Notícias 12.01.09

 

Aconteceu – Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: as importações de leite e derivados em dezembro; os preços do leite em 7 Estados do Brasil; a argentina La Serenísima enfrenta grave crise; uma superoferta de vacas; o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) inicia a partir deste mês, a operação de medidas para apoiar a comercialização do leite: o Prêmio de Escoamento de Produto (Pep) e a Linha Especial de Crédito (Lec) para o leite; a publicação pela Receita Federal da Instrução Normativa nº 900, sobre compensação, restituição e ressarcimento de tributos federais; o objetivo em 2009 dos representantes da cadeia produtiva do leite em Mato Grosso de aumentar os índices de produção e produtividade e o preço do leite ao produtor no Estado de SP. (www.terraviva.com.br)

Recuperação  – Após enfrentar dificuldades no segundo semestre de 2008, o setor lácteo está confiante que o consumo interno e externo manterá o crescimento em 2009, embora em ritmo mais lento. E aposta na recuperação dos atuais preços com o ajuste entre oferta e demanda. A queda de valor no atacado e varejo já perdeu força, o que indica que o produtor pode conseguir melhor remuneração neste começo de ano. Ainda assim, os produtores de leite brasileiros acumularam perda média de 15,5% no valor recebido entre dezembro de 2007 e novembro de 2008, segundo estudo do Cepea. Nesse período, a cotação do litro baixou de R$ 0,70 para R$ 0,58. A queda aconteceu a partir de junho, após o pico de R$ 0,80 em algumas regiões do país.  No Rio Grande do Sul, onde o estudo do Cepea aponta recuo médio de 10% no valor pago ao produtor, houve um agravante: o atraso na inauguração de indústrias de leite, que se efetivaram apenas em outubro e, ainda assim, abaixo da capacidade prevista. Dessa forma, houve desova de estoque no mercado, deprimindo ainda mais as cotações. Com isso, segundo a Fetag/RS, o recuo de preço teria sido de até 40% no Estado, o que afetou, sobretudo, produtores que fornecem até 300 litros por dia. A produção no Estado caiu de 9 milhões de litros ao dia, em setembro, para 7,5 milhões de litros ao dia, em dezembro.A seca registrada nos últimos dois meses também irá pesar nessa conta. ‘Se os preços subirem nos próximos meses, a produção poderá ser recuperada. Precisamos ter segurança para voltar aos patamares anteriores.’ Com capacidade instalada para processar 13,5 milhões de litros ao dia e estoque ajustado, a indústria gaúcha aponta crescimento da produção em 2009, devido à perspectiva de elevação no consumo. Além disso, fábricas em funcionamento podem ampliar a produção numa pós-avaliação. O setor industrial aposta no avanço de 7% na captação de leite no Estado em relação a 2008. (Correio do Povo/RS)

Leite de Cabra  – A primeira usina de leite de cabra em pó do Nordeste poderá ser instalada na Paraíba em até dois anos. O Sebrae está articulando junto ao governo do Estado e outras instituições para manter o Cariri paraibano no mesmo ritmo de desenvolvimento que apresentou em 2008. A região tem a maior produção de leite de cabra do Brasil, com quase 500 mil litros por mês, e terá também a fábrica que transformará 100 mil litros diários de leite em pó. Avaliada em quase R$ 8 milhões, a usina será instalada com apoio financeiro do governo federal, conforme o coordenador do programa do leite.   A perspectiva do leite de cabra como produto de valor agregado no mercado é resultado de um trabalho de conscientização do produtor rural desenvolvido ao longo dos últimos seis anos. O projeto ainda poderá ser mais abrangente em 2009. “Poderemos trabalhar com o aprimoramento da produção de derivados lácteos caprinos, como queijos, iogurtes, doces e a ricota do leite de cabra. Essa cadeia poderá trabalhar, dependendo das nossas ações, para atender o mercado privado, o que implica uma maior produção e a geração de trabalho e renda.(Canal Rural/Agência Sebrae)

Negócios

Suileite – A Suileite Festa do Suíno e Gado de Leite tem como objetivo unir as duas principais atividades do agronegócio do Estado de Santa Catarina, suínos e leite, atividades com grande importância social e econômica. Esse evento tem como idealizadores e realizadores a Associação Catarinense de Criadores de Suínos ACCS e a Associação Catarinense de Criadores de Bovinos ACCB Núcleo Regional de Concórdia. A primeira edição da Suileite aconteceu em julho de 2005 e a segunda em julho de 2007. Como experiência já concretizada, podemos afirmar que as duas edições obtiveram sucesso, tanto em participação de expositores e público, quanto em volume de negócios. A divulgação da Suileite é direcionada ao público alvo. A participação dos expositores é incentivada pelos bons negócios e pela proporção que o evento vem tomando, já que a participação do público na compra é garantida, pois, são disponibilizadas linhas de crédito. No período de 22 a 28 de junho de 2009 será realizada a 3ª Suileite e está previsto na programação, segundo informações da assessoria de imprensa da ACCS. (Safras)

 

Setoriais

Agronegócio – O agronegócio brasileiro fechou 2008 com um acréscimo de 23% nas exportações ante o ano anterior, diz o Ministério da Agricultura. Entre janeiro e dezembro de 2008, as exportações atingiram a marca recorde de US$ 71,9 bilhões -salto de US$ 13,4 bilhões, ante o resultado de 2007. O saldo da balança comercial do campo também atingiu um patamar descrito pelo ministério como “histórico”: superávit de US$ 60 bilhões. O setor respondeu, sozinho, por 36,3% das exportações do país, liderado pelo “complexo soja” (farelo, óleo e grão), com US$ 18 bilhões, e carnes (US$ 14,5 bilhões). O desempenho, diz o ministério, teve relação direta com a valorização dos principais componentes da balança comercial, como soja (58%), carnes (29%), café (22%), fumo (22%), açúcar e álcool (18%). “As vendas externas brasileiras foram beneficiadas pelo aumento dos preços no mercado internacional. Além disso, muitos produtos registraram acréscimo dos volumes embarcados em relação a 2007, como o álcool (45%) e os lácteos (43%)”, afirma nota do Ministério da Agricultura. (Folha de SP)

Grãos – O governo aprovou R$ 324 milhões para a primeira compra do ano, ainda neste mês, de trigo, feijão e milho, por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Do total, R$ 126 milhões vão para Aquisições do Governo Federal (AGFs), R$ 140 milhões para contratos de opção e cerca de R$ 57 milhões para outras despesas, como transporte e armazenagem de grãos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá aplicar a maior parte dos recursos de AGF em 100 toneladas de trigo do Paraná, 104 t do Rio Grande do Sul, 17 t de Santa Catarina e mil t de Mato Grosso do Sul. A outra parcela vai para compra de feijão. (Correio do Povo/RS)

Renda – A renda agrícola prevista para 2009 é de R$ 152 bilhões, redução de 7% em relação à obtida no ano passado, já descontada a inflação. Esse indicador refere-se ao valor bruto da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas a partir dos levantamentos da produção divulgados nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação do coordenador-geral de Planejamento Estratégico, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, “apesar da queda relativamente acentuada da renda agrícola, o valor estimado para este ano situa-se entre os maiores valores já obtidos, inferior somente ao de 2008”. (Ministério da Agricultura)

Clima – O aquecimento global pode gerar perdas financeiras da ordem de R$ 7,4 bilhões, deixar o Brasil em situação vulnerável já para a safra de grãos de 2020, e alterar profundamente a geografia da produção agrícola brasileira. Os dados são da pesquisa Aquecimento Global e a Nova Geografia de Produção, realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Eduardo Assad alerta que o objetivo do estudo é mostrar a vulnerabilidade do país. – Tudo está perdido? Não. Fechar os olhos para isso é que não podemos, pois temos como evitar. (Ministério da Agricultura)

 

Economia

Indústria – A produção da indústria brasileira caiu em todas as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em novembro, na comparação com outubro, na série com ajuste sazonal. O Rio Grande do Sul (-7,2%), assim como os estados do Espírito Santo (-17,2%), Minas Gerais (-13,4%) e Amazonas (-7,8%) tiveram quedas acima da média nacional (-5,2%). As demais regiões assinalaram taxas entre -0,2%, observada em Pernambuco, e -4,7% em Santa Catarina. O Estado de São Paulo apresentou queda de 3,2%. Apenas os Estados do Paraná (5,7%) e Pará (4,0%) registraram aumento na produção industrial de novembro de 2008, comparado ao mesmo mês do ano anterior. Dos 14 locais pesquisados, 12 registraram queda na produção nesta base de comparação. (Correio do Povo/RS)

Globalização e Mercosul

Uruguai – Será declarado hoje estado de emergência agropecuária, diante da intensa seca que afeta em diversos graus, quase todo o Uruguai, provocando grandes perdas na produção agropecuária, base da economia nacional. A decisão do governo permitirá ativar uma série de medidas, entre elas a compra na Argentina, de complemento alimentar para o gado com o Fundo Agropecuário de Emergência. O Uruguai tem na carne seu principal produto de exportação, e vende ao exterior um bilhão de litros de leite ao ano, 70% de sua produção. (Estratégia/Chile)

Alimentos – O aquecimento global deverá deixar a metade da população mundial sem alimentos até o fim desse século, prevêem cientistas americanos. De acordo com Rosamond Naylor, da Universidade Stanford na Califórnia, “Nós devemos repensar a agricultura, não só procurando variedades mais adaptadas ao calor e à seca, mas lembrando que grande parte da população, sobretudo nos países pobres, deverá abandonar a atividade, da qual elas dependem hoje”. Segundo os pesquisadores, alimentos como: milho e arroz deverão ter a rentabilidade reduzida entre e 20 e 40%. (AFP )

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos na Oceania e no Oeste da Europa, entre 19 de dezembro/08 e 07 de janeiro/09, apresentaram queda para todos os produtos, comparados à quinzena anterior. Na Oceania, o leite em pó integral fechou a quinzena com preço médio de US$ 1.950/tonelada.

No Oeste da Europa, depois de uma quinzena de estabilidade e até alguns reajustes, os preços voltaram a cair. O leite em pó integral teve preço médio de US$ 2.462,5, com valores variando entre US$ 2.325/t e US$ 2.600/t, mostrando queda de 13,2% em relação à quinzena anterior. Para o leite em pó desnatado, a queda no preço médio foi de 3,9% em relação à média da quinzena anterior, com valores entre US$ 1.975/t e US$ 2.350/t. Os valores para o soro de leite oscilaram entre US$ 500/t e US$ 575/t, média de US$ 537,5/t, queda de 10,4% em relação à quinzena anterior.

Na Oceania, todos os produtos também apresentaram queda de preços. O valor médio do leite em pó integral, US$ 1.950/t, apresentou queda de 7,14% em relação à ultima quinzena, com valores entre US$ 1.900/t e US$ 2.000/ton. Os valores do leite em pó desnatado ficaram entre US$ 1.800/t e US$ 1.950/t, média de US$ 1.875/t, um recuo de 3,85% em relação à quinzena anterior.

Os valores médios da manteiga foram de US$ 1.950/t na Oceania, queda de 9,3% em relação à quinzena anterior, e US$ 2.762,5/t no Oeste da Europa, queda de 7,9%. Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar, US$ 2.750/t, teve queda de 12,7% em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 2.600/t e US$ 2.900/t.(Milk Point)

Parmalat: dívida com produtores pode chegar a R$ 14 mi Desde o mês de novembro de 2008, os produtores rurais de Goiás que fornecem leite para a Parmalat, estão sem receber pelo leite que entregaram para a empresa. Cerca de 60% desses produtores suspenderam o fornecimento e o restante está por decidir se pára ou não de entregar o produto à indústria. A dívida da Parmalat com os fornecedores de leite pode chegar a R$ 14 milhões.

De acordo com os produtores, a Parmalat já dava sinais de esgotamento financeiro desde o mês de outubro do ano passado. Uma dessas demonstrações era a pouca cobrança de qualidade do leite recebido. A situação está mais complicada nos municípios do Sudoeste goiano, região em que a empresa está instalada e onde capta o leite que industrializa. Os municípios de Santa Helena, Caçú, Itarumã e Rio Verde são os mais prejudicados.

A Parmalat alega que a crise a afetou de forma grave e que houve sérios problemas de fluxo de caixa, mas que todos na indústria estão comprometidos em honrar os compromissos. Um pecuarista revelou que a empresa lhe deve R$ 42 mil, outro teve prejuízos de R$ 26 mil, mas já suspendeu as vendas para a empresa e agora vende o produto para outro laticínio.

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, disse que no início da próxima semana será realizada uma reunião entre Faeg, Parmalat e produtores, com objetivo de resolver a situação. Caso não haja um acordo, os produtores goianos já estão em busca de outras indústrias que possam receber o leite produzido nos municípios afetados pelo não pagamento da Parmalat.

Em reunião realizada na última sexta-feira (09) na sede da Faeg, o presidente e diretores da entidade pediram aos presentes que fizessem um levantamento em seus municípios de quantos produtores são fornecedores da Parmalat e quantos litros de leite são repassados à empresa. De posse dessas informações, a Faeg vai traçar uma estratégia de ação para sanar o problema o mais rápido possível. Até a agora a Faeg não possui esses dados e a indústria não repassa tais informações.

As informações são da Faeg, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

 

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