Notícias 1º.04.09

IN 51 – Representantes da cadeia produtiva do leite vão encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pedido de alteração da Instrução Normativa (IN) nº51, que regulamenta a produção, identidade e qualidade do leite brasileiro. A decisão foi tomada na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, nesta terça-feira (31). A idéia é que sejam analisadas amostras por produtor e não por tanque comunitário, como prevê a IN nº51, permitindo a ampliação da rastreabilidade e garantindo mais qualidade ao leite. A câmara setorial vai solicitar também a adequação da Rede Brasileira da Qualidade do Leite para aumentar a demanda de análises. A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados será durante o Fórum das Américas sobre Leite e Derivados, em Juiz de Fora/MG, no dia 14 de julho. (Ministério da Agricultura)

Funcionais  – O mercado de lácteos funcionais, cujos volumes crescem a taxas anuais próximas de 40%, está no foco de grandes indústrias do segmento de leite do país que buscam diversificação e maior rentabilidade. Quase simultaneamente chegam ao mercado três novas linhas. A UP Alimentos, joint venture entre Unilever e Perdigão, coloca no mercado com a marca Becel Pro-Activ: iogurte e bebida láctea. Já a Bertin, que em 2007 comprou a Vigor, lança o Lective, um iogurte probiótico que contém lactobacilos e a bactéria Bifido, que auxiliam o funcionamento da flora intestinal. Por fim, a mineira Itambé coloca no varejo o iogurte Plenus. Também planejado para tratar do chamado “intestino preguiçoso”, o produto contém as bactérias Bifidobacterium lactis e o Lactobacillus acidophilus. Tanto Vigor quanto Itambé miram o mesmo público da francesa Danone, com o Activia, que responde por quase 90% da venda de iogurtes funcionais no Brasil.Com o Lective, a meta da Bertin é ocupar a segunda posição entre os iogurtes funcionais dentro de três anos. “Queremos uma fatia de 15%”, afirma o diretor de marketing, Marcos Scaldelai. Com isso, o Lective teria que tirar não só mercado do Activia, como também dos produtos da Nestlé (Nesvita e Molico ActiFibras) e da Batavo (Biofibras), que já disputam o segmento no Brasil. E para isso ele aposta no preço: o Lective chega com preço em média 10% menor que o rival Activia. Já a UP Alimentos está criando um novo mercado. Assim como o creme vegetal Becel Pro-Activ, o iogurte e a bebida láctea são enriquecidos com fitoesteróis, extratos vegetais que ajudam a reduzir a absorção do colesterol no sangue, segundo a empresa. A Danone já comercializa na Europa o Danacol, um iogurte que ajuda a limitar a absorção de colesterol. O produto ainda não aportou por aqui. (Valor Econômico)

Iogurtes – O mercado de iogurtes no Brasil como um todo movimentou R$ 2,65 bilhões no ano passado, segundo a Nielsen. Desse valor, os funcionais representam 20%. Segundo a Nielsen, o mercado de iogurtes total cresceu 2,4% em volume em 2008, e o de funcionais, 37%. Outro segmento que cresce no país é o de leites especiais, no qual a Nestlé acaba de entrar e que já tem competidores como Batavo, Elegê, Parmalat e Jussara. Esse mercado movimenta cerca de 100 milhões de litros de leite por ano. (Valor Econômico)

Crise – O setor de lácteos do país não deve passar incólume pela crise financeira internacional, mas os sinais recentes de recuperação no mercado de leite são um alento e podem evitar o agravamento da situação de empresas que vivam alguma dificuldade, acreditam fontes do mercado. A crise – e a consequente restrição de crédito – foi a principal justificativa da Indústria de Alimentos Nilza para pedir recuperação judicial, na última semana. Esse quadro mostra que a euforia e a busca por aumento de capacidade pelas empresas no momento de consolidação em lácteos – em meados do ano passado – são as maiores razões para as dificuldades atuais. As empresas que cresceram desordenamente sofrem mais agora para driblar o crédito escasso. O fato de o segmento ter a maior parte de suas vendas no mercado doméstico, sem depender da exportação, também ameniza o quadro de crédito escasso, diz uma fonte da indústria. (Valor Econômico)

Preços – No mercado doméstico, os preços ao produtor também começam a subir – reflexo da entressafra. E isso acontece num momento de demanda também firme, diz Laércio Barbosa, diretor dos Laticínios Jussara e vice-presidente do Sindileite-SP. “Os estoques [das empresas] caíram até pela falta de capital de giro por causa da crise”, acrescenta. Segundo o último índice de captação de leite do Cepea-Esalq disponível, o volume de leite captado no país em janeiro foi 8% inferior de igual mês de 2008. O mercado internacional – que em 2008 beneficiou empresas brasileiras – também dá sinais positivos. Levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre preços do leite em pó integral na Europa mostra que na semana 11, o preço ficou entre US$ 2.200 e US$ 2.375 por tonelada – na semana 9, estava entre US$ 2.100 e US$ 2.250. “Os preços chegaram ao fundo do poço. Começa a estimular a compra e desestimular a produção”, comenta Barbosa. Uma das razões para a queda vista anteriormente eram os estoques elevados nos exportadores. Apesar de o Brasil ainda exportar volumes pequenos, o mercado externo ajuda as empresas a desovarem a sua produção. A Itambé, por exemplo, prepara-se para participar de concorrências para compras governamentais de Venezuela e Argélia. (Valor Econômico)

Negócios

Bertin – A Bertin quer ser marca de carne – e também de iogurtes, sobremesas, queijos e pratos prontos. Um dos maiores frigoríficos do país, com faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2008, vai multiplicar por quatro a sua verba de marketing neste ano, com investimentos previstos de R$ 40 milhões. A proposta é se aproximar do consumidor final, levando para a mídia as suas cinco principais marcas: Bertin (de carnes e derivados) e as de laticínio Vigor, Leco, Danúbio e Faixa Azul. “As nossas marcas estão em fase de construção, como no caso de Bertin para cortes de carne, ou de reposicionamento, como as marcas de laticínios”, diz Marcos Scaldelai, diretor de marketing da Bertin, no cargo há quatro meses. Ex-General Mills, onde cuidava de nomes como Häagen-Dazs, Forno de Minas e Frescarini, ele tem a missão de identificar uma vocação diferente para cada marca do grupo, além de fazê-las ingressar em novas categorias. “As marcas estavam fora da mídia e agora voltam com novo enfoque”, diz ele.  A Danúbio Azul será direcionada para a classe A, com sobremesas inspiradas em receitas internacionais; o mesmo público estará no foco da marca Faixa Azul, de produtos à base de parmesão. Já a marca Leco estará posicionada com um mix de preço intermediário, enquanto Vigor ficará centrada na classe C. Os produtos Leco deixam de ser uma marca da Vigor e passam ao guarda-chuva da Bertin. “A exemplo de grandes empresas, como Unilever, devemos adotar uma assinatura institucional – Bertin – para todas as nossas marcas”, afirma. A ideia é transformar a Bertin de frigorífico em empresa de alimentos, a exemplo do que já fizeram Sadia e Perdigão. No dia 5 começa a primeira grande iniciativa na mídia, que também sinaliza a disputa por novos mercados, com a campanha do iogurte Lactive, versão da marca Leco para concorrer com o líder Activia, da Danone. (Valor Econômico)

Fusões – Em razão da crise financeira internacional, caiu em 34,3% o volume de fusões e aquisições empresariais ocorridas no Brasil no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado. O secretário de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique da Silveira, revelou à “Agência Estado” que nos primeiros três meses de 2009, foram registradas no sistema de defesa da concorrência 88 operações contra 134 no mesmo período de 2008. “Ainda que tenhamos algumas grandes fusões, que são fusões de grande porte, o número delas decresceu e isso pode estar relacionado com a crise”, afirmou. Silveira destacou que em outras situações de crise, os preços das empresas ficavam relativamente mais baratos. (DCI)

Wal-Mart – A rede de supermercados Wal-Mart investirá R$ 450 milhões na abertura de 30 lojas na região Nordeste neste ano. Hoje são 138 lojas nos nove Estados nordestinos. Esse projeto faz parte do plano de investimento anunciado em agosto de aplicar R$ 1,6 bilhão no Brasil neste ano, com a inauguração de 90 unidades. O anúncio foi feito ontem em meio às comemorações no Recife de cinco anos de presença na região Nordeste, onde o Wal-Mart, com sede nos Estados Unidos, entrou por meio da aquisição da rede Bompreço, que pertencia à Ahold. A empresa não detalhou quantas unidades abrirá com cada uma das suas seis bandeiras usadas no Nordeste. Porém, Hector Núñez, presidente do Wal-Mart Brasil, afirmou que a marca Todo Dia, voltada para o público de mais baixa renda, deverá ter uma participação significativa dentro das 30 inaugurações. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Recursos  – Para reduzir os impactos da crise financeira na zona rural, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ampliou as subvenções pagas ao agricultor em 439% no primeiro trimestre de 2009, comparadas ao mesmo período do ano passado. O balanço da estatal indica que o apoio à comercialização e ao escoamento da safra saltou de R$ 33,76 milhões para R$ 148,17 milhões. Os recursos foram investidos no escoamento de 1,14 milhão de toneladas de milho e trigo e 202,22 milhões de litros de leite e vinho de regiões produtoras para consumidoras. Já nos três primeiros meses do ano passado, a subvenção foi destinada apenas as 298,52 mil toneladas de milho, que saíram do Centro-Oeste para abastecer avicultores, suinocultores e bovinocultores do Nordeste. “Em 2008 as principais commodities estavam com preços altos e havia uma preocupação com uma possível escassez de produtos que não se confirmou. Neste ano ocorreu justamente o contrário, preços mais baixos e excesso de oferta”, explica o superintendente de Operações da Conab, João Paulo de Moraes. Segundo ele, este novo cenário fez o governo ampliar a sua atuação para garantir o abastecimento de indústrias e supermercados e renda ao produtor. (Ministério da Agricultura)

 

Economia

IPC-S – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) encerrou o mês de março com alta de 0,61%, após o índice avançar 0,46% na terceira prévia do mês passado, apurada até o dia 22, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda segundo a fundação, dos sete grupos componentes do índice, cinco apresentaram taxas de inflação mais elevadas ou fim de deflação, na passagem da terceira leitura de março do IPC-S para o dado fechado do mês passado. Pela segunda vez consecutiva, a inflação mais intensa encontrada nos preços dos alimentos, que passou de 0,73% para 1,25, no período, levou à aceleração da taxa do IPC-S no fim do mês passado. De acordo com a FGV, nessa classe de despesa, foram apuradas elevações de preços mais fortes ou deflações mais fracas em frutas (3,72% para 6,47%); hortaliças e legumes (4,13% para 5,27%); e carnes bovinas (-3,46% para -2,74%). (Agência Estado)

Indústria – A produção industrial brasileira cresceu 1,8% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE. O resultado veio dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado. Na comparação entre fevereiro deste ano e fevereiro do ano passado, a produção registrou queda de 17%, dentro da faixa ampla de previsões para esse dado. Nesse confronto, as projeções variavam de recuou de 20,5% a -8,5%. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, a produção industrial do país registra variação negativa de 17,2% ante igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses até fevereiro, a queda acumulada é de 1%. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Alimentos  – A Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alerta para uma nova crise alimentar global, na medida em que a produção agrícola não está sendo ampliada por falta de crédito aos agricultores. Em linha com a FAO, Peter Brabeck, presidente do conselho de administração da Nestlé, previu que a crise de alimentos “ficará pior”. “A situação está ficando muito perigosa”, disse Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, num seminário em Bancoc (Tailândia). A agência da ONU projeta declínio na produção global de cereais este ano devido ao menor plantio e condições meteorológicas ruins, deixando 32 países precisando de assistência. Em 2007 e 2008, as cotações de produtos como: milho, arroz e outros grãos bateram recordes. Com a crise financeira global e menos especulação nos mercados futuros, os preços de várias commodities recuaram em um terço. Ainda assim, segundo Diouf, os custos de grãos estão 27% acima de 2005. Os estoques de alimentos estão baixos. O diretor da FAO considera possível que o número de pessoas mal-alimentadas passará de l bilhão este ano, na medida em que os preços aumentarem, como previsto. A FAO conclamou a comunidade internacional a gastar US$ 30 bilhões para ajudar países pobres a reforçar a produção agrícola. A China é um dos países que estão investindo fortemente na agricultura, dando subsídios para melhorar a produção e garantir segurança alimentar. O aumento dos gastos dos governos por meio de planos de estímulo poderá lançar o mundo em uma nova crise e já desencadeou uma volta da inflação, afirma o presidente do conselho de administração da Nestlé. Peter Brabeck, um dos mais importantes líderes empresariais da Europa com seus cargos de vice-presidente dos conselhos de administração do banco Credit Suisse e da fabricante de cosméticos L´Oréal, disse ao “Financial Times” que a atual recessão será “muito profunda” e “relativamente longa”, demonstrando a grande preocupação de alguns empresários com a crise. Brabeck alertou que os preços dos alimentos continuarão aumentando este ano, graças ao aumento da demanda mundial de 3% a 4%, e a produção de biocombustíveis. (Valor Econômico)

G-20 – O encontro dos líderes do G-20 esta semana não resultará em ”solução milagrosa” para a crise financeira e mais encontros podem ser necessários este ano, disse o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.”Seria útil ter outro encontro este ano”, disse Barroso a jornalistas em Bruxelas, acrescentando que ”não podemos esperar uma solução milagrosa em 2 de abril”.Os líderes do G-20 se reúnem na quinta-feira em Londres para negociações com intuito de coordenar uma resposta para a crise financeira global. (Folha de Londrina/PR)

Grãos/EUA  – Os agricultores norte-americanos estão se preparando para plantar volume recorde de soja, e a demanda por milho está caindo, empurrando os preços para os níveis mais baixos em dois anos. O recuo da produção pecuária e o colapso do crescimento do setor de etanol são os principais motivos da retração da demanda norte-americana por grãos. Criadores de gado bovino, suíno e de aves pretendem reduzir seus rebanhos simultaneamente pela primeira vez desde 1973, segundo mostram dados do Departamento de Agricultura dos EUA (Usda). Um ano depois que os preços recorde dos grãos desencadearam revoltas populares no Egito e escassez de alimentos na Argentina, os produtores rurais dos EUA vão ocupar uma área recorde de 163,7 milhões de acres (66,30 milhões de hectares) com grãos, segundo pesquisa realizada pela Bloomberg. Os campos cultivados com soja terão uma expansão de 4,5%. Embora a área plantada com milho deva diminuir em 1,5%, a recessão obrigará os criadores americanos de gado e os produtores de laticínios e de etanol a reduzirem as compras, o que fará com que o país acumule os maiores de estoques para um mês de março das duas últimas décadas, segundo revela a pesquisa. “Tudo já está preparado para que (o país) produza mais do que o mundo necessita, salvo quaisquer condições climáticas extraordinárias”, disse Jim Gerlach, presidente da corretora A/C Trading Inc. do Estado norte-americano de Indiana. Os preços dos contratos à vista de soja deverão cair 28%, para menos de US$ 6,50 o bushel pela primeira vez desde abril de 2007, enquanto o milho vai despencar 31%, para menos de US$ 2,50, seu patamar mais baixo desde outubro de 2006, disse Bill Gary, presidente da Commodity Information Systems, que negocia grãos desde 1961. (Gazeta Mercantil)

Argentina – A reunião de ontem dos produtores argentinos com o governo não teve avanços. Cansados de enfrentamentos, os produtores estão mudando de tática. Reduzirão o volume de vendas, principalmente de soja, o que diminuiria, por ora, o saldo das exportações. Do lado do governo, a preocupação é que, sem as vendas da soja, haverá entrada menor de dólares no país e aquecimento ainda maior do dólar. Em entrevista coletiva, o presidente da Sociedade Rural Argentina, Hugo Biolcati, disse que o setor insistirá em promover no Parlamento o debate de um projeto apresentado pela oposição para modificar os impostos às exportações de soja, trigo, girassol e milho. Biolcati destacou que, embora o tema dos direitos de exportação tenha sido deixado de lado na reunião de hoje, foram manifestados ao Governo outros “problemas graves” do setor, em particular na produção de leite e gado bovino, para os quais os ministros não ofereceram soluções, acusou o dirigente. (Folha de SP/EFE)

Setor lácteo tem sinais de recuperação

O setor de lácteos do país não deve passar incólume pela crise financeira internacional, mas os sinais recentes de recuperação no mercado de leite são um alento e podem evitar o agravamento da situação de empresas que vivam alguma dificuldade, acreditam fontes do mercado.

A crise – e a consequente restrição de crédito – foi a principal justificativa da Indústria de Alimentos Nilza para pedir recuperação judicial, na última semana. Mas a própria empresa admitiu, em comunicado, que boa parte (R$ 115 milhões) de sua dívida de R$ 200 milhões era resultado da aquisição da mineira Montelac, em julho do ano passado. Naquele momento de euforia, a Nilza chegou a disputar na Justiça a compra da Montelac com a Parmalat, outra que também entrou em dificuldades em 2008 após várias aquisições e que teve de se desfazer de ativos como a Integralat, a fábrica de biscoitos e o centro de distribuição em Jundiaí (SP), para liquidar dívidas de R$ 180 milhões.

Esse quadro mostra que a euforia e a busca por aumento de capacidade pelas empresas no momento de consolidação em lácteos – em meados do ano passado – são as maiores razões para as dificuldades atuais. As empresas que cresceram desordenamente sofrem mais agora para driblar o crédito escasso. O fato de o segmento ter a maior parte de suas vendas no mercado doméstico, sem depender da exportação, também ameniza o quadro de crédito escasso, diz uma fonte da indústria.

“O setor não vai passar incólume”, afirma o presidente da mineira Itambé, Jacques Gontijo. Mas ele afirma que há perspectiva de melhora de preços no mercado externo, onde já há sinais de recuperação. No mercado doméstico, os preços ao produtor de leite também começam a subir – reflexo da entressafra do produto e da demanda firme.

De acordo com Laércio Barbosa, diretor dos Laticínios Jussara e vice-presidente do Sindileite-SP, “os estoques [das empresas] caíram até pela falta de capital de giro por causa da crise”. Segundo o último índice de captação de leite do Cepea-Esalq disponível, o volume de leite captado no país em janeiro foi 8% inferior de igual mês de 2008.

O mercado internacional – que em 2008 beneficiou empresas brasileiras – também dá sinais positivos. Levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre preços do leite em pó integral na Europa mostra que na semana 11, o preço ficou entre US$ 2.200 e US$ 2.375 por tonelada – na semana 9, estava entre US$ 2.100 e US$ 2.250.

“Os preços chegaram ao fundo do poço. Começa a estimular a compra e desestimular a produção”, comenta Barbosa. Uma das razões para a queda vista anteriormente eram os estoques elevados nos exportadores.

Apesar de o Brasil ainda exportar volumes pequenos, o mercado externo ajuda as empresas a desovarem a sua produção. A Itambé, por exemplo, prepara-se para participar de concorrências para compras governamentais de Venezuela e Argélia.

As informações são do jornal Valor Econômico

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