Notícias 19.01.09

Aconteceu – Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: o setor lácteo está confiante que o consumo interno e externo manterá o crescimento em 2009; instalação da primeira usina de leite de cabra em pó na Paraíba; as importações de leite e derivados em dezembro; as exportações e importações de lácteos em dezembro; crise global interrompe uma sequência de crescimento nas exportações de lácteos brasileiros; o setor de lácteos começa 2009 apreensivo com a queda nas exportações e teme queda no preço do leite; o comércio de leite em pó no Uruguai teve uma queda de 20% entre outubro e novembro; para socorrer o setor de leite, o Ministério da Agricultura realizará leilões quinzenais do Pep; o resultado do primeiro leilão do Pep; saldo da balança comercial de lácteos em dezembro e estiagem prejudica a produção de leite no Rio Grande do Sul. (www.terraviva.com.br)

Leilões Pep – Os próximos leilões Pep deverão ocorrer nos dias: 27 de janeiro, 10 de fevereiro, 03 e 17 de março de 2009. Esta semana deverá ser divulgado o Aviso de Leilão Pep para o dia 27 de janeiro. (www.terraviva.com.br)

Orgânicos  – Dez anos após aparecerem nas prateleiras dos grandes supermercados, os alimentos orgânicos finalmente terão uma regulamentação e um selo único para orientar o modo de produção e a escolha dos consumidores. Até o fim do ano, os cercas de 15 mil produtores do País, mais de 85% deles pequenos e em propriedades familiares, deverão adotar procedimentos básicos de cultivo, colheita e armazenamento, fazendo um cadastro no Ministério da Agricultura e exibindo documento que garanta sua origem. Segundo o Ministério da Agricultura, os orgânicos começaram a perder o status de produto restrito a um nicho de mercado. Hoje, em redes de supermercado, lojas de produtos naturais, mercearias ou mesmo feiras especializadas é possível comprar um leque grande de frutas, legumes e verduras, além de açúcar, café, leite, achocolatado, biscoito, bolo, queijo, iogurte, doces em compota, geleia, pão, azeite e vinagre orgânicos. ”Hoje eu distribuo orgânico para grandes redes e também para padarias de bairro, mercadinhos, lojas menores. Definitivamente deixou de ser um produto que apenas as classes A e B consomem, como era até pouco tempo”, diz Antonio Sá, sócio do Empório em Casa, especializado em delivery semanal de cestas com produtos orgânicos, e da Orgânica Mix, uma das maiores empresas de distribuição e representação de orgânicos no País. Sá trabalha com diversos fornecedores, de vários Estados. Cada um deles, para provar que é orgânico, paga uma taxa que varia de R$ 5 mil a R$ 500 mil a uma empresa certificadora, que lhe dá um selo de garantia – hoje existem mais de 20 dessas empresas, o que confunde o consumidor. (O Estado de SP)

Identificação – Justamente para acabar com esse tipo de dúvida e regular o setor, ajudando a identificar com maior precisão onde estão e quantos são os produtores, que o selo foi criado. Ele vem com uma regulamentação maior para a área, que inclui regras de produção, comercialização e mecanismos de controle. Aprovada em 2003 no Congresso e em vigor desde o fim de 2007, ela estabeleceu dois anos para produtores se adaptarem. “O orgânico é um alimento feito sem uso de agrotóxicos, sem condições de trabalho degradante, com manejo para uso adequado do solo e água, ou seja, é um alimento em harmonia com o ambiente”, diz Rogério Dias, coordenador de agroecologia do Ministério da Agricultura. (O Estado de SP)

Oriente Médio – Em meio ao cenário de incertezas na economia global, 40 empresários brasileiros dos segmentos de agronegócios, alimentos e bebidas apostarão em estratégia comercial inédita no próximo mês, com o objetivo de identificar novos nichos de negócios nos países do Oriente Médio. Entre os segmentos que foram identificados como de grande potencial de consumo na região e mal explorados ainda pelos exportadores brasileiros, estudo elaborado recentemente aponta para carnes de ovinos e caprinos, leite e derivados, cafés torrados, sucos e frutas, além do chá mate, balas e doces e alimentos processados. (DCI)

Propaganda – A partir deste mês, diversas indústrias alimentícias multinacionais presentes no país começaram a adotar regras mais rígidas na publicidade dirigida ao público infantil. Entre as determinações, não haverá mais nenhum tipo de propaganda ou atividade de marketing para crianças de até seis anos. Nesse caso, as campanhas serão dirigidas aos pais. Para os maiores de seis anos, as informações transmitidas enfatizarão o uso de dietas balanceadas e saudáveis. A iniciativa, que entra em vigor agora, foi tomada após a assinatura do termo de compromisso europeu EU-Pledge, em 2007. O termo pretende fazer com que as empresas se comuniquem de forma mais responsável com as crianças. Onze empresas assinaram o compromisso. Entre elas estão Nestlé, Coca-Cola, PepsiCo, Danone, Kellogg’s, Kraft, Unilever e Burguer King Europa. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) espera lançar, neste ano, sua regulamentação sobre a propaganda de alimentos, cuja consulta pública de 140 dias foi encerrada em novembro. Agora, a agência trabalha na sistematização das sugestões para readequar o texto que poderá mudar a propaganda de alimentos no país. No texto aberto à consulta pública havia um amplo capítulo sobre a propaganda de alimentos destinada a crianças. Entre outras determinações, a regulamentação proíbe propaganda de alimentos com alto teor de açúcar ou de bebidas com baixo valor nutricional. (Folha de SP)

Negócios

Fiscalização – Técnicos da Secretaria da Agricultura (Seappa) recolheram 26,4 toneladas de ovos, leite, carne e derivados no primeiro mês de fiscalização no litoral gaúcho. Em 30 dias, a apreensão de produtos inadequados ao consumo subiu 381% em relação ao verão passado. ‘A situação é muito preocupante, pois a tendência de queda nas irregularidades se reverteu neste ano, com surpreendente crescimento nos problemas detectados’, avalia o veterinário do Departamento de Produção Animal, Rodrigo Etges. (Correio do Povo/RS)

 

Setoriais

Seguro Agrícola – A pouca abrangência do seguro agrícola para amparar o produtor em caso de perdas na safra plantada preocupa agricultores que contrataram o serviço. De acordo com o presidente da Comissão de Grãos, Fibras e Oleaginosas da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Lécio Maróstica, no atual formato, o seguro oferece mais garantias às instituições financeiras do que ao produtor. Os pecuaristas querem que o modelo da cobertura seja modificado. A perspectiva dos produtores de grãos é de que a safra de 2008/2009 será menor porque a estiagem foi severa em muitas regiões do Estado e vai afetar a produção de soja. No caso do milho, haverá queda na produção devido aos ataques da lagarta do cartucho. Em relação à safrinha, a previsão era de queda na área plantada, mas os produtores sinalizaram que a área plantada deste ano será semelhante à de 2008. (Safras)

Milho – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 286,565 mil toneladas das 323,076 mil toneladas de milho ofertadas nos leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e VEP desta sexta, dia 16. A quantidade equivale a 88,69% do total oferecido. No leilão VEP de aviso 10, a Conab negociou 14,035 mil toneladas, o equivalente a 54,88% das 25,576 mil toneladas disponibilizadas aos segmentos de avicultura, suinocultura, bovinocultura de leite, cooperativas de criadores de aves, de suínos e de bovinos de leite, indústria de ração e indústrias de insumo para ração animal estabelecidos exclusivamente nas regiões Nordeste, Norte do Estado de Minas Gerais e no Estado do Espírito Santo. (Safras)

Ampliação – Em uma tentativa de amenizar os efeitos da crise financeira global sobre as cooperativas agropecuárias, o governo deve ampliar em R$ 1 bilhão o orçamento do programa destinado a financiar investimentos dessas sociedades (Prodecoop). Administrados pelo BNDES, os recursos do Prodecoop serão usados como capital de giro para refinanciar as dívidas das cooperativas em situação difícil desde o início da crise de crédito. Com prazo de dois anos, o reforço nessas linhas terá juros de 6,75% para empréstimos até R$ 10 milhões por sociedade. O limite de crédito do Prodecoop já havia passado de R$ 35 milhões para até R$ 50 milhões por cooperativa – as centrais podem contratar o dobro disso.  O governo avalia adotar outras medidas, como a ampliação do prazo de adesão à renegociação das dívidas dos produtores, encerrado em 31 de dezembro de 2008, e estuda a reavaliação parcial das garantias reais vinculadas a outros empréstimos ou refinanciamentos – Funcafé e os programas de saneamento de ativos (Pesa) e de recuperação das cooperativas (Recoop). Quem quitou 30% da dívida, poderia usar essa “margem” para contratar novos empréstimos. Mas o governo pondera que isso poderia, em alguns casos, elevar a dívida, já que haveria uma revisão global dos contratos. (Valor Econômico)

Soja – A situação climática na Argentina vem sendo acompanhada de perto por traders preocupados que a estiagem possa atrapalhar ou encarecer os negócios na região. A prolongada estiagem no país vizinho, que é o maior exportador mundial de óleo e de farelo de soja, abre perspectiva para a ampliação do processamento do grão no Brasil. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) está prevendo processamento recorde de soja na safra 2008/2009, com 32,2 milhões de toneladas, quase 700 mil toneladas a mais que o volume observado na temporada anterior e 10,62 milhões de toneladas a mais que o volume processado no início da década. (DCI)

Renda – Após bater recordes de produção e receita em 2007 e 2008, a agricultura brasileira de grãos vai recuar este ano. A renda do produtor com a safra de arroz, feijão, milho, soja, trigo e outros grãos, que começa a ser colhida a partir de fevereiro – e que dá a dinâmica da economia de mais de 70% dos municípios brasileiros -, deve encolher em R$ 10,4 bilhões. É a primeira queda na receita de grãos em três anos. Nas contas da RC Consultores, a safra de grãos 2008/2009 deve render aos agricultores R$ 79,4 bilhões, ante R$ 89,8 bilhões da safra passada. (Agência Estado)

Economia

IPC – A variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do município de São Paulo subiu ligeiramente na segunda prévia de janeiro, para 0,23%, depois de marcar 0,18% na leitura inicial do mês. A informação é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Educação teve a alta mais expressiva, saltando de 1,05% para 2,58%. Despesas Pessoais vieram em seguida, com elevação de 0,80%, em linha com o percentual anotado na pesquisa anterior, de 0,79%. O grupo Saúde também acelerou, mas manteve-se com variação contida ao sair de 0,06% para 0,09%. O grupo Transporte foi de uma alta de 0,12% na primeira prévia do mês para deflação de 0,08%. Assim como na primeira medição (-0,52%), o grupo Alimentação apresentou recuo de preços, mas em ritmo menor, de 0,23%. (Valor Online)

Consumo – A perda de fôlego do consumo e do investimento em 2009 deve provocar uma queda abrupta na contribuição da demanda doméstica para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Se no ano passado a combinação do consumo das famílias, consumo do governo, investimento e variação de estoques colaborou com quase 8 pontos percentuais para a expansão de cerca de 5,5% da economia, neste ano o número pode cair para o intervalo de 1 a 2 pontos, segundo os analistas mais pessimistas. As previsões para o PIB variam bastante, de um crescimento zero a um avanço próximo a 3%. O governo tem 4% como meta. (Valor Econômico)

IPC-S – A inflação no varejo da cidade de São Paulo apresentou leve aceleração, no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços na cidade subiram 0,23% no IPC-S de até 15 de janeiro deste ano, após apresentarem aumento de 0,22% no índice de até 7 de janeiro. Das sete capitais usadas para cálculo do índice, quatro apresentaram elevação de preços mais intensa entre 7 e 15 de janeiro. Além de São Paulo, o IPC-S acelerou a alta em Belo Horizonte (de 0,80% para 0,94%); Salvador (de 0,94% para 1,25%); e Porto Alegre (de 0,10% para 0,28%). As outras capitais apresentaram desaceleração de preços, no mesmo período: Recife (de 1,13% para 0,64%), Brasília (de 0,79% para 0,75%) e de Rio de Janeiro (de 1,31% para 1,24%). (Agência Estado)

 

Globalização e Mercosul

Crescimento – Conforme relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a economia brasileira crescerá 2,9% neste ano. Ainda que o prognóstico indique desaceleração, o desempenho do PIB nacional deve ficar acima da média mundial de crescimento em 2009, de 1%. Enquanto o crescimento do país tende a ficar acima da média projetada para a América Latina (2,3%), ficará abaixo dos 4,6% previstos para os países em desenvolvimento. A expansão da economia brasileira também será menor que a de países emergentes, como China (8,4%), Índia (7%) e Rússia (4,8%). A projeção para os países desenvolvidos em 2009 é de recessão. A economia dos Estados Unidos deve diminuir 1%, o PIB do Japão cairá 0,3% e na União Europeia a retração será de 0,5%. (Correio do Povo/RS)

Seca – A estiagem que atinge produtores argentinos, uruguaios e brasileiros, segundo analistas, explica a recente disparada dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais. Na Argentina, a zona atingida soma 150 mil quilômetros nas províncias de Santa Fé e Entre Rios. No Uruguai, as perdas atingem entre 30% e 50% das culturas. No Brasil, o impacto é menor, mas 2 milhões de toneladas de milho já foram perdidas entre dezembro e janeiro. (Correio do Povo/RS)

Fonterra manterá foco em qualidade e eficiência

A cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra divulgou um novo plano de negócios para os próximos três anos. Sem os fundos externos, que falharam na reestruturação de capital que teria permitido que a Fonterra expandisse seus negócios internacionalmente, a cooperativa precisa modificar suas ambições e manter seu foco em qualidade e eficiência.

A meta geral do plano é dobrar a contribuição de retorno de valor aos acionistas da Fonterra para 27,50-44,00 centavos de dólar por quilo de sólidos do leite (o equivalente a 2,28-3,65 centavos de dólar por quilo de leite) até 2011 e reduzir o coeficiente de endividamento para 40-45% até 2011 – hoje este está em 55%. O diretor executivo da Fonterra, Andrew Ferrier, disse que espera conseguir isso retornando para o princípio básico da produção de leite da Nova Zelândia – produzir “leite de alta qualidade e baixo custo”.

O foco principal da cadeia de fornecimento da cooperativa é retirar os produtos das rodovias e colocá-los em ferrovias, bem como começar um novo sistema de leilão na internet para transporte como parte de seus NZ$ 750 milhões (US$ 412,52 milhões) de gastos em sua rede de fornecimento doméstico.

Adicionalmente, a Fonterra está estreitando o foco de seus produtos para cinco áreas prioritárias que apresentam oportunidades de negócios de cerca de NZ$ 75 bilhões (US$ 41,25 bilhões) em vendas: queijos e produtos com cultura (como iogurtes), produtos para a indústria de foodservice, como queijos de pizza, produtos nutricionais pediátricos e ingredientes saudáveis, como ingredientes para alimentos esportivos e médicos. A companhia já tem uma base sólida na maioria destas áreas e tem boas relações com gigantes do setor de alimentos, como Nestlé e Kraft.

No ano passado, a compra da Ski Yoghurt da Austrália deu à Fonterra a posição de número dois neste mercado, e acordos regionais de longo prazo nos setores de fast food estão em execução com empresas como Domino’s Pizza, McDonald’s, KFC e Pizza Hut. Os produtos da linha ClearProtein da Fonterra são usados em bebidas esportivas, como Powerade.

Regionalmente, a Fonterra está buscando um crescimento de duplo digito no EBIT (lucro antes dos juros e imposto de renda) por ano, durante três anos na Austrália/Nova Zelândia. A Fonterra também visa aumentar o rendimento das vendas em uma taxa de duplo dígito nos mercados da Ásia, África e Oriente Médio. Na América Latina, a participação de 99,8% na chilena Soprole, que tem 35% de participação no mercado de lácteos do Chile, continua produzindo bons números. A Soprole também é responsável pela metade das exportações de lácteos do Chile, para países como México e EUA.

Em 15/01/09 – 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,55003

1,81808 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do The National Business Review, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.

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