Notícias 14.05.09

Preço/MT – A seca na região Sul do Brasil, no Uruguai e Argentina, além das chuvas no Nordeste deve criar uma ‘bolha’ do leite em Mato Grosso, e as indústrias comemoram a alta de 8% no preço do leite UHT e tipo C nos supermercados e devem começar a pagar entre R$ 0,50 a R$ 0,60 ao produtor, enquanto o preço médio era de R$ 0,47. Os derivados do leite também devem apresentar novos preços a partir deste mês. O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat), Eldor Sontag, disse que o Mato Grosso manteve a produção em alta no período das chuvas, quando normalmente há queda na produção.A elevação nos preços deve atrair produtores. “Acredito que o agricultor familiar deverá procurar aumentar a produção, mas sem grandes investimentos, apenas com tecnologia contida no Programa Mato-grossense de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite”. O secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon Weirich, comenta que é necessária cautela na análise do programa, já que ele “não é imediatista. Atualmente, o Estado produz 1,6 milhões de litros de leite por dia e até 2015 a meta é aumentar para 5 milhões de litros por ano. A produção local de leite demonstra que ainda há muito mercado para ser explorado pelas indústrias. Neldo Weirich, disse que aproximadamente 70% de todo leite produzido no Estado é transformado em queijo, cerca de 60% deste volume se torna mussarela. O restante é embalado em saquinhos do tipo “barriga mole”, e outros derivados como iogurte e leite condensado. (Diário de Cuiabá/MT)

Preço/MS – Neste mês de maio o consumidor de Campo Grande está tendo que desembolsar mais para comprar o leite e o queijo. Segundo o presidente da Amas (Associação de Supermercados de Mato Grosso do Sul), Adeilton Feliciano do Prado, o preço pago pelos estabelecimentos pelo leite e derivados já subiu 20% desde o mês passado e ao consumidor a alta passa dos 10%. O leite longa vida, por exemplo, há menos de 10 dias era encontrado a R$ 2,52, em alguns estabelecimentos e, a mesma marca, hoje já custa R$ 2,78. (Campo Grande News/MS)

Estiagem/MS – Neste ano a estiagem foi antecipada em dois meses, consequência do fenômeno La Niña. Em março choveu 40% menos que na série histórica e abril foi o mais seco dos últimos 30 anos. Com isso, faltou pasto e os índices de produtividade das vacas leiteiras despencaram. A assessora econômica da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas, afirma que a tendência é que até setembro o consumidor continue percebendo preços mais altos nas prateleiras. Conforme dados da Ceasa (Central de Abastecimento), a mussarela que na primeira semana de abril era encontrada por R$ 8,90 já chega a R$ 10,20, aumento de 14%. O valor pago ao produtor pelo leite tipo C passou de R$ 0,45 para R$ 0,48. (Campo Grande News/MS)

Argentina – Os produtores argentinos planejam o retorno dos protestos no campo, com bloqueio de indústrias e hipermercados. As manifestações deverão coincidir com as reuniões de entidades do agronegócio com o governo. O setor produtivo reclama da falta de cumprimento da promessa oficial de pagar 1 peso pelo litro de leite. Em 2004 havia 13.000 produtores, hoje são 11.000. Se de um lado os produtores recebem menos que o preço de custo de produção, nos supermercados vende-se um quilo de queijo por 24 pesos, o mesmo que foi comprado a 9 pesos de uma pequena indústria. Os produtores denunciam a concentração econômica em curso no setor.Os produtores de leite analisam medidas de força e não descartam a possibilidade de distribuir leite nas praças de Córdoba e Rosário, para denunciar a baixa rentabilidade do setor. “Atualmente estamos dando o leite de presente, só que agora não queremos dá-los às fábricas, vamos dar à população”, disseram os produtores. (La Voz)

Chile – Aumentou em mais de 50% o número de animais leiteiros nos abatedouros chilenos. Isto significa que o setor está perdendo a esperança. Entre os animais abatidos para carne, de 75 a 80% procedem de rebanhos leiteiros, denuncia Juan Pablo Aruta da Aproleche-Bío-Bío. Mesmo assim a Soprole não manifesta nenhuma reação diante da situação. E de acordo com Aruta, chama a atenção os resultados obtidos pela empresa no primeiro trimestre do ano, perto de 3 bilhões de pesos chilenos. (Estrategia)

Espanha – A Associação dos Pecuaristas Unidos de Gado de Leite da Espanha distribuirá no próximo sábado, dia 16, na Praça del Obradoiro, em Santiago de Compostela, 10.000 litros de leite aos pedestres. O objetivo é conscientizar o consumidor de que devem exigir da indústria e da distribuição qualidade e controle que hoje só é exigido dos produtores espanhois. A Associação quer que os consumidores escolham o leite espanhol em vez dos leites importados, transformando-os em aliados na luta pelo futuro do setor. No mesmo dia estarão também em um supermercado da região, explicando aos consumidores o que devem fazer para se manterem bem informados, e o que deve ser exigido do governo e da distribuição. (Frisona)

França  – Os produtores de leite se mobilizam para protestar contra o preço do leite. A queijaria Gillot (famosa pelo seu camembert) deverá pagar 0,201 euros por litro pelo leite captado em abril, enquanto o custo de produção é de 0,295, sem a remuneração do produtor. Em abril de 2008 o preço era 0,305 euros. Por todos os lados é o mesmo cenário, produtores, organizados ou não pelos sindicatos, se reúnem para bloquear indústrias. A Organização dos Produtores de Leite tomará providências mais sérias a partir do dia 15 de maio, quando os produtores deverão receber o pagamento do mês passado. Como haverá eleição na União Europeia no próximo mês, a entidade fará apelo para que os políticos incluam o problema do leite nos debates. Caso nada seja resolvido, é possível a realização de uma greve do leite em junho.  A Federação Nacional dos Produtores de Leite (FNPL) compara a situação atual com 2006, e constata que efetivamente houve queda de 20% no preço do leite em pó e de 6% na manteiga. Mas esses produtos representam apenas 30% do leite francês. Mas os produtos de grande consumo escoados na França, que constituem 50% do mercado do leite francês, foram reajustados entre 6% e 10%, dependendo da marca, e os custos de produção aumentaram 25%. Os beneficiadores estão se aproveitando da situação, e a FNPL alerta os industriais e o Poder Público para o risco de reações extremas dos produtores. (Agrisalon )

Portugal – O Laticínios de Paiva está investindo na internacionalização, rumo aos países de Língua Portuguesa: Cabo Verde, Moçambique, Angola e Brasil, revelou José Sequeira, administrador da empresa. Deverá contratar empregados para aumentar a produção, e planeja abrir unidades de produção no Brasil, por não haver problemas de matéria-prima. “Há abundância de leite e a metade do preço praticado no mercado nacional”. Recentemente, a companhia investiu 11 milhões de euros na ampliação da fábrica, mas José Sequeira prevê que terá de realizar mais obras na unidade. O faturamento da empresa aumentou as receitas entre 10 a 15%, nos últimos dois anos, e as vendas, em 2008, atingiram os 11,8 milhões de euros, com a venda de queijo curado (principal produto), queijo fresco tradicional, queijo fresco de longa duração e, fatiados. (Hipersuper)

Negócios

Pão de Açúcar – O presidente do Pão de Açúcar, Cláudio Galeazzi, afirmou no ano passado que os esforços da empresa estavam voltados para racionalizar investimentos e criar condições para uma expansão mais agressiva em 2009. Porém, o grupo ainda mantém cautela quando o tema é expansão. Apesar de ter aumentado em 10% os recursos para abertura de lojas neste ano, estimados em R$ 1,324 bilhão, a empresa tem como foco crescer em segmentos de baixo custo de operação, o “atacarejo”, modelo de loja que mistura as vendas de varejo e atacado, e as lojas de conveniência. (Gazeta Mercantil)

Gimenes – Os credores da rede de supermercados Gimenes, com sede em Sertãozinho (SP), decidiram desmembrar a varejista e aceitaram as ofertas de compra feitas pelo Carrefour e Ricoy, no valor total de R$ 60 milhões. A rede francesa ficará com 10 lojas e a Ricoy, com as outras 12. (Valor Econômico)

Setoriais

Safra 2008/09 – O oitavo levantamento realizado pelos técnicos da Conab aponta para uma colheita de 136,59 milhões de toneladas, 0,7% menor que a projetada no mês passado. A maior retração ocorre no milho safrinha, cultura mais atingida pela estiagem em alguns estados. A nova estimativa prevê uma safrinha de 17,41 milhões de toneladas, 624 mil a menos em relação à previsão de abril. As maiores quebras estão no Mato Grosso e, sobretudo, no Paraná. As plantações de soja também foram atingidas e registram redução de 518,10 mil toneladas. Com isso, o Brasil deve colher 57,62 milhões de toneladas. O maior produtor da oleaginosa é o Mato Grosso (18,0 milhões t), seguido do Paraná (9,57 milhões t) e do Rio Grande do Sul (7,84 milhões t). Previsão de safra menor, também para o feijão. (Nordeste Rural)

Soja/AR – A Bolsa de Cereais da Argentina cortou mais uma vez a projeção da colheita de soja, em 3,5%, para 32,8 milhões de toneladas. A projeção anterior era de 34 milhões de toneladas. (Ambito.com )

Produção – Em 24 anos, a produção de carne triplicou nos países em desenvolvimento. No caso da produção de leite, o crescimento foi de 122%, 40% desse aumento em lácteos esteve concentrado na Índia. A partir de 1995, esses novos fornecedores de proteína animal superaram os antigos. Após três anos, a China se tornou o maior produtor de carne do mundo responsável por 60% de toda proteína animal produzida pelos países emergentes. “Mas mesmo com esse incremento, o consumo continua concentrado nos países ricos, disse a especialista em alimentação animal, Daniela Battaglia, diretora da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) Roma. “O déficit de proteína animal ainda é muito grande”, afirmou. (Gazeta Mercantil)

Diversificação – Responsável por 62% do crédito rural concedido no país, o Banco do Brasil (BB) entrará na próxima safra, que começa em julho, com a meta de elevar em 30% os empréstimos ao setor. O banco, até agora “muito concentrado” em financiamentos a produtores de soja e milho, pretende diversificar sua carteira de crédito rural e aumentar os clientes. O BB aposta na nova safra, que começará a ser plantada em setembro, como o “terceiro ano de recuperação” da renda no setor. Mas, a nova safra não marcará a retomada definitiva em razão do elevado grau de endividamento de produtores, cooperativas e agroindústrias. (Valor Econômico)

Custos – Nas projeções do BB, os custos de produção tendem a ficar abaixo do registrado na safra passada. Nem os elevados preços do potássio devem prejudicar o cenário. Os preços de milho e soja devem permanecer acima das médias históricas, já que o quadro mundial de suprimento ainda estaria enxuto. As perspectivas também seriam boas para o complexo carnes, sobretudo frango e suínos – o que deve ajudar a sustentar as cotações de milho e soja. No caso de bovinos, a oferta restrita de animais deve manter a demanda aquecida e bons preços, embora a crise dos frigoríficos seja uma ameaça. O segmento de leite deve voltar à normalidade com a imposição de licenças não-automáticas à importação de lácteos da Argentina. (Valor Econômico)

Renda Agrícola/MG – Estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-Mapa aponta retração de 15,78% no rendimento do Estado. Em 2009 deverá somar R$ 10,5 bilhões neste ano, conforme projeção divulgada pelo Mapa, abaixo dos R$ 12,6 bilhões registrados em 2008, o que representa uma perda bruta próxima a R$ 1,98 bilhão para os produtores. (Diário do Comércio/MG)

Agricultura – A discussão sobre a tributação da poupança a partir de 2010 chegou à agricultura. Alguns acreditam que grandes aplicadores vão sair do sistema, reduzindo a oferta obrigatória de parte do saldo da poupança para a agricultura. Luis Carlos Guedes Pinto, do Banco do Brasil, diz que é cedo para uma avaliação se a agricultura perde recursos. O certo é que está havendo uma migração de aplicadores de fundos para a poupança, o que já tem permitido ao BB antecipar créditos ao setor agrícola, diz ele. (Folha de SP)

Medidas/RS – O governo federal deve divulgar, até segunda-feira, pacote de medidas que auxiliarão os agricultores familiares de municípios em emergência devido à estiagem. O pacote pode sair via medida provisória. No entanto, a assessoria do MDA informou que as ações serão submetidas à avaliação do CMN e buscam resolver problemas relacionados ao endividamento dos agricultores familiares, garantir a capitalização e melhorar as condições de produção. Além disso, haverá ações especiais para produtores de leite. O presidente da Fetag, Elton Weber, espera que o pacote preveja auxílio às famílias (recurso ou cesta básica), apoio com milho para alimentação animal e rebate nos financiamentos. (Correio do Povo/RS)

Economia

Consumo  – Em meio a algumas contenções de despesas e cautela em relação a novas aquisições de bens duráveis por financiamento, o consumidor brasileiro, especialmente as mulheres, desenvolve alguns escapes, com afagos de consumo pessoal. Prova disso é o aumento do gasto médio com produtos de higiene e beleza, que cresceu 23% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo intervalo do ano passado. O dado, que faz parte de uma pesquisa da LatinPanel Brasil, mostra que essa é a maior variação do período em relação aos demais segmentos de não-duráveis. Na segunda posição em termos de crescimento, o consumo de produtos de limpeza do lar aumentou 17%, seguido de compras de alimentos (15%) e bebidas (9%), no mesmo intervalo. Outro fato que chama atenção é o gasto com itens de limpeza da casa, que avançaram mais do que aqueles com alimentos e bebidas. Na verdade, poucas foram as categorias de produtos que sofreram queda de consumo nos últimos 12 meses.  Mesmo com a desaceleração econômica e os ajustes de pessoal feitos no final do ano passado, o poder de compra dos brasileiros parece ainda bastante preservado para produtos não-duráveis. Conforme estudo da LatinPanel, 46% das categorias de produtos para o lar pesquisadas de março de 2008 a fevereiro do ano passado registraram expansão, tanto em volume como em valores, frente ao mesmo intervalo do ano anterior. Nesse grupo, a empresa de pesquisa destaca bebidas a base de soja, sucos, salgadinhos, creme de leite e sorvetes. Entre aqueles que tiveram aumento de volume e redução no total faturado, estão 31% das categorias, com destaque para café solúvel, leite em pó, refrigerantes e leite longa vida. Café torrado, leite pasteurizado, extrato de tomate e suco concentrado fazem parte dos 21% de produtos que registraram volume menor de vendas, mas avanço em termos financeiros. (Valor Online)

Sadia e Perdigão fecham acordo

Os principais sócios da Sadia e da Perdigão chegaram a um acordo ontem (13) para unir as duas empresas, mas até às 23 horas não haviam assinado contrato. A expectativa é que isso aconteça hoje ou amanhã e o negócio seja anunciado no máximo até segunda-feira.

O contrato só não foi assinado por causa de exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização das companhias de capital aberto. As exigências foram feitas ontem à tarde, durante visita de Luiz Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, e de Nildemar Secches, presidente do Conselho de Administração da Perdigão, à sede da CVM, no Rio de Janeiro. Advogados das duas empresas tiveram então de rever cláusulas dos contratos para se adequar às regras. Embora o contrato não tenha sido assinado, as duas empresas dão como certa a operação.

O acordo básico prevê uma troca de ações entre as duas companhias. No resultado final, a Perdigão ficaria com cerca de 70% do capital total, e a Sadia, com 30%. O capital será pulverizado no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, mas dois grupos terão participação destacada na empresa. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, que hoje tem 14,16% do capital da Perdigão e 7,33% da Sadia, ficará com 12% das ações da nova empresa. As famílias Fontana e Furlan, que hoje controlam a Sadia com 23% do capital, ficarão com aproximadamente 10% do capital total da nova empresa.

Uma vez anunciada a união das duas empresas será feita uma emissão de ações para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faça um aporte de recursos, por meio de seu braço de investimentos, a BNDESpar. Esse novo aporte será usado para reduzir o endividamento da Sadia, que chegou a R$ 8,5 bilhões em dezembro, depois das perdas com derivativos cambiais.

Assinado o contrato, os representantes das duas empresas passarão a discutir a estratégia para a nova empresa. Já se sabe que no exterior deve ser aproveitada a marca Sadia, que é uma marca forte em muitos mercados, como Rússia e Oriente Médio. No Brasil, sobretudo em alguns segmentos nos quais as duas marcas competem frente a frente, não há indicação de qual marca vai se sobrepor.

A matéria é de Marili Ribeiro, Mariana Barbosa e David Friedlander, para o Estado de SP.

 

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