Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: preços médios recebidos pelos produtores de leite em 7 Estados do Brasil; a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg) reclama que os preços do leite no atacado teriam subido 25%; pressionados pela decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de barrar seus produtos, os argentinos concordaram em vender a tonelada de leite em pó, no mínimo, por US$ 2,2 mil; preços das principais commodities lácteas continuam estáveis na Oceania; o D.O.U publicou a Instrução Normativa nº 11, de 30 de abril de 2009, do Mapa, que aprova os métodos oficiais alternativos para análise da qualidade do leite e seus derivados; as importações de leite e derivados em abril de 2009; preços do leite ao produtor em abril de 2009; a Bertin deve elevar a captação de leite este ano, de 13,5 milhões de litros mensais para 15 milhões e o preço do litro de leite integral em Goiás deve ter novo reajuste (www.terraviva.com.br)
Exportações – Veja as exportações de lácteos em abril de 2009 comparadas com abril de 2008 e março de 2009. Em seguida, as exportações acumuladas de janeiro a abril de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008.
Produção/AR – A queda na produção de leite na Argentina não preocupa as indústrias. O mercado lácteo argentino está sendo redirecionado pela falta de compradores no exterior para o leite em pó, e a queda do consumo interno. A seca, e a chegada do inverno indicam moderada queda de produção, que em algum outro momento poderia preocupar a indústria, mas nesta oportunidade é vista com bons olhos. As indústrias estão desviando o leite antes secado, para queijos. A também fraca exportação de queijos está colocando nas gôndolas dos supermercados, queijos com ofertas as mais variadas possíveis. (Infortambo)
Protecionismo – A queda nos preços ao produtor em curso na Europa, Oceania e Estados Unidos, desde o meio do ano passado, provocou a reação dos países ou blocos comerciais pedindo a retomada de políticas protecionistas abandonadas em 2007, diante dos altos preços dos lácteos. Isto constitui uma barreira às exportações da região [Mercosul] que não conta com os subsídios que têm as empresas na Europa e Estados Unidos. (Infortambo)
Análise – O especialista argentino, Alejandro Galetto assegurou na Espanha, que não se atreve a prever a evolução dos preços dos produtos lácteos. Há um consenso de que na medida em que a economia se recupere, o consumo poderá sustentar os preços em níveis superiores aos que prevaleceram nos últimos 20 anos. Hoje estão similares aos do período 2004/2006. Esta queda provocou a revisão dos preços pagos aos produtores, que ainda contam com custos de produção maiores. Acrescentou que entre 1992 e 2007 a produção de leite mundial cresceu 1,41% ao ano, com grandes disparidades. Na China, o crescimento foi de 20% ao ano, acumulando 417,5% em 16 anos. Países como Rússia, França e Reino Unido reduziram a produção no período analisado. Já a Espanha aumentou 15,1%. (Frisona)
Preços/UE – O preço médio para o leite padrão entregue em março na União Europeia foi de 26,57 euros por 100 quilos. 9,82 euros menor do que março do ano passado, e 3,02 euros menos do que fevereiro desse ano. É o menor preço registrado desde o início da série em 1999. O anúncio dos preços de algumas indústrias de laticínios parece não dar grandes esperanças aos produtores. Analistas acreditam que a melhora nos preços só ocorrerá quando houver queda dos estoques, ou os importadores acreditarem na melhora da situação econômica mundial A Milcobel reduziu os preços da matéria gorda e da proteína, mesma providência tomada pela Arla, reduzindo 2,50 euros por 100 quilos, e em abril será 0,50 euros menor ainda. Os preços, em maio, continuarão nesses níveis. A finlandesa Häneenlinnan reduziu 5,50 euros em março, ficando em 36,70 euros, e é a empresa que melhor paga, entre os laticínios pesquisados pela LTO Internacional. A França concordou em reduzir os preços em 2009. Mas, produtores e indústria não entram em um acordo. Na Inglaterra as indústrias já anunciaram reduções para abril e maio. A FrieslandCampina manteve o preço garantido igual de março a maio, mas também reduziu a bonificação por matéria gorda e proteína. (LTO Nederland)
Preços/NZ – A Fonterra anunciou um modesto aumento de 10 centavos de dólar neozelandês, indo para NZ$ 5,20 por kg/Milksolids. Promete outros dez centavos em junho. Normalmente a Fonterra revê os valores quando atinge NZ$ 0,30. Por isso a leitura que se faz, é que a cooperativa está cautelosa, e com um otimismo moderado. (LTO Nederland)
Preços/EUA – Nos Estados Unidos foi anunciado um aumento no leite classe III, de 12% de fevereiro para março, e de 3% de março para abril. (LTO Nederland)
Queijos – O sindicato nacional dos fabricantes de queijos da Holanda, um dos países produtores mais tradicionais do mundo, informou que a crise mundial também afeta as vendas do setor. Feiras como a de Alkmaar, a mais movimentada do país, registrou número de visitantes inferior ao habitual. As vendas para o exterior caíram 30%, uma redução de 100 milhões de dólares nos negócios, só nos três primeiros meses de 2009. (Correio do Povo/RS)
Negócios
Rondileite/RS – A 2ª edição da Rondileite, entre os dias 22 e 24, em Rondinha (RS), será dedicada ao fomento da produção leiteira. Na programação, estão: Feira do Gado Leiteiro, Concurso da Vaca Leiteira e Mostra Tecnológica do Setor Leiteiro Regional. No dia 24, no Parque Municipal, acontece o Leilão Comercial, com oferta de novilhas. O município produz 2,6 milhões de litros de leite por mês. (Correio do Povo/RS)
Aquisição – Os credores da rede de supermercados Gimenes S.A. rejeitaram na última sexta-feira as propostas do Carrefour e do Ricoy para a compra da rede de supermercados com sede em Sertãozinho, interior de São Paulo. Nova assembléia ficou marcada para esta quarta-feira. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o faturamento da rede Gimenes S.A. em 2007 foi de R$ 509,3 milhões. (Gazeta Mercantil)
Setoriais
Seca/RS – Em Uruguaiana, a produção leiteira caiu de 18 mil para 12,6 mil litros por dia, conforme o agrônomo da Emater João Carlos Battassini. Foram semeados apenas 10% dos 20 mil hectares que deveriam ser plantados com azevém para alimentação suplementar do gado. A queda na natalidade é de 29,7%. (Correio do Povo/RS)
Seca/PR – A falta de chuvas que vem assolando o Estado desde a segunda quinzena de fevereiro está tirando o sono de produtores rurais e do governo. O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab), admite que já há perdas consideráveis, na casa das 600 mil toneladas, principalmente nas lavouras de milho e feijão da segunda safra. Sem enxergar perspectivas de melhoras, o vice-presidente e diretor de políticas agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Mario Plefk, teme que se algo não for feito agora, o produtor rural pode ficar em maus lençóis. Além dos produtores de milho, feijão e soja, Plefk alerta que a produção do leite no Estado pode ser atingida com a estiagem. “Geralmente no verão chove bastante e isso garante uma boa pastagem para o gado. Entretanto, esse ano foi diferente e o produtor corre o risco de chegar no inverno sem pasto. Se isso ocorrer, fatalmente a produção leiteira sofrerá com esse problema”, alerta. (Paraná Online)
Clima – A seca é a principal responsável pela quebra na safra agrícola 2008/2009, podendo ser 5% menor do que a do ano passado. Apesar disso, especialistas garantem que é possível se prevenir. “As mudanças de temperatura dos oceanos são muito demoradas e, influenciam a evaporação e alteram a circulação na atmosfera como um todo”, diz o chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luís Cavalcante. O mundo sente os efeitos do fenômeno La Niña que reduziu em um grau a temperatura do oceano Pacífico. Mas, “os modelos estão indicando que nos próximos dias, até o fim do mês, volte ao normal, e as chuvas diminuam no Nordeste e no Norte e, não deve ter muita chuva no Sul, já que, a partir de agora, climatologicamente as chuvas diminuem naquela região”, explica Cavalcante. Tanto La Niña, quanto El Niño (que aquece as águas do oceano) são eventos que acontecem há décadas, e ocorrem em média a cada quatro anos. Especialistas em agronegócio acreditam que falta tanto para o governo quanto para os produtores investir em prevenção. (Canal Rural)
Renda Agrícola – A estimativa de renda agrícola das 20 principais lavouras no Brasil em 2009 atingiu, em abril, R$ 156 bilhões, valor 3,2% inferior ao registrado no ano passado. Apesar da redução de renda, o valor estimado este ano é o segundo maior, depois de 2008, desde a série iniciada em 1997. Os períodos de estiagem em novembro e dezembro do ano passado e em março e abril deste ano na região Sul e em Mato Grosso do Sul afetaram a safra de produtos agrícolas, principalmente, milho e soja. A região Sul vem mostrando queda de 11% na produção de grãos em relação ao ano passado. A redução se deve essencialmente às condições climáticas, sendo o milho o produto mais afetado, como explica o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques. (Agência Safras)
Economia
Crise – A crise abateu de forma distinta os brasileiros. Ao que parece, a população de menor poder aquisitivo foi a que menos sofreu. É o que dizem consumidores da base da pirâmide e empresários, segundo uma pesquisa do instituto LatinPanel. Entre os entrevistados, 30% da classe C afirmam que a crise afetou sua situação econômica, 28% se sentem abalados na classe A e 26% nas D e E. A conclusão do estudo, segundo Ana Fioratti, diretora da LatinPanel, é que as classes D e E podem estar se configurando como a nova classe emergente. Desde 2007 é a faixa de consumidores que mais contribuiu para o crescimento da base de faturamento do varejo. Além disso, é a parte da população com menor comprometimento das finanças com dívidas. As classes D e E correspondem a 42% da população brasileira e 34% dos consumidores. No Norte e no Nordeste, a participação chega a 61% da população e 52% do consumo. “Elas ganharam poder de compra. Para este ano, com a queda do valor da cesta básica, a previsão é que a tendência de aumento do consumo se mantenha”, avalia a diretora da LatinPanel. (Agência Estado)
Cesta/RS – A estiagem começa a provocar impacto nos preços de itens que compõem a cesta básica gaúcha. É o caso do leite que aumentou 21,48% em abril, a batata, 51,22%, e o pão, 2,95%. A manteiga, derivado do leite e, portanto, produto atingido pelas condições climáticas, aumentou 15,72%. Os supermercados gaúchos sentem os impactos nas vendas físicas que já caíram 3%. A economista do Dieese gaúcho, Daniela Sandi, é cautelosa na avaliação sobre o impacto negativo da estiagem. No entendimento da economista, a seca deverá refletir mais fortemente nas próximas pesquisas, quando poderá ocorrer reversão no quadro de queda no custo da cesta básica de Porto Alegre, verificada desde o início deste ano. Em compensação, em 12 meses, a cesta está 3,54% mais cara, totalizando R$ 234,81, o que a torna a mais elevada entre as capitais. (Correio do Povo/RS)
IGP-M – A primeira prévia do IGP-M em maio caiu 0,52%, acumulando queda de 1,58% no ano, mas aumento de 3,18% em 12 meses, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de maio. O IPA teve queda de 0,78%, em comparação com a taxa negativa de 0,94% na primeira prévia de abril. Por sua vez, o IPC subiu 0,15% na primeira prévia de maio após avançar 0,42% na primeira prévia de abril. Já o INCC teve taxa negativa de 0,36% na prévia divulgada há pouco, em comparação com a queda de 0,08% na primeira prévia de abril. (Agência Estado)
IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,34% na primeira quadrissemana de maio, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Três grupos apresentaram ligeira elevação entre abril e a primeira prévia de maio: Educação (de 0,02% para 0,05%), Transportes (de -0,02% para 0,01%) e Saúde (de 1,86% para 1,87%). Em Despesas Pessoais a alta foi mais expressiva, de 1,92% para 2,47%. O grupo Vestuário recuou de 0,41% para 0,35%. Houve deflação em Habitação (de -0,04% para -0,02%), e Alimentação (de -0,26% para -0,47%). (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Alimentos – O comércio internacional é parte da solução para a crise global de alimentos, e não uma de suas causas, disse ontem o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. “A integração global representada pelo comércio permite que a comida seja transportada de onde ela possa ser produzida eficientemente para onde houver demanda”, afirmou o diretor-geral da OMC. Por razões geográficas, muitos países – como o Egito, por exemplo – nunca poderão ser autossuficientes em alimentos, disse Lamy em um discurso preparado para a conferência do Conselho Internacional de Alimentos e Política Comercial Agrícola em Salzburgo, na Áustria. “O comércio internacional não foi a raiz da crise de alimentos do ano passado”, acrescentou. “O comércio internacional reduziu o preço da comida ao longo dos anos, por meio da maior concorrência.” Mas muitos especialistas argumentam que o comércio global não responde aos interesses dos consumidores de países pobres. (O Popular/GO)
Emprego/EUA – A presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, disse ontem que o nível de emprego não crescerá antes de 2010, mesmo com a recuperação da economia nos últimos meses do ano, de acordo com o jornal New York Times. Em entrevista à TV americana C-SPAN, Christina previu que o PIB dos Estados Unidos começará a crescer no quarto trimestre, mas o desemprego deverá continuar se expandindo mesmo após a virada econômica. O PIB terá de atingir crescimento de 2,5% para que o desemprego comece a diminuir. ‘Antes que isso ocorra, é infelizmente bem realista supor que a taxa de desemprego atingirá 9,5%’, disse. Segundo ela, a estimativa para o crescimento econômico em 2010 é de 3%. (Correio do Povo/RS)