Notícias 16.03.2010

Lançamento – O Laticínios Bela Vista lança sexta-feira, dia 19, a partir das 9h30, o Programa Piracanjuba Pró-Campo, no Centro de Apoio Técnico aos Produtores de Leite Piracanjuba, localizado em propriedade rural, em Bela Vista de Goiás. (O Popular/GO)

Importações – Os números preliminares da média diária de março de 2010 das importações de leite e derivados, em dólar, são 1,83% menores que a média de fevereiro de 2010. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar. (www.terraviva.com.br)

 

 

Análises – A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) pode votar nesta terça-feira (16) o PLS 86/08, do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que obriga as empresas de laticínios a divulgar na internet os resultados das análises laboratoriais de seus produtos feitas nos últimos cinco anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura. O projeto já foi aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, cujo relator, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), deu voto favorável, com uma emenda: a obrigação será apenas das indústrias com página eletrônica, que são 46% do total do setor. Se for aprovado pela CRA, o projeto segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá decisão terminativa. (Agência Senado)

Laep – A associação operacional com a GP Investimentos ainda não é a solução definitiva para os problemas da Laep, controladora da Parmalat. Na noite de domingo, o Leitbom (laticínio da GP) fechou um acordo com duas empresas da Laep para comprar matéria-prima, fabricar e distribuir em conjunto. Não se trata, por enquanto, de uma fusão. Com essa parceria, o empresário Marcus Elias, controlador da Laep, pode melhorar a deficitária distribuição dos seus produtos e aumentar a eficiência das suas fábricas, hoje ociosas. Mas ele ainda precisa encontrar uma saída para os ativos da Parmalat, que não foram incluídos no acordo com a GP, e resolver uma briga na Justiça com 250 produtores de Goiás. Desde o começo deste ano, o grupo cobra uma dívida de R$ 3,5 milhões. Na manhã de ontem, alguns desses produtores iniciaram um protesto em frente à fábrica da Parmalat de Santa Helena de Goiás, bloqueando a entrada com suas caminhonetes. (O Estado de SP)

Acordo – O acordo com a GP incluiu duas fábricas em São Paulo e uma em Minas Gerais, que pertencem a os laticínios Glória e Ibituruna. Mas deixou de fora justamente as fábricas onde a Laep tem problemas com produtores – além de Santa Helena, a Parmalat também enfrenta dificuldades em Itaperuna, no Rio de Janeiro. Na região, a empresa perdeu dois de seus principais fornecedores depois de ter atrasado pagamentos. Sem tradição no setor, Elias sempre teve a intenção de vender os laticínios em algum momento. O problema é que, se desfazer os ativos da Parmalat, que ficaram de fora do acordo, não será uma tarefa simples. Como a empresa está em recuperação judicial, qualquer negociação de seus ativos depende de autorização de Justiça. A Parmalat ainda tem dívida de R$ 40 milhões sujeita à recuperação judicial. (O Estado de SP)

Propaganda – Ainda não há regulamentação no País sobre a propaganda dirigida ao público infantil – inclusive para a internet. Em 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) propôs, por meio de consult a pública, restrições de horários para comerciais de alimentos com altos teores de açúcar, gorduras e sódio e de bebidas de baixo teor nutricional. A proibição de anúncios desses produtos em programas para crianças também foi discutida. Mas, há pouco mais de uma semana, a agência abrandou as regras. O objetivo agora é fazer normas gerais para alertar sobre os riscos desses produtos, sem focar especificamente no público infantil. A mudança decorre do fracasso da agência em tentar outras restrições, como, por exemplo, ao horário para a propaganda de cerveja. (O Estado de SP)

Tecnologia – A maior utilização de tecnologia está contribuindo para aumentar a rentabilidade dos pecuaristas de leite de Minas Gerais em até 20%. Segundo especialistas do segmento, as principais medidas adotadas são a refrigeração imediata do produto, maior cuidado com a higiene na hora da ordenha e balanceamento da alimentação, que promovem o aumento da produti vidade. A refrigeração imediata do produto, que é altamente perecível, prolonga o período de sanidade do leite e reduz a proliferação de bactérias. Além disso, o prazo para que chegue às plataformas industriais aumenta de duas horas após a coleta para 48 horas. De acordo com o diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Laticínio do Estado de Minas Gerais (Silemg-MG), Celso Costa Moreira, a refrigeração do leite na fazenda reduz em até 50% os custos com transporte e logística. (Diário do Comércio/MG)

 

Negócios

Orgânicos – O setor brasileiro de alimentos orgânicos quer aproveitar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2 016 para ampliar o mercado. Ingo Plöger, presidente da IP Consultoria, diz que é possível duplicar ou até triplicar as vendas, que hoje somam US$ 400 milhões (consumo interno e exportação). Plöger diz que pode haver migração de produtores para a cultura orgânica em busca de mercado diferenciado, maior valor agregado e menos competição. Mas reconhece que ainda falta divulgação para motivar produtores e consumidores. (Folha de SP)

 

Setoriais

Processos – A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural instala na quarta-feira (17) subcomissão especial que acompanhará os processos de fusão entre Perdigão e Sadia; JBS e Bertim; e Marfrig e Seara. O objetivo é avaliar a necessidade de mudanças na legislação atual sobre fusões de empresas. O objetivo inicial da subcomissão, proposta pelo deputado Assis do Couto (PT-PR), era avaliar o processo de fusão da Sadia e Perdigão, formalizado em 2009. Com as novas fusões anunciadas posteriormente, a Comissão de Agricultura decidiu ampliar os objetivos da subcomissão. Os processos de fusão ainda estão em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até a decisão final, as estruturas das empresas continuarão funcionando de maneira independente. (Agência Câmara)

Sanidade – A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realiza audiência pública nesta quarta-feira (17) para discutir o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A reunião foi proposta pelo deputado Assis do Couto (PT-PR). Criado em 1991, o Suasa pretende facilitar o sistema de inspeção de produtos de origem animal e vegetal. Além disso, define que a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem vegetal e animal e dos insumos agropecuários será realizada por métodos universalizados e aplicados igualmente em todos os estabelecimentos vistoriados. Segundo o deputado, apesar da regulamentação, a implantação do sistema não ocorreu em grande parte do País. Couto ainda lembra da discussão sobre o novo Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal (Riispoa), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que poderá conter normas divergentes do Suasa. (Agência Câmara)

Adubos – A importação de adubos é menor neste mês do que em fevereiro. Segundo a Secex, os gastos médios de março recuaram para US$ 8,4 milhões por dia útil, 36% abaixo dos de fevereiro, mas ainda 242% acima dos de março de 2009. (Folha de SP)

 

Economia

Balança – A balança comercial brasileira, na segunda semana de março, registrou um superávit de US$ 82 milhões, resultado de US$ 3,423 bilhões em exportações (média diária de US$ 684,6 milhões) e de US$ US$ 3,341 bilhões em importações (média diária de 668,2 milhões). Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O superávit acumulado no mês de março é de US$ 582 milhões. No ano, a balança acumula um superávit de US$ 809 milhões. Já a corre nte de comércio (soma dos valores exportados e importados) do período foi de US$ 6,764 bilhões. (América Economia)

IPCA – O mercado financeiro voltou a elevar a projeção para a inflação em 2010. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central (BC), a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano passou de 4,99% para 5,03%. Com isso, a inflação prevista se distanciou ainda mais do centro da meta do governo para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2011 subiu de 4,50% para 4,60%. Já a estimativa para a inflação de março subiu de 0,36% para 0,40% e, para a taxa de abril, de 0,35% para 0,38%. O dado do IPCA de março deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 8 de abril. (América Economia)

IPC-S – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal da semana encerra da na segunda-feira (15) avançou 0,05 ponto percentual e ficou em 0,93%. Segundo divulgou a Fundação Getúlio Vargas nesta terça-feira (16), Alimentos e Vestuário responderam pela aceleração do indicador. No grupo Alimentação, cuja taxa passou de 1,95% para 2,42%, foram os alimentos in natura os principais “vilões” dos preços: Hortaliças e Legumes (8,19% para 10,69%) e Frutas (2,84% para 3,36%). Já no grupo Vestuário, por conta da chegada da coleção outono-inverno, a variação média do item Roupas, passou de -1,14% para -0,36%. Por outro lado, os preços subiram menos que na semana passada em grupos como Transportes (1,38% para 0,79%), Habitação (0,34% para 0,30%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,39%), Educação, Leitura e Recreação (0,07% para -0,02%) e Despesas Diversas (0,42% para 0,20%). (G1)

Globalização e Mercosul

Alimenta ção I – A falta de estudos científicos que comprovem a eficiência dos alimentos industrializados que prometem inúmeros benefícios, como margarinas vitaminadas, leites com ômega 3, entre outros, fez a EFSA (European Food Safety Authority) realizar um estudo sobre a eficácia dos mesmos. Segundo o relatório, 80% dos benefícios apontados pelos fabricantes que foram examinados não apontaram, até o momento, evidências suficientes de que trazem o prometido. O estudo da agência reguladora de alimentos na Europa foi iniciado há pouco mais de dois anos. (Agência Graffo)

Alimentação II – No trabalho, os países que fazem parte da comunidade europeia encaminharam mais de 44 mil promessas de benefícios à saúde, que estavam em aproximadamente 4 mil produtos. Em metade dos casos, os documentos foram devolvidos aos países por falta de dados. Das alegações restantes, cerca de mil já foram avaliadas e a maioria ainda não convenceu os especialist as. Entre os produtos analisados de forma positiva estão alimentos industrializados que levam vitaminas e minerais. Já os que não obtiveram os benefícios prometidos estão, entre eles, os que continham antioxidantes e os derivados do leite que teriam bactérias com probióticos benéficos ao intestino. (Agência Graffo)

Retaliação – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) iniciou ontem consulta pública sobre medidas de suspensão de concessões ou obrigações relativas aos direitos de propriedade intelectual em relação aos Estados Unidos. Constam na lista direitos de patentes de medicamentos veterinários, de produtos químicos agrícolas e de cultivares. As medidas são adicionais às previstas na resolução da Camex n 15, adotadas pelo Brasil em resposta à manutenção de subsídios ao algodão norte-americano. A consulta fica aberta por 20 dias, conforme a resolução n 16, publicada no Diário Oficial de ontem. (Correio do Povo/RS)

Certificação – O chefe da Missão do Escritório de Alimentação e Veterinária da União Europeia (FVO, sigla em inglês), Joergen Alveen, disse ontem que as visitas feitas a fazendas e frigoríficos brasileiros desde o início do mês mostram que o sistema de certificação sanitária brasileiro “dá garantias quanto ao registro, controle, identificação e inspeção dos animais e seus produtos”. Em nota, o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, disse que a avaliação europeia mostra o restabelecimento da confiança no sistema brasileiro de certificação. (Valor Econômico)

Calorias – Comer devagar, mastigando bem os alimentos, pode encorajar as pessoas a consumir menos calorias, de acordo com uma recente pesquisa publicada nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que, quando 30 mulheres jovens comiam massa com tomate e queijo mais lentamente, mastigando cuidadosamente, elas consumiam 70 calorias a menos , além de se sentirem mais satisfeitas após a refeição. Acredita-se que isso acontece porque uma refeição mais lenta permite que o organismo humano dê os sinais naturais de sociedade, como distensão do estômago e mudanças nos hormônios associados ao apetite. Esses sinais, alertam o organismo sobre a hora certa para se interromper o ato de comer. Os pesquisadores ressaltaram, no entanto, que é necessário fazer estudos semelhantes com homens e adultos obesos para uma comparação de resultados. (Portal Uai)

Laep busca saída para ativos da Parmalat

A associação operacional com a GP Investimentos ainda não é a solução definitiva para os problemas da Laep, controladora da Parmalat. Na noite de domingo (14), o Leitbom (laticínio da GP) fechou um acordo com duas empresas da Laep para comprar matéria-prima, fabricar e distribuir em conjunto. Não se trata, por enquanto, de uma fusão.

Com essa parceria, o empresário Marcus Elias, controlador da Laep, pode melhorar a deficitária distribuição do seus produtos e aumentar a eficiência das suas fábricas, hoje ociosas. Mas ele ainda precisa encontrar uma saída para os ativos da Parmalat, que não foram incluídos no acordo com a GP, e resolver uma briga na Justiça com 250 produtores de Goiás. Desde o começo deste ano, o grupo cobra uma dívida de R$ 3,5 milhões à Parmalat.

O acordo com a GP incluiu duas fábricas em São Paulo e uma em Minas Gerais, que pertencem aos laticínios Glória e Ibituruna. Mas deixou de fora justamente as fábricas onde a Laep tem problemas com produtores – além de Santa Helena, Goiás, a Parmalat também enfrenta dificuldades em Itaperuna, no Rio de Janeiro.

O problema, para Marcus Elias, é se desfazer dos ativos da Parmalat, que ficaram de fora do acordo, e segundo o mesmo não será uma tarefa simples. Como a empresa está em recuperação judicial, qualquer negociação de seus ativos depende de autorização de Justiça. A Parmalat ainda tem dívida de R$ 40 milhões sujeita à recuperação judicial.

Como a associação não envolveu dinheiro nem troca de ações, é muito mais fácil de ser rompida. A parceria é encarada como ensaio para uma possível fusão no futuro. “Por enquanto, é um treino. Se der certo, vai virar uma empresa só”, disse uma fonte ligada à GP.

Consolidação do setor

Alguns analistas acreditam que as aquisições da GP não devem parar por aí. Hoje, a Leitbom, sua controlada, tem em mãos marcas fortes, como a Poços de Caldas, e a opção de uso da marca Paulista e da Parmalat, pelo menos até 2017, quando o contrato de licenciamento terá que ser renegociado com a Parmalat na Itália. Para esses analistas, a empresa deve injetar dinheiro no negócio – como o fez em outros segmentos – para promover um crescimento rápido e abrir o capital da empresa para financiar uma expansão ainda mais vigorosa. Mas outros especialistas no segmento de leite não descartam que a GP busca fazer a Leitbom ganhar músculo para vendê-la no futuro.

Outro consenso entre analistas é que a consolidação deve continuar este ano depois dos grandes negócios, como a compra da Eleva pela então Perdigão em 2007 e da Vigor pela Bertin, no mesmo ano. Um possível consolidador é a JBS, que chegou a conversar com a Laep e com a mineira Itambé nos últimos meses. A empresa entrou no leite com a compra da Bertin e admite que quer crescer em lácteos.

No mercado a reação foi positiva para os papéis da Laep, as units (ativos compostos por mais de uma classe de valores imobiliários, como uma ação ordinária e um bônus) chegaram a subir 20,6%, mas fecharam com alta de 4,84%, a R$ 1,73. O giro foi de R$ 357 milhões.

As informações são dos jornais O Estado de São Paulo e Valor Econômico

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