Noticias 13.08.09

Exportações/BR – No segmento lácteo, o Brasil comprou mais do que vendeu em julho. O déficit foi de mais de US$ 14 milhões e repetiu uma tendência verificada no primeiro semestre do ano. O desaquecimento nas exportações do leite em pó, carro chefe nas vendas para o exterior, acentuou a diferença na balança do setor lácteo em julho. Nos primeiros seis meses do ano, a entrada de produtos do segmento no Brasil superou os embarques em mais de US$ 35 milhões. Em 2008, no mesmo período, houve um superávit de quase US$ 140 milhões. Tradings apontam a queda do preço do produto no mercado internacional como o principal motivo desta virada. O leite acompanhou um pouco o processo da crise mundial, mas há outros fatores conjunturais, como excesso de produto. Por enquanto, a queda nas exportações tem impacto pouco relevante internamente, pois representam apenas 3% da produção brasileira. (Canal Rural)

Caprilat – Após um ano de pesquisas e investimento de R$ 200 mil, a friburguense CCA Laticínios lançou a linha de queijos de cabra Caprilat. De sabor mais suave, para atender às exigência do mercado nacional, os três queijos da linha saíram das prateleiras de uma rede de supermercados, para mais de cem pontos de venda no Grande Rio. De acordo com Antonio Carlos Cordeiro, diretor da empresa, na Europa, onde o agronegócio caprino é muito desenvolvido, a comercialização de queijos responde por mais de 90% do destino final do leite. O próximo passo da CCA é capacitar para venda de queijo os cerca de 30 representantes que já atuam pelo Brasil nas linhas de leite de cabra longa vida e em pó. (O Globo)

Fio de Leite – Manteiga, leite e queijo. O que mais pode ser feito com leite? Com criatividade e tecnologia, meias e blusas! Inacreditável? Conheça o trabalho inovador da designer Dolores Piscotta com tecido produzido a partir das fibras do leite de vaca. As blusas custam por volta de R$ 220,00 e deixam o tecido com um preço salgado. “É quase igual ao nylon ou seda, mas é puro leite” diz Piscotta, a criadora da coleção de roupas e acessórios feitos com o tecido especial. Cerca de 100 quilos de leite desnatado são necessários para fazer 3 quilos da fibra, razão pela qual o tecido ainda não decolou. No entanto, o material tem potencial: não possui corante, permite maior respiração da pele, contém aminoácidos benéficos para quem usa e é tão confortável e elegante quanto a seda. (Eco.Desenvolvimento)

Preço/UE – A produção de leite na União Europeia (EU-27) de janeiro a maio de 2009 caiu 0,7% em relação ao ano anterior, e provavelmente continuará caindo. O mercado está consolidando os preços nos níveis atuais. O preço médio pago ao produtor europeu em junho foi de 24,70 euros por 100 quilos de leite padrão. 7,89 euros menos que o valor pago um ano atrás, mas 0,60 euros a mais que em maio último. A tendência de queda na produção deixará de pressionar os preços para baixo. Sinais consistentes de recuperação ainda não existem, no entanto são claros os sinais de que a desaceleração parou. Os dados negativos ainda são: a baixa demanda e a perda de competitividade dos produtos europeus, diante da valorização do euro. (LTO Nederland)

Preço/NZ – Na Nova Zelândia a produção aumentou em torno de 10% no ano encerrado em junho. A variação cambial, ocorrida entre o yen chinês e o dólar kiwi, proporcionou uma demanda surpreendente da China, ocorrendo aumento de 155% das vendas de leite em pó nos primeiros cinco meses desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, os preços baixos começaram a prejudicar a produção local e a partir de agosto as importações de leite pela China serão efetuadas mediante licenças emitidas pelo governo. Isto deverá reduzir a busca chinesa de lácteos no mercado mundial, e principalmente, da Nova Zelândia e Austrália. A boa notícia veio do último Leilão da Fonterra, com o aumento de 25% no preço do leite em pó, que pode ser considerado um indicador dos preços futuros do mercado. Mesmo assim a cooperativa neozelandesa manteve o preço de NZ$ 4,55 por quilo de Milk Solids (MS) a ser pago aos produtores na estação que se inicia. (LTO Nederland)

Preço/USA – Nos Estados Unidos o governo tomou medidas para apoiar os produtores de leite através do Programa Dairy Product Price Support. Os preços ficaram assim: Leite em pó desnatado (de US$ 1.764 para US$ 2.028/ton.) e queijo Cheddar (de US$ 2.490 para US$ 2.888/ton.). Os subsídios estarão em vigor de agosto a outubro de 2009. A ajuda incluiu também a compra pelo governo de 68.000 toneladas de leite em pó e 35.000 toneladas de queijo. (LTO Nederland)

Espanha – Na Espanha, em julho, a relação entre o preço do alimento da produção ao consumidor chegou a 5,79, um aumento de 31,2% em relação ao índice de 4,41, obtido no mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Índice de Preços na Origem ao Destino dos alimentos (IPOD). Dentre os produtos de origem animal, destacam-se as maiores margens comerciais: 425% para vitelo, 421% para carne de porco e 335% para o leite de vaca. (Frisona)

Uruguai – O número de produtores de leite no Uruguai em 2008 foi de 3.474, superando em 2% o número de 2007, sendo o segundo ano consecutivo com recuperação do número de produtores. Também o volume médio por produtor aumentou para 1.208 litros diários, alcançando o maior valor histórico. Dada a particularidade do ano de 2008, também foram contados os produtores em abril de 2009, alcançando 3.518, ligeiramente superior a 2008. Os principais produtos elaborados são leite em pó (63.500 toneladas) e queijos (53.700), apresentando aumentos expressivos em relação a 2007, 36% e 12% respectivamente. O volume das exportações em equivalente leite totalizou 901 milhões de litros, queda de 6,5% em relação ao ano anterior, mas, em valores houve crescimento de 25%. (Espectador.com)

Negócios

Nestlé – A Nestlé, a maior empresa mundial de produtos alimentícios, registrou vendas inferiores às estimativas dos analistas, depois que os consumidores, acossados pela recessão, adquiriram menos água mineral engarrafada e leite em pó. A receita do primeiro semestre caiu 1,5%, para US$ 48,3 bilhões. O lucro da empresa suíça caiu pela primeira vez em seis anos (2%), para US$ 4,7 bilhões. A Nestlé disse que a receita do segundo semestre vai se acelerar. (Folha de SP)

Wal-Mart – O grupo norte-americano Wal-Mart, maior varejista do mundo, obteve lucro de US$ 3,44 bilhões (US$ 0,88 por ação) no trimestre maio/julho (segundo trimestre fiscal da empresa), 0,29% menor que o de US$ 3,45 bilhões (US$ 0,87 por ação) registrado em igual período do ano passado. Em maio, o grupo havia dito que previa lucro de US$ 0,83 a US$ 0,88 por ação. As vendas líquidas diminuíram 1,4%, para US$ 100,08 bilhões; excluindo o impacto cambial. A varejista projeta lucro de US$ 0,78 a US$ 0,82 por ação para o terceiro trimestre fiscal, que termina em outubro. Analistas preveem US$ 0,80. O Wal-Mart estima que as vendas de mesmas lojas ficarão entre estáveis e 2% maiores do que as registradas em igual período do ano passado. (Agência Estado)

SLC Agrícola – A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos do país, fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 22,3 milhões, 39,3% abaixo do de igual período de 2008. No segundo trimestre, a SLC teve prejuízo líquido de R$ 5,9 milhões, após ter obtido lucro líquido de R$ 5,6 milhões em igual a período de 2008. (Folha de SP)

Alimentos – As potencialidades, necessidades e sugestões para o desenvolvimento agroindustrial de alimentos serão debatidas, amanhã, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). O encontro reunirá produtores rurais, empreendedores agrícolas, instituições de pesquisa e órgãos do governo. A Embrapa Agroindústria de Alimentos promove o fórum para debater assuntos técnicos sobre o processamento de alimentos e cooperar na difusão de conhecimentos, experiências e ideias para agregar valor à agroindústria. (Folha de Rondônia)

Fonterra – A Fonterra de Edendale está a apenas algumas semanas de tornar-se a maior fábrica de transformação de leite do mundo. No dia 1º de setembro entrará em funcionamento o secador quatro, com capacidade para produzir 29,15 toneladas de leite em pó integral, ou 28 toneladas de leite em pó instantâneo por hora, com uma redução de custos na ordem de 10 a 13%, diz o gerente Keith Mason. Os números impressionam. A nova caldeira vai queimar 12 toneladas de linhite por hora para produzir 55 toneladas de vapor por hora. Setenta por cento do leite chegará por ferrovia e 30% por rodovias. E, certamente a torre de 65 metros não proporcionará boa paisagem a quem tem medo de altura. (Rural News)

 

Setoriais

Grãos – Em seu relatório sobre o quadro de oferta e demanda de grãos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fez ajustes substanciais na projeção de oferta e consumo de soja e milho. As alterações, contudo, tiveram impacto apenas marginal sobre os preços das commodities, pois, de acordo com analistas, já eram esperadas pelo mercado. Entre o relatório apresentado em julho e o de ontem, houve redução de 1,7 milhão de toneladas a projeção de produção de soja na safra 2009/10. (Valor Econômico)

Capacitação – Com o objetivo de capacitar recursos humanos para o desenvolvimento e adoção de processos tecnológicos para a produção de carne e leite ovino de qualidade, em sistemas integrados com a produção de grãos, fruticultura e bovinocultura de leite, a Unochapecó realizará o curso de pós-graduação em Produção de Ovinos de Corte e Leite. Em nível de especialização, o curso possibilitará a inserção em extensão rural, pesquisa agrícola e fomento agrícola. Serão ministradas disciplinas como: Reprodução e Controle Leiteiro em Ovinos; Doenças Parasitárias em Ovinos de Corte e Leite; Produção de Leite Ovino e de Seus Derivados Lácteos. A seleção será nos dias 14 e 15 e o período para a matrícula é de 17 a 20. As aulas iniciam ainda neste mês e encerrarão em janeiro de 2011. (Rádio Chapecó)

Consumidores – A Securus Brasil, de Porto Alegre desenvolveu um software que permite acompanhar os hábitos dos consumidores a partir das imagens das câmeras. A tecnologia dispensa o olho humano: é o próprio software que calcula e informa sobre o “comportamento” dos consumidores. “Num supermercado, por exemplo, é possível acompanhar quanto tempo as pessoas permanecem em determinada área ou quantas passaram pelo local das promoções do dia”, avalia Luciano Farias, presidente da Securus. Acredita Farias, que a análise pode levar a mudanças arquitetônicas que promovam ganhos de eficiência. (Revista Amanhã)

Economia

Varejo – As vendas no varejo brasileiro tiveram alta de 1,7% em junho, depois de incremento de 0,4% em maio, na série com ajuste sazonal. Em relação a junho de 2008, foi verificada elevação de 5,6%. No acumulado do ano, houve expansão de 4,4%. Em 12 meses, o crescimento ficou em 6,2%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Valor Online)

Globalização e Mercosul

Protecionismos – Representantes da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai manifestaram preocupação com a adoção de novas medidas protecionistas por parte de países desenvolvidos, ontem, durante reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS). Reunidos, líderes da América do Sul concluíram que a região reagiu rapidamente com mudanças em políticas públicas para amenizar efeitos da crise financeira. (Correio do Povo/RS)

Lei Ambiental – Algumas das maiores empresas de alimentos e de agronegócios dos Estados Unidos se mobilizaram para tentar mostrar como um projeto de lei para combater o efeito estufa que tramita no Congresso americano é “mal concebido” e pode causar inflação nos alimentos. Um grupo de gigantes agrícolas, que inclui Archer-Daniels-Midland, Cargill, Tyson Foods e General Mills, teme que as empresas acabem arcando com uma porção maior dos custos dessa legislação. O grupo teme ainda que um projeto de lei aprovado pela Câmara em julho não dê incentivos suficientes para que as empresas agrícolas e alimentícias recebam e comprem créditos de carbono, para compensar suas emissões de gases do efeito estufa. O Senado deve votar sua própria versão da lei na volta do recesso, mês que vem. (Valor Econômico)

Chile – Grandes empresas como, Nestlé, Soprole, Colún, Watt’s, Aproqueso, Surlat e Mulpulmo deram apoio ao pedido feito pelos produtores, para a aplicação do imposto de 31,5% sobre as importações de lácteos do Uruguai e Argentina, como medida de salvaguarda ao setor lácteo chileno. Os subsídios concedidos nos países de origem ameaçam a produção interna, uma vez que a redução artificial do preço reflete no pagamento ao produtor nacional. Na avaliação das entidades representativas do setor, estão ameaçados mais de 10.000 postos de trabalho. (Estratégia Online)

Venezuela – No auge do preço do petróleo, o aumento da arrecadação permitiu o crescimento do consumo, mas também uma inflação superior a 25%, na Venezuela. A política hostil aos empresários, nacionalizações, e o controle de preços afetou a oferta de bens de consumo e alimentos. Por fim, o câmbio fixo fez com que os produtos venezuelanos perdessem competitividade. Esses fatores contribuíram para triplicar as exportações colombianas para Venezuela. A boa infraestrutura de transportes entre os dois países e a enorme fronteira terrestre facilitou o desenvolvimento do comércio de carne de vaca, leite, frango, ovos e produtos industriais, que são trocados por combustíveis, trazendo grande desenvolvimento econômico nas regiões fronteiriças. Desenvolvimento esse, agora ameaçado pelo choque entre o socialismo do século XXI, defendido por Hugo Chávez na Venezuela, e o liberalismo econômico, com leis de mercado do presidente Álvaro Uribe. (El Espectador)

Rússia – O Produto Interno Bruto (PIB) russo registrou queda de 10,9% no segundo trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, agravando a recessão do país, cuja economia já tinha apresentado redução de 9,8% no primeiro trimestre. Esse retrocesso é ainda pior do que o governo havia previsto. A queda do preço do gás e do petróleo explica a recessão russa, que tem 68,8% de suas exportações em energia. (El Mundo)

USA – Existe grande possibilidade de a recessão americana ter terminado em junho, segundo a empresa de pesquisa Capital Economics. 27 dos 28 indicadores acompanhados pela empresa estão nos níveis mínimos, como horas trabalhadas e exportações. O melhor indicador é o de confiança, demonstrando a sensação de otimismo, fazendo crer que o pior já passou. No entanto, é preciso cautela, porque o problema continua sendo o consumo. É difícil prever quando haverá um retorno ao gasto despreocupado do consumidor americano, enquanto o desemprego continuar em alta, os salários em baixa e as famílias mantendo rígido controle do orçamento. (Diário Financiero)

Nestlé divulga queda nos lucros do 1º semestre

A Nestlé, maior companhia de alimentos e bebidas do mundo em vendas, informou queda de 1,9% no lucro líquido do primeiro semestre de 2009, para 5,1 bilhões de francos suíços (US$ 4,7 bilhões), ante 5,2 bilhões de francos no mesmo período do ano passado. O resultado, contudo, ficou acima do esperado pelos analistas, de 4,8 bilhões de francos. A receita do período recuou 1,5% para 52,3 bilhões de francos, ante 53,1 bilhões de francos no ano anterior.

O lucro operacional no período aumentou para 7,4 bilhões de francos, em comparação com os 7,3 bilhões de francos no primeiro semestre de 2008. Analistas elogiaram a melhora na margem de lucro operacional, de 13,8% para 14,1%, mas disseram que volumes e preços foram pontos negativos.

O crescimento orgânico, medida muito observada por compreender mudanças no volume e preço de venda dos produtos, ficou em 3,5% no primeiro semestre, depois de cair de 3,8% no primeiro trimestre para 3,2% no segundo trimestre do ano. “O mercado deve ficar decepcionado com o nível de crescimento orgânico e com o volume de vendas na Europa”, afirmou Jon Kox, analista da Kepler.

A Nestlé disse esperar um crescimento orgânico mais acelerado no segundo semestre, liderado pelo volume de vendas, e uma continuação da melhoria na margem de lucro operacional.

A Nestlé não vê oportunidades para novas aquisições no momento, de acordo com James Singh, chefe de relações com investidores e diretor financeiro da companhia. “Não há nada disponível a um preço justo”, afirmou durante conferência por telefone com analistas.

Respondendo a questões sobre a disposição da Nestlé de vender uma fatia majoritária na Alcon Inc., de produtos para cuidados com os olhos, para a Novartis, o executivo disse que este será um tema para o próximo ano, no mínimo. “As opções relacionadas ao acordo serão exercidas no próximo ano”. Sob o pacto assinado em 2008, a companhia suíça tem o direito de vendas do restante de sua participação na Alcon, de 52%, entre janeiro de 2010 e julho de 2011, para a Novartis. Uma fatia de 25% já foi vendida para a farmacêutica em 2008.

Ações

Em um dia de movimento altista nas principais bolsas europeias, os papeis da Nestlé cairam 4,4% depois que a gigante suíça do setor de alimentos anunciou queda no lucro no primeiro semestre e informou que suas vendas orgânicas no período cresceram menos do que o esperado. A companhia também retirou uma projeção anterior de expansão de pelo menos 5% nas vendas este ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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