Notícias 19/02/09

Investigação – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, informou à Agência Brasil que já está iniciado “o processo de investigação” quanto à suposta triangulação na importação do leite da Argentina. “Acionamos o serviço de vigilância sanitária e pedimos à Receita Federal para fazer exame das origens”, disse ele, acrescentando que já se reuniu com a Comissão de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O ministro informou que em uma semana ou 10 dias o governo poderá estabelecer alguma medida para reverter a importação, o que poderá ser o aumento de alíquota. Ele não quis antecipar percentuais em estudo.(Agência Brasil)

Gênesis – O consumo de leite é tão arraigado em nossos hábitos alimentares, que ele nos parece quase inerente à vida humana. No entanto, todas as civilizações não consomem leite da mesma maneira. Pesquisadores europeus vão tentar reescrever a historia do consumo de leite a partir da genética, com a esperança de melhor responder essas perguntas e confirmar ou não a teoria segundo a qual o consumo de leite, sobretudo na França, é muito recente. (Le Fígaro)

Negócios

Unilever – Para combater os fracos resultados no quarto trimestre, a Unilever vai concentrar esforços este ano no aumento de vendas em volume, segundo disse ontem à Reuters o diretor-financeiro da multinacional, Jim Lawrence. Em 2008, a companhia focou sua estratégia em aumento de preços. A Unilever espera que as vendas cresçam em taxas mais aceleradas em países em desenvolvimento, como o Brasil. “Haverá crescimento, mesmo que seja em moeda local. Mas possivelmente também em euros”, disse. (Valor Econômico)

Setoriais

Grãos/MG – O rendimento das lavouras de grãos de Minas Gerais neste ano deverá ser o maior entre todos os Estados do Sudeste do país e também superior à média nacional. Enquanto a produtividade mineira está estimada em 3,6 mil quilos por hectare, a brasileira deverá ser de 2,8 mil quilos por hectare. Os números fazem parte do último levantamento de safra de grãos divulgado, este mês, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). (Valor Econômico)

Fertilizantes – O consumo de insumos está caindo porque seus preços não condizem com o valor dos produtos agrícolas. Devido à alta do petróleo e dos insumos em geral, os preços dos fertilizantes tiveram altas significativas no ano passado. As quedas neste ano, associadas à queda do petróleo já deveriam ser sentidas no Chile. Sem dúvida, “o normal é que a queda do preço do petróleo reflita nos fertilizantes, mas a queda de preços não é tão rápida como a alta”, disse o diretor executivo da Associação de Distribuidores de Insumos do Chile (Adiac). Segundo ele, o reflexo do preço ao consumidor de insumos deverá demorar pelo menos 6 meses. (Estrategia Online)

 

Economia

ICMS – A entrada de novos produtos no regime de substituição tributária está deixando o varejo paulista preocupado. Para empresário do setor, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) pago antecipadamente pelo fabricante, considerando-se o preço pelo qual o produto será vendido ao consumidor final, pode provocar uma “inflação forçada” no comércio. Eles afirmam que a margem de valor agregado (MVA) imposta para alguns produtos não é justa e, além de provocar aumento de preços, pode fazer com que o varejo perca clientes importantes, como aqueles que compram em grandes quantidades. (Gazeta Mercantil)

Ampliação – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) ampliou o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) para empresas com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões. Antes, o limite de cobertura do Proex-Financiamento estava disponível para empresas com faturamento de até R$ 300 milhões. O órgão informou que a decisão ocorre em função da escassez de crédito para operações de comércio exterior e da necessidade de disponibilizar recursos para um número maior de empresas exportadoras brasileiras, em virtude da crise financeira internacional. (Camex)

 

Globalização e Mercosul

Alimentos  – Os preços dos alimentos devem ficar cada vez mais voláteis nos próximos dez anos, com a oferta menor que a demanda e as mudanças climáticas tornando mais frequentes as fases de instabilidade climática, disse na quarta- feira o presidente da agência de desenvolvimento agrícola das Nações Unidas. Lennart Bage disse numa reunião do conselho diretor da Fida em Roma que a demanda global de alimentos deve subir 50% até 2030 e dobrar até 2050. Ao mesmo tempo, o crescimento da produtividade agrícola, que era de 4% ou 5% nos anos 1970 e início dos anos 1980, caiu para 1% a 2%. Em sete dos últimos nove anos o consumo global de grãos foi maior que a produção. “Contra esse pano de fundo, o mau tempo em qualquer região produtora importante, ou outros fatores temporários, vão facilmente elevar o preço dos alimentos”, disse Bage. Embora a recessão econômica global tenha puxado os preços dos alimentos para baixo em relação ao pico atingido em junho de 2008, eles permanecem muito altos de modo geral, especialmente nos países em desenvolvimento. A maioria dos 500 milhões de pequenos produtores agrícolas do mundo apresenta produtividade muito baixa, especialmente nos países mais pobres, porque não tem acesso a variedades de sementes modernas, de alta produtividade, ou fertilizantes, e dependem da chuva, que é inconstante. Bage disse que nos próximos quatro anos a Fida vai disponibilizar 3,7 bilhões de dólares em apoio a projetos agrícolas e ajudará 70 milhões de pequenos produtores a aumentar sua produtividade e sua renda. (Reuters)

Crise – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quarta, dia 18, que a crise financeira poderá afetar não apenas a produção de alimentos, mas também os programas internacionais sobre este assunto, que poderiam receber de seus membros “menos recursos”. Após discursar no Conselho de Governadores do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (Fida) que está sendo realizado em Roma, o ministro previu uma maior presença “física” da entidade nos países em que trabalha por meio de consultores que se desloquem para o lugar, o que se traduzirá em “um acompanhamento mais próximo dos projetos”. Paulo Bernardo destacou em seu discurso ante o Conselho de Governadores da Fida a importância desta colaboração mais próxima para “facilitar a troca de experiências e a difusão de tecnologias”, algo no que destacou que o Brasil pode realizar uma boa contribuição. Também sugeriu que a Fida deva estreitar os laços de cooperação com outras entidades, como a FAO e o Programa Mundial de Alimentos. O ministro afirmou que os conferencistas que participaram da reunião se mostraram em geral “preocupados” pelas consequências que a crise financeira pode ter na produção de alimentos e “na vida das pessoas pobres do campo e da cidade”, assim como “no abastecimento de alimentos no mundo”. (Agência EFE)

Seca/AR  – Na Argentina, o impacto da seca na renda agrícola será ainda maior. Levantamento de Confederações Rurais Argentinas (CRA) mostra que os produtores rurais do país vizinho terão uma queda de 43,8 bilhões de pesos (R$ 28 bi) no faturamento deste ano. De acordo com o vice-presidente da CRA, Néstor Roulet, “pela falta de chuvas e devido às intervenções do governo de Cristina Kirchner, o país produzirá 22,45 milhões de toneladas de grãos a menos” neste ano. Segundo ele, “a milionária perda de entrada de recursos incidirá diretamente na atividade de todos os setores do país, com maior impacto nos povoados e cidades do interior”. Somente a indústria de processamento de grãos deixará de faturar 431,4 milhões de pesos (R$ 281,3 mi), calcula. Os criadores de gado de corte deixarão de ganhar 5,3 bilhões de pesos (cerca de R$ 3,5 bi), comparado com o ano passado, conforme os levantamentos da CRA. No caso dos produtores de leite, as perdas estimadas são de 3,2 bilhões de pesos (aproximadamente R$ 2,08 bi). (Gazeta do Povo)

Protecionismos – O Brasil disparou uma lista de reclamações contra o Japão no exame da política comercial da segunda maior economia do mundo, ontem, na Organização Mundial do Comércio (OMC). A lista inclui desde barreiras agrícolas até segredos sobre subsídios para produzir um jato regional que competirá com a Embraer. O Japão enfrenta uma de suas piores recessões desde os anos 70. Seu Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,3% no quarto trimestre e em base anual a contração deve ser de 12,7%. O temor de parceiros na OMC é de que o Japão, um ator incontornável no comércio e um dos maiores mercados do mundo, aumente as barreiras contra as importações ou não estimule suficientemente seu mercado doméstico, complicando a já combalida economia global.O embaixador brasileiro Roberto Azevedo afirmou que o comércio bilateral, embora diversificado, nunca passou dos US$ 7 bilhões. “O comércio agrícola no Japão é altamente distorcido por barreiras e subsídios extremamente altos”, disse o representante brasileiro. Ele ilustrou com uma metodologia que está sendo usada na Rodada Doha, que aponta alíquotas agrícolas duas vezes mais elevadas do que as mencionadas pelo secretariado da OMC, chegando a 783% para ervilhas, 543% para óleos, 290% para alimentos preparados e 225% para certos produtos lácteos. Cerca de 8% das tarifas são sujeitas a cotas, limitando a importação de produtos como arroz, leite, trigo e lácteos. Esses produtos são por sua vez “pesadamente subsidiados” internamente. A proteção japonesa contra produtos agrícolas estrangeiros se dá também pela recusa de Tóquio em aplicar o conceito de regionalização para fins de proteção sanitária e fitossanitária. (Valor Econômico)

PIB – A média de contração do PIB dos países ricos no quarto trimestre foi de 1,1%, a maior dos últimos 50 anos, informou a OCDE, que aumentou de 0,1% para 0,2% a previsão de declínio na economia desses países no atual trimestre. (Valor Econômico)

MDD  – A indústria de alimentos espanhola está em guerra com a Marcas Próprias (MDD). Segundo analistas em Novembro passado, enquanto os produtos de marcas caiam 4,1% nas vendas, os MDD ocupavam 40% das prateleiras dos supermercados. Tudo isso veio à tona depois que a Mercadona iniciou sua nova política comercial, cortando 10% dos produtos de marcas. Algumas indústrias calculam entre 4 e 6% a queda de faturamento esse ano. Mas isto é o início de mudança nas regras. “Além de competir com os concorrentes, a indústria passa a ter que competir com a distribuição por espaço no mercado”, diz um analista. Os produtos MDD na Alemanha já são 50% do mercado e na Espanha deverá atingir 40%. A MDD tem a sua face oculta”, diz uma analista: “pode por fim à inovação, uma vez que depois do lançamento de um produto novo, em poucos meses os consumidores terão similares com Marca Própria.” Também representa uma ameaça às pequenas indústrias que tenderão a desaparecer. José Marti, diretor da Granini Ibérica, disse que “a única maneira de fazer frente à MDD é dar mais valor à nossa própria marca”. A percepção deste responsável é que as marcas premium conservarão a sua quota de mercado, mas as mais baratas serão paulatinamente substituídas pelas marcas de distribuição. Diz no entanto, o diretor-geral do Carrefour Espanha que “a distribuição moderna nunca deve escolher pelo cliente”, indo contra a filosofia da Mercadona. De resto, o grupo francês já afirmou que fixou a quota máxima para a sua MDD em 25%, enquanto na Mercadona está em 35% e na Eroski em 30%. (Hipersuper)

Conseleite/RS projeta estabilidade para fevereiro

O Conseleite/RS esteve reunido nessa quarta-feira (18), na sede da Fecoagro, avaliando preços do produto. Foram divulgados os preços do leite a serem pagos aos produtores, com base em levantamento dos valores praticados pelas indústrias na comercialização do mix de produtos.

O coordenador da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, que participou da reunião, disse que os valores confirmaram a tendência de recuperação dos preços no mercado de consumo, o que também se transfere para o produtor, registrando alta sobre o preço projetado para o mês de janeiro, bem como sinalizando a mesma tendência para o leite produzido no mês de fevereiro.

Segundo Jorge, há sinalização de estabilidade de preço ao produtor e ao consumidor, adequada ao consumo interno, uma vez que há dificuldades para exportar em função da crise econômica mundial. Para o leite padrão entregue em janeiro, o valor do litro ficou em R$ 0,5607. Para o produto padrão a ser entregue em fevereiro, o valor é de R$ 0,5657 por litro.

As informações são da Assessoria de Imprensa – Sistema Farsul

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n
Parque de Exposições, Quadra 19
93270-530 – Esteio/RS
secretaria@apilrs.com.br