Notícias 14.01.09

Importações – Veja as importações de lácteos em dezembro de 2008 comparadas com dezembro de 2007 e novembro de 2008. Em seguida, as importações acumuladas de janeiro a dezembro de 2008 comparadas com o mesmo período de 2007. (www.terraviva.com.br)

 

Financiamento  – Um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, cujo objetivo é ampliar a base de produtores familiares, prepara o segmento para atuar como “plataforma” de exportação de produtos lácteos nacionais. Beneficiadas pela linha Pronaf Agroindústria, cinco cooperativas ligadas à central catarinense Aurora terão R$ 96 milhões, para erguer uma fábrica de leite em pó e soro de leite na cidade de Pinhalzinho (SC). A Aurora usará seus canais de distribuição de frango e suínos para emplacar os lácteos de sua marca. O grupo já investiu R$ 80 milhões de recursos próprios na construção da usina de beneficiamento para 1 milhão de litros/dia e parte, agora, para a segunda etapa do projeto com a edificação da torre de secagem de leite. Serão produzidos 650 mil litros de leite em pó e 750 mil litros de soro de leite por dia. “Hoje, os preços estão abaixo dos US$ 5,2 mil [por tonelada] do início de 2007, mas ainda vale a pena exportar com cotações próximas do preço histórico de US$ 3 mil”, diz o vice-presidente da controladora Cooperalfa, Dilvo Casagranda. O mercado está mais disputado, segundo ele, porque os grandes produtores Austrália e Nova Zelândia, afetados por uma forte seca em 2007, voltaram a vender com força e os preços recuaram. (Valor Econômico)

Produção – Em 2008, os produtores brasileiros de leite não tinham do que reclamar. Um fenômeno mundial que teve início ainda em 2007 fez o Brasil se tornar exportador do produto para suprir a demanda do mercado externo. Como a procura era maior que a oferta, o preço se tornou bastante atraente, superando os R$ 0,80 por litro. Em Pernambuco, a situação era ainda mais favorável. O anúncio da chegada de diversas empresas do segmento lácteo no Estado como Perdigão (através da Batavo), Cemil e Betânia, além do aumento no número de laticínios de menor porte, fez com que houvesse uma verdadeira briga pelo produto no Agreste Meridional, reduto conhecido como bacia leiteira. (Jornal do Commercio/PE)

Crise – Já o segundo semestre de 2008 foi de reviravolta. A queda na demanda reduziu o preço pago ao produtor. Em julho veio o primeiro baque de 2,20%. Agosto registrou 4,66% a menos nos valores pagos e setembro fechou com queda de 7,63%, acumulando uma redução de 13,88% em quatro meses. No âmbito regional, a crise econômica mundial também mostrou suas garras. A Perdigão, que está construindo uma fábrica de lácteos no município de Bom Conselho adiou a inauguração que estava marcada para este começo de ano, para junho ou julho. (Jornal do Commercio/PE)

Pep  – O 1º leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), realizado ontem, negociou 38 das 200 mil toneladas ofertadas. O presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, acredita que a medida é boa, mas o preço está abaixo do mercado. ‘É questão agora de ajuste com o Ministério da Agricultura para colocar os preços a níveis próximos de R$ 0,60.’ O custo de produção é R$ 0,64. O diretor da Conab Paulo Morceli afirma que é preciso usar o preço mínimo atual nas ofertas, mas garante que haverá reajuste. Para ele, o resultado surpreendeu. ‘É operação nova. Foi além do que esperava por ter participação em todos os lotes.’ Segundo Morceli, a indústria sentiu que vale a pena investir na operação. A próxima oferta será no dia 22. As outras três previstas devem ser semanais. O diretor não descarta ofertar o que não for vendido em outros leilões. ‘A meta é negociar 1 milhão de litros.’ (Correio do Povo/RS)

Preço – Produtores de leite começaram 2009 com um problema antigo. O baixo preço do produto no mercado. Para tentar sobreviver à crise no setor, alguns pecuaristas vendem os animais. Segundo o Ministério da Agricultura, medidas já foram tomadas para incentivar o consumo e a expectativa é que o mercado leiteiro seja normalizado no segundo semestre. (Globo Minas)

Negócios

Vacas – Os produtores de leite mineiros estão vendendo as vacas para pagar as dívidas. A crise começou em julho do ano passado, justamente em um momento que era pra ser de investimento. Os especialistas não conseguiram prever o aumento na produção, o mercado não absorveu o excedente e os preços despencaram. O preço do leite no Triângulo Mineiro serve de referência para entender a crise que chegou muito antes do estouro nas bolsas. O litro, que no ultimo ano chegou a ser cotado em R$ 0,94, começou 2009 estabilizado em R[area=2],58 de média. (Canal Rural)

Fertilizantes  – A balança do agronegócio perde com grãos e carnes, mas deverá ganhar com fertilizantes. Um dos principais custos dos produtores nos últimos anos, os gastos com adubos e fertilizantes devem ter peso menor de US$ 3,5 bilhões na balança neste ano, segundo Victor Abou Nehmi Filho, gerente da Sparta, administradora de fundos de investimento. Demanda menor e estoques elevados vão segurar os preços. (Portal Uai)

Fertilizantes  – Para frear a queda nas vendas de fertilizantes, preços mais baixos. O cloreto de potássio, antes comercializado a US$ 950 a tonelada, é vendido a US$ 800. A tonelada do nitrato de amônio passou de US$ 600 para US$ 190, a de uréia caiu de US$ 900 para US$ 280. Essas novas cotações estipuladas à revelia do setor e já à disposição do produtor rural nas distribuidoras podem interromper o recuo de 10% registrado nas entregas de adubos em 2008 em comparação às 24,6 milhões de toneladas negociadas no ano anterior. Mas enquanto a expectativa não se confirma, a indústria corta a produção interna, em até 50%, e também as compras no mercado internacional, essas recuaram mais de 70% em novembro e dezembro, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). (Gazeta Mercantil)

Papelão – O indicador de vendas do setor de papelão ondulado, considerado um dos termômetros da atividade econômica por envolver a indústria de embalagens, sinalizou efeitos da crise da economia mundial no país no final do ano passado. Segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira (13) pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), as vendas de papelão em dezembro totalizaram 157,2 mil toneladas, uma queda de 4,5% em relação ao mesmo período de 2007. Na comparação com novembro, as vendas do mês passado apresentaram uma queda de 15,5%. (Agência Estado)

Atacarejo – O grupo Comper vai priorizar neste ano a abertura de unidades da rede Comprefort, o seu modelo de atacarejo, modelo de loja mais despojado, com características de atacadista, em praças onde já atua com sua bandeira de supermercado. A Comprefort chegou a Brasília na semana passada. Até então, esta marca de atacarejo estava restrita a Santa Catarina, com três unidades. De acordo João Pereira, diretor da rede, o grupo pretende atingir em 2009 um faturamento de R$ 1,7 bilhão, cerca de 30% superior à receita de 2008, de R$ 1,35 bilhão. ” Nossa rede ainda não sentiu a crise. O ano de 2008 foi de crescimento de 26% nas vendas, tendo aberto três novas lojas”, disse Pereira. No total, o grupo fechou 2008 com 31 unidades entre todas as bandeiras que atua. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Exportações/MG – As exportações do agronegócio mineiro em 2008 somaram US$ 5,8 bilhões e bateram recorde. O valor é 17,7% maior que o de 2007, que foi de US$ 4,9 bilhões. Os números foram organizados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações de produtos lácteos, com destaque para o leite em pó, somaram US$ 252 milhões, graças aos bons preços no mercado internacional registrados no primeiro semestre. O crescimento foi de 117,7% em relação a 2007. (Hoje em Dia/MG)

Clima/RS – A chuva trouxe a esperança de amenizar prejuízos na produção de leite. Agricultores prevêem que o pasto terá vitalidade em até três dias, o que vai qualificar a alimentação do gado leiteiro. Nos últimos três meses, o setor teve quebra de até 30% nas Missões. ‘O leite vai cobrir gastos e garantir nossa continuidade no campo’, disse o agricultor Luís Wolf, de Sete de Setembro, um dos primeiros municípios a decretar situação de emergência devido à estiagem. Em Santana do Livramento a quebra na produção leiteira também está na casa dos 30%, em razão da falta de massa verde. (Correio do Povo/RS)

Safra – A queda na safra de grãos neste ano deve ser maior que a projetada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), afirmou nesta terça-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo ele, as condições climáticas em parte da Região Sul farão com que a produção fique abaixo das estimativas oficiais. Na avaliação do ministro, a seca no interior do Paraná, no oeste de Santa Catarina, em partes do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul é o principal fator para a diminuição da safra. Stephanes evitou dar um percentual para a redução, mas disse que os produtos mais afetados serão o café, o milho e o algodão. (Agência Brasil)

 

Economia

Emprego – As contratações superaram as demissões em novembro de 2008 na comparação com igual período do ano anterior em 11 dos 18 setores da indústria pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os setores que apresentaram as maiores expansões no nível de emprego foram máquinas e equipamentos (6,3%), alimentos e bebidas (1,9%), minerais não-metálicos (7,5%), meios de transporte (4,1%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (4,9%). De acordo com dados divulgados pelo IBGE, na comparação entre os meses de novembro dos dois anos, o emprego industrial teve aumento de 0,4%, embora tenha reduzido o ritmo de crescimento observado nos últimos meses. (Agência Brasil)

Globalização e Mercosul

China – Em dezembro os resultados da balança comercial chinesa foram péssimos. As exportações caíram 2,8% em relação a dezembro de 2007, para US$ 111,6 bilhões. As importações registraram um declínio acentuado de 21,3%, para US$ 72,18 bilhões. (O Tempo/MG)

Ampliação – O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) informou ontem que vai ampliar dos atuais US$ 400 milhões para US$ 1 bilhão a dotação para seu Programa de Facilitação de Financiamento ao Comércio Regional (TFFP). O programa é o instrumento pelo qual o BID investe no crescimento econômico e na ampliação do financiamento comercial à disposição de empresas da América Latina e do Caribe. (Gazeta Mercantil)

Brasil/Argentina – A relação comercial entre Brasil e Argentina é cheia de altos e baixos. “Os argentinos são altamente protecionistas nas áreas industrial e agrícola”, diz Mauro Laviola, diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Entre as medidas que tumultuaram a relação bilateral nos últimos tempos estão as chamadas “retenciones”, o imposto sobre produtos exportados instituído em 2002 com o intuito de manter parte da produção de soja, milho e trigo no mercado interno para controlar preços e, de quebra, aumentar a arrecadação. (Gazeta Mercantil)

Consumo – Segundo estudo da Nielsen, 70% dos consumidores, em todo o mundo estão mudando para marcas mais baratas, sobretudo no item alimentação. 80% deles têm incertezas quanto à situação financeira, e pensam que 2009 não é bom momento para comprar bens, cita o estudo feito em 52 mercados da Ásia Pacífico, Europa, América Latina, América do Norte e Oriente Médio. No México, onde a maioria das pessoas poupa menos de 10% de sua renda, e 62% dos empregados não planejam o futuro, a estratégia, na crise, é focada na redução do consumo de tecnologia e alimentos. O índice de confiança dos consumidores em todo mundo baixou 4 pontos. Os brasileiros são os que mais gastaram em confortos e diversão como férias, entretenimento fora de casa, novas tecnologias e compras de roupas, seguidos pelos Argentinos. (Cnn Exapansion/México)

Commodities – Segundo analistas, o preço das commodities chegou ao mínimo, e que em 2009, haverá tendência de se estabilizar ou aumentar, devido à queda na produção. Depois de vários meses de quedas contínuas, dezembro foi o primeiro mês em que se registraram aumentos, representando a inversão de tendência. Emmanuel Jayet, analista de assuntos agrícolas francês, diz que os mercados agrícolas estarão deficitários em um futuro muito próximo, por razões estruturais: alta ininterrupta da demanda, e dificuldades de produção, sobretudo por falta de investimentos. (Le Fígaro/França)

Estiagem – Raras vezes nos últimos anos o Cone Sul da América foi atingido por uma seca tão grande. No Uruguai, país mais assolado pela estiagem e por ondas de incêndios dela decorrentes, o presidente Tabaré Vázquez suspendeu as férias e decretou situação de emergência agropecuária. No Paraguai, chuvas registradas desde o fim de semana serviram para atenuar incêndios florestais que têm arrasado a região do Chaco. O Departamento de Climatologia do Serviço Meteorológico Nacional (SMN) argentino diz que essa é a pior seca em 47 anos no país. As plantações de girassol recuaram 30%, as de milho estão 20% inferiores a 2007 e as de soja, 8% menores. O Brasil pode sofrer conseqüências indiretas da seca nos países vizinhos, mas a estiagem aqui não será tão forte segundo os prognósticos da Central de Meteorologia. (Zero Hora)

RS: chuva deve melhorar condição do gado de leite

A chuva de ontem (13) trouxe a esperança de amenizar prejuízos na produção de leite. Agricultores prevêem que o pasto terá vitalidade em até três dias, o que vai qualificar a alimentação do gado leiteiro. Nos últimos três meses, o setor teve quebra de até 30% nas Missões. “O leite vai cobrir gastos e garantir nossa continuidade no campo”, disse o agricultor Luís Wolf, de Sete de Setembro, um dos primeiros municípios a decretar situação de emergência devido à estiagem.

Em Santana do Livramento a quebra na produção leiteira também está na casa dos 30%, em razão da falta de massa verde. Na tentativa de recuperar o estado dos animais, pequenas lavouras de milho são cortadas para alimentar o rebanho. Segundo o extensionista da Emater Alcedir dos Santos, alguns agricultores pretendem replantar as lavouras mesmo fora do ciclo de plantio da cultura. A situação não abrange todo o município, pois há áreas em que a chuva trouxe umidade ao solo, beneficiando especialmente a pecuária de corte e agricultura. “A situação em algumas faixas, como em áreas de assentamentos, é mais preocupante, pois há propriedades em que a água já é escassa até para o consumo humano”, comentou.

A chuva de ontem ainda beneficiou a soja. Em São Borja, foram cultivados 50% dos 30 mil hectares previstos. Agora, a alternativa no município é o plantio de sorgo, girassol ou milho safrinha. Em Santa Rosa, a planta está em fase de desenvolvimento do grão e, segundo o agrônomo Jairton Dezordi, se continuar chovendo, agricultores poderão ter boa colheita.

As informações são do jornal Correio do Povo/RS, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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