Preços/SP – Segundo Martinho Paiva Moreira, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), o preço médio do litro do leite longa vida nos supermercados de São Paulo é, hoje, R$ 1,49, até setembro, o valor era R$ 2,59. “Em promoções, o consumidor pode encontrar preços de até R$ 0,99”, afirma Moreira. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da FGV (Fundação Getulio Vargas), o preço médio do leite está 9,19% menor do que no mês passado e mais próximo do valor do início do ano. De acordo com André Braz, economista da FGV, no início do ano o leite longa vida custava, em média, R$ 1,90, considerando tanto supermercados como padarias. “No auge da seca, chegou a custar R$ 3,20. Agora deve voltar ao preço anterior”, diz. De acordo com a Apas, apesar da queda atual, no acumulado do ano o litro do leite longa vida registra alta, nos mercados, de 14,22%. < STRONG>(Folha de SP)
Mais Leite/RJ – Como forma de melhorar a atividade leiteira, a Prefeitura de Rio das Ostras buscou parcerias com o Sindicato Rural de Casimiro de Abreu e com o Senar/RJ (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) para qualificar os produtores. “Nosso objetivo é agregar preço e qualidade”, explica Francisco Augusto Nogueira, diretor do Departamento de Agropecuária da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca. “Com o Projeto Mais Leite a produção leiteira está se ampliando e esses cursos complementam a atividade”. Os alunos aprendem sobre confecção de diferentes tipos de queijos, coalhada, entre outros. O projeto Mais Leite proporciona assistência técnica, máquinas e implementos, melhoramento genético, realização de exames e vacinações. A parceria da Prefeitura rendeu aos produtores de Rio das Ostras uma série de cursos gratuitos este ano. Além da produção de derivados de leite, os produtores também participaram de treinamentos sobre Bovinocultura, incluindo higiene na ordenha, qualidade do leite, manejo sanitário e alimentação dos animais. (Revista Conteúdo)
Consumo/BA – Embora possua o terceiro maior rebanho de gado do país, estimado em 1,7 milhão de vacas ordenhadas, a Bahia ocupa apenas a 7ª posição no ranking nacional de produção, com 965 milhões de litros de leite por ano. Com um consumo interno na casa dos 1,5 bilhão de litros/ano, o déficit é de 600 milhões de litros/ano, segundo dados da Federação da Agricultura e Agropecuária do Estado da Bahia (FAEB). O presidente da FAEB, João Martins, aposta no programa Geraleite para reverter a situação. Os projetos totalizam investimentos de R$ 1,2 milhão já para 2010. “Temos de importar 1/3 do leite consumido na Bahia, mesmo possuindo o 3º maior rebanho leiteiro do país. Constatamos que há uma baixa utilização de tecnologia de produção por parte do produtor, que, em sua maioria, possui também um baixo nível de profissionalização dentro da cadeia produtiva do leite”, diz. (Notícias da Bahia)
Globalização – Com a globalização e a maior integração dos mercados, os preços domésticos são mais influenciados por variáveis e fatores externos como crises, choques econômicos, oscilações da oferta mundial, etc. Segundo uma pesquisa feita em 2009 pela Canadian Dairy Comission em 25 países membros da International Dairy Federation (IDF), indica que o leite é uma das commodities mais voláteis, perdendo apenas para o trigo. Nos Estados Unidos, Novakovic (2009) encontrou que a volatilidade para produtos lácteos é maior no meio da cadeia produtiva, variando muito entre os derivados. No Brasil, a volatilidade anual calculada do preço médio nacional do leite cru para o período de 2007 a 2009 foi de 64,4%, muito superior ao das commodities negociadas na BM&F. Dentre os derivados lácteos, os menores valores de volatilidade foram encontrado s para a manteiga (52,6%) e para o leite pasteurizado (53%), e o maior valor de volatilidade no segmento lácteo foi o leite UHT (107,6%). (Panorama do Leite)
Volatilidade – Os agentes do agronegócio do leite devem entender que esta é uma característica inerente da cadeia e que outros países enfrentam esta mesma situação. Portanto, a questão agora não é como reduzir a volatilidade e sim como gerenciá-la. Os Estados Unidos utilizam os contratos futuros para lidar com a volatilidade na cadeia produtiva do leite. A União Européia também tem estudado a viabilidade de se implantar o mercado futuro de leite na região. No entanto, existem outros mecanismos de gerenciamento de risco de preço, como os contratos a termo, contratos de opções e os contratos formais de compra e venda. Porém, nenhum deles é muito utilizado no Brasil, o que evidencia a fragilidade dos agentes da cadeia produtiva do leite na administração da atividade leiteira. (Panorama do Leite)
Preços/UE – A Associação dos Produtores de Leite Independentes (APLI), a Confederação Rural do Oeste, a European Milk Board (EMB) e a Organização dos Produtores de Leite (OPL), que representam os produtores de leite da União Europeia (UE), enviaram uma carta às Federações e Confederações de Indústria, Comércio e Distribuidores da UE, estabelecendo o prazo de até 1º de dezembro para “a reabertura das negociações sobre o preço do leite do último trimestre”. Uma recusa ou ausência de resposta levará os produtores a retomarem os protestos. (Agrisalon)
Negócios
Tetra Pak – A subsidiária brasileira da fabricante de embalagens longa vida Tetra Pak começou a incorporar a preocupaç ão socioambiental a seus negócios em 1996, quando assumiu o compromisso de dar um destino ambientalmente correto às embalagens descartadas pelos consumidores. Na época, a empresa passou a incentivar a coleta seletiva e a investir na reciclagem de suas embalagens. Pouco mais de uma década depois, a subsidiária brasileira tornou-se uma referência na área e passou a exportar esse conhecimento para outras unidades da multinacional de origem sueca presente em 165 mercados. “Nesse assunto, o Brasil já está ditando regras”, afirma Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak Brasil. Um exemplo é a construção de uma fábrica de reciclagem de embalagens longa vida em Piracicaba, no interior paulista, em 2005. (Guia Exame 2009)
Brasil Foods – Criada a partir da compra da Sadia pela Perdigão, anunciada em maio, a BRF – Brasil Foods nasceu como a maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e a segunda maior indústria alimentícia do país (atrás apenas da JBS-Friboi). Enquanto o Cade não aprova a fusão dos negócios, as duas companhias mantêm suas operações totalmente separadas. Analistas estimam, no entanto, que a futura integração das atividades das duas companhias proporcionará ganhos com sinergias que devem variar de 2 bilhões a 4 bilhões de reais. Na área de sustentabilidade, a expectativa também é que as experiências da BRF (nova denominação social já adotada pela Perdigão) e da Sadia, ambas reconhecidas por suas boas práticas, beneficiem a nova companhia. “A união de esforços deve começar ainda neste ano, extraindo o que cada empresa tem de melhor”, diz José Antônio do Prado Fay, presidente da BRF. (Guia Exame 2009)
Wal-Mart – A subsidiária brasileira da rede de supermercados Walmart foi escolhida a Empresa do Ano pelo Guia Exame de Sustentabilidade 2009. O Walmart se destacou pela contundência de suas ações de sustentabilidade e pela velocidade com que tem promovido uma mudança drástica em diversas áreas de atuação. (Guia Exame 2009)
Marcas Próprias – A quantidade de produtos com marcas próprias nas prateleiras das lojas de redes do varejo teve um salto de 23% neste ano – o que representa um total de 55.752 mercadorias que levam o nome da loja ou de marcas subsidiárias da empresa à disposição nos pontos-de-venda, como alternativa às marcas já consolidadas. De acordo com o Estudo Anual do Instituto Nielsen de pesquisas, entidade que avalia o segmento, este ano 49% dos brasileiros já compraram itens de marca própria. Em 2009, a soma desses itens nos supermercados terá aumento de 7% no faturamento e ultrapassará os R$ 169,6 bilhões em venda s no setor, ante a receita de R$ 158,5 bilhões em vendas vista no ano passado. (DCI)
Supermercados – De acordo com a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), as redes de supermercados Walmart, Pão de Açúcar, e Carrefour são as principais fornecedoras de produtos de marca própria no Brasil, com um mix de produtos variado, como alimentos, eletrônicos, bazar e linha têxtil. O Walmart Brasil investe na comercialização de 25 marcas próprias que somadas respondem por um mix com mais de 12.000 itens, entre alimentos e não-alimentos, como a linha de eletroeletrônicos e têxteis (moda feminina, masculina, infantil e de cama, mesa e banho). No Grupo Pão de Açúcar a marca Taeq, lançada em 2006, responde por 21% das vendas de achocolatado light nas lojas da rede. No segmento de geléias orgânicas, a marca conta com 85% das vendas e no diet, com 40% das vendas. Na linha de barras light, a Taeq conta com mais de 75% e n o arroz integral, em torno de 35%, fazendo da marca a líder do segmento dentro das lojas do Grupo Pão de Açúcar. (DCI)
Cadbury – A britânica Cadbury pode considerar uma fusão com a italiana Ferrero para reforçar sua estratégia de defesa contra a oferta hostil da Kraft, disseram ontem analistas da Nomura International em um relatório. A Kraft pretende comprar a fabricante de confeitos por 9,8 bilhões de libras esterlinas (US$ 16,28 bilhões). Um acordo com a Ferrero, fabricante do creme de avelã Nutella, ampliaria a presença da Cadbury na Alemanha, Itália e França. As empresas não comentaram o assunto, segundo a Bloomberg. (Valor Econômico)
Debate – A associação Leite São Paulo promoverá, dia 27, na Fazenda Lageado, da Unesp de Botucatu (SP), o workshop Pontos-Chave para a Pecuária de Leite Paulista. O evento é aberto a técnicos, produtores, professores e profissionais de entidades de pesqu isa e extensão ligados à pecuária leiteira. (O Estado de SP)
Fusões – Depois de sofrer os efeitos da crise mundial, as operações de fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras estão em plena retomada. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os anúncios de operações de fusões, aquisições, ofertas públicas de aquisição (OPA) e reestruturações societárias somaram R$ 116,7 bilhões de janeiro a setembro, um aumento de 33,4% em relação aos R$ 87,5 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Segundo a Anbima, o setor de alimentos e bebidas liderou o movimento de fusões e aquisições, OPAs e reestruturações societárias, respondendo por 45,5% do volume financeiro, seguido pelo setor de papel e celulose com 16,8%. (O Estado de SP)
Setoriais
Transgênicos – Está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei que, se aprovado, pode acabar com a obrigatoriedade do rótulo que indica existência de elementos transgênicos nos alimentos. O autor da proposta, o deputado e engenheiro agrônomo Luiz Carlos Heinze (PP – RS), considera a identificação prejudicial aos produtores do setor. “O símbolo que indica elemento transgênico nos alimentos acaba afastando as pessoas. Pela minha experiência profissional, digo que esse tipo de alimento não é prejudicial à saúde.” Juliana Ferreira, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), defende, no entanto, que a discussão agora não deva ser se o alimento representa ou não risco à saúde, e sim, se o consumidor está sendo privado de seu direito à informação, um dos princípios básicos defendido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). “O consumidor não pode ser prejudicado de forma al guma e esse projeto de lei beneficia única e exclusivamente quem fabrica o produto.” (Jornal da Tarde)
Commodities – Depois de a China ditar o ritmo no mercado de commodities, principalmente em razão do seu apetite por soja ao longo da última temporada, agora, na safra 2009/2010, será a vez da Índia apontar os rumos do comércio agrícola mundial. (DCI)
Milho – Levantamento divulgado ontem pela Conab indica que o Brasil é o quarto maior produtor de milho do mundo, mantendo a posição nas safras 2006/2007, 2008/2009 e, provavelmente, em 2009/2010, colhendo 51 milhões de toneladas. Em média, o Brasil consome 45 milhões de toneladas e exporta 7 milhões por safra. O panorama da produção do milho brasileiro perante os mercados nacional e internacional foi tema da 8ª reunião ordinária da cadeia produtiva do setor, em Brasília. A Conab apresentou os resultados de 16 países e as perspectivas para 2009/2010, com base em informações do Departamento Americano de Agricultura (USDA). (Correio do Povo/RS)
Economia
Confiança – Após seis meses consecutivos sem baixas, a confiança do consumidor paulistano na economia brasileira voltou a registrar queda em novembro. É o que aponta o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O indicador apresentou retração de 0,7% ante outubro, passando dos 154,3 pontos para 153,1. A última baixa registrada pelo foi observada em abril, de 2,6%. O indicador trabalha com uma escala de zero a 200 pontos. (Jornal da Tarde)
Globalização e Mercosul
Impacto – A pecuária na América Latina será insustentável no longo prazo se o impacto ambiental não for reduzido e a produtividade melhorada, alerta a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Com a liderança do Brasil, o crescimento do setor na região é baseado nas exportações, mas a demanda doméstica também aumenta. De acordo com a FAO, a degradação da terra e o desmatamento são generalizados por causa da produção extensiva de gado e da produção de soja em áreas sensíveis, como florestas. A pecuária (bovino, suínos, frango, ovelhas etc) contribui com 45% do PIB da agricultura da América Latina e Caribe, com receita anual de US$ 79 bilhões. Representa 13% da produção total do setor no mundo e tem crescido 4% ao ano, o dobro da média mundial. A produção de carne bovina e leite são as mais importantes em valor, com 62% do total regional. A produção de frango representa 30% em valor, liderada pelo Brasil. (Valor Econômico)
Produção – A América do Sul lidera a produção de carne bovina no mundo, com 43% das exportações mundiais em 2008, lideradas pelo Brasil (56,1% do total da região), seguido pela Argentina e Uruguai (11,7% cada), Paraguai (8%) e Colômbia (5%). Os principais mercados importadores de carne bovina são os EUA e a Rússia, mas a China aumenta suas compras. O país tem sido alvo de críticas no exterior, acusado de destruir a Amazônia para criar gado e plantar soja. Esta semana, em Roma, o presidente Lula insistiu que metade da redução de emissões do país virá com menos desmatamento, o que envolve o setor agropecuário. As emissões de metano dos bovinos representariam entre 18% e 51% das emissões de gases da pecuária, dependendo da forma de cálculo. (Valor Econômico)
Consumo – Segundo projeções, o consumo global de carne e lácteos devem dobrar at é 2050. As campanhas para se consumir menos carne se propagam. Na Inglaterra, existe o “Meat Free Mondays”, ou seja, segunda-feira sem carne. Na Dinamarca, uma coalizão de restaurantes propõe um menu ecológico para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A FAO aponta direções para reduzir a oposição ao produto. Primeiro alerta que os pecuaristas precisam aderir à luta contra a mudança climática porque o fenômeno tem efeito negativo na produção, por exemplo, facilitando a propagação de doenças entre os animais. Alerta ainda que mais e mais o mercado internacional vai exigir a “pegada ecológica” (carbon footprint) da carne e lácteos comercializados. Assim, é necessário reduzir as emissões por unidade de produto para manter a competitividade e ganhar mercado. Ou seja, investimentos na área ambiental serão muito lucrativos no longo prazo. (Valor Econômico)
Europa deverá produzir mais leite em 2010
A produção de leite na União Europeia (UE) em 2010 deverá aumentar com relação a 2009, devido a uma melhora na lucratividade da produção leiteira, informou um relatório do Governo dos Estados Unidos.
O relatório diz também que a expectativa é de que, após ter atingido seu ponto mais baixo no meio de 2009, os preços nos mercados de lácteos poderão começar a se recuperar no final de 2009 e em 2010. A tendência de longo prazo de crescimento na produção é resultado do aumento gradativo planejado pela Comissão Europeia (Nota MilkPoint: com vistas à extinção das cotas, prevista para 2015).
Além disso, o relatório disse que os protestos feitos pelos produtores de leite devido à queda nos preços do produto, criou uma forte pressão na Comissão Europeia para expandir a intervenção do mercado e apoiar a indústria de lácteos em 2010.
A produção de queijos e leite em pó integral deverá crescer em 2010, enquanto a produção de leite em pó desnatado e manteiga deverá declinar, retornando aos níveis de 2007. Ao mesmo tempo, o consumo de queijos na UE deverá crescer novamente em 2010, acompanhando o crescimento na produção.
Em 2010, segundo o relatório, analistas esperam um aumento gradual no consumo doméstico devido à melhora na crise econômica e ao aumento dos preços mundiais das commodities lácteas.
A reportagem é do Flexnews, com base em dados do Governo dos EUA, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.