Notícias 16.01.09

Lácteos UE – O mercado lácteo internacional não variou muito no último mês. Continua sendo volátil e as pressões de baixa são menores. As perspectivas econômicas não incentivam muito em conseqüência da crise financeira e o medo da recessão. Assim, a oferta e a demanda procuram um equilíbrio. A menor demanda dos consumidores está reduzindo o crescimento das importações em toda parte. Ademais a queda do dólar, diante do euro, deteriora a posição exportadora da UE. (Agrodigital/UE)

Preços – A Comissária da Agricultura, Mariann Fischer Boel declarou que a acentuada queda dos preços do leite durante os últimos meses surpreendeu. Depois da alta sem precedentes em 2007 e princípios de 2008, a situação do mercado lácteo se inverteu completamente. Com uma oferta crescente no mercado mundial e uma demanda menor no mercado interno, os preços foram reduzidos até alcançar os níveis de intervenção. (Comissão Européia )

Restituições – Na semana que vem começam as restituições por exportação de manteiga, queijo e leite em pó integral e desnatado, suspensas em junho de 2007, quando iniciou um período contínuo de preços altos no mercado mundial. Os preços do mercado mundial agora são inferiores aos preços de intervenção e do mercado da UE. Os exportadores já não são capazes de competir, principalmente em conseqüência da crise financeira e de créditos. As restituições estarão dentro das normas da OMC. (Comissão Européia)

Compras – As compras de intervenção serão iniciadas em 01 de março, e a produção de fevereiro já poderá se beneficiar delas. Está prevista uma compra inicial de 30.000 toneladas de manteiga e 109.000 toneladas de leite em pó desnatado. Mas, se houver necessidade poderá haver compras além desse limite, a preços fixados quinzenalmente, e mediante licitações. As compras de intervenção estarão em vigor até o final de agosto. (Comissão Européia)

Negócios

Carrefour – As vendas da varejista francesa Carrefour no Brasil no quarto trimestre de 2008 avançaram 15,9%, para 2,095 bilhões (US$ 2,753 bilhões). Em 2008, as vendas cresceram 26,6%, para 8,396 bilhões (US$ 11,033 bilhões). O grupo afirmou que todos os formatos de lojas tiveram bom desempenho, especialmente a rede Atacadão. (O Estado de SP)

 

Setoriais

Safra – Estimativas de safra divulgadas ontem para o Rio Grande do Sul indicam novas quebras. Devido à seca, os gaúchos deixam de produzir cerca de 1 milhão de toneladas de milho. Os paranaenses já haviam divulgado perda de 2,7 milhões de toneladas com o produto. No caso da soja, a perda dos gaúchos pode ser pequena, se a situação das chuvas se normalizar, segundo a Emater. Já no Paraná, a perda atingirá 2,6 milhões de toneladas em relação às estimativas iniciais, na avaliação do Deral. A safra gaúcha de soja está estimada em 7,7 milhões de toneladas até o momento. Já a paranaense, prevista inicialmente em 12,8 milhões de toneladas, pode recuar para um volume próximo de 10 milhões (Folha de SP)

Proagro – A demanda por recursos do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) quadruplicou no segundo semestre de 2008 e novos pedidos não param de chegar às entidades que realizam as vistorias. No entanto, a burocracia impede que os produtores recebam o seguro antes da finalização da colheita, o que poderá comprometer as safras futuras. De acordo com informações do Banco do Brasil (BB), o número de pedidos pelo Proagro nos últimos seis meses de 2008 foi de 16.521, muito superior às 3.561 solicitações registradas no mesmo período do ano anterior. (DCI/Ultimas Noticias)

Proagro/RS – Segundo dados da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), até ontem o total de pedidos feitos neste ano foi de 6.894. “Quase tudo para o milho e um pouco de feijão. Ainda não há registros de soja porque é cedo, mas as perdas com o milho são irreversíveis”, afirma Mario Augusto Ribas do Nascimento, presidente do Emater/RS. Segundo ele, o mês de fevereiro poderá ser mais crítico para a soja caso o nível das chuvas fique muito abaixo do normal. Em Santa Catarina a situação não é diferente, seja por conta do excesso de chuvas ou da seca, produtores de diferentes regiões do estado reivindicam o Proagro. (DCI/Ultimas Noticias)

Milho – Em decorrência dos impactos da estiagem, os preços do milho nos mercados interno e externo voltaram a subir expressivamente neste início de ano. De acordo com pesquisas do Cepea. Entre 5 e 12 de janeiro, o indicador de preços Esalq/BM&F Bovespa subiu 13%. O inesperado aumento das exportações em dezembro ajudou a reduzir os estoques e alavancar os preços. “Em valores nominais a alta de janeiro é de 9,2%, sendo que a última havia sido em maio de 2008”, diz Lucilio Alves, pesquisador do Cepea. Segundo ele o preço deve permanecer estável, em patamares elevados, até a definição da safrinha. (DCI/Ultimas Noticias)

 

Economia

Varejo – As vendas do comércio varejista caíram 0,7% em novembro de 2008, ante outubro, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. Na comparação com novembro de 2007, as vendas aumentaram 5,1%. As vendas do varejo acumularam alta de 9,8% de janeiro a novembro de 2008 e o mesmo porcentual no acumulado de 12 meses. O IBGE divulgou também uma revisão no resultado das vendas do comércio varejista em outubro ante setembro de 2008, de queda de 0,3% apresentada anteriormente para queda de 0,9%. Os técnicos do instituto explicam que a mudança resultou da introdução de novos dados na série com ajuste sazonal, de acordo com a metodologia utilizada na pesquisa. (Agência Estado)

Exportações – O Brasil deve exportar 20% menos em 2009 do que no ano passado, segundo previsão do Ministério do Desenvolvimento, passando de US$ 198 bilhões em 2008 para US$ 158 bilhões. O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, disse que esta é a pior estimativa do governo para o ano corrente. Caso as vendas ao exterior confirmem a previsão, essa seria a primeira redução desde 1999. O cenário mais otimista que o governo prevê é de crescimento de 2% nas exportações, para US$ 202 bilhões. As estimativas do governo levaram em conta o preço dos produtos básicos e a recessão nos países desenvolvidos e na China. (Correio da Bahia)

Crise – A classe média, que recebeu pouca pressão nos preços dos produtos consumidos nos últimos anos, deverá ser uma das mais afetadas a partir de agora, com a chegada da crise. De um lado virão as perdas de emprego e de renda; de outro, os novos produtos inseridos no dia-a-dia dos consumidores dessa classe são os que devem registrar as maiores altas. A perda da classe média será acentuada devido à mudança de hábitos de consumo nos últimos anos, conforme constatou a OEB (Ordem dos Economistas do Brasil) na atualização da estrutura de ponderação de preços e serviços do Índice de Custo de Vida da Classe Média da cidade de São Paulo.  Juarez Rizzieri, membro do conselho da OEB, diz que exatamente essas mudanças de consumo é que vão provocar, agora, maior peso no bolso dos consumidores. Alguns dos produtos que mais pesavam no passado, como alimentos, hoje têm menor importância na grade de custos. O grupo alimentação é o de maior peso para esses consumidores, que chegam a despender R$ 37,60 de cada R$ 100 gastos apenas com esse item, conforme dados do Dieese. (Folha de SP)

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,69 por cento na segunda leitura de janeiro, praticamente repetindo a variação registrada na primeira prévia, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira. Na leitura anterior, a inflação pelo IPC-S tinha sido de 0,68 por cento. Apresentaram aceleração os preços dos grupos Educação, leitura e recreação (que subiram 1,83 por cento na segunda prévia ante 0,84 por cento na primeira) e Transportes (com alta de 0,89 por cento após 0,82 por cento na leitura inicial do mês). Por outro lado, os grupos Alimentação e Vestuário tiveram o maior recuo de preços. (Reuters)

 

Globalização e Mercosul

Crescimento – A economia brasileira deverá crescer apenas 0,5% em 2009, segundo apontou um relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU). O resultado é considerado positivo, considerando que outros países em crescimento terão retração, como por exemplo o México (-1,2%). As previsões da ONU diferem daquelas divulgadas pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal) e apontam crescimento em toda região de 2,3% – em 2008, este número foi de 4,3%. ‘A América Latina vai desacelerar significativamente em 2009. Ninguém vai escapar desta crise’, disse em coletiva à imprensa Robert Vos, diretor do departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. (Correio da Bahia)

Brasil/Árabe – A valorização do dólar nos últimos meses deverá impulsionar o volume dos negócios com produtos agropecuários entre o Brasil e os países árabes em 2009. Mesmo após o agravamento da crise, no segundo semestre de 2008, as exportações para os países árabes continuaram em expansão e fecharam acima das expectativas. O crescimento no terceiro trimestre também pode ser atribuído ao direcionamento dos produtos que deixaram de ser consumidos nos mercados europeu e americano, os que mais foram prejudicados com a crise. (Gazeta Mercantil)

Argentina – Poucas semanas depois de avisarem o governo de Cristina Fernández Kirschner que não iriam mais causar tumultos e que esperavam ajuda oficial para enfrentar os efeitos da rigorosa seca que atinge os países do sul da América do Sul, os agricultores argentinos bloquearam ontem uma estrada em protesto contra a política agropecuária do governo. A presidente da Argentina lançou na quarta-feira um plano de créditos baratos e outros benefícios. Muitos agricultores porém consideraram que as medidas são insuficientes para reverter as perdas que estão sofrendo. O setor rural, castigado nos últimos meses pela acentuada queda dos preços das commodities, enfrenta ainda uma grave seca, que já provocou grandes perdas na safra de grãos e na produção pecuária da Argentina, um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos. (Gazeta Mercantil)

Superávit – No ano em que a balança comercial brasileira teve o pior resultado desde 2002, a Venezuela ultrapassou os EUA e se tornou o país responsável pelo maior superávit bilateral, com 18% do saldo comercial de 2008. A Venezuela adquiriu US$ 5,15 bilhões do Brasil no ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Com apenas 28 milhões de habitantes, é o sexto maior comprador, ficando atrás apenas dos EUA, da China, da Argentina, da Alemanha e do Japão. O maior aumento ocorreu no setor de alimentos, com produtos como frango, carne bovina e leite em pó, que a Venezuela é obrigada a importar por causa de sua agropecuária deficiente. (Folha de SP)

Agricultura – A agricultura pode ser um grande aliado para evitar o aquecimento global. E uma forma “realista e prática” para combater a mudança climática é optar por cultivar as variedades de plantas que refletem mais a luz solar. A ideia é defendida por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, na revista científica “Current Biology”. Segundo eles, a iniciativa poderia esfriar em 1ºC a temperatura média do verão na América do Norte, na Europa e na Ásia. Pode parecer pouca coisa, mas cientistas preveem que, se houver um aumento da temperatura em mais de 2ºC, por exemplo, poderão ficar mais frequentes as secas graves, tormentas e inundações. O novo estudo afirma que a adoção de plantas mais reflexivas não prejudicaria a produção de alimentos no mundo. (Folha de SP)

Orgânicos – O salão internacional de Agricultura (SIA), que será realizado em Paris, entre os dias 21 de fevereiro a 1º de março de 2009, vai procurar responder à pergunta: “Como alimentar a humanidade bem e sempre”? O poder público quer dar um impulso à produção orgânica, para atender à demanda dos consumidores. A mensagem dos organizadores é: “Geração agricultura, produzir hoje, alimentar amanhã, respeitar sempre”. As prioridades do governo é lançar em setembro um plano para reduzir à metade “se possível” até 2018, o uso de pesticidas na França, o maior consumidor desses produtos na Europa. (Agrisalon/França)

Pesticidas – O Parlamento Europeu aprovou hoje um regulamento que proíbe a utilização de certas substâncias químicas altamente tóxicas na produção de pesticidas e obriga a que outras substâncias de risco sejam substituídas por alternativas mais seguras. Adotou em paralelo, normas que proíbem as pulverizações aéreas, prevê medidas específicas de proteção da água e define zonas onde o uso de pesticidas será reduzido ao mínimo ou mesmo proibido. (Agrodigital)

EUA: queda nos preços pode beneficiar setor alimentício

Os preços do leite vem apresentado declínio à medida que a economia global se enfraquece, oferecendo certo alívio para as companhias de alimentos que estavam enfrentando os altos custos dos lácteos. As potenciais beneficiadas com esta tendência poderão incluir processadores como Kraft Foods Inc., até usuários de queijos como a Dominos’s Pizza Inc., apesar das empresas como a Kraft estarem simultaneamente sentindo a pressão dos varejistas para reduzir o preço de alguns de seus produtos.

Os preços do leite estavam em mais de US$ 44 por 100 quilos no começo de 2008 e terminaram o ano em cerca de US$ 22 por 100 quilos, de acordo com a Western Milling Weekly Feed and Dairy Newsletter.

O analista da Stifel Nicolaus, Chris Growe, vê a Dean Foods Co. como uma das principais beneficiadas com a tendência de baixa nos custos dos lácteos. Ele recentemente aumentou suas estimativas de lucros em 2009 da Dean em 8 centavos por ação, para US$ 1,50. Ele disse que a história tem mostrado que períodos com preços menores do que a média do leite tendem a impulsionar um crescimento do volume nos processadores de lácteos como a Dean.

A Kraft Foods também é outra potencial ganhadora. Growe disse que a empresa está enfrentando uma competição acirrada na categoria de queijos. À medida que os custos dos lácteos caem, as marcas privadas ou as marcas dos varejistas cortarão seus custos e a Kraft terá que fazer o mesmo. Isso significa que a empresa poderá não ter um grande benefício em suas margens, embora os menores preços devam se refletir em maiores volumes de vendas.

A cafeteria Starbucks Corp. é outra empresa norte-americana usuária de lácteos que disse recentemente que espera que os maiores custos do café sejam compensados pelos preços mais favoráveis dos lácteos em 2009.

Eventualmente, os benefícios da queda nos preços do leite poderão chegar a outros negócios, como é o caso das pizzarias. “O queijo é o maior componente da pizza e quando os preços dos queijos caem, é positivo para nosso negócio”, disse a porta-voz da Domino’s Pizza, Lynn Liddle.

A reportagem é do Dow Jones Newswires, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.

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