Recuperação – O preço do leite pago ao produtor está em recuperação desde o mês de maio e deve continuar em elevação até julho. Em janeiro deste ano, o produtor goiano recebeu cerca de 55 centavos por litro de leite; em maio, a remuneração chegou a 66 centavos, segundo dados do Centro de Estudos e Economia Aplicada (Cepea), um reajuste de 16,23%. O economista Edson Alves Novaes, da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), explica que a recuperação dos preços do leite é consequência da queda na produção. Segundo Edson, a Faeg fez um levantamento junto às 21 principais cooperativas leiteiras do Estado e constatou que a captação de leite de janeiro a abril caiu 4,23% em relação ao mesmo período do ano passado. (O Popular/GO)
Preço/PR – O preço do leite subiu em média 31,91% desde o início do ano até o final de maio. A pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) leva em conta o tipo C e o longa vida. O levantamento diário de preços realizado pelo serviço Disque Economia mostra que entre 5 de janeiro e 10 de junho o leite longa vida integral subiu 44,06%. O preço do litro do produto subiu de R$ 1,43 para R$ 2,06. O longa vida desnatado passou de R$ 1,44 para R$ 2,06, o que representa um aumento de 43,06%. Já o tipo C passou de R$ 1,17 para R$ 1,40 ou um aumento de 19,66%. O economista do Dieese, Sandro Silva, disse que os preços do leite foram afetados por problemas climáticos, mas, o preço pago ao produtor ficou praticamente inalterado. Em janeiro, o produtor recebia R$ 0,54 e em maio R$ 0,59. Segundo Silva, agora há uma pressão dos produtores para aumentar o preço do produto. (Folha de Londrina/PR)
Produção/PR – O presidente do Sindicato da Indústria de laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite), Wilson Thiesen, lembrou que a queda na produção a partir de março foi muito acentuada com a seca nos três Estados da Região Sul do País. “O outono diminuiu as pastagens e as geadas pioraram e não permitiram plantar aveia e azevém”. Ele explicou ainda que os valores atuais representam uma recomposição de preços. Segundo ele, os produtores estão reivindicando aumento nos preços pagos. Agora, Thiesen prevê que o valor vai depender do volume de produção. O superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, disse que os preços estão subindo de forma exagerada. Segundo ele, quando os supermercados fazem promoções trabalham com margem de lucro próximo de zero. (Folha de Londrina/PR)
Batavo – A unidade de processamento de leite da Perdigão, no município de Bom Conselho (PE), opera nesta quinta-feira. A empresa já vem comprando leite de seus fornecedores desde janeiro, mas só agora roda sua fábrica. (Jornal do Commercio/PE)
Leite/SC – A extensão dos prejuízos provocados pela seca que assolou Santa Catarina não ficou restrita ao campo, onde as perdas somam R$ 400 milhões. Nas gôndolas dos supermercados, alguns produtos como o leite dispararam de preço. Em dois meses, o reajuste já chega a 40%, resultado que é fruto do problema climático aliado à entressafra. O valor do litro de leite vem aumentando a uma média de 5% por semana – o equivalente a inflação de um ano todo – calcula o proprietário da rede de supermercados Giassi, Zefiro Giassi. Se em abril o consumidor pagava R$ 1,30 pelo litro do produto, hoje não consegue comprá-lo por menos de R$ 1,90. (Diário Catarinense)
Supermercado – A queda de produção no Oeste elevou os preços em todo o Estado – a famosa lei da oferta e da procura. Para o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Adriano Manoel dos Santos, quando a oferta de um produto diminui é inevitável que o consumidor pague mais caro na gôndola. Para remediar a diminuição da produção, e satisfazer a necessidade de consumo, os supermercadistas buscam redes alternativas de abastecimento A reposição foi feita em outros estados e em regiões não afetadas pela estiagem. E não foi só o leite que teve reajuste de preço. Os seus derivados também. (Diário Catarinense)
Pecuária/NE – Amanhã, no Centro de Convenções de Fortaleza, começa o XIII Seminário Nordestino de Pecuária. Uma das palestras mais esperadas é sobre o mercado de leite na região. A analista do mercado de lácteos da Conab, Maria Helena Fagundes, vai falar sobre o crescimento do setor no país – com destaque aos superávits registrados na balança comercial – as exportações de derivados nos últimos dois anos e o panorama atual, a partir da crise econômica mundial. Segundo Maria Helena, entre os anos 2000 e 2008 o Nordeste aumentou a produção de leite sob inspeção em 101,9%. Mas, de 1996 a 2006 houve redução de 24,4% no número de estabelecimentos produtores de leite nessa região. Só no estado do Ceará a redução chegou a 14%. Para aquecer a produção e aumentar o consumo de leite na região, ela acredita na eficácia da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), nos programas de apoio à produção familiar, como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Vendas em Balcão. (Nordeste Rural)
Negócios
Danone – Mal a Danone lançou seu novo iogurte Actimel no mercado brasileiro e o produto já criou polêmica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou “como medida cautelar de interesse sanitário”, a suspensão e recolhimento em todo o território nacional da publicidade do iogurte, seja ela veiculada em impressos, pela internet ou outros meios de divulgação. Conforme a resolução, publicada no último dia 2 a Danone não pode divulgar material publicitário que “atribua ao produto propriedades funcionais”, uma vez que a bebida, segundo a Anvisa, “não possui autorização neste órgão de vigilância sanitária para divulgação de propriedades funcionais.” A Danone, conforme sua assessoria de imprensa, vinha divulgando o Actimel desde o meio do mês de maio. Todo material publicitário, entretanto, foi retirado dos meios de comunicação e só voltou às ruas nesta semana, após a modificação de seu conteúdo. A menção às propriedades funcionais foi suprimida. (Valor Econômico)
Iogurte – O Actimel, uma bebida fermentada à base de leite, foi lançado pela Danone na Europa em 1994, promete reforçar o sistema imunológico do consumidor regular. O produto foi desenvolvido para concorrer com o probiótico da japonesa Yakult, cujo leite fermentado havia sido lançado no continente europeu em 1993. Assim como o Yakult, que contém a bactéria Lactobacillus casei Shirota, o Actimel – vendido desde 2007 nos Estados Unidos e Canadá com o nome de DanActive – contém o Lactobacillus casei DN-114001, também chamado de Lactobacillus casei Defensis. As vendas do Actimel – que se tornou mundialmente um dos carros chefes da empresa – somam mais de € 1 bilhão ao ano. Conforme a empresa, o Actimel é vendido em 36 países e “a sua eficácia e segurança estão comprovadas por mais de 30 estudos científicos, incluindo 24 publicações em revistas científicas reconhecidas internacionalmente.” (Valor Econômico)
Embalagem – Um consumidor leva aproximadamente 1,6 segundo para decidir a compra de um determinado produto. A informação é da revista Tetra Pak Magazine que destaca em sua edição 96 a importância da comunicação da embalagem. (Jornal do Comércio/RS)
Papelão – As vendas de papelão ondulado cresceram 6,14% de abril para maio, de acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). A média diária de maio foi de 7.464 toneladas, a maior do ano e 1,9% superior à de abril, que foi de 7.325 toneladas. Em relação a maio de 2008, houve uma queda de 6,45%. “As vendas de maio ficaram dentro das previsões do setor”, afirmou Paulo Sérgio Peres, presidente da entidade. No acumulado do ano, as vendas totalizam 864,9 mil toneladas, configurando queda de 7,4% ante igual período de 2008. (Paraná Online)
Fispal – Empresas de alimentos do Brasil e do exterior participam, a partir de hoje, de mais uma edição da Fispal, feira de alimentação fora do lar, que acontece em São Paulo. A alimentação fora do lar é um segmento em expansão. No ano passado, atingiu R$ 58,2 bilhões no país, 14% mais que no ano anterior. Segundo o IBGE, o brasileiro gasta cerca de 25% da renda com alimentação fora do lar e essa média deve aumentar. (Zero Hora/RS)
Etanol/AR – O Ceprocor, centro tecnológico subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia da Argentina já possui conhecimentos para fazer biocombustível a partir do soro, e atualmente está com um projeto para construção de uma fábrica piloto. O soro é um dos produtos mais contaminantes que existe na indústria de alimentos. Assim, o processo contribuiria para melhorar a competitividade e rentabilidade dos produtores de queijo, substituindo um custo com os resíduos, pelo faturamento extra. (Valor Econômico)
Setoriais
Clima/RS – As oscilações do clima estão provocando reflexos no preço de alguns produtos e pesando no bolso do consumidor gaúcho, de acordo com o Dieese. O aumento do custo do leite é um exemplo. O aumento em maio foi de 18,9%. Outro segmento que deverá registrar impacto com a queda na temperatura é o hortifrutigranjeiro, segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. (Correio do Povo/RS)
Prejuízos/SC – As chuvas ocorridas desde a segunda semana de maio podem ter posto um fim à estiagem, mas ficaram os prejuízos. O Planalto chegou a anunciar R$ 20 milhões para atender as famílias atingidas pela seca, e o governo do Estado, R$ 20 milhões para perfuração de poços. Os montantes não chegam, porém, a compensar o volume de perdas, estimado em R$ 400 milhões pelo vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de SC (Faesc), Enori Barbieri. Segundo ele, a quebra da safra de soja deve chegar a 15%, o que representa uma perda de 150 mil toneladas (R$ 100 milhões), e a do milho, de 12%, o que significa 500 mil toneladas a menos (R$ 150 milhões). O analista Franscico Heiden calcula ainda uma perda de 50 milhões de litros de leite até abril, com previsão de mais 50 milhões a menos devido ao impacto negativo da estiagem nas pastagens. Isso representaria um prejuízo de R$ 60 milhões. (Diário Catarinense)
Renda – O Ministério da Agricultura (Mapa) estima que a renda agrícola em 2009 será de R$ 155,2 bilhões. A projeção é 3,8% menor que a obtida em 2008, de R$ 161,39 bilhões. Apesar de a estimativa ser inferior ao resultado do ano passado, ainda deve registrar o segundo maior volume da série estatística. (Correio do Povo/RS)
Balança – Puxadas pela soja (grão, farelo e óleo), as exportações do agronegócio do país renderam US$ 6 bilhões em maio, 20,5% menos que no mesmo mês de 2008. Nos cinco primeiros meses deste ano, foram US$ 24,1 bilhões, baixa de 11,5%. (Valor Econômico)
Economia
Reforma Tributária – Os líderes aliados ao governo tentarão, nesta semana, mobilizar suas bancadas em favor de três alterações na versão de reforma tributária aprovada em novembro de 2008 pela comissão especial da Câmara. As mudanças implicam derrubar três alterações feitas pela comissão no texto original: a isenção de ICMS dos produtos da cesta básica; a unificação das alíquotas do IRPJ e a convalidação de benefícios fiscais mais recentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O ministro Guido Mantega assumirá a dianteira das negociações que, sob pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prosseguirão em encontros com a oposição e os governadores. (Valor Econômico)
Projeção – Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para a inflação oficial neste ano. Segundo o boletim Focus, divulgado semanalmente, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,33% para 4,39%. Para 2010, no entanto, a previsão foi mantida em 4,30%. A previsão para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2009 subiu de 1,80% para 1,82%. Para os demais índices, houve redução nas estimativas para este ano. (Agência Brasil)
Globalização e Mercosul
Varejo/EUA – O varejo norte-americano registrou aumento de 0,5% nas vendas em maio. A taxa de crescimento ficou abaixo das previsões dos economistas, que apostavam em 0,6%. As redes que operam com produtos essenciais, como alimentos, concentraram as vendas no período. As lojas de eletrônicos contabilizaram queda de 0,5% e as de artigos genéricos, de 0,2%. Até as encomendas realizadas pelos correios ou via Internet recuaram (menos 0,4%) em maio. Apesar de analistas citarem os planos de estímulo do governo Barack Obama como um dos fatores responsáveis pelo comportamento do varejo nos EUA, as ações não repercutiram positivamente. (Correio do Povo/RS)
Indústria – A produção industrial nos 16 países que compõem a zona do euro registrou nova queda recorde em base anual em abril, de 21,6%, segundo dados divulgados pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. A produção cedeu 1,9% em abril em comparação a março. A Alemanha registrou a maior retração entre os países da zona do euro, de 2,1% em abril ante março. Na França, segunda maior economia da zona do euro depois da Alemanha, a produção industrial cedeu 1,4% em abril ante março; na Itália, a produção registrou inesperada alta de 1,1% em base mensal em abril. No total dos 27 países da União Europeia, a produção industrial caiu 19,4% em relação a abril do ano passado. (Agência Estado)
Alimentos – Sem alarde, os preços das commodities agrícolas voltaram a subir e já retornaram a níveis observados pela última vez em 2007 e 2008, motivando preocupações sobre uma nova alta nos alimentos. “Os mercados agrícolas estão nervosos”, afirmou Sudakshina Unnikrishnan, analista do Barclays Capital em Londres. “Não estamos no ambiente confortável de excedente de alimentos das décadas de 1980 e 1990”. Uma repetição da crise dos alimentos do ano passado, quando preços em forte ascensão desencadearam distúrbios em alguns países, porém, parece improvável. Mesmo depois do salto deste ano, os preços da soja e milho permanecem cerca de 20% abaixo dos picos de meados do ano passado. (Valor Econômico)
Grãos – O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), uma organização intergovernamental, projetou que o abastecimento global de grãos poderá cair na temporada 2009/10 (que começa “oficialmente” no fim do mês), para 1,721 bilhão de toneladas, queda de 3,4% sobre as 1,782 bilhão de toneladas de 2008/09. “A produção mundial de grãos deverá ficar abaixo do consumo em 2009/10, corroendo parte dos ganhos obtidos nos estoques após as safras abundantes de 2008”, afirma o IGC em seu mais recente relatório mensal. O conselho projeta queda de 328 milhões de toneladas nos estoques, um declínio de 4,3% ante o nível de 2008/09, de 343 milhões de toneladas. Já a demanda global de grãos deverá alcançar 1,736 bilhão de toneladas em 2009/10, um aumento de 0,8% em relação ao ciclo 2008/09. (Valor Econômico)
RS: estiagem e frio intenso prejudicam a produção
Após a estiagem, que atrasou em cerca de 45 dias o plantio de pastagens como aveia e azevém, agora é a vez do frio intenso retardar o período em que o gado gaúcho terá acesso à pastagem durante o inverno. Assim, a produção leiteira gaúcha precisará de pelo menos dois meses para ser normalizada.
Com temperaturas abaixo dos 10°C, o desenvolvimento das plantações ocorre de maneira mais lenta. Conforme o chefe-geral da Embrapa Trigo em Passo Fundo, Gilberto Cunha, termômetros em torno dos 15°C ajudariam as pastagens a crescerem mais rapidamente.
Muitas propriedades estão sofrendo com a redução na oferta de pasto em razão da seca que afeta o Estado desde o final de 2008. Alguns produtores ainda viram frustrada a plantação de milho, que seria destinada aos animais com a silagem. Se reduz a alimentação, diminui também a produção de leite.
Atualmente, a diminuição na produção de leite no Rio Grande do Sul, segundo estimativas do setor, varia entre 20 e 30% nas diferentes regiões do Estado. Enquanto isso, os preços recebidos seguem em defasagem segundo os produtores, que têm seus custos aumentados em função da alimentação suplementar fornecida aos rebanhos.
Somente nos 47 municípios atendidos pela Emater na região de Ijuí, a estimativa é de que 50 milhões de litros de leite deixaram de ser produzidos entre dezembro e junho devido à estiagem. Conforme o assistente técnico regional da Emater em Ijuí, Pedro Urubatan, isso significa em torno de R$ 30 milhões a menos no bolso dos produtores. Na última semana, o preço médio praticado em âmbito estadual para o litro de leite se manteve estável em R$ 0,59, de acordo com a Emater.
As últimas chuvas auxiliaram no desenvolvimento das pastagens, principalmente a aveia e azevém, mas seu crescimento é lento devido às baixas temperaturas, não permitindo ainda sua utilização com pastoreio direto. Nas glebas mais baixas das propriedades rurais, as fortes geadas provocaram a queima das brotações mais novas das pastagens nativas, diminuindo a disponibilidade de alimentos diretamente aproveitados pelos animais.
“Frio intenso, geada e dias nublados contribuem para atrasar o crescimento das forrageiras. A aveia precisa estar com 30 centímetros para o gado poder pastar, o que deve levar ainda uns dois meses. Até lá, a produção de leite continua reduzida”, complementou o assistente técnico regional da Emater em Bagé, Fábio Schlick.
No momento, os produtores estão utilizando silagem, feno, ração e sobra do pasto remanescente das lavouras de verão para alimentar o rebanho, mas é grande a preocupação com a possível falta de uma dieta alimentar mais adequada durante o período do inverno, o que poderá influir negativamente na produção ofertada, que já apresenta queda.
As informações são do jornal Zero Hora/RS e da Agência Safras