Notícias 18.03.09

Medidas/RS – O governo estadual anunciou ontem uma série de medidas para o setor primário. Um dos anúncios é a manutenção do crédito presumido de ICMS concedido a laticínios do Estado que utilizam embalagens de estabelecimentos do Estado. O benefício está condicionado à compra de leite de gaúchos. A concessão do crédito presumido vale até 1º de maio. Segundo o diretor da Receita Estadual, Júlio César Grazziotin, a ampliação da medida é exígua justamente para forçar a instalação de, pelo menos, centros de distribuição no Rio Grande do Sul, o que já resultaria na arrecadação de imposto ao Estado. (Correio do Povo/RS)

Balde Cheio/MT – O Projeto “Balde Cheio” da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, SP, chegará este ano ao Mato Grosso, em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, situada em Dourados, MS. O projeto é um trabalho de pesquisa e de transferência de tecnologia, dirigido a produtores familiares de leite, hoje presente em 2.200 propriedades, em quase 400 municípios, de 12 estados brasileiros. Segundo o chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas, o Mato Grosso deseja aumentar sua produção leiteira em pequenas propriedades. A meta é saltar de 1,6 milhão de litro/dia para 5 milhões. O trabalho das duas unidades da Embrapa contará com o apoio financeiro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Governo de Mato Grosso, que arcarão com a maior parte dos custos. Também serão parceiros as prefeituras, cooperativas, associações rurais, sindicatos rurais e a Famato – Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso. (Globo Rural)

Serlac – A Serlac, trading do laticínio Itambé, acaba de conquistar cerca de 20 novos clientes nos países do Oriente Médio e Norte da África. A empresa, que já vende para Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Bahrein, Omã, Argélia, Tunísia, Egito e Sudão, fechou novos negócios durante e após a participação em duas feiras: a Feira Internacional de Cartum, no Sudão, e a Gulfood. Atualmente, os países árabes adquirem 10% das 8 mil toneladas mensais exportadas pela companhia, e a expectativa é chegar a 18% ainda este ano. (ANBA)

Exportações/AR – A situação por que atravessa o setor leiteiro argentino fica demonstrado nos números: janeiro de 2009 foi 25,2% menor que em janeiro de 2008 em volume, e 53,3% em valores. Se for comparado com dezembro de 2008, foi registrado uma queda de 25,6% em volume e 37,6% em valores. A queda dos preços internacionais, somado à queda da demanda mundial fazem um coquetel muito perigoso para o futuro da cadeia láctea, que se encontra em pleno debate pelo preço da matéria prima. O que mais preocupa é a imensa queda na exportação de queijos, tendo em vista ser o produto de melhor valor agregado da cadeia, e alcança melhores preços. Se bem que em relação ao mês anterior melhorou sensivelmente, em janeiro de 2009 foram exportadas pouco menos de 2.000 toneladas a um valor de 7 milhões de dólares, aproximadamente. Isto representa 52% menos em volume, com relação a 2008 e uma impressionante queda de 62% em divisas. (Infortambo)

Nestlé/Chile – A Nestlé anunciou um plano de reduzir 60% das importações de leite desnatado, priorizando o mercado chileno como fonte de abastecimento. A medida é adotada em meio à luta entre produtores de leite e indústria láctea. A Nestlé descartou que a sua decisão vise livrar-se de responder à ação movida contra as indústrias, no Tribunal de Concorrência chileno. De acordo com o gerente, Claudio Sarah, “assumimos o compromisso com os produtores e entidades de reduzir ao mínimo as importações”. E ao detalhar as medidas diz que embora possa parecer contra producente do ponto de vista comercial, é preciso ter uma visão de longo prazo, preservando a base de produção. Sarah explicou que as importações cairão de 5.600 toneladas de 2008, para 2.300 toneladas. (Infortambo)

Uruguai – O preço internacional do leite melhorou 16,5% na última licitação da Fonterra. A novidade melhora as expectativas de preços para os próximos negócios das indústrias lácteas uruguaias, mas os empresários pedem cautela. A indústria láctea Uruguai fixa os preços domésticos tomando como referência os preços da Oceania. A Conaprole convocou a imprensa especializada para anunciar novos preços aos seus fornecedores, com as boas notícias vindas da Nova Zelândia. A notícia gerou alvoroço entre os diretores da cooperativa uruguaia, porque o preço da Fonterra é referência para o leite em pó nacional que vai para o mercado global e representou um alívio sobre a pressão do mercado que vinha em declínio desde agosto de 2008. Muitos começam a crer que o pior já passou. Mas, deve-se esperar dois ou três meses para verificar se os preços se consolidam. (Ultimas Noticias)

Negócios

Papelão – As vendas de papelão ondulado foram de 157,9 mil toneladas em fevereiro, queda de 2,0% ante janeiro de 2009, quando somaram 161,2 mil toneladas. O volume do mês passado também foi 9,6% menor em relação a fevereiro de 2008, quando foram comercializadas 174,8 mil toneladas. No primeiro bimestre deste ano, as vendas acumularam alta de 319,2 mil toneladas, ante 354,2 mil toneladas em igual período de 2008. “Os três dias úteis a menos em fevereiro influenciaram negativamente nossas entregas. A média diária foi melhor que a do mês de janeiro”, afirmou Paulo Sérgio Peres, presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), em nota. (Gazeta Mercantil)

Mix – O Wal-Mart planeja começar a vender mais de 80 novos produtos de marca própria, incluindo iogurte de morango e pizza, para atrair consumidores que buscam preços mais baixos, segundo informações da Bloomberg. (Valor Econômico)

Joint venture – Shefa e a NovAmérica formalizaram uma joint venture que será responsável por gerir os produtos da linha Fast Fruit. A Shefa iniciou o processo de expansão em 2003 e atualmente produz cerca de um milhão de litros de bebidas por mês, entre chás e produtos derivados do leite. A NovAmérica é líder no mercado nacional de açúcar no segmento de varejo e atua ainda no setor de agro energia, comercialização de laranja in natura, suco de laranja concentrado e açúcar industrial. (Gazeta Mercantil)

Setoriais

PIB/MG – O PIB agropecuário mineiro cresceu 14,8% no ano passado, apesar da forte crise financeira no último trimestre. Os dados são do Cepea e mostram que o agronegócio mineiro subiu para R$ 90,5 bilhões. Mas o secretário de Agricultura mineiro, Gilman Viana, diz que todo o agronegócio já sente os efeitos da crise. Na agricultura, o maior baque foi sentido pelo café e pela cana-de-açúcar; na pecuária, pela carne bovina e pelo leite. (Folha de SP)

Agronegócio – O saldo comercial do agronegócio paulista aumentou 1,9% no primeiro bimestre de 2009, para US$ 1,08 bilhão, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura. As importações apresentaram maior queda (31,5%, para US$ 870 milhões) do que as exportações (menos 16,3%, para US$ 1,95 bilhão). (Valor Econômico)

Fosfertil – A queda de 24% nas vendas da Fosfertil no último trimestre de 2008 até culminou em um estoque de passagem consideravelmente maior que o do ano anterior, mas não foi suficiente para abalar a saúde financeira da empresa, única do setor a apresentar balanço anual positivo. Maior fornecedora brasileira de matérias-primas fertilizantes, a empresa registrou em 2008 faturamento bruto de R$ 3,7 bilhões, montante 39% superior ao apurado no ano anterior. O lucro líquido consolidado foi de R$ 773 milhões, ante os R$ 444 milhões de 2007, crescimento de 74%. O ebitda foi de R$ 1,5 bilhão, quase o dobro do ano anterior, R$ 730 milhões, e correspondente a 42,5% sobre a receita líquida. (Gazeta Mercantil)

Economia

Emprego – Depois de três meses consecutivos em declínio, o Brasil voltou a registrar saldo positivo na criação de empregos com registro em carteira em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta manhã pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. No mês passado, foram geradas 9,179 mil vagas de trabalho. Apesar de tradicionalmente este período apresentar uma melhora, esse é o pior resultado para o mês de fevereiro desde 1999 (perda de 78.030 postos). Em janeiro, as demissões atingiram 101 mil e em dezembro, quando os efeitos da crise mundial afetaram mais fortemente o Brasil, as demissões atingiram 650 mil trabalhadores. Em fevereiro de 2008 – ano que começou com a promessa de ser o melhor na história do emprego formal -, o mercado gerou 204.963 postos com carteira assinada. Nos anos anteriores, o número de vagas criadas em fevereiro tem ficado acima de 100 mil, em média. (Gazeta Mercantil)

Crise – A crise financeira já pode ser medida também pela queda da arrecadação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) pelos Estados, principal fonte de recursos das unidades da federação, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem. De acordo com os dados compilados pela entidade, ”os efeitos negativos da crise se fizeram sentir a partir do mês de outubro de 2008”. O número de Estados com redução na arrecadação do imposto foi de nove em outubro, 12 em novembro e 16 em dezembro. O levantamento, porém, não cita o valor médio da redução. Apesar das reduções, a evolução anual de arrecadação ficou em 17,21% no ano passado. A queda ocorre porque o consumo por parte das famílias está menor – seja pelo temor da instabilidade ou pela perda do emprego -, e consequentemente com menos vendas, menos impostos são arrecadados. (Folhapress)

Globalização e Mercosul

Alimentos  – A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou em relatório divulgado nesta terça, dia 17, que a redução das barreiras para a troca comercial de produtos agrícolas e um apoio determinado ao setor são essenciais para a segurança alimentar dos países emergentes. No documento, a organização analisa as medidas de sete países emergentes entre 2006 e 2008 para atenuar a carga dos consumidores e assegurar o abastecimento de produtos alimentícios, em um entorno (retorno) de instabilidade de preços. As ajudas públicas ao setor nessas economias emergentes foram inferiores a 26% de média nos seguintes membros da OCDE: Chile (4%); Brasil e África do Sul (6%), China e Ucrânia (9%), e Rússia (14%). As autoridades indianas não forneceram seus dados. Entre 1997 e 2007, estes seis países registraram diferentes evoluções, já que Chile, China e África do Sul aumentaram sua proteção, o Brasil a manteve, enquanto Rússia e Ucrânia reduziram as ajudas à agricultura, apesar de sempre se caracterizarem por ter as taxas mais elevadas do grupo. As iniciativas mais adotadas por estas economias no período estudado foram a redução ou suspensão dos direitos de importação sobre os produtos alimentícios e a imposição de barreiras à exportação. No entanto, os autores do relatório reconheceram que estes obstáculos não favorecem a segurança alimentar, além de prejudicar agricultores nacionais e, por extensão, os parceiros comerciais, que dependem das importações. (EFE)

Argentina  – O governo argentino e os ruralistas novamente não conseguiram superar o impasse nas negociações e nenhum progresso foi feito nas principais questões que afetam o setor, disseram os líderes das quatro principais entidades rurais do país ao fim da quarta reunião entre as partes, realizada ontem. O governo esteve representado pela ministra de Produção, Débora Giorgi, e o ministro do Interior, Florêncio Randazzo. O presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, disse que, sem avanços nas “retenciones” (como são chamados os impostos sobre a exportação), os ruralista se declararam em “alerta e mobilização”, de acordo com o jornal argentino Clarín. Os temas sem acordo terão de ser buscados no Congresso, acrescentou Buzzi. Com o impasse, os ruralistas lançaram um “plano de luta”, com mobilização nacional para pressionar o Congresso argentino a aprovar um projeto com objetivo de remover do poder executivo o manejo dos direitos de exportação, informa o site do jornal Âmbito Financiero. O governo argentino tem feito um número de concessões com relação as exportações agrícolas e subsídios, mas tem se recusado a aceitar a principal demanda dos fazendeiros para reduzir os impostos sobre a exportação de grãos. Os fazendeiros pressionam o Congresso para reduzir esses impostos, mas não parece provável que sejam capazes de reunir os votos necessários neste ponto. (Agência Estado)

Agricultura/UE – Os preços de produtos agrícolas na União Europeia (UE) continuarão pressionados para baixo no curto prazo, mas irão se recuperar por volta de 2015, diz relatório da Comissão Europeia. Os preços de vários produtos, incluindo milho, carne suína e leite, caíram acentuadamente desde que atingiram máximas recordes na primeira metade de 2008, e a demanda por cereais não irá se recuperar no curto prazo. Mas a produção de biocombustíveis e a demanda global por alimentos manterão os preços dos cereais no médio prazo em níveis acima dos da década passada. O consumo de carne diminuiu 2,2% na UE em 2008 por causa dos preços elevados, e até 2015, os europeus devem consumir mais carne suína e de frango, enquanto a carne bovina deve cair 0,8%. Além disso, a crise econômica pode reduzir a produção no setor de produtos lácteos, embora ele também deva se recuperar por volta de 2015. (Agência Estado)

RS CONCEDE BENEFÍCIO FISCAL A QUATRO CADEIAS PRODUTIVAS  

As cadeias produtivas de leite, feijão, trigo e biodiesel serão beneficiadas por alterações no regulamento do ICMS, autorizadas por quatro decretos assinados pela governadora Yeda Crusius, com a finalidade de estimular a produção e a economia do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito no final da tarde desta terça-feira (17), no Palácio Piratini, pelo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, e o secretário da Fazenda, Ricardo Englert, acompanhados de deputados da base aliada do governo na Assembleia Legislativa.

Um dos decretos reduz de 12% para 7% a alíquota de ICMS sobre o feijão nas vendas para outros estados e iguala a tributação da cesta básica para as operações internas. A medida incentiva a produção da leguminosa no Estado. Outro decreto condiciona a utilização do crédito fiscal presumido de ICMS concedido aos estabelecimentos gaúchos fabricantes de leite, queijos e óleo butírico de manteiga à aquisição do leite in natura de produtores do Rio Grande do Sul. Também prorroga, até 1º de maio deste ano, a exigência do uso de embalagens adquiridas de indústrias do Rio Grande do Sul para que o benefício seja usufruído.

A produção de biodiesel fica contemplada por decreto – através da regulamentação da lei 13.057, de 30 de outubro de 2008 – alterando a Lei do ICMS, que inclui na relação de mercadorias sujeitas ao diferimento do imposto devido as operações entre contribuintes localizados no Estado envolvendo grãos de canola e de mamona destinados a indústrias produtoras de biodiesel. No caso do trigo, fica prorrogada, até 30 de junho, a redução da base de cálculo do ICMS de 12% para 2%, incidente sobre o produto nas saídas destinadas a contribuintes localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Englert anunciou que nos próximos dias deverá ser publicada instrução normativa da Receita Estadual reduzindo o preço de referência do feijão, o que terá como consequência a redução de ICMS sobre o produto. Destacou, ainda, que as medidas decretadas pela governadora Yeda Crusius têm por objetivo estimular as cadeias produtivas do Estado, possibilitando maior competitividade à agroindústria e gerando impactos positivos na economia gaúcha.

As informações são do Governo do RS.

Associação das Pequenas e
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