Notícias 15.05.09

Apreensão – O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) apreende mais de 100 mil litros de leite por suspeita de fraude. A fiscalização multou em 16 mil reais as empresas Líder Alimentos e Saga Agroindustrial responsáveis pelas três plantas onde foram encontradas irregularidades. O governo suspeita de que haja envolvimento de produtores na adulteração do leite. O Mapa suspeitava de fraudes no leite praticadas por três indústrias. Por isso na semana passada reforçou a fiscalização com 16 agentes nessas empresas. Segundo o governo a adulteração aconteceu com a adição de água no leite e para disfarçar a mistura provavelmente o produto recebeu também cloreto de sódio. 112 mil litros de leite foram apreendidos, sendo que 47 mil em Lobato (PR), 15 mil no município de Presidente Prudente (SP) e 50 mil litros em São Gabriel do Oeste (MS). Amostras desses produtos foram encaminhadas a laboratórios do Ministério da Agricultura. O resultado deve sair em até 15 dias. (Canal Rural)

Sanções – Cada empresa recebeu multa de quase 16 mil reais, mas se a fraude for confirmada, as sanções podem aumentar: “Dependendo do grau da fraude, do tipo de fraude que for encontrada, ela poderá ser multada não apenas pelo Mapa, mas pelo Ministério Público e os proprietários da empresa responderem civil e criminalmente pela fraude cometida”, disse Nelmon Oliveira da Costa, Diretor do Dipoa/Mapa. O ministério não sabe de quem é a culpa pela fraude, e desconfia do envolvimento de produtores rurais. “Em tese a adulteração pode ter ocorrido na própria propriedade rural, durante o período de transporte do produto da propriedade rural ao laticínio, ou no próprio laticínio. Então no mínimo nós temos 3 possibilidades de ocorrência de fraude”, acrescenta Nelmon. As empresas suspeitas foram enquadradas no regime especial de fiscalização. Isso significa que a partir de agora, só vão poder vender o produto que passar primeiro por análise de laboratório do Mapa. (Canal Rural)

Líder – Segundo a assessoria de imprensa da Líder Alimentos, que também é dona da Saga Agroindustrial, a empresa não tem como se pronunciar, pois ainda não recebeu os laudos técnicos da Secretaria Federal de Agricultura responsável pela ação, e garante que a suposta irregularidade não tem a ver com a qualidade do produto. (Canal Rural)

Qualidade – A partir de junho será intensificado o trabalho em busca da melhoria da qualidade do leite em Minas Gerais. Essa iniciativa do Minas Leite, programa criado pela Secretaria da Agricultura, será realizada em parceria com a Embrapa Gado de Leite e o Polo de Excelência do Leite e Derivados de Minas Gerais. De acordo com o coordenador do Minas Leite pela Secretaria da Agricultura, Rodrigo Venturin, “a utilização de boas práticas de produção é o foco do trabalho que será realizado nas fazendas”. O objetivo é agregar condições de melhoria dos produtos para consumo interno e que também possam tornar os laticínios de Minas mais competitivos e valorizados no exterior, ele acrescenta. Um dos suportes desse trabalho será o software criado pelo Minas Leite, com dados colhidos mensalmente em cada uma das propriedades cadastradas no programa.  Os técnicos da Emater-MG vão analisar a qualidade do leite antes, durante e depois da aplicação das boas práticas, e com base nos resultados darão as orientações necessárias para os produtores fazerem os ajustes, inclusive com base nos parâmetros de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. O coordenador explica que as boas práticas não estão limitadas à produção de leite, mas alcançam também os produtores interessados em fazer o processamento do produto. A Embrapa vai fazer a análise laboratorial do leite para o acompanhamento da qualidade em todas as propriedades até completar, em dois anos, o giro por unidades demonstrativas da Emater-MG em 28 municípios da Zona da Mata. Depois a orientação para o uso de boas práticas será levado a outras regiões de Minas, atendendo primeiramente os produtores cadastrados no Minas Leite. (Safras)

Lácteos – O volume de produtos lácteos importado pelo Brasil no mês de abril foi 113,5% maior que o volume exportado no mesmo mês. Os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que a balança comercial de lácteos teve déficit de US$ 6,2 milhões. Apesar de negativo, o saldo da balança comercial do setor foi 39% menor que o déficit do mês de março (de US$ 10,3 milhões). Comparado a abril de 2008, quando o saldo foi positivo em US$ 37,2 milhões, a queda é de 117%. Em volume, a queda nas exportações, em relação a abril de 2008, foi de 69%, ficando em 4,8 mil t. (O Popular/GO)

Oceania – A produção de leite na Oceania continua caindo. Analistas calculam que na Nova Zelândia haverá uma queda de 7,5%, em relação ao período anterior. Na Austrália a produção de março foi 0,6% menor do que a produção de março de 2008, e acumula queda de 2,2% nos últimos 9 meses, valor menor do que o previsto. As exportações estão fracas, e os estoques em estreito equilíbrio com as necessidades. O último leilão da Fonterra quebrou as duas sequências de alta, e embora tenha apresentado ligeiro aumento nos contratos de curto prazo, a longo prazo apresentou queda acentuada. Produtores da Nova Zelândia e Austrália estão curiosos para saber como será encerrada essa temporada, para se prepararem para a próxima. Se os preços nesse final de estação estão afetando significativamente o ganho da atividade, as projeções para o início da próxima temporada não são muito melhores. (Usda)

Uruguai – Os produtores receberam um balde de água fria, com o resultado do leilão da Fonterra. Nos últimos dois meses os preços internacionais subiram, mas a notícia sobre a queda deste último leilão mostrou que o mercado internacional de lácteos enfrenta de novo baixa nos preços. Com esse panorama, ficou claro para os produtores uruguaios, que as exportações da Conaprole não poderão ser feitas com valores superiores aos atuais, e não poderão contar com um faturamento maior. Fontes da Conaprole asseguraram que se a licitação da multinacional neozelandesa sinalizasse aumento no preço internacional, estava nos planos repassar aos produtores o reajuste. (Ultimas Noticias)

Alemanha – Produtores alemães levaram seus protestos à Chanceler Angela Merkel, onde um grupo de mulheres iniciou uma greve de forme por tempo indeterminado, para sensibilizar o governo de Berlin a atuar diante da crise do setor e pressionar Bruxelas. A chancelar não planeja se reunir com as produtoras em greve, na porta da chancelaria. Os produtores alemães há semanas protestam e fazem manifestações por todo o país. Milhares deles participaram de manifestações com tratores em todo o país, denunciando a queda dos preços a níveis históricos, que põe em risco a existência do setor. (Frisona)

Danone – Prossegue o bloqueio da fábrica da Danone no norte da França. Um diretor da empresa se reuniu com os manifestantes, mas prometeu apenas uma reunião para a próxima semana, para discutir o preço do leite. Assim sendo, os produtores decidiram manter a fábrica interditada. Com tratores e animais, impedem a entrada do leite coletado e a saída de produtos frescos. (Agrisalon)

Negócios

Suileite – Acontece de 22 a 28 de junho, em Concórdia (SC), a Festa do Suíno e Gado de Leite que tem como objetivo unir as duas principais atividades do agronegócio do Estado de Santa Catarina, suínos e leite. (www.terraviva.com.br)

Ranking – A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) concluiu o levantamento que mapeia o desempenho dos 185 maiores supermercados do Rio Grande do Sul no ano de 2008. As 185 empresas analisadas pelo Ranking Agas 2008 acumularam um faturamento total de R$ 10.626.512.642,33, representando 5,49% do PIB gaúcho. Ao comparar as empresas participantes dos rankings de 2007 e de 2008, o crescimento real no faturamento foi de 8,74% e o nominal foi de 15,57%. As cinco maiores empresas do autosserviço gaúcho no ano de 2008 foram, pela ordem, Wal-Mart, Cia. Zaffari, Carrefour, Unidasul e Imec. Juntos, estes cinco grupos supermercadistas representam 63,25% do faturamento bruto de todo o setor. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) destacou nos dados do Ranking 2009 que o Rio Grande do Sul é a segunda força do setor no País, com uma participação de 10,7% no faturamento total do setor supermercadista brasileiro. (Jornal do Comércio/RS)

Wal-Mart – A rede varejista Wal-Mart registrou, no primeiro trimestre, lucro de US$ 3,02 bilhões em todo o mundo. O resultado representa estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita da empresa ficou em US$ 93,47 bilhões no trimestre, queda de 0,6% frente aos US$ 94,04 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Abaixo das expectativas de analistas, que previam alta de US$ 96,37 bilhões. A rede ganhou mercado com a queda dos preços de produtos de primeira necessidade, como alimentos e produtos de limpeza. (Zero Hora/RS)

União – Brasil Foods (BRF) será o nome da nova companhia que surgirá da união entre Sadia e Perdigão. O nome da futura maior empresa de alimentos industrializados do Brasil será em inglês, mas Brasil será grafado com s, como na língua portuguesa, não com o z do inglês. A união das duas trará ganhos principalmente no exterior. Produtos da Perdigão, como os lácteos, que a Sadia não produz, poderão ser oferecidos a mercados em que a Sadia está bem posicionada no exterior, como no Chile, onde já vende margarina. Ambas passam a vender os produtos uma da outra, sem a necessidade de construção de novas fábricas. (Folha de SP)

Supermercados – Os brasileiros estão gastando mais em supermercados e, na hora de encher o carrinho, a escolha não se restringe aos alimentos da cesta básica – estão incluídos também produtos que indicam maior preocupação com bem-estar e conforto dentro de casa. É o que apontam pesquisas e análises sobre o comportamento dos consumidores e levantamentos que revelam crescimento de 2,12% nas vendas em nível nacional no primeiro trimestre deste ano. Só no estado de São Paulo, o crescimento nas vendas dos supermercados nesse período foi de 5,36%. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda, disse que o setor tem-se beneficiado da crise financeira internacional. Ele ressaltou que, antes mesmo desse ciclo, os supermercados vinham apresentando bom desempenho, tendo crescido 9% nos meses de janeiro, fevereiro e março do ano passado. (Agência Brasil)

Perdigão – A Perdigão fechou o balanço do primeiro trimestre de 2009 com receita bruta de R$ 3 bilhões, montante 7% acima em relação a igual período de 2008. O resultado foi proporcionado especialmente pelo mercado interno, cuja receita cresceu 8,3% ante o exercício anterior, com destaque para o mercado de lácteos que apresentou resultados positivos. A maior parte dos R$ 119,7 milhões de investimentos feitos pela companhia no período foi destinada à produtividade, a melhorias das linhas de produção e às obras de construção da unidade de Bom Conselho (lácteo), em Pernambuco, e Três de Maio, no Rio Grande do Sul (unidade de processamento de leite em pó). (Safras)

Sadia – A Sadia S.A. fechou o primeiro trimestre com receita bruta de R$ 2,9 bilhões e receita líquida de R$ 2,5 bilhões, valores respectivamente 10,6% e 8,1% superiores aos obtidos nos três primeiros meses de 2008. Em função do pagamento de juros de financiamento da dívida e da variação cambial sobre ativos e passivos financeiros, a despesa financeira da Sadia aumentou e fez com que a companhia registrasse prejuízo líquido de R$ 239,2 milhões. (Safras)

 

Setoriais

Rotulagem – A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o PL 4.148/08, que determina a rotulagem apenas dos alimentos que contenham na composição Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) em volume maior que 1% com base na detecção e não na rastreabilidade. O texto segue para Plenário. (Correio do Povo/RS)

Chuvas/RS – A chuva registrada desde terça-feira amenizou a estiagem que há dois meses castigava principalmente o norte e o noroeste do Rio Grande do Sul e trouxe novo alento para os produtores. As maiores beneficiadas serão as lavouras de trigo, que começam a ser plantadas na segunda quinzena deste mês, e a pecuária leiteira, a partir da recuperação das pastagens, afirmou a diretor técnica da Emater-RS, Águeda Mezomo. Para a diretora técnica da Emater-RS, as pastagens ainda levarão dois meses para voltar à normalidade. O Rio Grande do Sul produz 2,9 bilhões de litros de leite por ano e com a escassez de alimento para o gado leiteiro, os volumes caíram cerca de 50% desde março, com perdas de mais de 100 mil litros por mês no período, calcula a Emater-RS. A estimativa de prejuízo alcança R$ 55 milhões. (Valor Econômico)

Economia

Varejo – O aumento de 3,8% nas vendas do comércio brasileiro no primeiro trimestre de 2009 representou o pior resultado trimestral desde os três primeiros meses de 2004, informou o IBGE. Segundo o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, o resultado do período entre janeiro e março deste ano foi puxado para baixo pelos resultados de março. De acordo com o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, esse crescimento interanual não foi mais expressivo por causa do desempenho do segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que tem forte peso na pesquisa e mostrou desaceleração no aumento das vendas em março por causa do efeito calendário, já que a Páscoa este ano ocorreu em abril. O feriado de Páscoa tem forte influência nas vendas do segmento supermercadista. (Agência Estado)

IGP-10 – A deflação no Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) chegou ao fim em maio. O índice teve alta de 0,17% neste mês, após cair 0,71% em abril, segundo dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou acima das estimativas das previsões dos analistas consultados pela Agência Estado, que esperavam uma taxa entre -0,25% e +0,16%, com mediana das expectativas igual a zero. No caso dos três indicadores que compõem o IGP-10 de maio, o Índice de Preços por Atacado – 10 (IPA-10) subiu 0,06% em maio, ante queda de 1,23% em abril. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – 10 (IPC-10) teve avanço de 0,48% neste mês, após subir 0,59% no período anterior. Já o Índice Nacional de Custos da Construção – 10 (INCC-10) teve elevação de 0,12% em maio, em comparação com a queda de 0,27% em abril. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Recessão – A queda do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de Alemanha e França, as principais economias europeias, e dos países que adotam o euro revela o agravamento da recessão no continente. A França entrou oficialmente em recessão com uma queda de 1,2% no PIB entre janeiro e março. A economia alemã teve um recuo histórico de 3,8% no mesmo período, a pior desde 1970. O PIB da zona do euro caiu 2,5% no trimestre e 4,6% em um ano, a maior desde 1995, quando começaram os registros. A desaceleração foi maior do que a registrada no quarto trimestre de 2008, que registrou queda de 1,6% sobre o terceiro e de 1,4% na comparação anual.Dos 16 países que já divulgaram o PIB do trimestre, apenas a Eslováquia não está em recessão técnica. (Agência Estado)

FrieslandCampina – A Comissão Europeia (CE) e a Autoridade Holandesa de Livre Concorrência (NMa), não colocaram objeção à compra pela Arla Foods da holandesa Foods Fresh Nijkerk, que pertencia à Friesland Campina. A venda dessa fábrica foi uma das condições impostas pela CE quando da fusão entre a Friesland Foods e a Campina no ano passado. Isso para prevenir que a Frísia Campina conquistasse o monopólio no mercado holandês de produtos lácteos frescos. O negócio fechado na semana passada inclui um contrato em que a Campina irá fornecer leite cru para a fábrica de Nijkerk, até janeiro de 2017. (RuralNews)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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