Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: preços do litro de leite recebido pelos produtores em 7 Estados do Brasil; Camex deve deliberar sobre a elevação das tarifas de importação de lácteos de países de fora do Mercosul; aumentou em 17% a capacidade de processamento da Italac Alimentos, para 4,1 milhões de litros por dia; a Nestlé assume oficialmente o comando da fábrica da Parmalat em Carazinho; produção de leite na União Europeia deverá permanecer estável, apesar da liberação das quotas; a Cooperativa Piá, de Nova Petrópolis, negocia sua primeira exportação; as importações de leite e derivados, em agosto de 2009; preços do leite ao produtor no Estado de SP, em agosto de 2009; leilão Fonterra; Italac vai dobrar a produção de leite condensado e preços na Oceania. (www.terraviva.com.br)
Barbosa e Marques – Comemorando seus 95 anos inaugura amanhã (9), às 17h30, em Governador Valadares, a 320 km de Belo Horizonte no nordeste de Minas, a fábrica de leite e soro de leite em pó da Barbosa e Marques. A solenidade contará com a presença do vice-governador de Minas, Antônio Anastásio, além de outras autoridades e representantes de entidades de classes. O diretor da empresa, Luiz Fernando Esteves Martins, disse que a planta, onde foram investidos R$ 25 milhões, terá capacidade para secar 250 mil litros de leite ou 500 mil litros de soro por dia, e complementa as atividades da empresa, gerando mais 50 empregos diretos e 150 indiretos. O projeto é início de uma parceria da empresa que envolve a recepção de leite de duas de suas fábricas e quatro cooperativas da região, com uma abrangência sob a captação de leite e soro em seis municípios: Governador Valadares, Águas Formosas, Carlos Chagas, Teófilo Ottoni, Conselheiro Pena e Resplendor. (www.terraviva.com.br)
Importações – A Argentina conseguiu que o Brasil liberasse a entrada de quase 9 milhões de toneladas de leite em pó, que encontravam-se suspensas desde maio, aceitando o compromisso da indústria argentina de não superar as 3 milhões de toneladas mensais, nem vender a preço inferior ao da Oceania, divulgado pelo Departamento de Agricultura Americano (Usda). Com isso o Brasil superou a Venezuela, e se transformou no maior comprador de lácteos da Argentina. (Infoleche)
Chile – Começou oficialmente a análise sobre as medidas de salvaguardas solicitadas pela Federação Nacional do Leite (Fedeleche), com relação às importações do leite em pó integral, leite em pó desnatado e o queijo gouda. A situação dos produtores chilenos é critica, especialmente os pequenos e médios, que correspondem a mais de 80% do total. Eles não deverão resistir às conseqüências da não adoção, ou adoção tardia das salvaguardas. Em 10 de agosto, quando foram solicitadas as medidas, nenhuma empresa ainda havia reduzido o preço. Mas isto é o que está sucedendo agora. Em junho deste ano, Soprole, Nestlé, Watt’s, Surlat e Mulpulmo captavam 72% de todo o leite produzido no Chile. A redução no litro de leite anunciada, em média de 25 pesos por litro, irá causar um prejuízo enorme ao setor, e num efeito cascata, deverá reduzir a produção, que deverá provocar desemprego. (El Mercurio)
Negócios
Cadbury – A prontidão com que a Cadbury recusou a oferta de 16,7 bilhões de dólares da Kraft, é o prenúncio de uma batalha que poderá alterar a indústria global de confeitos. A oferta valorizou a Cadbury em mais 31%. O acordo expandiria o alcance global da Kraft. A fusão criaria um colosso mundial de alimentos, com um faturamento anual de 50 milhões de dólares. A recusa aumenta a pressão sobre a Kraft para que ela aumente sua oferta. Parece que a Kraft não era a única interessada. A americana Hershey, que distribui os produtos Cadbury nos Estados Unidos, também estaria no páreo. Apesar de analistas acreditarem no interesse da Nestlé, pelo negócio, o presidente da empresa, Paul Bulcke, não quis fazer comentários, e disse que a companhia não possui planos de aquisição, embora esteja aberta a oportunidades. (Hipersuper/La Nación)
Abras – De 22 a 24 de setembro, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) realiza a 43ª Convenção Abras, no Sheraton WTC São Paulo, na capital paulista. O evento é considerado o maior e mais importante encontro de lideranças do setor supermercadista brasileiro e contará com a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, dos presidentes da AmBev, João Castro Neves, do Itaú-Unibanco (Fininvest), Roberto Setúbal, da Nestlé, Ivan Zurita, e da GS1, Sérgio Ribinik, além de renomados especialistas internacionais. A Convenção Abras será um evento de difusão de conhecimento. Serão discutidos temas que impactam diretamente o desempenho dos supermercados, como comportamento do consumidor, marcas e outros. A convenção também sediará o III Encontro Internacional de Negócios, que reunirá fornecedores e supermercadistas de diversos países para promover rodadas de negócios, com o apoio da Apex-Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. (Correio do Povo/RS)
Nestlé – O Centro de Excelência em Chocolate inaugurado em Broc, na Suíça, é o mais recente projeto da Nestlé, com investimentos de 25 milhões de francos suíços (cerca de 16,5 milhões de euros). Estarão reunidos em um mesmo espaço, cientistas em cacau, especialistas em sabor, mestres chocolateiros, especialistas em design de embalagens e em consumo, para desenvolver chocolates Premium e de luxo. O Centro de Excelência em Chocolate faz parte da rede de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé, que congrega 28 centros e emprega cerca de 5.000 pessoas em todo o mundo. (Hipersuper)
Setoriais
Soja – A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais revisou para cima a expectativa de exportação de soja. Segundo o relatório, o embarque deverá chegar a 27,1 milhões de toneladas, alta de 3,43% em relação à estimativa feita em agosto. Os dados se referem à safra comercial 2009/2010, o que equivale à safra agrícola 2008/2009. O motivo: os problemas climáticos que afetaram a Argentina abriram mais espaço para o Brasil no mercado internacional. A entidade também revisou o processamento de soja. No caso, para baixo: caiu de 30,9 milhões de toneladas para 30,2 milhões. (Zero Hora/RS)
Safra – A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2009 deve somar 133,5 milhões de toneladas, conforme as projeções de agosto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, a produção será 8,6% menor em relação à colheita de 2008, de 146 milhões de toneladas. De acordo com o instituto, essa baixa reflete a menor previsão para as colheitas de soja (-5,2%) e milho (-15,1%). Os dados fazem parte da oitava estimativa da safra agrícola de 2009, que ficou 0,7% abaixo da feita em julho, quando o instituto estimava uma produção de 134,4 milhões de toneladas. (Valor Online)
Grãos – A produção nacional de grãos da temporada 2008/09, encerrada neste mês, é a segunda maior da história do país. O 12º levantamento da safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fechou em 134,3 milhões de toneladas, atrás apenas das 144,14 milhões de toneladas do período anterior (-6,8%). Algumas culturas tradicionais, como milho e soja, sofreram com a estiagem ocorrida no Centro-Sul. O milho atingiu 50,1 milhões de toneladas, com destaque para os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás, Bahia e Tocantins. A estiagem que prejudicou essas duas culturas no Mato Grosso beneficiou o arroz no Estado gaúcho, que teve recorde de produtividade: saiu de 6.902 quilos por hectares para 7.150 quilos por hectare. (Agência Safras)
Orgânicos – Recente debate na imprensa britânica sobre os alimentos orgânicos gerou polêmica. Tópicos como sustentabilidade, comida fora de casa, confiança na rotulagem, segurança alimentar, geram confusão nos consumidores. O estudo da Food Standards Agency do Reino Unido concluindo que os orgânicos não possuem valor nutricional superior aos alimentos comuns foi contestado por diversas organizações pelo simples fato de que o estudo não incluía o teor de resíduos tóxicos. Qual a razão para o consumidor pagar mais? Será pelo valor nutricional, sabor ou responsabilidade ambiental? A pesquisa do The SupermarketGuru “O que significa orgânico?” concluiu que a primeira coisa que vem à cabeça do consumidor é “não possuir antibióticos” (71%). 62% acreditam que são melhores para o meio ambiente, livres de hormônios, sabores artificiais e sem pesticidas. Só 29% das pessoas esperam “Melhor nutrição” e “opção mais saudável”. 22% acreditam que tenham um melhor sabor. (Hipersuper)
Economia
Emprego – O emprego industrial subiu 0,4% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta terça-feira, 8, o IBGE. O resultado positivo interrompe uma sequência de nove quedas consecutivas na ocupação no setor nessa base de comparação, segundo destacaram os técnicos do instituto no documento de divulgação. Na comparação com julho do ano passado, porém, o emprego na indústria caiu 7,0%, o pior resultado na comparação com igual mês de ano anterior apurado pelo IBGE desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. No ano, o emprego na indústria acumula queda de 5,4% e em 12 meses, recuo de 2,7%. (Agência Estado)
Cesta – Pelo décimo primeiro mês consecutivo, Porto Alegre registrou o preço mais alto para a cesta básica, que alcançou R$ 238,67 durante o mês de agosto, conforme pesquisa feita pelo Dieese. A variação foi de 0,51%, e foi puxada pela elevação dos preços do tomate (31,22%) e da banana (5,46%), principalmente. ‘A redução contínua do preço da carne, que baixou mais 2,10% e representa 35% do peso na cesta, contribuiu para que a alta fosse pequena’, citou a economista do Dieese/RS Daniela Sandi. No ano, a cesta básica apresentou variação negativa de 6,35%, enquanto nos últimos 12 meses, a queda atingiu 1,03%. A expectativa é de que seja mantida uma tendência de retração nos valores, com a redução no preço do leite, devido ao fim da entressafra. O produto foi o que apresentou a maior elevação, neste ano, com 52,38%. Nove das 17 capitais em que ocorre o levantamento apresentaram retração nos valores, sendo que o preço mais baixo ficou com Aracaju (SE), onde a cesta está custando R$ 168,06. (Correio do Povo/RS)
IPC-S – A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou fortemente no início de setembro, já que a alta dos custos dos alimentos mais do que quadruplicou. O indicador subiu 0,56 por cento na primeira prévia de setembro, ante elevação de 0,20 por cento no mês de agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta terça-feira. “A principal contribuição para a aceleração do índice partiu dos alimentos in natura –Hortaliças e legumes (de alta de 3,35 em agosto para 7,54 por cento na primeira prévia de setembro) e Frutas (de 7,64 para 17,66 por cento)”, afirmou a FGV em nota. “Se estes itens fossem excluídos do cálculo do índice a variação do IPC-S seria de menos 0,12 por cento.” A pressão dos in natura fez os preços do grupo Alimentação saltarem 1,71 por cento na abertura do mês, ante avanço de 0,40 por cento em agosto. (Reuters)
PIB – O mercado financeiro voltou a reduzir as projeções para queda da economia brasileira neste ano. Com base nos dados divulgados pelo Banco Central (BC), os analistas projetam recuo de 0,16% do Produto Interno Bruto (PIB) do País neste ano. Na estimativa anterior, a queda era de 0,30%. Para o ano que vem, no entanto, o mercado manteve as expectativas de crescimento de 4% pela segunda semana consecutiva. Com relação à inflação, os analistas consultados pelo BC elevaram levemente as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, de 4,29% para 4,30% neste ano. Para 2010, a projeção foi mantida em 4,30%. Ambos os resultados estão abaixo da meta de 4,50% estabelecida pelo governo para 2009 e 2010. A estimativa para a taxa Selic no fim deste ano permaneceu em 8,75%. Para o fim 2010, persistiu em 9,25%. Para a taxa de câmbio no fim de 2009 e 2010, as previsões foram mantidas em R$ 1,85. (Reuters)
Globalização e Mercosul
Gastos – O Brasil gastou 5,6% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em incentivos fiscais para tentar tirar a economia da crise. Nesta semana, os novos dados do PIB devem indicar o fim da recessão no País. Mas, em termos porcentuais, o Brasil gastou mais que Estados Unidos, França, Reino Unido ou Japão em pacote de estímulo para o setor produtivo. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil sofrerá contração de 0,8% em 2009, ante queda de 2,5% no mundo. Ontem, porém, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, insistiu que o PIB deve fechar o ano no País com taxa positiva. Os dados sobre os gastos integram relatório divulgado pela Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) que, um ano após a eclosão da crise, fez um levantamento de tudo que já havia sido gasto ou prometido por governos. O resultado do relatório é o alerta de que os sinais positivos registrados no mercado internacional não significam que a crise tenha sido superada no mundo nem que os problemas tenham sido solucionados. (O Estado de SP)
Marcas – A rede de distribuição El Corte Inglês, deverá iniciar na Espanha, no dia 13 de setembro, uma campanha em suas lojas, com o slogan: “Apoiamos as marcas. Porque uma compra de qualidade é formada por marcas de confiança”. A iniciativa está apoiada em recente pesquisa, onde foi constatado que 78% dos consumidores querem fazer as compras em um só lugar onde tenham diversas marcas de um mesmo produto, dando-lhes o direito de escolher a melhor. A Espanha é o país europeu em que as marcas de distribuição (MDD) ocupam a maior fatia do mercado de produtos de grande consumo, 32%. (Hipersuper)
UE – O presidente da Federação Francesa de Agricultores (FNSEA) denunciou a “atitude suicida da Comissão Europeia, e de certos países que acreditam apenas na lei do mercado, e só entendem a linguagem ultraliberal”. Representando o principal sindicato agrícola, Jean-Michel Lemétayer diz que a comissão não entendeu a mensagem dos 16 ministros da agricultura de países membros, que pedem mecanismos de regulamentação do mercado para que os produtores de leite superem a crise em que se encontram. (Agrisalon)
Subsídios – A França, Alemanha e outros 14 países da União Europeia querem a adoção de mais ações para proteger os agricultores das consequências da crise financeira no setor de laticínios. Os 16 ministros de Agricultura disseram em um comunicado que as atuais medidas de apoio aos produtores são insuficientes e precisam ser fortalecidas assim que possível. “Para evitar perdas em larga escala das fazendas, a União Europeia deve tomar novas medidas fortes e concretas”, disseram os ministros em um comunicado. Isso significaria mais fundos dos cofres da UE para os agricultores em toda a Europa. (O Estado de SP)