GlobalDairy – O mercado internacional mostra recuperação dos preços dos lácteos, e beiram os valores de 2008. No Leilão da Fonterra, ontem, o preço médio de todos os produtos e prazos contratuais subiu 23,2%. A manteiga subiu 21,9%, fechando a US$ 4.827; o leite em pó desnatado subiu 25,5% e a tonelada foi paga a US$ 3.675. O leite em pó integral chegou a US$ 3.969, uma alta de 21% em relação ao evento de março. Para o gerente do GlobalDairy Trade, a demanda para todos os produtos foi muito forte. Os preços só refletiram esse momento em que os estoques na Australásia estão baixos, tendo em vista a queda da produção nesse final de estação. (El País Digital/Fonterra)
Riispoa – O novo regulamento de inspeção industrial de produtos de origem animal, ainda sob análise jurídica na Casa Civil da Presidência, apertará o cerco contra eventuais fraudes na produção de lácteos, carnes, pescados, ovos, mel e todos os derivados desses alimentos. O diretor-executivo da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz, diz que o setor concorda com a decisão de retirar os fiscais das indústrias. “Com o sistema de auditoria, há ganho de produtividade e se consegue fiscalizar melhor”, afirma. A mudança na rotulagem também foi considerada positiva. “Perdia-se muito tempo com a aprovação da rotulagem por isso pedimos a desburocratização. Vai facilitar enormemente”. Muniz diz também que “todas as entidades são a favor de que as empresas que agem de má-fé sejam submetidas ao regime especial de fiscalização”. Mas defende que é preciso diferenciar má-fé de má prática de fabricação. “O que não queremos é que empresas que têm feito esforços para aumentar o consumo de lácteos sejam tratadas com desconfiança”, defende. (Valor Econômico)
Irregularidades – Uma indústria fabricante de leite foi acionada pelo Ministério Público na Bahia por ter vendido por anos um leite em pó com teor nutricional contrário ao que determinam as normas que regulamentam a questão. A empresa Milkly Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. descumpriu o que determina o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite em Pó, aprovado pelo Ministério da Agricultura. Os teores de carboidratos, lipídios e proteínas estavam incorretos. O MP determinou indenização de R$ 500 mil por dano moral e difuso. Além disso, a empresa foi determinada a devolver a quantia paga pelos consumidores – que podem ser indenizados pelo dano sofrido. Além das informações irregulares dos rótulos nas mercadorias de 2002 e 2003, a Milkly também é acusada de ter adicionado soro aos produtos, o que também é irregular. (Correio da Bahia)
Preços/UE – O preço médio pago pelas principais indústrias aos produtores da União Europeia (UE), em fevereiro, foi de € 28,00 por 100 quilos de leite padrão. Isto representou uma queda de € 0,85, ou 2,9%, em relação ao mesmo mês do ano passado.Mas, o sentimento geral é positivo, e espera-se que nas próximas semanas os preços venham a se estabilizar, mesmo porque a produção continua em queda. De janeiro a dezembro de 2009, houve redução de 0,6%, e em janeiro de 2010 o volume foi menor 2%, em relação a janeiro de 2009. (LTO Nederland)
Conaprole – Diante de um contexto mais promissor, a Conaprole aumentou o preço do leite aos produtores em 5%, para as entregas de março. A produção teve queda, e a média de captação do ano passado que era de 2.200.000 litros/dia, caiu para 2.050.000. Além do clima mais seco, o atraso nas parições este ano está prejudicando a produção. (El País Digital)
FrieslandCampina – Depois de diversos meses apresentando tendência de queda, o preço médio pago aos produtores na Alemanha, Dinamarca, Holanda e Bélgica começou a subir. Isso pode proporcionar o aumento do preço garantido da FrieslandCampina, que informou aos seus fornecedores, que em abril será pago € 29,25 por 100 quilos do leite padrão, um aumento de € 1,25, em relação a março. (FrieslandCampina)
Uruguai – O ministro Tabaré Aguerre disse ontem que a Conaprole informou que as licenças de importação que estavam suspensas, foram liberadas pelo Brasil. Em 2009 o Uruguai exportou ao Brasil US$ 94 milhões em lácteos, e que a imposição de barreira não alfandegária para os frangos brasileiros prejudicou a exportação de US$ 20 milhões de leite em pó. Estas restrições só são empregadas quando não existem argumentos técnicos. O ministro lembrou que o Brasil exporta para mais de 150 países, e o Uruguai, apenas para dez. (El País Digital)
Negócios
Yakult – Dona das marcas Hiline e TaffMan-E, a Yakult adotou rótulo autoadesivo cujo preço fosse competitivo com os rótulos de papel utilizados nos produtos. “Existe uma resistência da indústria em adotar o autoadesivo por acreditar que o custo dele é muito superior ao rótulo do papel. O que influi nessa diferença é a quantidade de cores, os efeitos e o acabamento do layout”, explica Guido Raccah, gerente comercial da Novelprint, empresa que desenvolveu o rótulo para Yakult. Para Masaru Ozeki, gerente de produção da Yakult, a substituição agregou valor ao produto. “Os layouts estão mais nítidos e a linha de produção ficou mais limpa em comparação ao rótulo de papel”, afirma Ozeki. (Brasil Alimentos)
Yogomix – A Sufresh acaba de ampliar seu portfólio com o Yogomix, bebida que combina suco de fruta, leite e o inconfundível aroma de iogurte. O produto é voltado para jovens e adultos q ue buscam praticidade. Além de ser uma novidade entre as bebidas saudáveis, Yogomix também inova com sua embalagem, uma latinha de 254ml mais fina e ideal para o consumo “on the go”, ou seja, “em movimento”, ou como diz o slogan do produto “entre uma coisa e outra”. O Yogomix será vendido nos sabores maracujá, pêssego e uva. (Brasil Alimentos)
Minas Leite – Já está acontecendo em 128 municípios mineiros o 2º Circuito Minas Leite que apresenta as propostas do Programa Minas Leite aos produtores das regiões. A jornada será realizada até dezembro em todas as regiões produtoras de leite do Estado beneficiando até 13 municípios por região. O coordenador do Minas Leite pela Secretaria de Agricultura e Pecuária de Minas, Rodrigo Venturin, explica que os pecuaristas terão oportunidade de conhecer formas de tornar as propriedades produtivas. (Agência Minas)
Ovos – A venda de ovos nesta Páscoa al cançou mais de 100 milhões de unidades, o equivalente a 25.500 toneladas de chocolate e 15% mais do que no mesmo período do ano passado, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados). (Folha de SP)
Setoriais
Funrural – A União pediu recurso extraordinário sobre decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de dez anos para prescrição do Funrural. A sentença pode ser mantida ou levada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, o STF concluiu ser inconstitucional a contribuição sobre produtos agropecuários. (Correio do Povo/RS)
Soja Plus – Exportadores, produtores e processadores de soja lançaram ontem mais um programa de gestão e certificação para as fazendas, o Soja Plus. O programa será voluntário e vai funcionar como uma certificação simples e verificável evitando custos e garantindo uma produção sustentável. (Valor Econômico)
Milho – As exportações de milho do Brasil no ano comercial 2010/11 (fevereiro/janeiro) poderão crescer para até 11 milhões de toneladas, o que seria um aumento de mais de 40 por cento em relação ao total exportado em 2009/10, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O aumento nas vendas externas ocorreria por conta do grande excedente do cereal no país, com a colheita de uma safra abundante neste ano, observou o dirigente da Anec, Felicio Paschoal da Costa Aguiar. Além disso, há grandes estoques da temporada passada. “A expectativa é exportar de 9 a 11 milhões de toneladas”, afirmou ele a jornalistas, após participar de evento em São Paulo. (Extra Online)
Safra – A produção brasileira de grãos na safra 2009/2010 deve ser 8,3% superio r à do último ciclo, alcançando 146,31 milhões de toneladas. A estimativa, divulgada nesta quarta-feira (7), no sétimo levantamento da safra de grãos feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é a melhor da história, superando em 1,6% o recorde anterior, conquistado na safra 2007/2008, com 144,14 milhões de toneladas colhidas. Segundo a Conab, os grandes responsáveis pelo resultado são o bom regime de chuvas nas áreas de maior produção, a ampliação de área do milho segunda safra e a antecipação do plantio de soja em Mato Grosso. Apenas a soja, deve haver crescimento de 17,9% na produção, ou 10,22 milhões de toneladas, elevando a produção para 67,39 milhões de toneladas. (Jornal do Comércio/RS)
Economia
Produção – Metade dos 14 locais investigados pel o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou crescimento na produção industrial entre janeiro e fevereiro. Pernambuco foi destaque, com expansão de dois dígitos na atividade fabril no período, de 11,1%, depois da quase estabilidade (0,2%) na abertura do ano. Ficaram também acima da média nacional, de 1,5%, Goiás (8,3%), Rio de Janeiro (2,3%), São Paulo (2,2%) e Minas Gerais (2%). Em sentido inverso, os recuos mais expressivos na indústria foram observados no Rio Grande do Sul (-5,3%), que interrompeu oito meses de elevação, e Amazonas (-3,9%), com uma inversão de rumo em relação a janeiro, quando foi verificada alta de 9,6%. (Valor Online)
Globalização e Mercosul
Compensação – Os Estados Unidos vão pagar ao Brasil a compensação de US$ 147 milhõe s anuais, para um fundo destinado aos cotonicultores, usando recursos do Departamento de Agricultura e sem precisar de aprovação do Congresso, revelou ontem ao Valor o USTR, a agência de representação comercial americana. A origem dos recursos é importante quando se leva em conta que uma compensação de apenas US$ 3,3 milhões que os EUA prometeram pagar para a União Europeia (UE) ficou bloqueada anos no Congresso. A informação dada pelo USTR, após consultas com o Departamento de Agricultura, significa que os produtores brasileiros poderão ter acesso mais rápido à compensação financeira por causa da manutenção pelos EUA de subsídios condenados pela Organização Mundial do Comércio (OMC). E isso pode ajudar a concretizar o acordo para engavetar a retaliação contra produtos americanos. (Valor Econômico)
Carrefour – A rede de supermercados francesa Carrefour planeja vender suas 524 lojas Minipreço de Portugal, segundo publicou a Reuters, reproduzindo informação do jornal “Le Figaro”. Os Minipreço são supermercados de desconto e geraram vendas de € 915 milhões no ano passado, 0,9% menos que no exercício anterior. Questionada pela Reuters, a administração do Carrefour não quis comentar o assunto. (Valor Econômico)
Soja/AR – A produção de soja da Argentina deve alcançar um recorde de 55 milhões de toneladas em 2009/10, informou o Ministério de Agricultura do país. Anteriormente, o governo estimou a safra da oleaginosa entre 51 milhões e 55 milhões de toneladas. Condições mais secas recentemente aliviaram preocupações iniciais sobre possíveis danos à safra em razão de chuvas excessivas. A produção deve subir acentuadamente em relação ao volume de 32 milhões de toneladas registrado na última temporada e ao recorde anterior de 48,8 milhões de toneladas em 2006/07. A Argentina é o maior exportador de farelo e óleo de soja do mundo. (Agência Estado)
Leilão da Fonterra: preços médios têm alta significativa
O vigésimo segundo leilão da Fonterra através da plataforma de vendas online, GlobalDairyTrade, realizado ontem (06), registrou alta significativa dos valores dos contratos. O preço médio alcançado para todos os produtos e períodos contratuais para o leite em pó integral (WMP) foi de US$ 3.969 por tonelada, posto na Nova Zelândia (antes do embarque). Este valor representa alta expressiva de 21% em relação ao leilão anterior, realizado em 2 de março, e 9,7% inferior ao valor médio do primeiro leilão, realizado em julho/08 (US$ 4.395/t). Os preços médios variaram de US$ 3.773 a US$ 4.092/t.
A média dos valores dos contratos para o primeiro período – junho de 2010 – foi de US$ 4.092/t (24,3% acima do valor negociado no último leilão). Para o segundo período – julho a setembro de 2010 -, os contratos foram negociados a US$ 4.061/t, na média, alta de 21,7% frente ao leilão anterior. Os contratos para o terceiro período – outubro a dezembro de 2010 – foram fechados com média de US$ 3.773/t (17,8% superior em relação ao leilão de março). No total, foram negociadas 15,9 mil toneladas de leite em pó integral da Nova Zelândia e 1,1 mil toneladas da Austrália (volume apenas para o 1º período contratual – junho/10).
O preço médio dos contratos de leite em pó desnatado (SMP), negociados pela segunda vez no leilão da Fonterra, foi de US$ 3.672/t, representando alta de 25,5% em relação ao leilão anterior. A média dos valores dos contratos para o primeiro período – junho de 2010 – foi de US$ 3.847/t (36,2% acima do valor negociado no leilão anterior). Para o segundo período – julho a setembro de 2010 -, a alta foi de 26,1%, com contratos negociados a US$ 3.964/t, na média. Para o terceiro período – outubro a dezembro de 2010-, os contratos foram negociados a US$ 3.421/t, na média, representando alta de 16,9% frente ao primeiro leilão em que foi negociado. No total, foram negociadas 6,5 mil toneladas de leite em pó desnatado (apenas volume da Nova Zelândia).
Paul Grave, diretor da GlobalDairyTrade, disse que o resultado foi reflexo do baixo volume de estoque, e que a safra – na Nova Zelândia e região- está chegando ao fim. “É um bom resultado para o mercado. Esperávamos um ajuste nos preços, mas não dessa magnitude”, disse Paul Grave.
Grave disse ser difícil prever o comportamento dos preços e completou: “a questão principal será a demanda por lácteos. A recuperação da economia é necessária para que esses preços se mantenham e elevem-se. Se o preço se sustentar nesse patamar a longo prazo, resultará em maior rentabilidade aos produtores e maior possibilidade de investir em seus negócios”.
O próximo leilão será realizado no dia 04 de Maio de 2010.
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A Tabela 1 mostra o preço de equivalência entre o leite em pó no mercado internacional e o preço ao produtor. Com câmbio de R$ 1,80 e preços externos próximos a US$ 4.000/tonelada, cerca de R$ 0,73/litro seria o preço de equilíbrio, mostrando uma margem de 5 centavos em relação à média do Cepea para o mês de março (R$ 0,6795/litro). Caso esses preços se mantenham e, em melhor hipótese, aumentem, as indústrias brasileiras já podem pensar em voltar a exportar.
Tabela 1. Valor máximo valor a ser pago ao produtor (R$/litro), considerando o câmbio e preços internacionais do leite em pó.
Equipe MilkPoint