Notícias 08/07/09

Exportações – Veja as exportações de lácteos em junho de 2009 comparadas com junho de 2008 e maio de 2009. Em seguida, as exportações acumuladas de janeiro a junho de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008. 

 

UHT – Em apenas seis meses, o preço do leite UHT ou longa vida integral vendido em São Paulo registrou alta de 41,5%, segundo dados do ICV (Índice de Custo de Vida), divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta terça-feira (7). Em dezembro do ano passado, o preço médio era de R$ 1,71, e em junho deste ano, o valor foi para R$ 2,42. Analisando mês a mês, nota-se que a alta dos preços ficou mais intensa a partir de abril. Já o leite in natura, do tipo C, teve um aumento de 6,81%, com o preço médio passando de R$ 1,91 em dezembro de 2008, para R$ 2,04 em junho deste ano. (Infomoney)

Preço – O pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola), ligado a Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Éder Pinatti, disse que a alta se deve a fatores como o período de entressafra, associado aos problemas financeiros dos laticínios Nilza, à estiagem na região Sul do país e às chuvas no Norte. Para ele ainda que o preço ao produtor suba até setembro, no varejo não deve mais avançar. Nem recuar, pelo menos, nos próximos dois meses. (Folha Online)

Produção – Segundo o Dieese, um dos motivos que podem estar levando ao forte aumento nos preços do leite é a concentração da produção em estados do Sul e Sudeste. Isso porque as condições climáticas similares influem na oferta do produto. A entidade ressalta que, em 2008, 75% da produção concentrou-se em cinco estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás, sendo que a alta nos preços, observada a partir de dezembro do ano passado, foi mais intensa em estados que enfrentaram secas prolongadas, como Paraná e Rio Grande do Sul. Dados de produção do leite para 2009, disponibilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ainda não foram divulgados. Porém, notícias da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul indicam uma queda na produção de 20% a 30%, devido à forte estiagem. (Infomoney)

Argentina – O governo brasileiro estuda a adoção de barreiras não tarifárias para dificultar a entrada de produtos argentinos no mercado nacional. A ideia é incluir uma série de produtos no sistema de licenças não automáticas, tornando morosa ou mesmo inviável a liberação das mercadorias. As medidas deverão afetar as importações de automóveis, autopeças, alimentos e laticínios. (Valor Econômico)

Uruguai – O Uruguai pediu ao Brasil que continue comprando leite no Mercosul, ao invés de importá-lo dos Estados Unidos ou da Europa, disse nesta terça-feira o presidente do Instituto Nacional de Leite do Uruguai, Manuel Marrero, à agência de notícias Efe. Marrero disse que “grandes quantidades de leite” ficaram presas no Uruguai, já que as vendas ao Brasil eram automáticas e que agora o país vizinho mudou o sistema de forma unilateral. As mudanças afetam de modo significativo o Uruguai, que exporta 60% do leite que produz. O ministro de Pecuária do Uruguai, Ernesto Agazzi, negou ontem que os produtos lácteos exportados para o Brasil estejam sendo triangulados por terceiros como a Argentina ou oferecidos a preços subsidiados, e ressaltou que o sistema produtivo uruguaio é “eficiente”. Marrero declarou que o setor lácteo mundial está em um momento “muito complicado” e que, por isso, todos os blocos comerciais estão tomando medidas protecionistas. (Folha Online)

OMC – “Os líderes governamentais precisam reconhecer que estão brincando com fogo”, alertou o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Como exemplo, ele citou o Buy America, programa no qual os americanos discriminam produtos de outros países; do Buy China, parte do programa de estímulo chinês; além do aumento de medidas antidumping, de barreiras não tarifárias e do retorno de subsídios a exportação de lácteos. (Valor Econômico)

Negócios

Cade – O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorizou a Perdigão a tomar as medidas que forem necessárias para realizar uma “reestruturação financeira” da Sadia. Mesmo antes de decidir se autoriza ou não a fusão, o órgão considerou que impedir a reestruturação traria “ônus desnecessários aos negócios das empresas”. (Folha de SP)

Wal-Mart – Após 11 anos instalada no Paraná, a rede Wal-Mart Brasil anunciou, ontem, que irá investir R$ 1,6 bilhão na construção de 90 lojas da rede em todo o Brasil. No Paraná, serão três novos estabelecimentos.Um em Curitiba, outro em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e outro em Foz do Iguaçu, no oeste do Estado. Ao todo, os investimentos para essa ampliação no Estado chegarão aos R$ 50 milhões e irão gerar 250 postos de trabalho. (Paraná Online)

La Sereníssima – O governo argentino não pretende que a maior indústria de lácteos da Argentina, La Serenísima, seja vendida integralmente para um grupo estrangeiro, segundo apurou a Agência Estado com fontes oficiais. Nos últimos dias, circularam rumores no mercado de que a Brasil Foods, empresa criada a partir da fusão entre Sadia e Perdigão, disputaria a compra da companhia com a francesa Danone, informação negada oficialmente pela Perdigão. A francesa é sócia da empresa argentina desde os anos 90 e teria prioridade em caso de venda. (O Estado de SP)

Distribuição – Setor que menos sofreu o impacto da crise financeira mundial, o segmento de supermercados, prevê uma forte expansão das vendas em 2009. Sem fazer projeções, o presidente da Associação dos Supermercadistas do Estado (Asmat), José Catena, diz que este ano tem tudo para ser melhor do que 2008. “Não sofremos os efeitos da crise, como outros setores da atividade econômica, e estamos bastante otimistas”. No primeiro semestre, o setor apresentou crescimento acima de 3% em Mato Grosso. (Diário de Cuiabá)

Setoriais

Ao encerrar a 32ª Sessão da Comissão de Padrões de Alimentos do CODEX ALIMENTARIUS (CAC – FOOD STANDARDS), com a participação de 500 especialistas representando 125 países, a Organização Mundial de Saúde (OMS), adotou mais 30 novos padrões internacionais, de códigos de práticas e diretrizes gerais para o aumento da segurança alimentar e a proteção da saúde dos consumidores. Os destaques foram: Redução do teor de acrilamida em alimentos; Redução da contaminação com hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH); Critérios para Salmonella e outras bactérias para Fórmulas Infantis em pó; e Listeria monocytogenes para alimentos prontos para consumo. As novas normas visam aperfeiçoar o controle e a prevenção da contaminação de alimentos prontos para consumo por essa bactéria, que pode ser fatal. Os afiliados do CODEX representam 99,0% da população mundial. Outras propostas CODEX de trabalho: – Princípios e diretrizes para auxiliar os governos no desenvolvimento e operação de abrangentes sistemas nacionais de controle de alimentos, que assegurem a proteção do consumidor e garantam a adoção de boas práticas de produção; – Práticas para o controle de viroses em alimentos, especialmente noroviroses (NoV) e hepatite A (HAV) em produtos frescos, mariscos, moluscos em geral e alimentos prontos para consumo; – Prevenção de aflatoxina; – Fixação de limites máximos e definição de planos de amostragem para Fumonisinas (substâncias tóxicas causadas por fungos) em milho e seus derivados. (FAO News)

Estiagem – Uma nova reunião com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Fazenda deve ser realizada no dia 21 de julho para tratar das medidas de auxílio aos agricultores atingidos pela estiagem, que causou prejuízos de cerca de R$ 400 milhões somente em Santa Catarina. (Diário Catarinense)

Aftosa – A campanha de vacinação contra febre aftosa realizada no último mês de maio atingiu a cobertura de 96,59% do rebanho de bovinos e bubalinos do Paraná. Da população existente de 4,4 milhões de cabeças na faixa etária de até 24 meses, foram vacinadas 4,25 milhões de cabeças.O índice ficou um pouco abaixo do resultado alcançado na última campanha de vacinação, que foi 98,23% em novembro do ano passado. Ainda assim, foi considerada uma boa taxa de cobertura. (Paraná Online)

 

Economia

ICV/SP – O Índice de Custo de Vida (ICV) em São Paulo, medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), caiu em junho na comparação com o resultado do mês anterior. A variação passou de 0,23% para 0,05%. O grupo alimentação (0,55%) teve alta em todos os subgrupos, com destaque para refeições em bares e restaurantes (0,83%), seguido por indústria alimentícia (0,60%). Os preços de derivados do leite dispararam devido à forte alta no valor do leite longa vida (15,81%) e dos queijos (4,62%), com destaque para em especial a mussarela (12,25%). O leite in natura ficou 5,62% mais caro em junho. (Agência Brasil)

IPC-S – O segundo semestre começou pesando mais no bolso dos brasileiros. Após três semanas de queda, o Índice de Preços ao Consumidor — Semanal (IPC-S) voltou a subir na primeira semana de julho, passando de 0,12% para 0,31%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), os principais “vilões” da inflação no período foram o leite longa vida, que ficou 11,41% mais caro, a abobrinha, que subiu 64,3%, e o aluguel residencial, com alta de 0,57%. (Diário Catarinense)

 

Globalização e Mercosul

G8 – Após reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozi, ontem, em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Brasil e França vão defender pontos comuns na reunião do G-8, que será realizada hoje, na Itália, e pretendem fazer avançar a posição de “mudança no mundo”. Em entrevista coletiva ao lado do presidente francês, Lula defendeu a fiscalização do sistema financeiro, o fim dos paraísos fiscais e a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU). Disse ainda que é preciso construir na reunião uma dinâmica para que as discussões sobre a crise econômica não caiam no esquecimento. (Agência Brasil)

Protecionismo – O protecionismo esteve no centro da agenda ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC). Dirigentes dos principais organismos multilaterais destacaram que novas barreiras comerciais, financeiras e ambientais ameaçam sobretudo as economias emergentes. A mensagem ao G-8 é clara: é mais do que tempo de concluir a Rodada Doha para liberalizar e evitar futuras guerras comerciais. (Valor Econômico)

Anuga – Bem-vindo à 30.ª edição da maior feira europeia de alimentação e bebidas, que será realizada entre os dias 10 e 14 de Outubro 2009, na Alemanha. Detendo o título de ‘certame mais internacional do mundo’ voltado ao setor de alimentos, este ano, já com 90% da superfície contratada, conta com 6 mil expositores oriundos de 100 países, 80% dos quais estrangeiros, e estima receber 160 mil visitantes provenientes de 150 países. Além disso, é a “principal plataforma internacional de intercâmbio de ideias, novos conceitos e soluções para toda a economia de alimentos”, garantiu Peter Grothues, vice-presidente da Food Koelnmesse GmgH (organizador de feiras de alimentos). “Reunir em 300 mil metros quadrados profissionais de todo o Mundo, sejam expositores ou visitantes, tornam a Anuga um investimento indispensável,” diz Peter, sobretudo para empresas que não dispõem de capital para viajar pelo Mundo à procura de tendências de consumo. (Hipersuper)

Números – Anuga em números: 300 mil metros quadrados de área de exposição; 6 mil expositores de 100 países; 80% dos expositores são estrangeiros; 10 pavilhões especializados; 90% da superfície contratada; 160 mil visitantes de 150 países; 54% dos visitantes são estrangeiros. 10 pavilhões temáticos = Fine food (gourmet e delicatessen) / Chilled food (refrigerados) / Meat (carne e derivados) / Frozen food (congelados) / Dairy (lacticínios) / Bread & Bakery and Hot Beverages (Panificação, pastelaria e bebidas quentes) / Drinks (bebidas) / CateringTec (Equipamentos para catering) / RetailTec (tecnologia para ponto de venda) / Organic (biológicos) / Principais tendências de consumo / Halal (dedicado à comunidade muçulmana – 1/3 população mundial) = Refeições Kosher (comunidade israelita) / Finger Food (para comer com as mãos) / Alimentos biológicos / Gourmet e especialidades regionais / Saudáveis e funcionais / Produtos vegetarianos / Marcas próprias da distribuição “/. (Hipersuper)

Temas – Fine food (gourmet e delicatessen); Chilled food (refrigerados); Meat (carne e derivados); Frozen food (congelados); Dairy (lacticínios); Bread & Bakery and Hot Beverages (Panificação, pastelaria e bebidas quentes); Drinks (bebidas); CateringTec (Equipamentos para catering); RetailTec (tecnologia para ponto de venda); Organic (biológicos). (Hipersuper)

Tendências – Halal (dedicado à comunidade muçulmana – 1/3 população mundial); Refeições Kosher (comunidade israelita); Finger Food (para comer com as mãos); Alimentos biológicos; Gourmet e especialidades regionais; Saudáveis e funcionais; Produtos vegetarianos; Marcas próprias da distribuição. (Hipersuper)

Alimentos/UE – Para impulsionar a indústria de agroalimentos, Günter Verheugen, vicepresidente da Comissão Européia (CE) e as Comissárias Mariann Fischer Böel e Meglena Kuneva pediram às autoridades nacionais que implementem as recomendações feitas pela reunião de cúpula do setor realizada em abril, e que deverão tornar o setor mais competitivo. As principais medidas são: Transparência na fixação dos preços ao longo da cadeia de alimentos; Mecanismos de controle e análise “SWOT” (pontos fortes e fracos, bem como ameaças e oportunidades) para avaliar a posição da indústria agroalimentar européia no mercado mundial; Simplificação de procedimentos administrativos principalmente para pequenas e médias empresas, para participar de programas de financiamentos e pesquisas; Adoção de um código de conduta nas relações comerciais entre os elos da cadeia de alimentos, aplicável em toda a União Europeia; Estudo dos efeitos das marcas comerciais da distribuição (marcas próprias) sobre a competitividade das indústrias, principalmente sobre os pequenos e médios empreendimentos. (Agrisalon )

IFCN: 10% do leite é produzido a menos de US$ 0,20/Kg

Na 10ª Conferência Internacional do Mercado Lácteo, realizada pelo IFCN (International Farm Comparison Network) durante os dias 14 a 17 de junho, em Tumba, Suécia, foram discutidos os principais pontos da cadeia láctea, assim como os efeito da crise financeira no setor.

Durante o evento, foram citados alguns pontos considerados fundamentais e estratégicos para entendimento do mercado e possíveis previsões. Uma das afirmações foi de que o setor lácteo certamente foi afetado pela crise financeira global, sendo que 150 milhões de famílias que atuam na produção de leite foram afetadas no mundo todo.

De acordo com os dados apresentados, o preço do leite no mercado mundial atingiu o nível de US$ 0,20 ou 0,15 euro por quilo. A análise de custos feita pelo IFCN indica que somente 10% da produção mundial de leite pode ser produzida a um custo de US$ 0,20/Kg, mostrando que esse baixo preço do leite não é sustentável, a menos que o mercado seja distorcido por políticas intervencionistas. Com isso, a política leiteira será o principal direcionador dos níveis futuros de preços mundialmente.

Entre os países que conseguem produzir leite a menos de US$ 0,20/Kg estão a Argentina, Paraguai, Ucrânia e Polônia. O Brasil encontra-se no grupo de países com custo entre US$ 0,21 e US$ 0,30/Kg, junto com Chile, Austrália, Nova Zelândia, Rússia e Índia (dados de 2007). Os Estados Unidos possuem custo de produção entre US$ 0,31 e US$ 0,40/Kg, igualmente à China, África do Sul e Espanha. Os custos nos países da Europa e no Canadá são os mais altos, entre US$ 0,41 e US$ 1,20/Kg.

Gráfico 1. Custo de produção dos maiores produtores mundiais, em 2007 (US$/100Kg).

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O IFCN tem acompanhado 600 laticínios, em mais de 70 países. Os 21 maiores laticínios representam apenas 21% da produção mundial de leite. Em primeiro lugar está a Fonterra, que processa 2,7% do leite mundial e está situada na Nova Zelândia. Ocupando da 2ª a 5ª posição, estão: DFA (Dairy Farmers of America), Nestlé, Dean Foods, FrieslandCampina.

Tabela 1. Principais laticínios do mundo, de acordo o volume processado.

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As análises dos laticínios, feita em 69 países, mostrou que a indústria processadora de leite, no mundo todo, é muito fragmentada. Existem 6 países nos quais o maior processador tem uma participação de mercado acima de 70%. Em outros 15 países, 3 dos principais processadores têm participação de mercado superior a 70%.

As informações são da IFCN (Press Release),

 

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