Notícias 19.03.09

Leite/AL – A Secretária de Agricultura (Seagri) ainda não tem os laudos oficiais próprios que atestem a qualidade do leite que é distribuído diariamente pelo Programa do Leite a 53 mil famílias alagoanas carentes, apesar das denúncias de que o produto apresentava baixo teor protéico terem sido formuladas há mais de nove meses. O fato foi confirmado ontem, pelo secretário Jorge Dantas, que afirmou que até hoje as garantias de qualidade são dadas através apenas dos laudos encomendados pela Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) ao laboratório da Universidade Federal de Alagoas. Segundo Dantas, só no dia 1º, depois de uma reunião com produtores, laticínios, Seagri e MPE, é que serão definidos prazos e diretrizes para então começar a análise que terá, enfim o valor judicial exigido pelo Ministério Público. (O Jornal/AL)

Custo – O Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite/Embrapa) do mês de fevereiro de 2009 foi de 147,47 ante 144,48 em janeiro (considerando como base 100 o mês de abril de 2006). Significa que o custo de manutenção de uma empresa de produção de leite localizada no Estado de Minas Gerais subiu 2,07% em relação ao mês de janeiro de 2009. Com esse resultado, os dois primeiros meses do ano de 2009 acumularam alta de 3,74%. Considerando os últimos 12 meses a elevação de custo foi de 9,47%. (CILeite)

Nestlé/Chile – Em meio aos problemas dos produtores de leite que se queixam dos baixos preços pagos pelo litro, a Nestlé anunciou que revisará para cima os valores que paga aos produtores de leite. Ainda que se desconheça a data e a quantidade em que subirão, o fato foi recebido como um bom sinal. Marcaria uma tendência para o resto das indústrias. Lamentavelmente a baixa anunciada em 3 de março não será revertida nos próximos dias. A empresa tomou a decisão diante do novo cenário internacional para os produtos lácteos. “Efetivamente diante das constantes quedas do mercado internacional, pouca coisa poderia ser feita, mas nas últimas semanas houve uma tendência de alta. Tem muitos que crêem que isto pode ser passageiro, mas sabendo da situação dos produtores, decidimos anunciar a decisão”, disse Claudio Sarah, gerente da empresa. (El Mercurio)

Argentina – Depois de protestarem contra a indústria de laticínios, produtores argentinos planejam ações contra uma cadeia de supermercados na província de Santa Fé. “A concessão de 0,10 pesos/litro para pequenos produtores é uma estratégia do governo para dividir os produtores”, disse a Infocampo, Agustín Muller, um produtor de Santa Fé, que está liderando as mobilizações dos produtores. “Atualmente estamos recebendo entre 0,69 e 0,72 pesos/litro e o custo de produção supera em muitos casos, 1 peso. Assim não se pode agüentar”, acrescentou. Uma das possibilidades é começar os protestos nas grandes cadeias de supermercados, porque consideram que junto com as indústrias, possuem margens excessivas, se apropriando da renda do leite. O líder dos produtores disse que o primeiro protesto será contra a rede Coto, mas não descarta mobilizações contra outras cadeias de supermercados que operam no interior. (Infortambo)

Negócios

Anuga – A Anuga, Feira Internacional de Alimentos e Bebidas, será realizada em Colônia, na Alemanha, entre os dias 10 e 14 de outubro de 2009. A economia de alimentos está diante de grandes desafios, e não somente devido à crise financeira mundial. Globalização cada vez maior, uma digitalização amplamente difundida e uma crescente concentração na indústria e no comércio são apenas algumas questões centrais da economia de alimentos, além da mudança demográfica, das alterações climáticas e, ainda, das barreiras comerciais. Porém, mesmo diante deste cenário, a feira será realizada, com expectativa de mais de 6 mil expositores de aproximadamente 100 países. Mesmo com todo o cenário crítico da economia, a Anuga já sente sinais positivos, pois já registra uma forte procura pelas feiras temáticas, mesmo oito meses antes do evento. Na feira, mais de 80% dos expositores são da Europa, da América do Norte, Oriente e da América Latina. O Brasil, seguido da Argentina e do México, serão as representações mais fortes da América Latina. (Brasil Alimentos)

Marcas  – A coexistência de várias marcas de um mesmo produto obriga as empresas à inovação constante, em busca de novidades mais ajustadas às necessidades dos consumidores. Com a recessão econômica o consumidor substituiu a escolha emocional pela racional e as marcas próprias oferecem funcionalidade, não sentimento. Mas, de acordo com um estudo da Forrester Research, 65% dos consumidores valorizam a experiência do fabricante, existindo uma correlação entre tradição e lealdade. Já existe um consenso de que a marca é um valor agregado da empresa, e que marcas tradicionais se recuperam mais rapidamente, que as marcas médias. Assim, as crises polarizam as marcas ficando as tradicionais de um lado e as de baixo custo, ou marcas próprias de outro. As marcas intermediárias são as mais afetadas. (Expansión)

 Em tempos de crise, o consumidor tem tendência em procurar mais as marcas próprias. Esta é a conclusão de vários relatórios recentes efetuados nos Estados Unidos. Os varejistas decidiram então apostar em suas marcas, tornando-as mais atrativas, de melhor qualidade e competitivas. Estatística da BrandSpark, revela que 7 em 10 consumidores avaliam positivamente as marcas próprias. A GfK Custom Research registrou que os consumidores que admitem ser compradores frequentes de marcas próprias subiu para 55%, e 31% revelaram que, devido à crise, “compram mais marca própria” que há um ano. Já 75% admitiram que “as condições econômicas são muito importantes na decisão de compra pelas marcas próprias” e 77% sentem que “as marcas próprias são idênticas às marcas de fábrica”. Uma análise da Nielsen revela que as vendas de alimentos de marca própria nos EUA cresceu 10,2% nas 52 semanas terminadas em 27 de Dezembro de 2008. (Hipersuper)

 

Setoriais

Custos – O produtor de leite precisa estar atento às ferramentas para reduzir custos e aumentar renda. O ensinamento é do pesquisador da CCGL Tec/Fundacep, Wagner Beskow, que palestrou ontem no 5º Fórum Estadual do Leite. Ele destacou três fatores que devem ser mantidos em equilíbrio para que o produtor de leite atinja a máxima eficiência econômica: forrageiras, silagem e ração. Para Beskow, as forrageiras devem ser as principais fontes de alimento, pois são potencialmente mais baratas. A silagem deve ser utilizada para suplementar a falta de pastagem, e a ração deve ser fornecida em quantidade proporcional ao nível genético da vaca. Ele disse que o Rio Grande do Sul, em função do clima, tem condições de se tornar competitivo no mercado internacional. João Ricardo Alves Pereira, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), concordou que a eficiência da produção de leite passa também pelo pasto. Luis Schuster, associado à Cotrijal, disse que é possível rendimento com leite até três vezes maior do que com soja. (Correio do Povo/RS)

Pronaf – Mais de R$ 20 milhões deverão ser investidos em Mato Grosso do Sul por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em 2009, é o que garante o Delegado Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Celso Arruda. Os recursos vão beneficiar 945 famílias, que terão direito a R$ 20 mil para investir na produção agrícola ou pecuária. Os pedidos de liberação do recurso feitos ao Banco do Brasil demonstram a preferência pela aplicação em pecuária leiteira e recria, mas a produção agrícola também será contemplada com os recursos do Programa. O Pronaf é um dos instrumentos utilizados pelo Governo Federal para apoiar a expansão da pequena produção, bem como a melhora de seus produtos e processos de produção, promovendo, assim, o aumento da renda das famílias agricultoras. (MDA)

Milho – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou de cerca de 7 mil para 12,86 mil o número de contratos a serem ofertados por Mato Grosso no leilão de Opção de Venda de Milho da safra 2009 que será realizado hoje. O aumento atende parcialmente ao pedido encaminhado por ofício pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) ao Ministério da Agricultura contendo propostas de alterações nas ofertas públicas do grão. O volume maior de contratos permitirá a participação de um número maior de produtores nos leilões. Segundo o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, a procura pelos leilões é grande porque os produtores estão com receio de finalizar a safra 2009 com estoque alto, como ocorreu no ano passado”. O estoque de passagem da segunda safra de milho é o maior da história de Mato Grosso, iniciando o ano de 2009 com 891 mil toneladas e passando para 620 mil em meados de fevereiro. (Gazeta Mercantil)

 

Economia

IGP-M – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,36% na segunda prévia de março, após subir 0,45% em igual prévia do mesmo indicador em fevereiro, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A entidade informou também os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de março. O Índice de Preços por Atacado – Mercado (IPA-M) caiu 0,65% na prévia anunciada hoje, após avançar 0,47% em igual leitura de fevereiro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) teve aumento de 0,31% na segunda prévia deste mês, após apresentar elevação de 0,38% na segunda prévia de fevereiro. Já o Índice Nacional de Custos da Construção – Mercado (INCC-M) caiu 0,04% na leitura divulgada hoje, ante taxa positiva de 0,43% em igual prévia de fevereiro. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Peru – O Ministério da Agricultura do Peru está avaliando restabelecer tarifas sobre a exportação de produtos agrícolas sensíveis, como milho, soja e açúcar, para proteger os produtores em um período de queda nos preços. As tarifas foram suspensas no começo do ano passado, quando os preços das commodities estavam elevados. (Canal Rural)

FMI – O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu novamente para baixo as previsões econômicas para 2009. E pela primeira vez projeta-se um PIB mundial negativo, – 0,6%. Segundo a economista, Teresa Ter-Minassian, o PIB americano cairá 2,6%, enquanto a zona do euro e Japão terão seus PIBs reduzidos em 3,2% e 5%, respectivamente. Os especialistas concordam que a economia mundial está em recessão quando o crescimento mundial cair abaixo de 2% ao ano, como ocorreu em meados da década de 1970, início de 1980 e novamente no início da década de 1990. Mas, desde 1945 a economia mundial não registrava um declínio absoluto da sua atividade. O relatório completo, incluindo os países emergentes, deverá ser divulgado pouco antes do Encontro de Chefes de Estado ou de Governo a ser realizada em Londres, no dia 1º de abril. (Le Figaro)

Agricultura – A Comissão Europeia (CE) prevê forte impacto da crise financeira sobre quase todos os setores agrícolas da União Europeia a curto prazo. O aumento da demanda e da renda dos produtores exercerá forte pressão sobre os preços. O relatório analisa as perspectivas sobre os mercados agrícolas da UE no período compreendido entre 2008 e 2016. A CE assinala que a situação econômica terá repercussões negativas “diretas” sobre os setores com maior valor agregado. Os mercados deverão recuperar, a médio prazo, devido ao crescimento da procura de alimentos, a expansão dos biocombustíveis e queda de produtividade. A CE espera um crescimento limitado para os cereais, devido à queda do comércio de carne e, por conseguinte o uso de matéria-prima para ração. (Hipersuper)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n
Parque de Exposições, Quadra 19
93270-530 – Esteio/RS
secretaria@apilrs.com.br