentar a produtividade comercial e de zerar o ICMS sobre o leite e derivados produzidos no Rio, também está atraindo empresas para o estado. (Diário do Vale)

Leite/SP – O aumento da umidade no solo beneficia as pastagens. Até mesmo nos munic ípios de Taubaté e Sorocaba, onde o solo continua com baixa disponibilidade hídrica, as chuvas em menor volume favorecem a rebrota dos pastos, tranquilizando os produtores de leite, que já estavam com pouco estoque de alimentação suplementar, utilizada normalmente no período de entressafra. (Estado de SP)

Fonterra – A cooperativa neo-zelandesa Fonterra, maior exportador do mundo de lácteos, assinou acordo para desenvolver uma fazenda de leite na China. A empresa tenta, assim, expandir a sua própria produção, limitada geograficamente. (Valor Econômico)

Uruguai – A baixa de 2,5% do último leilão da Fonterra, o global Dairy Trade (gDT), não preocupa os produtores uruguaios, pois estão conscientes de que o mercado sempre tem oscilações. O que preocupa mais são os custos de produção que estão aumentando. Reajustes dos preços das rações e fertilizantes, além da mão de obra, estão gerando uma pe rda de competitividade. (El País Digital)

Ovelhas/SC – Melhoramento genético e a redução de tributos são as metas definidas pela Associação Brasileira de Ovinocultura de Leite, fundada em Chapecó, em maio passado com o apoio do Sebrae/SC. As Universidades regionais vão orientar e acompanhar o processo produtivo. Assim, os criadores interessados em vender genética terão o aval da universidade. O presidente da Associação, Érico Tórmem, antecipou, no entanto, que a principal reivindicação será a isenção de Pis e Cofins, na esfera federal, e do ICMS, nos Estados, sobre a comercialização de leite de ovelha e seus derivados. Produtos como queijos e iogurtes estão surgindo com força e o leite passou a ser a grande aposta do setor. Em Santa Catarina existem cerca de 2.800 ovelhas leiteiras, que produzem em média 600 litros de leite por dia. (Agrolink)

 

Negócios

Argentina – Os ministros da Agricultura brasileiro, Wagner Rossi, e argentino, Julián Domínguez, assinaram na quarta-feira em Buenos Aires um memorando de cooperação estratégica. O acordo entre os dois ministros tem o objetivo de “coordenar ações regionais para melhorar o acesso conjunto aos mercados externos e garantir a segurança alimentar”, segundo um comunicado do ministério da Agricultura argentino. Em relação à gestão estratégica, os dois decidiram estabelecer “projeções a longo prazo de oferta e procura para um conjunto de bens agropecuários, como carnes (bovina, aviária e suína), grãos (soja, milho, trigo, arroz), bioenergia e lácteos”. (Folha de Pernambuco)

Setoriais

Milho/MT – Plantar milho será um bom negócio em 2011. Isso porque está prevista uma redução dos estoques mundiais e os preços provavelmente serão remuneradores, garantindo rentabilidade ao produtor. Mas grande parte dos produtores em Mato Grosso pode não se aproveitar desse momento devido à redução prevista na área do milho, motivada pelo fenômeno La Niña, que atrasou as chuvas no início da primavera e retardou o plantio da soja. Com isso, a janela de plantio do milho safrinha, no começo do próximo ano, ficou curta e poucos produtores vão colher os dividendos dos bons preços ocasionados pela redução dos estoques. (Diário de Cuiabá)

Safra/MT – As liberações do Banco do Brasil para a safra 2010/11, em Mato Grosso, apresentam queda de 15,30% no período de julho a setembro deste ano, em relação a igual período de 2009. As liberações – que contemplam as áreas de custeio, investimentos e comercialização para a agricultura e mpresarial (grandes produtores) e familiar (pequenos produtores), encolheram de R$ 837,7 milhões, no ano passado, para R$ 709,6 milhões, em 2010. (Diário de Cuiabá)

Influência do dólar – A moeda americana também puxou ontem a alta do milho na bolsa de Chicago, configurando a primeira valorização em seis sessões. Os contratos com vencimento em março encerraram o pregão a US$ 5,8550 o bushel, alta de 27,50 centavos de dólar. A moeda americana caiu aos maiores níveis em três meses as seis principais moedas. O movimento fez com que os investidores buscassem ativos alternativos. As vendas externas do grão americano para entrega no ano que começou em 1º de setembro subiram 14% a partir de 7 de outubro, na comparação com o ano anterior, segundo dados do governo americano, citados pela Bloomberg. No mercado do Paraná, o preço médio para a saca de 60 quilos do milho fechou a R$ 18,23, alta de 1%, segundo o Deral/Seab. (Valor Econôm ico)

Milho/AR – A Monsanto quer aumentar sua cota de sementes de milho na Argentina, que deve ter um plantio sem precedentes. A expectativa é ter 52% do mercado este ano, frente a 50% de 2009. O país é o 2º maior exportador de milho. (Valor Econômico)

Economia

Selic – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) manter a taxa Selic em 10,75% ao ano, pelo segundo encontro seguido. A decisão foi unânime. Nas reuniões de abril, junho e julho o juro básico da economia brasileira havia sido elevado num total de 2 pontos, configurando um curto ciclo de alta após a taxa ter ficado estável em 8,75% desde julho de 2009. Na última reunião, em 1º de setembro, o colegiado do BC já havia decidido pela m anutenção da taxa. (Estado de SP)

IPCA-15 – A variação positiva do IPCA-15, prévia da inflação oficial, dobrou ante os 0,31% verificados em setembro, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De janeiro a outubro, o índice acumula elevação de 4,17%, ante 3,34% observados em igual período no ano passado. (Folha de SP)

Importações – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, ontem, que o governo poderá implementar novas ações para diminuir as importações e ajudar no equilíbrio da balança comercial. “Pode ter. Na hora em que o Miguel Jorge (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) me disser que as importações estão incomodando, nós iremos tomar medidas”, disse. Segundo o presidente, por enquanto o que o ministro acha não é isso. “O que ele acha é que a gente não tem que diminuir as importações, mas continuar trabalhando para aumentar as exportações.” (Valor Econômico)

Confiança – O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), mensurado pela Confederação Nacional da Indústria, foi de 62,8 pontos em outubro. É a segunda queda consecutiva desde agosto, quando o ICEI havia apresentado leve recuperação em relação a julho e registrou 64 pontos. Em setembro, o ICEI foi de 63,4 pontos, ou seja, 0,6 ponto acima do índice deste mês. (Paraná Online)

Desemprego – A taxa de desemprego ficou em 6,2% em setembro, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor, considerando todos os meses, desde março de 2002, quando teve início a série histórica do órgão. O menor resultado antes desse havia sido registrado em agosto deste ano, com taxa de 6,7%. Em setembro do ano passado, a taxa de desocupação havia ficado em 7,7%. (G1)< /p>

Exportação – O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira (20) decreto que amplia a cobertura do seguro de crédito à exportação (SCE). Também foram alterados prazos para que os exportadores peçam garantias nas operações de pedido de financiamento. Agora, a participação da União nas perdas líquidas definitivas dos segurados passa de 90% para 95%, em caso de seguro contra risco comercial, e de 95% para 100%, nos casos de risco político e extraordinário e nas operações financiadas que contenham garantia bancária. (Agência de Notícia Brasil-Árabe)

Globalização e Mercosul

Haiti – Técnicas de produção orgânica de leite empregadas no Brasil serão repassadas ao Haiti como parte das ações de ajuda humanitária oferecidas pelo Estado brasileiro para a reconstrução do país. Na iniciativa conjunta, o prime iro passo foi a oferta de US$ 5,5 milhões para a implantação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/Leite) no Haiti. A coordenadora do grupo interno de Produção Animal Orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângela Pernas Escosteguy, explica que além de melhorar a qualidade do leite, esse tipo de produção prioriza o bem-estar animal e gera benefícios sociais e ambientais. A proposta de cooperação partiu do governo do Haiti, que enviou um grupo para conhecer o trabalho de produção orgânica de leite no Rio Grande do Sul há pouco mais de um mês. (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

EUA – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, diz que espera usar o encontro dos ministros econômicos do G-20, no fim de semana, para avançar no esforço de “reequilibrar” a economia mundial, de modo que ela se torne menos dependente dos consumidores americanos, para caminhar em direção à cr iação de “normas” para uma política cambial e para convencer os outros de que os EUA não têm como objetivo desvalorizar sua moeda como meio de conseguir prosperidade. (Valor Econômico)

Austrália – A irrigação na Bacia Murray-Darling deveria ser cortada em até 37% para proteger o ambiente na região, que é propensa a secas e abriga quase metade das fazendas da Austrália. A possibilidade real de falência ambiental agora ameaça a viabilidade econômica e social de longo prazo de muitos setores e a força econômica, social e cultural de muitas comunidades. A Bacia Murray-Darling cobre quatro Estados australianos e uma área de 1,06 milhão de m2, e responde pela produção de 93% dos alimentos frescos do país, que também exporta gado e colheitas no valor de US$ 14,8 bilhões. Com os desvios de água, a produção irrigada de algodão cairia 25%; a agricultura “broadacre”, que inclui culturas como o arroz e cereais, 30%; e a produção de laticínios, 10%. (Valor Econômico)

G20 – Os líderes da União Europeia devem pressionar os demais integrantes do G20 (grupo que reúne, além da UE, as 19 maiores economias do mundo) para não manipularem suas moedas. Segundo a agência alemã DPA, um rascunho do documento preparado para uma reunião do bloco na semana que vem afirma que a UE “ressalta a necessidade de evitar mexidas nas taxas cambiais que visem ganhar vantagens competitivas de curto prazo”. (Folha de SP)

Europa – O crescimento do setor privado da zona do euro se desacelerou em outubro, para o ritmo mais lento do ano, com o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar composto de outubro caindo para 53,4, de 54,1 em setembro. O PMI industrial inesperadamente subiu para 54,1 em outubro, de 53,7 em setembro, mas o PMI de serviços recuou para 53,2, de 54,1. Um nível acima de 50 indica expansão da atividade, enquanto u m nível abaixo aponta contração. (Estado de SP)

Alimentos – O Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA) pede ações sobre as questões chaves ligadas à segurança alimentar e nutrição, como: problemas fundiários, investimentos internacionais na agricultura, instabilidade do preço dos alimentos, e a insegurança durante crises prolongadas. A reunião de cinco dias, em Roma, deverá tomar decisões, em um contexto de grande volatilidade nos preços dos alimentos de primeira necessidade, e os níveis inaceitáveis de fome e desnutrição. (FAO)

Associação das Pequenas e
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