Notícias 08.04.09

Exportações  – Veja as exportações de lácteos em março de 2009 comparadas com março de 2008 e fevereiro de 2009. Em seguida, as exportações acumuladas de janeiro a março de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008.

 

O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, informou que recebeu a lista com os requisitos sanitários da Rússia para as exportações de leite em pó e de leite condensado brasileiro. “Devemos ter, até o fim desta semana, a tradução do documento. Esse requisito já é um importante passo para o mercado internacional”, ressaltou. O anúncio foi feito durante reunião conjunta das Câmaras de Leite da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), em Brasília. Kroetz destacou também que os representantes de cooperativas devem exigir dos governos locais e regionais adesão maior ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) para que as exportações de lácteos aumentem. (Ministério da Agricultura)

Leite – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou, ontem, que dados do governo mostram que a Argentina estaria ‘empurrando’ leite a preços baixos para o Brasil. Segundo ele, o país não pode ‘virar depósito de excesso de leite’, em um momento em que a Argentina não tem para quem vender. Segundo o ministro, as informações indicam que um único importador teria comprado metade do leite adquirido pelo Brasil da Argentina. A empresa, conforme Stephanes, tem vencido licitações para fornecimento aos estados. Apesar das críticas, ele não soube dizer o que pode ser feito, mas apontou que a saída pode ser a fiscalização mais efetiva dos estados. Stephanes defendeu mecanismo para que as importações voltem ao patamar anterior à crise. (Correio do Povo/RS)

Reunião – O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, disse que reunião bilateral com representantes do Brasil e da Argentina, em São Paulo, nesta quarta-feira (8), vai discutir a situação do setor lácteo. “Estamos pensando em implementarmos o chamado mecanismo de adaptação competitiva, que serve para frear as importações”, explicou. (Ministério da Agricultura)

Uruguai – As exportações do primeiro trimestre de 2009 foram menores que no mesmo período de 2008, mas acima de 2007. A evolução dos preços internacionais dos principais produtos agropecuários (carne, leite e grãos) está apontando para um equilíbrio, permitindo concluir que o pior já passou. No entanto é preciso cautela, pois nada impede que motivos diversos causem novas quedas, mas com menores oscilações. As licitações da Fonterra, referência para o preço internacional dos produtos lácteos, subiu em março e abril. Tendência parecida mostra os números quinzenais do mercado lácteo do Departamento de Agricultura Americano (USDA). Com perfil exportador, a indústria láctea Uruguai deverá se alinhar a essas tendências. (El País)

Chile – Até o ano passado, as micro e pequenas indústrias lácteas eram composta por 101 fábricas processadoras de leite, na sua maioria dedicadas à produção de queijo. Segundo informações do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) nos últimos anos esta indústria produziu mais de 22 mil toneladas de queijo por ano. “A produção de queijo é um processo mais simples, menos caro e pode ser estocado por meses”, explica Margarita Letelier, dona da Lácteos San Sebastián. Outros produtos exigem altos investimentos em máquinas. Estas pequenas empresas lácteas asseguram crescimentos marginais que não superam 5% ao ano, e a maioria delas concentra suas vendas perto das fábricas produtoras. Mas a concentração do varejo está reduzindo os pontos de venda, ameaçando a sobrevivência das pequenas indústrias. “Os supermercados locais, que eram nossos grandes compradores estão desaparecendo”, afirma Margarita (Diário Financiero)

Negócios

Páscoa – A expectativa dos empresários brasileiros do setor de comércio com o faturamento e vendas na Páscoa deste ano caiu ao menor nível para todas as datas comemorativas desde a criação da pesquisa da Serasa Experian, em 2005. (O Tempo/MG)

Marcas – A crise financeira internacional, deflagrada em setembro, não impediu que as marcas se valorizassem em 2008 no Brasil. Levantamento da Brand Finance mostra que, na soma geral das 100 maiores marcas do País, aumentou 5,7%, enquanto o valor de mercado das empresas listadas em bolsa caiu 25,3% no ano passado. Bancos, empresas de telecomunicações e de alimentos influenciaram a alta – uma vez que as de commodities (matéria-prima exportável) perderam valor de mercado e de marca. Os bancos lideram o ranking: Itaú em segundo lugar (R$ 11,8 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 7,4 bilhões) em terceiro. Gilson Nunes, sócio da Brand Finance América do Sul, explica que o desempenho extraordinário dos bancos ocorreu porque houve migração de clientes. Outro setor em destaque foi o de alimentos, cujo consumo manteve-se constante. Neste segmento, Nunes destaca as não-exportadoras, uma vez que empresas de alimentos como a Sadia, por exemplo, perderam valor. “Há uma parcela do público consumidor que é leal, que não troca de marca mesmo na crise”, afirma. E observa que foi este o tipo de empresa (com consumidor fiel) que elevou o seu valor em 2008. Mas nem tudo foram flores para as marcas brasileiras. Aquelas que trabalham com produtos exportados tiveram depreciação. Nunes diz que, em empresas de commodities, o valor da marca é naturalmente menor e, além disso, o preço do produto é determinado pelo mercado internacional, reduzindo desta forma também o valor de mercado da empresa. É o caso, por exemplo, da Petrobrás, cujo valor caiu de R$ 6,2 bilhões para R$ 5,9 bilhões. Entre as companhias do setor de commodities, a que mais perdeu valor de marca foi a Sadia. Em 2007, ela era avaliada em R$ 4 bilhões e, no ano passado, ficou em R$ 2,1 bilhões – variação negativa de 47%. Com isso, a empresa caiu da 17ª posição para a 32ª no ranking. Ele acredita que, apesar do problema em todo o setor de commodities, a Sadia foi influenciada pelas notícias negativas a respeito da organização. “A exportação menor e o prejuízo impactaram no valor da marca”, analisa Nunes. Empresas nestes casos, para o especialista, vão demorar entre três e quatro anos para recuperarem seu valor. Nos demais casos, em 2009 já haverá recuperação, na avaliação dele, pois “o pior momento da crise já passou”. (Gazeta Mercantil)

Setoriais

Safra – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou ontem que a safra 2008/2009 de grãos será de 137,57 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 1,7% ante a estimativa do mês passado, de 135,32 milhões toneladas. Em nota, a Conab informou que o clima e a boa distribuição das chuvas nas regiões produtoras do país nos últimos meses são os principais responsáveis pela alta da previsão da safra atual de grãos. O IBGE elevou para 136,4 milhões de toneladas a estimativa da safra 2009, no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) relativo a março. O volume é 0,8% superior à estimativa de fevereiro, mas ainda aponta uma safra 6,5% menor neste ano do que no ano anterior, quando foi de 145,9 milhões de toneladas. (Agência Estado)

Isenção – A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou ontem, por unanimidade, o Projeto de Lei 3.826/08, do deputado Valdir Colatto, que isenta o imposto de importação na compra de máquinas, equipamentos e insumos. Segundo ele, o tributo encarece a agricultura e eleva os preços dos alimentos. (Correio do Povo/RS)

FAT – Os produtores rurais terão mais 24 meses para pagar dívidas de custeio, contraídas por meio da linha FAT Giro Rural, a partir da data de contratação. O prazo de pagamento dessa linha passa de 60 para 84 meses. Estima-se que a dívida seja da ordem de R$ 2,5 bilhões. O Paraná é o estado mais beneficiado. (Gazeta do Povo/PR)

 

Economia

IPCA – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,20% em março, ante alta de 0,55% em fevereiro, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até o mês passado, o IPCA acumula alta de 1,23% no ano e de 5,61% nos últimos 12 meses. O IPCA é o índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta de inflação para 2009 foi estabelecido em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. (Agência Estado)

Indústria – O faturamento real da indústria recuou 10% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, mas teve leve alta de 0,7% na comparação com janeiro, segundo indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No acumulado do primeiro bimestre, o faturamento recuou 10,9% diante do mesmo período de 2008. O índice de emprego caiu 1,5% em fevereiro, comparado ao mesmo mês de 2008, e 1,1% em relação a janeiro. Para o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, independentemente do resultado a ser calculado para a atividade industrial em março, o primeiro trimestre de 2009 terá desempenho negativo. Ele acredita que a recuperação da produção só ocorrerá no segundo semestre. (Correio do Povo/RS)

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou alta de 0,71% na primeira semana de abril, na quinta aceleração seguida da inflação calculada pelo índice, que atingiu a maior taxa desde 0,81% da primeira semana de fevereiro. Na última semana de março, o índice ficou em 0,61%. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o grupo de alimentos teve alta de 1,65%, a maior desde a primeira semana de julho de 2008, quando ficou em 1,93%, sendo os principais responsáveis pelo aumento do índice de inflação. Contribuíram para a alta do IPC-S também as taxas dos grupos despesas diversas (de 0,60% para 0,76%), vestuário (de 0,26% para 0,33%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,64% para 0,69%). Os grupos transportes, cuja taxa recuou de 0,13% para 0,06%; habitação (de 0,38% para 0,37%) e educação (de 0,13% para 0,06%) ajudaram a conter a aceleração da inflação. (G1)

Globalização e Mercosul

Subsídios – No processo intricado que é a aprovação do orçamento norte-americano pelo Congresso, o presidente Barack Obama sofreu uma derrota de US$ 9,7 bilhões. Esse é o valor do corte de subsídios agrícolas que ele propôs para a próxima década e que foi derrubado pela poderosa bancada ruralista de ambos os partidos. Pela proposta original, a partir do ano fiscal de 2010, que começa em outubro, fazendeiros com faturamento a partir de US$ 500 mil anuais perderiam uma série de generosos subsídios federais, entre eles o dinheiro dado para amenizar oscilações de preço, mesmo que não ocorra, e para enfrentar intempéries, ainda que essas não aconteçam. Pois nos esboços do Orçamento aprovado na semana passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes (deputados federais), os cortes dos subsídios sumiram. Foram retirados das medidas por ação de políticos democratas e republicanos de Estados do Meio-Oeste do país, que reúnem o grosso da produção agrícola dos EUA. (Folha de SP)

UE – Os institutos de pesquisa da França (Insee), Alemanha (Ifo) e Itália (Isae) estimam em 1,9% a queda do PIB da zona do euro para o primeiro trimestre de 2009, atingindo o ponto mais baixo. Existe projeção para recessão até setembro de 2009, mas, com quedas menores de 0,6% e 0,2%, para o 2º e 3º trimestre, respectivamente. De acordo com os relatórios divulgados, nesse primeiro trimestre a produção industrial deverá sofrer uma queda de 7%, 5% de recuo no segundo trimestre e 2% no terceiro. As exportações estarão fracas, assim como a demanda interna. Apesar disso não há risco de deflação, mesmo que a inflação fique negativa no segundo e terceiro trimestre. (Le Monde)

Grécia – Produtores de leite distribuíram o produto de graça nesta segunda-feira (6) na praça Syntagma em Atenas, na Grécia. O protesto era contra o preço do leite, que despencou com a queda na demanda internacional. Os produtores distribuíram cerca de 10 toneladas de leite a pedestres e motoristas próximo ao parlamento grego. (G1)

O mercado lácteo, apesar do cenário ainda nebuloso, começa a mostrar sinais de recuperação nos preços ao produtor. De acordo com o Cepea-Esalq/USP, após três meses de valores médios praticamente estáveis, houve reajuste na média nacional de março, de 1,78% – no valor bruto – chegando a R$ 0,6087/litro. Se essa reação ainda não é generalizada, ao menos a sequência de baixas foi interrompida e, os mais pessimistas apontam estabilidade, sinal de que o fundo do poço já foi alcançado. Nesse momento, uma recuperação mais consistente dos preços é dependente de três fatores em especial: o volume da produção interna e as importações de leite em pó, do lado da oferta, e o comportamento da demanda.

Os primeiros sinais de reação dos preços foram dados pelo mercado internacional. Assim como no mercado interno, essa reação internacional dos preços é devida à queda do volume de produção, o que se deve, entre outros fatores, às dificuldades enfrentadas pelos produtores que, em função dos baixos preços recebidos pelo produto, reduziram a produção para este ano em vários países, colaborando para a equalização da oferta e demanda. Por outro lado, o final da safra nos países do hemisfério sul também é fator de queda da produção.

Nos dois últimos leilões online realizados pela Fonterra (03/03 e 01/04/09), houve alta dos preços para todos os períodos contratuais para o leite em pó integral, de 16,6% e 3,6%, respectivamente. Os preços de exportação no Oeste da Europa e na Oceania também mostram reação no último mês, mais observável nesta última quinzena. Nada muito significativo em termos absolutos, mas é um sinal relevante. Sobre os preços futuros do leite Classe III nos Estados Unidos, o que se vê é uma sequência de alta de preços, sendo que os valores para o próximo mês de maio encerraram a sessão de segunda-feira (06/04) a US$ 0,2491/kg de leite, alta de 5,15% em 30 dias.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

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