Comemoração – Hoje é o Dia Mundial do Leite. E a comemoração vai ser certa nos laticínios. Primeiro, o setor não sentiu o forte impacto da crise financeira mundial. Segundo, há mais controle da entrada de produtos importados no país. Por fim, o Brasil está no caminho de se tornar um dos principais fornecedores de produtos lácteos para todo o mundo. É por esses motivos que o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Alessandro Rios, de 38 anos, está otimista. Para ele, como Minas Gerais é o maior estado produtor de leite do país, há grandes chances para aproveitar as oportunidades e ganhar. Apesar do cenário de crise, não houve queda de vendas, e a redução da oferta é sazonal. Sem estoque regulador, os preços sobem. (Estado de Minas)
O objetivo do Dia Mundial do Leite é proporcionar uma oportunidade de chamar a atenção mundial para o consumo de leite e derivados. Técnicos da FAO afirmam que o leite está entre as cinco prioridades de estudo da entidade e que na “Era do Conhecimento”, não se pode deixar de trabalhar este tema tão relacionado com a capacidade intelectual e desenvolvimento humano. Existem abundantes estudos em todo o mundo que apontam a importância do consumo de lácteos e sua relação com o desenvolvimento cerebral e a capacidade intelectual. O Chile se destaca pela continuidade e quantidade de trabalhos onde se estuda a influência dos lácteos e o Coeficiente Intelectual, e o impacto dos programas de distribuição de leite. A Drª Daniza Ivanovic, pesquisadora chilena, diz que o “leite é um alimento único”, e que o cálcio nele existente está ligado ao rendimento escolar e ao coeficiente intelectual da criança. (Infortambo)
Preços – O valor pago ao produtor este mês deve ficar entre R$ 0,65 e R$ 0,70 por litro, e devem continuar subindo até que a relação entre oferta e demanda volte a se equacionar. Mas o preço do longa-vida ao consumidor, deve se estabilizar perto do valor atual, de cerca de R$ 2. O produtor passou por um período muito difícil porque antes dessa crise financeira houve uma superoferta de leite no mundo. Afetou produtores brasileiros e do mundo todo. Não foi algo isolado. O preço internacional do leite em pó, que havia chegado a US$ 5 mil por tonelada, caiu a US$ 2 mil por tonelada. Agora está havendo uma readequação. (Estado de Minas)
Consumo – Após alcançar o recorde de 258 bilhões de litros em 2008, o consumo mundial de leite e outros produtos lácteos líquidos (como leite flavorizado, evaporado e condensado) deve seguir em crescimento nos próximos anos, prevê o Tetra Pak Dairy Index, pesquisa global inédita sobre tendências de consumo de leite feita pela fabricante sueca de embalagens. Entre 2005 e 2008, a demanda passou de 242 bilhões de litros para 258 bilhões, apesar da alta dos preços nos dois últimos anos, quando houve aumento de até 75% em alguns mercados antes de uma estabilização. A expectativa, de acordo com o Index, é que o consumo atinja 263 bilhões este ano e 282 bilhões em 2012. “Vai continuar a crescer numa taxa equivalente ao que avançou entre 2005 e 2008”, afirmou Dennis Jönsson, CEO e presidente do grupo Tetra Pak. Duas tendências devem continuar a direcionar o consumo global do produto nos próximos três anos: demanda crescente nos mercados emergentes e mudança para o consumo de mais leite embalado, por conta das preocupações com saúde e higiene e da maior conveniência. Jönsson disse que o impacto da crise financeira mundial no consumo de leite “não foi muito diferente do que ocorreu em outros mercados de commodities”. Ele observou que todos os setores foram impactados pela crise, mas os alimentos são sempre menos afetados. A queda no segmento se concentrou nos últimos quatro meses de 2008. “Não fosse isso teríamos um crescimento maior”. As vendas da Tetra Pak acabam refletindo o que acontece no mercado de leite, já que 63% das embalagens (UHT – Ultra High Temperatura, ou longa vida) que produz são destinadas à bebida. (Valor Econômico)
Lácteos – Os países do Mercosul enfrentam problemas semelhantes na cadeia do leite. Essa foi uma das principais conclusões do Congresso da Pecuária Leiteira do Mercosul, realizado dentro da programação da Fenasul. Entre os palestrantes estiveram o uruguaio Daniel Cavestany e o argentino Daniel Pelegrina. Para Jorge Rodrigues, presidente da Comissão do Leite da Farsul e organizador do evento, Argentina, Uruguai e Brasil são afetados da mesma forma pela queda da cotação internacional do leite em pó – que chegou a 5 mil dólares a tonelada em meados do ano passado e agora é de 2,2 mil dólares. No entanto, ele está mais preocupado com a elevação de preço ao consumidor do leite UHT, que não foi acompanhada de crescimento no valor ao produtor. ‘Pode haver redução do consumo’. Segundo Rodrigues, a estiagem determinou queda na produção, o que deve ser revertido em 60 dias. (Correio do Povo/RS)
Exportações – O setor de leite e derivados sofreu forte abalo na maioria dos cinco maiores estados exportadores. Em São Paulo a queda foi de 64,8%, no Espírito Santo de 100%, no Rio Grande do Sul de 63,54%, no Paraná de 94% e, em Minas Gerais, de 22%. Na opinião de produtores e exportadores, a queda foi influenciada por fatores internos e externos. “O preço do leite despencou no mercado internacional nos últimos meses. Os países árabes são o maior mercado mundial para produtos lácteos, mas também deram uma freada, assim como em outros produtos do agronegócio, como as carnes”, explicou Leonardo Bonaparte, da Tangará, indústria exportadora de lácteos. “Mas já existe retomada de mercado e as ofertas já começaram a ser apresentadas”, acrescentou.Segundo Eduardo Moraes, sócio-gerente da Latinex, empresa de Curitiba que comercializa produtos alimentícios, do ponto de vista financeiro, os árabes foram menos afetados e tinham mais reservas. “Vivemos um período de extrema dificuldade para os lácteos brasileiros, pois a produção caiu muito em função da seca, os preços dispararam e a demanda ficou estável. Até setembro deve continuar ruim. Os produtos de origem animal dependem muito de fatores climático”, disse. Para Otávio Farias, consultor de mercado externo da Alliance Commodities, houve crescimento da produção de leite em diversas regiões do mundo durante a euforia dos mercados e pico de preços de 2006 a 2008. Aliada à crise mundial, houve queda de demanda. “Consequentemente os preços despencaram 50% em média desde o pico de preços, e o Brasil deixou de ser competitivo no mercado mundial”, explica. (ANBA)
Produção/RO – Segundo levantamento da Embrapa Rondônia, o Estado está entre os oito principais produtores de leite do Brasil, com média diária de cerca de 2 milhões de litros. A produção de leite, explorada principalmente por pequenos produtores, é uma das principais atividades econômicas do Estado. (Folha de Rondônia)
Leite/AR – Após a pressão de produtores brasileiros, as exportações argentinas de leite diminuíram. Mesmo assim, de janeiro a abril os vizinhos conseguiram colocar 19,4 mil toneladas do produto no mercado brasileiro. Esse volume subiu 195% em relação a igual período de 2008. (Folha de SP)
Custos – Ao analisar a atual crise do leite o consultor argentino, José Quintana, diz que: “A diferença de outras crises, é que as commodities lácteas caíram muito mais do que as commodities milho e soja. Então ou se reduz o preço dos grãos ou se sobe o preço do leite. O quociente entre o preço do leite e o custo da alimentação é 1,50. Em 1985 era 2,85. Mas, o mercado futuro de grãos indica preços firmes, e se não houver reajuste do preço, o setor estará com problema”. Ao ser perguntado sobre as condições econômicas das indústrias mais importantes, e se elas realmente não teriam como melhorar o preço do leite ele diz: “Algumas indústrias têm margem para pagar mais ao produtor, mas outras não. O certo é que algumas que podem pagar mais, não o fazem, porque quem manda é o mercado. Olham o que pagam as pequenas e médias empresas, e se ainham a elas.” (Infortambo)
Preços/Oceania – A Fonterra já anunciou que deverá reduzir em 12,5% o pagamento a seus produtores na próxima temporada, ($ 4,55 kg/MS), abaixo da previsão, devido a recente valorização do dólar neozelandês, diante do dólar americano, que fez cair as receitas com as exportações. O comércio mundial está fraco, não conseguindo acabar com os estoques da Oceania. Com as incertezas na economia mundial, nenhum comprador quer fazer compromissos a médio e longo prazo. As vendas para entregas no 3º e 4º trimestre só a preços muito baixos. (Usda)
Negócios
Supermercados – Voltada para o pequeno e médio varejo, a 9ª Expo Supermercados Feira de Negócios será realizada nos dias 16 e 17 de junho no bairro Vila Nova, zona Sul da Capital, com estimativa de 1,5 mil a 1,8 mil participantes, 10% dos quais fornecedores. Estarão presentes supermercadistas do Estado, pequenos empreendedores de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro. (Correio do Povo/RS)
Setoriais
Preços – O IqPR , índice de preços recebidos pelos produtores agropecuários de São Paulo pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado -, encerrou a terceira quadrissemana de maio com variação positiva de 2,69%. Os produtos que registraram maiores altas nesta quadrissemana foram: feijão (13,98%), banana (9,83%), soja (6,02%), cana (5,76%) e milho (4,94%). No grupo dos produtos de origem animal houve ligeiro crescimento, revertendo à tendência de queda verificada na quadrissemana anterior, ficando 0,1 ponto percentual acima. (Valor Econômico)
Plano – O novo Plano de Safra para o ciclo 2009/10, anunciado pelo governo na semana passada, incluirá em seu orçamento recursos destinados a duas linhas de crédito já criadas em março e abril deste ano. O governo “inflou” o novo plano em pelo menos 13%, segundo a avaliação de especialistas, ao agregar as linhas de capital de giro para agroindústrias e de estocagem de etanol na previsão de desembolsos para a próxima safra. O crédito agroindustrial já anunciado soma R$ 12,3 bilhões dos R$ 93 bilhões reservado ao novo plano. O Banco do Brasil informou, há duas semanas no Senado, já ter financiado R$ 2,5 bilhões a empresas do setor por meio dessas “novas” linhas. (Valor Econômico)
Economia
IPC-S – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,39% em maio, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a entidade, quatro classes de despesa comandaram a desaceleração na taxa do IPC-S, que passou de 0,46% na terceira prévia do mês passado para 0,39% no dado fechado de maio. Em abril, o IPC-S tinha registrado alta de 0,47%. É o caso das movimentações de preços em Alimentação (de -0,11% para -0,30%); Vestuário (de 0,70% para 0,52%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,06% para zero) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,87% para 0,61%). Somente uma classe de despesa apresentou aceleração de preços, no período. É o caso de Habitação (de 0,66% para 0,76%). Os outros dois grupos mantiveram a mesma taxa de variação de preços: Transportes (-0,19%) e Despesas Diversas (4,04%). (Agência Estado)
Indústria – A produção industrial brasileira cresceu 1,1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou hoje o IBGE. O resultado veio dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que variavam de uma queda de 0,2% a uma alta de 2,4%, e acima da mediana de 0,7%. Na comparação com abril do ano passado, a produção da indústria caiu 14,8%. Neste caso, as projeções variavam de -16% a -13,2%, com mediana de -15%. Até abril, a produção industrial do País acumula queda de 14,7% em 2009 e de 3,9% nos últimos 12 meses. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Exportadores – Se já não bastassem a queda da demanda internacional e a valorização do real ante o dólar nas últimas semanas, o exportador brasileiro tem sido obrigado a lidar com um inimigo inesperado: o calote. Abatidas pela crise global, muitas empresas não estão honrando seus compromissos mundo afora, o que tem atingido em cheio companhias brasileiras dos mais variados setores. Como se trata de um problema recente, ainda não há estatísticas disponíveis. Mas alguns dados mostram que a situação é preocupante e, segundo o Estado apurou, já chamou a atenção do governo. (O Estado de SP)
Rótulos – A Comissão Europeia (CE) apresentou recentemente uma proposta para que conste obrigatoriamente nos rótulos o local de cultivo ou de criação do animal. Segundo a comissária da Agricultura Mariann Fischer Boel, Bruxelas planeja estender a todos os alimentos a obrigatoriedade, possibilitando a identificação da procedência do rebanho que forneceu a carne ou o leite para fabricação do produto. Atualmente, a UE já obriga a etiquetagem no caso da carne de vaca, frutas, verduras, azeites, vinho, carne de aves, mel e aquicultura, sendo que a partir de 2010, essa medida se estenderá aos produtos de produção orgânica. (Hipersuper)
A Comissão Estadual do Leite da Fetag/RS, esteve reunida na última sexta-feira (29), para discutir a queda da produção de leite no Estado do Rio Grande do Sul e o aumento dos preços ao consumidor. Conforme Amauri Miotto, tesoureiro da Fetag, a quebra de produção no estado ultrapassa os 30% e, como consequência, está provocando a reação de preços ao consumidor.
No entanto, destaca Miotto, o aumento verificado nas gôndolas dos supermercados ainda não se reflete nos preços pagos aos produtores.
Os dirigentes das duas entidades acreditam que o preço pago aos produtores pelo leite entregue em maio deverá superar o valor projetado na última reunião do Conseleite, que foi de R$ 0,6470 para o leite padrão.
As informações são da Agência Safras.