Cooperativismo – O economista Almir Meireles que moveu uma campanha a favor da integração das cooperativas regionais do Vale do Paraíba como antídoto de uma crise que acabou acontecendo de forma inexorável, relembra essa história no livro Integração Inacabada – Ensaio sobre Política e Planejamento na Empresa Cooperativa. Nele o autor explica os motivos pelos quais não vingou o projeto de integração das cooperativas filiadas à Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo (CCL-SP) que na sua fase áurea foi a maior e a melhor empresa do segmento lácteo do Brasil. O livro, que será lançado em setembro, é indispensável para quem quer entender os motivos do descaminho das cooperativas brasileiras de laticínios no século 20. O cenário é o Estado de São Paulo, mas, o exemplo serve para todo o país.
Propaganda – A propaganda de alimentos será discutida nesta quinta-feira (20) no Auditório da Anvisa em Brasília. Entre as 8h e 18h estarão em debate as normas para publicidade e promoção de alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional. A audiência visa obter sugestões, subsídios e informações adicionais à Consulta Pública 71/06, e discutir a proposta com os diversos setores interessados. A participação na audiência é aberta, mediante controle nominal dos participantes na entrada do evento, sem necessidade de inscrição prévia. Local: Auditório da Anvisa – SIA Trecho 05, área especial 57 – Brasília /DF. (Anvisa)
Bom Gosto – Depois de arrendar para a gigante suíça, por cinco anos, a área de produção de iogurtes de sua unidade de Garanhuns (PE), a empresa gaúcha, Bom Gosto, anunciou a compra da fábrica da Nestlé em Barra Mansa (RJ), por R$ 9 milhões. De acordo com o diretor-presidente da Bom Gosto, Wilson Zanatta, além do valor destinado à aquisição, serão aplicados outros R$ 20 milhões na modernização das instalações que estavam sem operar há dois anos. A fábrica de Barra Mansa tem capacidade de processamento de 300 mil litros de leite por dia, e o plano da Bom Gosto é produzir leite longa vida, bebidas lácteas, achocolatado e creme de leite. Com a aquisição da planta fluminense, a Bom Gosto, que processa 3 milhões de litros de leite por dia atualmente, passa a operar 20 unidades industriais, nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. A empresa vem crescendo no Brasil por meio de aquisições e também tem projeto para construção de fábrica no Uruguai, com capacidade inicial para processamento de 400 mil litros/dia. (Valor Econômico)
Incentivos – A Bom Gosto passará a atender o mercado do Rio de Janeiro a partir da unidade de Barra Mansa, que hoje é atendida por fábrica de Minas Gerais. Incentivos fiscais atraíram a empresa gaúcha para o Rio de Janeiro. A companhia será beneficiada pelo Programa Rio Leite, da Secretaria Estadual da Agricultura do Rio de Janeiro, que prevê a redução da carga tributária para a produção interna de leite, e a obtenção de benefícios previstos na legislação estadual de ICMS concedidos às plantas industriais localizadas no Estado. (Valor Econômico)
Longa Vida – Na Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni (CLTO)/MG, a renda durante os primeiros sete meses do ano cresceu 12%. O incremento foi proveniente da valorização do leite longa vida. A expectativa é que o faturamento durante o segundo semestre se estabilize ao resultado obtido no mesmo período do ano passado. Isto devido à queda na cotação do leite longa vida, provocada pela redução do consumo e aumento da oferta do produto. A capacidade da CLTO é de 90 mil litros de leite por dia. Os produtos de maior valor agregado são os queijos e manteiga. “Investimos em feiras e na melhoria da qualidade dos nossos produtos. Esses são os principais fatores que impediram a retração frente à crise econômica”, disse o presidente da CLTO, Carolino da Silva Neto. Na Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap) em Paracatu (MG), os negócios com leite se mantiveram estáveis nos primeiros sete meses do ano. A alta nos preços do leite longa vida, registrada nos últimos três meses, promoveu o aumento da renda dos cooperados, que passaram a receber cerca de R$ 0,76 por litro, um aumento de R$ 0,06, e propiciou a manutenção do investimento de R$ 3 milhões na construção de uma usina de leite que deve ser concluída em 2010. O objetivo é aproveitar cerca de 80% da produção de leite na fabricação da linha própria. Os mil cooperados da Coopervap produzem 180 mil litros de leite por dia. Metade é destinada à produção da linha própria e o restante vendido para a Cooperativa Central Mineira de Laticínios Ltda (Cemil). Os principais produtos da empresa são os queijos, manteiga e leite pasteurizado, destinados principalmente ao mercado de Brasília. (Diário do Comércio/MG)
Negócios
Brasil Foods – Enquanto aguarda a decisão do Cade para aprovar a fusão, a BRF Brasil Foods (novo nome da Perdigão) e a Sadia deram mais um passo no cronograma que permitirá a fusão. Ontem, os acionistas da BRF se reuniram em Itajaí, e os da Sadia, em Concórdia, em assembleia, para aprovar a incorporação das ações da Sadia pela BRF. A partir de 21 de setembro, a base acionária será unificada com o nome BRF Foods. (Diário Catarinense)
Cargill – A Cargill obteve lucro líquido de US$ 327 milhões no quarto trimestre encerrado em 31 de maio, 69% menos do que no ano anterior. O lucro anual recuou para US$ 3,33 bilhões, com queda de 16%. (Folha de SP)
Cadbury – A fabricante britânica de chocolates e confeitos Cadbury anunciou que vai voltar a fazer seu Cadbury Dairy Milk com manteiga de cacau depois que centenas de consumidores reclamaram da mudança. A companhia havia reduzido o ingrediente e substituindo-o por óleo de palma. Muitos fabricantes têm adotado esse procedimento devido à escalada do preço do cacau internacionalmente. (Valor Econômico)
Setoriais
Milho – Com a baixa liquidez, o mercado de milho está praticamente paralisado este ano. De janeiro até ontem, o preço caiu cerca de 9%, segundo o indicador Esalq (base Campinas-SP). Analistas do mercado prevêem uma forte redução do plantio do cereal na safra 2009/2010. As apostas variam entre 10% e 20%. Em regiões como o Centro-Oeste, o preço mal cobre o custo de produção. Em Mato Grosso, a colheita do milho safrinha rendeu mais de 7 milhões de toneladas, e municípios como Sinop, Lucas do Rio Verde e Campo Novo dos Parecis não têm onde estocar a safra. (Folha de Londrina/PR)
Exportações – As exportações brasileiras de milho, que atingiram 3,4 milhões de toneladas no primeiro semestre, 15,6% a mais do que em igual período de 2008, tradicionalmente se concentram mais no segundo semestre. Essas exportações, que enxugariam o mercado e dariam sustentação aos preços internos, passam, no entanto, pelo comportamento do milho nos EUA, segundo o Rabobank. Se for confirmado aumento de safra nos EUA, os preços internacionais caem, inibindo as exportações brasileiras, que já sofrem o efeito da valorização do real, segundo o banco. (Folha de SP)
Grãos – Diz o ditado latino, que “A esperança mantem o agricultor”. Mas este ano os produtores estão temerosos. A soja e o milho estão com preços fracos, devido às condições de cultivo quase perfeitas no meio oeste americano. O Departamento de Agricultura americano (Usda) projeta uma plantação histórica de soja e um cultivo recorde de milho, e preços baixos para ambos. Mesmo com o fraco desempenho da Argentina, a forte demanda chinesa, e a utilização de milho para produção de etanol, os preços do milho caíram 30% em três meses. (Diário Financiero)
Economia
Emprego – A economia brasileira gerou 138.402 postos de trabalho em julho. É o sexto mês seguido de resultados positivos no emprego formal, e o melhor do ano. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – estatística oficial sobre o emprego no país –, 1.398.181 trabalhadores foram admitidos em julho e 1.259.779, demitidos. Na comparação entre junho e julho, houve expansão do emprego em todos os setores. Em comunicado, o Ministério do Trabalho disse que o desempenho favorável de julho consolida o processo de recuperação do emprego formal observada nos últimos meses do país. Em função da crise financeira global, o país começou o ano com saldo negativo em mais de 100 mil empregos formais. (Correio do Povo/RS)
Globalização e Mercosul
Protestos/AR – O setor agropecuário da Argentina ameaça com novos protestos pelas rodovias do país nas próximas horas. Segundo o presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, os produtores rurais se encontram em assembléia permanente até a próxima quinta-feira, quando o Senado vai votar a prorrogação do projeto de lei que concede ao Poder Executivo faculdades especiais para remanejar o Orçamento e fixar impostos sem a aprovação do Legislativo. Dentre as prerrogativas concedidas à Casa Rosada, se encontra a imposição do imposto às exportações, chamado na Argentina de retenções. O maior foco de conflito entre o governo de Cristina Kirchner e os agricultores e pecuaristas é justamente por causa da cobrança destes impostos. “Os produtores precisam de soluções urgentes para os problemas do setor e o governo não pode ignorar a situação financeira grave que os produtores enfrentam pela crise econômica, a seca e a falta de uma política agropecuária”, reclamou Buzzi. “Se for necessário, voltaremos às rodovias para protestar”, avisou. (Agência Estado
Argentina – De acordo com a previsão de Orçamento da União para o ano que vem, traçado pelo Ministério da Economia da Argentina, o país vizinho crescerá 2,7% em 2010. A inflação prevista para o ano que vem é de 6,5%, e o superávit fiscal, de 0,7%. (Folha de SP)
PIB/Chile – O PIB chileno teve no segundo trimestre a maior queda em duas décadas e a economia do país entrou em recessão pela primeira vez em dez anos. O PIB da quinta maior economia sul-americana se contraiu em 4,5% em relação ao segundo trimestre de 2008, recuo de 2,3% no primeiro. (Folha de SP)
Deflação/EUA – Os preços no atacado dos EUA recuaram mais que o esperado em julho e tiveram uma queda recorde na comparação com o ano passado. O Departamento de Trabalho disse que os preços caíram 0,9% no mês, ante alta de 1,8% em junho. Frente a julho de 2008, os preços ao produtor exibiram queda recorde de 6,8%. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, caiu 0,1% em julho, após avanço de 0,5% em junho. Com esse resultado, o BC americano tem mais espaço para continuar sua política de juros baixos. (Valor Econômico)
OCDE – A economia se estabilizou no segundo trimestre nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), indicam dados preliminares da organização divulgados nesta quarta-feira. O Produto Interno Bruto (PIB) dos países que compõem a entidade não se mexeu em relação ao primeiro trimestre, quando foi registrada uma queda de 2,1% sobre o trimestre anterior. Nas sete maiores economias do mundo, houve queda de 0,1% no PIB do segundo trimestre em relação ao primeiro, estatística que se repetiu para a média dos 16 países que compõem a zona do euro. Em todos os países da União Europeia, o recuo no segundo trimestre foi de 0,3%, comparado a uma queda de 2,4% no trimestre anterior. (BBC Brasil)
FMI – O economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, assegurou que a recuperação da economia mundial já começou. No final de agosto o Departamento de Comércio publicará as primeiras correções do PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos, e ainda que a projeção aponte queda entre 1% e 1,45%, vários economistas estão apostando que a recuperação da maior economia do mundo será iniciada no terceiro trimestre, junto com quase a metade do PIB mundial. (Diário Financiero )
Japão – O Japão, a segunda economia mundial, assim como a França e a Alemanha, anunciou que saiu da recessão técnica. Depois de registrar sucessivas quedas no Produto Interno Bruto (PIB), a atividade econômica voltou ao terreno positivo, no segundo trimestre do ano. Também anunciaram recuperação, Cingapura e Hong Kong. (Diário Financiero)
A Laticínios Bom Gosto fechou outro negócio com a multinacional Nestlé. Depois do anúncio, na semana passada, do arrendamento, por cinco anos, da área de produção de iogurtes de sua unidade de Garanhuns (PE) para a empresa suíça, a gaúcha Bom Gosto informou ontem (18) que fechou a compra da fábrica da Nestlé em Barra Mansa (RJ), por R$ 9 milhões.
De acordo com o diretor-presidente da Bom Gosto, Wilson Zanatta, além do valor destinado à aquisição, a empresa vai aplicar outros R$ 20 milhões na modernização das instalações que estavam sem operar há cerca de dois anos. A fábrica de Barra Mansa tem capacidade de processamento de 300 mil litros de leite por dia, e o plano da Bom Gosto é produzir leite longa vida, bebidas lácteas, achocolatado e creme de leite.
A Bom Gosto passará a atender o mercado do Rio de Janeiro a partir da unidade de Barra Mansa, que hoje é atendida por fábrica de Minas Gerais, segundo Zanatta.
Incentivos fiscais atraíram a empresa gaúcha para o Rio de Janeiro. A companhia será beneficiada pelo Programa Rio Leite, da Secretaria Estadual da Agricultura do Rio de Janeiro, que prevê a redução da carga tributária para a produção interna de leite, e a obtenção de benefícios previstos na legislação estadual de ICMS concedidos a plantas industriais localizadas no Estado.
Com a aquisição da planta fluminense, a Bom Gosto, que processa 3 milhões de litros de leite por dia atualmente, passa a operar 20 unidades industriais, localizadas nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. A empresa vem crescendo no Brasil por meio de aquisições e também tem projeto para construção de fábrica no Uruguai, com capacidade inicial para processamento de 400 mil litros/dia.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico